Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 5
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a todos pelos comentários maravilhosos que venho recebendo a cada capitulo, vocês são maravilhosos. E com vocês mais um capitulo de Recomeçar...



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Estava realmente preocupado com Leah, afinal não era normal uma pessoa ter a temperatura tão elevada daquela forma. Era impressão minha, ou ela havia rosnado baixo de uma forma ameaçadora para Cece?

E o jeito que ela me olhava, era tão desconcertante e intimidador. Era como se ela estivesse vendo a minha alma, como se não pudesse esconder nada diante de seus olhos castanhos.

—Asseguro que estou bem doutor. Tudo o que preciso agora é sair daqui, bem rápido. - ela sussurrou a última parte, como se não quisesse se afastar de mim.

—Já disse que não. E sou uma companhia tão ruim assim para que queira sair correndo? – brinquei fingindo que estava magoado e ela me olhou mortificada, como se estivesse se sentindo culpada por ter me magoado.

—Não. Por favor, não pense isso.- ela sussurrou desesperada, e pode notar que seus olhos se encheram de lágrimas.- Jamais quis magoa-lo. Me perdoe.

E naquele momento me senti um idiota, afinal ela estava confusa e frágil e eu estava brincando com ela numa hora imprópria.

—Está tudo bem Leah, você não me magoou, só estava brincando. Me desculpe.- pedi suave enquanto olhava em seus olhos, e eles pareciam não acreditar em minhas palavras.

—Tem certeza, que não o magoei?

—Tenho, e agora tente se acalmar, sua pulsação está muito acelerada.- disse preocupado assim que segurei seu pulso novamente.

—Isso irá deixa-lo feliz?- ela questionou preocupada e sorri confuso.

Acho que iria recomendar uma tomografia, mesmo que Leah não tenha batido a cabeça ao cair, já que eu a segurei no colo. Mas todo cuidado era pouco, afinal sua atitude não tinha nada de normal. Mas resolvi entrar na onda, como dizia minha filha.

—Sim, isso me deixará muito feliz.- assegurei e ela concordou antes de respirar fundo e fiquei sem fala quando senti seu pulso se acalmando.

—Isso é tão injusto.- ela sussurrou de repente e pisquei confuso, ainda tentando entender como seu pulso havia se acalmado tão rápido.

—O que é tão injusto?

—Você saber o meu nome e eu não saber o seu.- ela disse e concordei.

—Me chamo Elliot. Elliot Marshall. E é um prazer, conhecê-la Leah. -disse sorrindo gentil e ela sorriu maravilhada ao me ver.

Ela me olhava como se eu fosse o seu tão esperado presente de natal.

O que era muito estranho na minha opinião.

—Elliot.- ela disse meu nome de forma doce e sussurrada, e isso me fez sentir borboletas no estômago, além de gostar da forma que ela pronunciava meu nome.

O que estava acontecendo comigo?

—Estou encantada em conhecê-lo Elliot.- ela sussurrou meu nome de forma devota.

E foi sem pensar no que fazíamos, que nossos corpos começaram a se aproximar, era como se estivéssemos atraídos por um imã. Como se não existisse mais nenhuma das leis da física naquele momento.

—Leah, filha.- uma senhora disse entrando de repente na sala onde estávamos, o que nos despertou do nosso transe.

Atordoado com o que havia acontecido, me levantei do divã onde Leah estava deitada, porque o que quer que estava acontecendo comigo resultava em uma resposta afirmativa dela.

—Você está bem, meu amor? - a senhora questionou preocupada enquanto tocava a testa de Leah.

—Agora estou mamãe. - ela sussurrou enquanto olhava para mim, e seu olhar profundo me desconcertou.

—Cece disse que você desmaiou, e que não estava falando coisa com coisa. Será que bateu a cabeça quando caiu? - ela questionou preocupada com a filha.

Respirei fundo tentando, me controlar, pois até eu não estava me reconhecendo naquele momento.

—Asseguro a senhora que Leah não bateu a cabeça, eu a segurei antes que ela caísse no chão. E assim que ela acordou prestei a devida assistência, tudo que ela precisa agora é descansar. - disse assumindo minha postura profissional, pois era a única coisa que me parecia certa naquele momento.

—E eu lhe agradeço muito doutor? - ela questionou querendo saber meu nome e Leah respondeu por mim.

—O nome dele é Elliot, mamãe. - ela disse com adoração e a mãe dela a olhou confusa, antes de olhar para mim e voltar os olhos para a filha.

Ainda bem que não era o único a perceber que Leah não estava bem.

—Novamente obrigada Dr. Elliot. Agora vamos filha, você precisa ir para casa.- ela disse determinada enquanto ajudava a filha a se levantar.

—Obrigada por não ter me deixado cair Elliot.- Leah sussurrou enquanto me olhava nos olhos.

—Eu jamais te deixaria cair Leah.- disse e ela sorriu agradecida enquanto relutava em deixar a sala.

—Até breve Elliot.

—Até breve Leah.- sussurrei antes de sua mãe leva-la, e naquele momento tive certeza de que nos veríamos em breve.

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—Pai, você está bem?- Ária questionou me despertando dos meus pensamentos enquanto revirava a comida no prato.

—Não meu bem, acho que vou pra cama. - disse me desculpando com as duas que se olharam preocupadas.

 Assim que cheguei ao quarto em que estava hospedado fui em direção ao chuveiro, pois precisa de um bom banho antes de cair na cama, afinal me sentia exausto como se tivesse carregado o mundo nas costas. Mas talvez fosse só o efeito de uma noite insone misturado as grandes emoções desse dia.

—Pai, você está vestido? - Ária questionou entrando no quarto e sorri antes de sair do banheiro já devidamente vestido.

Ela sempre perguntava isso antes de entrar no meu quarto.

—Estou meu bem. - disse vendo-a com um copo de leite nas mãos. - O que é isso?

—É um copo de leite morno com mel, afinal você não jantou e fiquei preocupada. Por acaso está sentindo algo? - ela questionou aflita e sorri suave antes de me sentar na cama.

Eu sempre fazia leite morno com mel para Ária, para que ela tomasse antes de dormir, e me perguntei como a minha filha poderia ser rebelde em alguns momentos e em outros tão doce?

—Obrigada querida, e não se preocupe, só estou cansado. Foi um dia confuso.- disse aceitando o copo de leite quente e tomando um gole.

Realmente havia sido um dia confuso, pois o enterro de Elba havia atiçado minhas próprias lembranças sobre a perda da minha esposa, e ainda tinha Leah.

Só de pensar nela, meu estômago ficava inquieto, o que me assustou.

—Então vou deixa-lo descansar, boa noite pai. - Ária disse antes de me dar um beijo na bochecha.

—Boa noite amor. - disse lhe dando um beijo na testa antes dela deixar o meu quarto.

Tomei o leite que minha filha tinha trago e me deitei na cama, já sentindo o efeito do cansaço tomar conta do meu corpo.

A noite estava fria e muito escura, podia ouvir o som da minha respiração enquanto corria sem rumo por uma floresta desconhecida, sentia que meus passos estavam sendo acompanhados por algo ou alguém, andei por cerca de meia hora até que cheguei em uma clareira e vi a lua cheia sair do meio das nuvens, iluminado toda a noite e do outro lado da clareira vislumbrei um lobo de pelagem branca, mas não era um lobo comum pois ele parecia ser maior.

Assustado comecei a andar para trás devagar, tentando me afastar sem ser notado, mas falhei, pois o lobo branco começou a andar em minha direção, sem alternativa comecei a correr feito um louco para longe da clareira, não conseguia mais raciocinar, só estava agindo por instinto de autopreservação. Cansado acabei tropeçando em um troco e cai no chão sem forças para me levantar, sem esperanças acompanhei os movimentos lentos do lobo em minha direção me encarando com seus olhos azuis.

Minha respiração e meu coração estavam acelerados enquanto a fera se aproxima de mim, e naquele momento soube que tudo estava perdido, que ninguém poderia me salvar do lobo. Mas algo aconteceu, e tudo que pude sentir foi uma rajada de vento forte passar perto do meu rosto agitando meus cabelos. Incrédulo, vi o lobo branco caído no chão enquanto outro lobo lhe mordia o pescoço.

Em comparação ao lobo branco, o que salvou a minha vida era menor e possuía a pelagem cinza. Os rosnados que saiam de ambos eram ensurdecedores, parecia que eles estavam brigando por algo vital, e que nenhum dos dois abriria mão disso. Durante todo a luta meu coração estava acelerado em preocupação, com o lobo menor, não queria que ele se ferisse, afinal havia salvado a minha vida.

Confuso escutei um pensamento que não me pertencia invadir minha mente.

Ele era meu.

Meu macho.

Meu imprinting.

Acordei de repente, confuso e suado.

Afinal, meu pesadelo recorrente havia mudado drasticamente o final, e terminando de uma forma que nem eu não compreendia o porquê.


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