Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 32
Leah


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar, espero que gostem da leitura.
beijos e até segunda.



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—Só espero que o Elli não tenha um infarto com as dúvidas da filha. - Cece disse sorrindo enquanto lhe ajudava a guardar a louça limpa usada no jantar.

—Eu também espero. - disse e virei para ver como estava o clima na sala, e os dois pareciam bem concentrados, Ária estava atenta a tudo o que o pai falava.

—Sobre o Sebastian...- Cece começou a dizer me fazendo desviar a tenção da sala para ela.

—O cara da mesa de mogno. - disse e ela sorriu concordando.

—Sim, o Elliot tem razão. Só usei a mesa do meu pai como uma desculpa para terminar com ele. - ela disse e a olhei surpresa.

—Porque você fez isso Cece?

—Porque encontrei um anel de noivado junto com um pedaço de papel amassado, eles estavam escondidos atrás de um edredom no guarda roupa. Sebastian ia me pedir em casamento e tinha feito até um rascunho do pedido. E saber disso me deixou em pânico.

—Porquê Cece?

—Havia acabado de sair da faculdade, estava focada em conseguir um emprego na empresa de advocacia dos meus sonhos e meu pai tinha morrido á poucos meses, e meu melhor amigo estava passando um inferno no casamento dele. Não podia lidar com um pedido desses naquele momento. Eu não estava preparada para casar.

—E você gostava do Sebastian, Cece?

—Ele foi o único homem que namorei que conheceu meus pais Leah, e eles o adoravam, minha mãe ficou muito confusa quando soube que terminei com ele. Você acredita que o Elliot brigou comigo porque terminei com Sebastian?

—Cecilia, você gostava ou não do Sebastian? - questionei tentando fazê-la voltar ao assunto, pois ela tinha o dom de desconversar como ninguém.

—Eu o amava mais do que tudo Leah. Mas não podia prendê-lo ao caos que estava a minha vida, Sebastian merecia ser feliz e eu libertei. Ele sempre tentou se reaproximar de mim e sempre o afastei, mas agora que perdi a minha mãe não tenho mais forças para mantê-lo longe. Tudo que sentia por ele, que achei que havia passado voltou quando o vi no meu escritório. E não sei o que fazer? - ela disse entre lágrimas e a abracei com carinho.

—Cece, se você ainda o ama dê uma chance para ele. Não perca essa segunda chance que a vida está te dando.

—Talvez você tenha razão. -ela disse se afastando de mim e enxugou as suas lágrimas. - E esse seria o conselho que Elliot me daria se soubesse o real motivo de eu ter terminando com o Sebastian.

—Quer dizer que seu melhor amigo não sabe do anel de noivado?

—Claro que não. Nessa história o Elliot é Team Sebastian, se ele soubesse, tenho certeza que meu amigo contaria tudo para o Sebastian e daria um jeito de nos unir. Aqueles dois são melhores amigos desde que os apresentei. - ela disse e sorrimos.

—Dá uma chance para ele Cece, o que você tem a perder? - questionei e ela concordou sorrindo.

—Nada, acho que posso ligar para convidá-lo para jantar aqui em casa, afinal ele é padrinho da Ária e deve estar com saudade da afilhada, eles são muito unidos. - ela disse sorrindo e concordei sorrindo. -Seria pedir muito em não contar o que conversamos para o Elliot?

—Não se preocupe, seu segredo está seguro comigo. - disse e ela concordou sorrindo e voltamos a guardar as louças enquanto Elliot vinha para a cozinha.

—E então, como foi a sua conversa com a Ária? - questionei assim que ele entrou na cozinha, abriu a geladeira e pegou uma garrafa de água.

—Foi constrangedor no começo, mas no final deu tudo certo. O que importa é que não vou ser avô tão cedo por causa do desconhecimento da minha filha. E além do mais, nem tenho idade pra ser avô. - Elliot disse antes de tomar sua água e foi impossivel não rir.

Depois que terminamos de guardar as louças, Cece ligou para Sebastian convidando-o para jantar em sua casa amanhã à noite, e foi impossivel não rir da cara que Elliot fez quando ouviu a amiga ligando para o ex-namorado.

—Então... Você e o Sebastian...- Elliot disse malicioso olhando para Cece assim que ela desligou o telefone.

—Você é um fofoqueiro Elliot. - ela disse séria e jogou uma almofada nele o que me fez rir enquanto Cece subia para o seu quarto.

—Sabia que a Cece ainda gostava do Sebastian. E se eu...- Elliot começou a pensar alto e o interrompi.

—E se eu nada. Você não vai se envolver nisso, apenas deixe os dois se resolveram. - disse e ele me olhou confuso.

—Mas eles são meus amigos, talvez se desse um empurrãozinho...- ele pediu e o olhei séria. - Tudo bem, vou ficar quieto.

—Ótimo. Você tem que aprender que não precisa salvar todo mundo, ás vezes precisamos deixar as pessoas se salvarem. - disse olhando em seus olhos e ele suspirou concordando.

A grande qualidade em Elliot era a sua empatia, mas com o tempo, depois que o conheci melhor, essa qualidade se mostrou um defeito também. Muitas vezes ele se anulava para ajudar os outros, mesmo quando não era solicitado.

— Você tem razão, vou tentar parar de salvar as pessoas. - ele disse triste e suspirei antes de levantar seu queixo para me ver.

—Não quero que deixe de salvar as pessoas Elliot, isso é uma das coisas que te fazem um ser humano incrível, provavelmente deve ser de família. - disse me lembrando de como Carlisle também é assim, afinal ele salvou todos da sua família transformando-os em vampiros, dando-lhes uma nova chance. - Você só tem que pensar um pouco mais em si.

—Porque você disse que a minha qualidade de salvar as pessoas é uma coisa de família? - Elliot questionou me olhando confuso, pois ele havia me contado que era órfão e que não sabia nada da sua família.

Nervosa por sua pergunta me afastei automaticamente dele.

—Foi modo de falar Elliot. - disse sem conseguir olhar para Elliot, porque odiava mentir para ele.

Era como se as mentiras estivessem me sufocando naquele momento, já era dificiel guardar as minhas, o fato de eu ser uma loba e de ter tido um imprinting por Elliot, ainda tinha que guardar o segredo sobre a origem do meu namorado. E não sabia por quanto tempo iria conseguir esconder isso.

—Sei.- ele disse sério enquanto me olhava com cuidado.- Convivi por sete anos com uma mulher que me enganava, e sei muito bem reconhecer quando alguem está me escondendo alguma coisa. E você está me escondendo algo.

—Eu não estou escondendo nada.

—Está sim, você mal conseguiu me olhar nos olhos desde que chegamos. Você está inquieta como se quisesse me dizer algo sem poder.

—É impressão sua.

—Leah, sei que estamos namorando só há três semanas, mas pra mim é como se fosse uma vida inteira. Eu confiei a minha vida a você, te contei coisas que não contei nem pra minha melhor amiga, acho que está na hora de você começar a se abrir também. - ele disse suave e olhei em seus olhos sem saber o que fazer.

Era isso, Elliot estava me dando a chance de contar tudo o que eu escondia, mas sabia que ele ainda não estava pronto para ouvir que estava apaixonado por uma garota que virava uma loba, ou que estava ligado a ela pelo resto da sua vida por causa de um imprinting, e definitivamente ele não estava pronto para ouvir que sua falecida esposa não estava morta.

—Nem toda mulher com quem você se relacionar Elliot, irá lhe esconder algo. Eu não sou a Clara. - disse seria olhando em seus olhos e ele ficou surpreso por minhas palavras. -Você prometeu que não me obrigaria a contar meus segredos, e essa é a hora de cumprir sua promessa.

—Eu sei que você não é a Clara, mas confiança é via de mão dupla. Você sabe tudo sobre mim e não sei nada sobre você.

—Acho melhor eu subir, arrumar minhas coisas e ir para casa. - disse magoada comigo mesma por mentir para ele e sai da cozinha sem esperar pela reação dele.

Fui até o quarto de Elliot e peguei minha mochila, a qual minha mãe havia trago com algumas roupas para mim quando decidi ficar na casa de Cece para cuidar de Elliot, e fui para o banheiro recolher meus produtos de higiene pessoal.

—Leah, não faz isso. Vamos conversar, por favor. - Elliot implorou assim que entrou no quarto e me viu arrumando minhas coisas. - Não vai embora.

—Você tem razão. Elliot, você me contou tudo sobre você e em troca não lhe disse quase nada sobre mim, mas não foi por falta de vontade. - disse torturada enquanto olhava em seus olhos e foi impossivel segurar as minhas lágrimas. - Só que você ainda não está pronto para ouvir o que tenho a dizer, e não quero que me odeie se lhe contar no momento errado. Então, é melhor eu ir embora, porque não quero te magoar.

—Não vou deixar você embora. Esquece o que eu disse, não vou mais te cobrar para me contar a verdade, quando se sentir pronta ou achar que é a hora certa para que eu saiba essa será a hora. Só não me deixa, por favor. - Elliot implorou entre lágrimas enquanto me olhava nos olhos. - Eu amo você mais do que tudo no mundo Leah e prefiro não saber de nada se isso me permitir ficar com você.

—Mas não é certo. - disse olhando em seus olhos e ele sorriu triste.

—Isso não me importa. Prefiro viver uma vida sem saber de nada mas tendo você do meu lado, do que saber a verdade é estar longe da mulher que amo.

—Tem certeza disso Elliot?

—Tenho. Agora vem cá, preciso do seu abraço. - ele pediu de braços abertos e fui abraça-lo.

Assim que Elliot me abraçou com carinho ele me pediu inúmeras desculpas e isso só me fez chorar ainda mais, por estar escondendo algo dele. Queria que Elliot me visse não apenas como sua namorada, mais como uma amiga, uma confidente e uma companheira, mas esconder coisas dele não estava me ajudando a conquistar sua confiança, ao contrário só estava nos afastando.

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Passei praticamente a noite em claro enquanto observava Elliot dormir sereno ao meu lado. Eu me sentia a pior pessoa do mundo por estar mentindo para o homem que amava, porque Elliot não merecia ser enganado, ele já havia sofrido demais em seu casamento e condená-lo a ser enganado novamente era crueldade.

Eu não podia fazer isso com ele.

Com cuidado para não acordá-lo, me levantei da cama e fui até a janela, eu precisava de ar puro, talvez isso ajudasse a aliviar o peso que sentia em meu peito, mas assim que olhei para baixo vi que havia alguem entre as árvores observando a janela onde estava. Preocupada, me concentrei nos barulhos ao redor e conseguir escutar o coração do estranho lá fora, e definitivamente ele não era humano.

Sem pensar muito, seguindo apenas meus instintos, desci as escadas correndo e fui atrás das batidas do coração, mas não havia ninguém.

—Eu sei que tem alguem aqui. Posso ouvir o seu coração e a sua respiração, e não estou para brincadeiras, é melhor aparecer. - disse furiosa enquanto sentia a minha loba interior clamar para ser liberta e atacar quem teve a audácia de invadir seu perímetro.

—Realmente é verdade o que estão dizendo por ai, você tem sangue de rainha nas veias mesmo não sendo a alfa. - uma voz feminina disse caminhando em minha direção e estreitei os olhos, porque a única pessoa que dizia isso era Gael, e nem sabia porque ele falava isso. - Mas não será isso que irá me impedir de ter meu marido de volta.

E foi ali que consegui juntar as peças, aquela mulher na minha frente, dona de uma beleza avassaladora e que emanava perigo em seu olhar era a falecida esposa de Elliot.

—Clara. - disse olhando em seus olhos castanhos e ela sorriu de forma debochada.

—Sim, e é um tremendo desprazer conhecê-la Leah Clearwater. - Clara disse e me olhou de cima a baixo antes de suspirar em desagrado. - Como meu marido pode escolher uma amante tão simplória como você?

—Ele não é o seu marido. E para a sua informação, não sou amante do Elliot, sou a mulher dele. - disse severa enquanto olhava para Clara.

—Isso é o que você acha transfiguradora. Eu permiti que se divertisse com Elliot e ele com você, apesar dele ser muito grudento, você há de convir que ele é muito bom entre quatro paredes, foi o que me fez aguentar anos de cobranças. - ela segredou e fiquei surpresa por seu comentário o que a fez sorrir. -Não acredito que vocês dois ainda não dormiram juntos. Meu Deus, esse homem me ama mesmo.

—Ele não te ama. - disse furiosa por ela ainda achar que tinha algum direito no meu macho.

—Há ama. Ele te contou que foi comigo que perdeu a virgindade? Ele te contou que apesar de trai-lo sempre, era só jogar algumas migalhas de atenção que Elliot acabava na cama comigo. Ele nunca me esqueceu Leah, e a prova disso é que ele passou oito anos de luto sofrendo por mim sem se envolver com ninguém e apesar de estar com você, dividindo a mesma cama, vocês nunca fizeram nada, e sabe porquê? Porque ele não te ama, Elliot ama a mim.

—Isso não é verdade. - disse com raiva enquanto tentava me controlar, afinal não era páreo para uma filha da lua, principalmente uma alfa.

—É sim e não há nada que você possa fazer. - ela apontou severa enquanto me olhava com raiva.

—Ai é que você se engana Clara. Elliot está ligado a mim por meio do imprinting, ele é o meu macho, o meu companheiro e isso é algo que você nunca poderá mudar. - disse severa e ela me olhou surpresa por minha revelação.

—Isso é algo que não esperava, mas meu gatinho nunca resistiu a mim e não vai ser agora que irá. Então esse é o primeiro e último aviso transfiguradora, se afaste do meu macho. - Clara rosnou furiosa enquanto me olhava com ódio.

—Ele é o meu macho e não vou me afastar dele. Se o quiser terá que passar por cima de mim. - rosnei furiosa e ela sorriu debochada antes de partir para cima de mim me jogando contra uma árvore.

Assim que meu corpo bateu contra a árvore gemei de dor, parecia que havia quebrado dos os ossos do meu corpo com o impacto, o que me deixou preocupada porque não poderia defender meu macho e muito menos me defender.

—Eu deveria te matar agora, mas não. Vou deixá-la curtir mais um pouco essa “amizade colorida” com o Elliot. E acho bom você aproveitar bastante, porque quando for busca-lo, vou passar por cima de qualquer um para tê-lo.- Clara disse sorrindo debochadamente antes de se transformar em um lobo branco de olhos azuis e correr para a floresta, tentei me levantar, mas meu corpo não me obedecia, tentei rastejar em direção a casa de Cece mas acabei desmaiando.


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