Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 31
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar. Alguem ai já se recuperou do capitulo de segunda? Quem achava que o Carlisle era parente do Elliot?

Louca para saber a opinião de vocês, beijos e até sexta.

Boa leitura.



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Quando o despertador do meu celular tocou de manhã cedo tive vontade de desligá-lo e voltar a dormir, não só porque estava cansado, mas também porque amava dormir agarrado a minha namorada. Mas a vida não era só feita de prazeres, tínhamos que fazer alguns sacrifícios e apesar de amar meu trabalho, ter que deixar Leah sozinha na cama para trabalhar era uma das coisas que não gostava. Foi praticamente uma batalha me soltar dela, todas as vezes que achava que estava livre, ela me surpreendia me puxando de volta para a cama, e como Leah tinha força, mesmo estando inconsciente. Só consegui me soltar dela porque tive a ideia de colocar meu travesseiro no lugar em que estava, e logo ela o abraçou em seguida me permitindo levantar da cama para me arrumar.

Assim que estava de banho tomado e roupa trocada, peguei meu jaleco e conferi se a minha maleta estava em ordem antes coloca-los em cima da poltrona que havia em meu quarto, em seguida fui até a minha cama onde Leah ainda dormia profundamente, me sentei ao seu lado afastei alguns fios de cabelos que cobriu seu rosto e o acariciei com carinho.

Eu seria capaz de qualquer coisa por Leah, o amor que sentia por ela era tão grande e tão forte que jamais havia sentindo algo assim na vida. Leah era tudo pra mim, meu mundo, minha felicidade, minha vida e sabia que não conseguiria mais viver sem ela desde a primeira vez que nos vimos. Mas ao em vez de me sentir assustado por nutrir um sentimento tão forte em tão pouco tempo, não me sentia assim, me sentia grato por amar intensamente e ser amado da mesma forma em troca.

—Eu te amo meu bem. - sussurrei suave acariciando sua bochecha de leve antes de me inclinar para beijar sua testa com carinho.

—Amor, você já vai? - Leah chamou sonolenta assim que me afastei dela após ter beijado a sua testa.

— Já, me desculpe, você estava dormindo tão serena que não quis te acordar. - disse envergonhado por tê-la acordado.

—Está tudo bem. Porque não me chamou? Teria feito seu café da manhã. - ela questionou se sentando na cama.

—Não quis te incomodar, você deve estar cansada, afinal chegamos tarde ontem. E não se preocupe, sempre tomo café no caminho. - disse e ela me olhou seria.

—Elliot, a madre Angélica nunca lhe disse que o café da manhã é a refeição mais importante do dia? - ela questionou e foi impossivel não rir.

—Ela disse sim, principalmente a irmã Benedita que cuida da cozinha.

—Viu, e elas tem razão. Você não pode ir trabalhar sem tomar café. - ela disse preocupada e coloquei uma mecha do seu cabelo para trás da sua orelha.

—E quem disse que não vou tomar? Vou tomar no caminho, não se preocupe. - prometi olhando nos seus olhos.

—Vai ser a primeira e última vez que sai de casa sem tomar café doutor Marshall, porque no seu próximo plantão vou fazer um mega café para você.

—Vou esperar ansioso por isso.

—Acho bom. - ela disse e olhei para o meu relógio de pulso, constatando que se não saísse logo iria chegar atrasado no meu primeiro dia.

—Eu preciso ir. - disse olhando em seus olhos e Leah concordou antes de levantar da cama e me puxar o que me deixou confuso. - Onde você vai de camisola tão cedo?

—Te deixar até a porta, já que não pude fazer seu café da manhã. Vamos, antes que você chegue atrasado. - Leah disse pegando seu robe e o colocando antes de sairmos do quarto.

—Já estava indo lhe chamar pai, achei que tinha dormido demais. - Ária disse fechando meu copo térmico assim que desci as escadas com Leah ao meu lado.

Ária sempre fazia meu café e o colocava no copo térmico desde que aprendeu a usar a cafeteira, desde então ela sempre acordava mais cedo e preparava meu café quando ia trabalhar, e sempre me esperava quando voltava, para saber como havia sido meu plantão.

Algo que a sua mãe nunca fez.

—Falta de vontade não foi. - disse suave e ela sorriu enquanto olhava de mim para Leah.

—Prontinho. - ela disse me entregando meu copo térmico.

—Você sabe que não precisa fazer isso. - disse e ela revirou os olhos.

—E você sempre diz isso, mas não me importo. Só vou deixar de fazê-lo quando arrumar a mulher certa, que se preocupe com isso sem ao menos você falar. Mas acho que isso não vai demorar muito. -ela segredou olhando para Leah antes de me dar um beijo na bochecha, desejando-me um bom trabalho e subiu para o seu quarto.

Em seguida desci para a garagem com Leah, destravei o carro e coloquei minha maleta e meu jaleco no banco de trás antes de me despedir da minha namorada.

—Bom trabalho amor, por favor, tome cuidado e volte inteiro pra mim. - Leah pediu assim que passou seus braços ao redor do meu pescoço.

—Eu prometo tomar cuidado, espero que tenha um bom trabalho também amor. - sussurrei olhando em seus olhos antes de beijá-la apaixonadamente.

—Eu te amo Lê.- sussurrei assim que nos separamos.

—Eu também te amo Elli. - ela sussurrou e me deu um último beijo antes de me soltar, em seguida entrei no carro e sai da garagem dirigindo em direção ao hospital.

A viagem até o hospital de Forks foi tranquila havia poucos carros na rua, era um dos privilégios de se morar em uma cidade pequena, quando cheguei ao hospital fui até a recepção e me identifiquei a recepcionista que me olhou de cima a baixo, como se avaliasse um produto, o que me deixou pra lá de desconfortável.

—Doutor Marshall, seja bem-vindo ao nosso hospital, vou avisar ao doutor Cullen que o senhor chegou. E a proposito sou a Carla. - ela disse sorrindo de forma exagerada para mim antes de pegar o telefone e ligar para Carlisle.

—É um prazer Carla. - disse educado e ela sorriu animada antes de falar com Carlisle.

Esperei alguns minutos enquanto Carla falava e não tirava os olhos de mim, o que me deixava constrangido e vermelho. Cece sempre dizia que não sabia lidar quando as mulheres davam em cima de mim, e ela estava certa. A minha timidez sempre me fez correr de situações assim, as vezes me pegava pensando como tinha tido coragem de dar em cima de Leah quando ela foi almoçar na casa da minha amiga.

—O doutor Cullen pediu para o senhor esperar um pouco, pois ele está fazendo a ronda da manhã. - Carla pediu ainda com o telefone na orelha.

—Não tem problema, aproveito para tomar café na cantina, ele poderia me encontrar lá. - disse a ela que sorriu antes de transmitir meu recado para Carlisle e desligar o telefone.

—O doutor Cullen vai encontra-lo na cantina quando terminar a ronda.

—Ótimo, obrigado pelo gentileza Carla.

—De nada doutor Marshall. E o senhor não gostaria de companhia para o café da manhã? Afinal, é muito chato tomar café sozinho. - ela se ofereceu e pisquei confuso surpreso por seu convite.

—Elliot, até que fim você chegou, achei que não vinha mais. - uma mulher disse assim que se aproximou de mim no balcão da recepção e a olhei confuso, apesar dela me parecer familiar sabia que nunca a tinha visto na vida.

—Vocês se conhecem? - Carla questionou olhando para a mulher que havia aparecido como se estivesse prestes a pular do balcão para bater nela.

—Claro que sim, somos velhos amigos e temos muita conversa para colocar em dia, não é Elliot? - ela questionou me olhando nos olhos.

—É.- disse meio confuso, pois seus olhos me imploravam que confirmasse a história dela.

—Tudo bem, quem sabe outro dia possamos tomar o nosso café doutor Marshall.

—Quem sabe Carla, tau. - a mulher disse antes de me arrastar para longe da recepcionista que não gostou nada de ser privada da minha companhia.

—As coisas que a gente não faz pela família. - ela suspirou e a olhei confuso.

—De onde nos conhecemos, mesmo? - questionei enquanto seguia a mulher misteriosa que estava me levando para a cantina. - Porque você me parece familiar, só não lembro de onde nos conhecemos.

—Tecnicamente a gente não se conhece pessoalmente, mas já ouvi falar muito de você e acho que você já ouviu falar de mim. - ela disse indicando que nos sentássemos em uma mesa que havia ali na cantina e as suas palavras me fizeram pensar.

—Espera... Você só pode ser a prima da Leah...A Ayla. Mas é claro, vocês duas se parecem.

—Essa sou eu. E acabei de salvar a sua vida da Carla, toma cuidado com ela. Porque se a Leah sonhar que você está dando mole pra ela, minha prima vira uma fera, literalmente. - Ayla me alertou séria e a olhei ofendido.

—Eu não estava dando mole para ninguém. E jamais trairia a Leah, eu a amo. - disse olhando em seus olhos e ela suspirou.

—Me desculpe, estou numa fase em que para mim todos os homens aprontam.

—Tudo bem, eu entendo. - disse suave e logo o atendente da cantina veio perguntar o que queríamos comer.

Conversei com Ayla enquanto esperava por Carlisle, acabamos fazendo companhia um para o outro durante o café da manhã. Ela me contou várias coisas sobre a infância de Leah, principalmente sobre suas travessuras e muitas delas me fizeram rir.

Ayla era alguem incrível, ela era praticamente a Cece de Leah, e fiquei feliz por minha namorada ter uma amiga tão leal e que seria capaz de tudo por ela, assim como eu tinha a minha amiga. E naquela momento percebi que havíamos nos tornando amigos.

—Pelo que vejo, você já fez amigos por aqui. - Carlisle disse assim que parou perto da mesa em que estava sentado com Ayla, ele nos surpreendeu sorrindo depois que a prima de Leah havia me contado de quando as duas eram crianças e confundiram pimentas com frutas silvestres.

—Eu tive sorte. - disse olhando para Ayla e ela concordou.

—Preciso ir Ayla, e foi uma prazer te conhecer.

—Igualmente Elliot. - ela disse e nos despedimos antes de acompanhar Carlisle, que fez questão de me mostrar pessoalmente toda a estrutura do hospital e sua rotina, assim como todos os funcionários que estavam de plantão hoje.

Ficar de plantão no hospital de uma cidade pequena era tranquilo, haviam poucos casos que chegavam, passei uma boa parte da manhã sem nada para fazer apenas lendo meu livro preferido na sala dos médicos.

— Doutor Cullen, temos uma emergência pediátrica no leito quatro. - uma senhora entrou na sala dos médicos sem bater na porta e ficou surpresa por me ver e eu a ela, afinal não a tinha visto durante a visita que havia feito junto com Carlisle. - Desculpe, mas achei que o doutor Cullen estivesse de plantão.

—O doutor Cullen foi para casa. - disse fechando o livro e me levantando para me apresentar a ela. - Sou o novo médico que irá ficar responsável pelo plantão da manhã, sou o Doutor Marshall. É um prazer conhecê-la.

—Marshall... Como Elliot Marshall? -ela questionou assim que ofereci minha mão para cumprimenta-la.

—Sim, sou eu. Parece que todo mundo nessa cidade me conhece e eu quase não conheço ninguém. - disse confuso e ela sorriu.

—Cidade pequena é assim mesmo. Todo mundo sabe de tudo, principalmente dos recém chegados. Mas não fico chateada por não se lembrar de mim, na única vez que nos vimos foi no velório da Elba e você estava ocupado demais socorrendo a minha filha.

—Meu Deus, você é a mãe da Leah. - disse surpreso por encontra-la ali, mesmo sabendo que a mãe da minha namorada trabalhava no hospital, era muita sorte estarmos de plantão no mesmo dia.

—Á própria. - ela disse sorrindo e fiquei constrangido por não me lembrar da minha nova sogra.

—Me desculpe, mas realmente não lembrava da senhora. - disse envergonhando e senti meu rosto ficar quente.

—Senhora está no céu, me chame de Sue. Tudo bem, você não tem culpa da minha filha escondê-lo de todo mundo, e não a culpo por isso. Afinal, vocês acabaram de começar a namorar, devem aproveitar esse momento antes de conhecer a sogra. - Sue segredou e foi inevitável não rir de como ela falou a palavra sogra, como se quisesse me colocar medo.

—Que bom que você tem senso de humor Elliot, porque a minha filha é séria demais. Posso te chamar de Elliot?

—Claro, e isso é verdade. Mas a Leah está se esforçando. - comentei e ela sorriu comigo.

—Eu gostei de você, e não se preocupe porque não vou ser uma sogra megera como todo mundo diz que as sogras são.

—Eu conto com isso. - segredei e sorrimos antes de sairmos da sala para que eu fosse atender a emergência infantil, que graças a Deus não era nada grave.

Depois do almoço, o qual Sue fez questão de me convidar para almoçar com ela e Ayla, fiquei um pouco no refeitório depois que elas foram descansar, tentei ler algumas páginas do meu livro enquanto comia uma maça de sobremesa, mas não conseguia me concentrar na leitura, pois Leah tomava conta dos meus pensamentos, e antes que pudesse ligar para ela a mesma me ligou e passamos alguns minutos conversando antes do meu nome ser anunciado no alto falante, me despedi dela a contra gosto antes de voltar ao trabalho.

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Apesar de amar trabalhar na emergência estava cansado, ainda iria demorar um pouco para me acostumar a dar plantões de dia, afinal só trabalhava a noite. Mas não poderia reclamar, porque me sentia tão feliz aqui, uma felicidade que a muito tempo não sentia e tudo isso graças a uma das moradoras da cidade e por falar nela, sorri surpreso assim que a vi encostada no meu carro no estacionamento do hospital.

Leah realmente era uma visão e tanto.

—Isso é que um balsamo para um médico cansado. - disse sorrindo assim que me aproximei de Leah e para a minha surpresa ela me puxou pelo casaco, me empurrou de encontro a porta do carro antes de me beijar.

Aquele beijo tinha uma pontada de desespero e loucura, como se ela tivesse medo de me perder na próxima esquina. Podia sentir seu temor em cada beijo, principalmente quando ela segurava meu cabelo impedindo que me afastasse, como se fosse querer isso.

Leah nunca havia me beijado daquela forma, tão louca, desejosa e territorialista, parecia que ela queria mostrar para todos que eu era dela e que ninguém iria nos separar, como se algum dia fosse deixa-la. Eu a amava demais para ficar longe.

Naquele simples beijo ela me fez esquecer meu nome, o lugar onde estava e até como deveria respirar, e quando minha cabeça já estava zonza demais pela falta do oxigênio, Leah parou de me beijar e se dedicou a beijar meu pescoço arrancando de mim gemidos incoerentes.

Eu sentia tudo e nada ao mesmo tempo, meu coração batia tão rápido enquanto seus lábios beijavam meu pescoço de forma lenta e torturante, meu corpo já não me obedecia mais, minhas pernas estavam bambas e só não cai porque Leah pressionava seu corpo de encontro amo meu, me impedindo de cair no asfalto. Mas antes que pudéssemos cometer um atentado ao pudor no estacionamento do hospital, uma zoada de algo caindo na floresta, que havia atrás do hospital, nos tirou do nosso momento, no despertando da bolha de desejo e luxuria que estávamos.

—Acho melhor irmos, você deve estar cansado. - ela sussurrou meio agitada sem desviar os olhos da floresta enquanto ainda tentava recuperar o folego e o controle sobre o meu corpo.

—Acho que preciso de um minuto para me recuperar. - disse ainda atordoado e respirei fundo enquanto passava a mão no meu cabelo que estava uma confusão.

—Me desculpe te atacar desse jeito, eu perdi o controle. - ela se desculpou envergonhada.

—Não quero que se desculpe. Isso foi muito bom. -admite sem folego ao lembrar da forma que ela me agarrava a minutos atrás. - Foi muito sexy, amor.

—Mais sexy é ver você todo atordoado e suspirante por causa dos meus beijos, acho que tenho que te buscar mais vezes no hospital. - ela sussurrou próxima a mim e quase gemi de satisfação ao pensar que ela me beijaria de novo.

—Eu aprovo essa ideia. - disse e ela sorriu suave antes de acariciar meu rosto de leve, como se eu fosse de cristal.

—Eu te amo meu bem, e não importa o que aconteça, vou proteger você. - Leah jurou enquanto olhava em meus olhos e a olhei confuso.

—Está acontecendo algo que eu deveria saber? - questionei percebendo algo em seu olhar que não soube identificar.

—Não está tudo bem, só estou meio carente hoje. - ela admitiu envergonhada e a puxei para os meus abraços.

 -Não precisa ficar carente amor, estou aqui com você e para você. - disse suave antes de beijar a sua testa com carinho. - Vamos para a minha casa, jantamos e depois tomamos um taça de vinho enquanto ficamos agarrados no sofá vendo um filme qualquer na netflix sem realmente ver, porque estaremos ocupados demais nos beijados.

E a minha proposta a fez sorrir o que me deixou feliz, pois odiava ver a mulher que amo triste. O sorriso de Leah era tão lindo, e ela sorria tão pouco.

—Isso é um sorriso? Então, você gostou da ideia.

—Eu gostei da ideia.

—Então vamos colocá-la em prática. - disse pegando a chave do meu carro do bolso do casaco e destravando o mesmo antes de pegar minha maleta e o jaleco que estavam no chão.

Assim que chegamos em casa, subi para tomar um banho e trocar de roupa, enquanto Leah ajudava Cece e minha filha a terminarem o jantar, quando desci elas já estavam me esperando para jantarmos.

—Você não sabe quem apareceu no meu escritório hoje Elli. - Cece disse enquanto me passava a salada.

Desde que sua mãe piorou, Cece decidiu voltar para a sua cidade natal e para isso teve que transferir o seu escritório de advocacia para Forks.

—Não tenho a menor ideia. - disse me servido da salada enquanto Leah servia a minha filha com um generoso pedaço de rosbife.

—O Sebastian. - ela disse e ficou decepcionada por eu não ter ficado surpreso.

—Eu sabia que ele estava em Forks, Sebastian me ligou para saber se você ainda estava aqui ou tinha voltado para Nova York. - disse e Cece me olhou chocada.

—E porque você não me contou que ele tinha te ligado?

—Porque ele me pediu para não comentar e além do mais foi você que terminou com o Sebastian. Depois dele, você só namorou idiotas. - disse e ela suspirou tendo que concordar.

—Quem é Sebastian? - Leah questionou confusa.

—Que Sebastian? Espera...Sebastian, meu padrinho? - Ária questionou confusa e confirmei com a cabeça.

—Sebastian foi o namorado que tive depois da faculdade, chegamos até a morar juntos, mas terminei com ele. E quando a Ária nasceu, Elliot o convidou para ser padrinho dela.

—Como é que não lembro disso? - Ária questionou confusa.

—Clara estava gravida quando sua madrinha terminou com seu padrinho por causa de uma mesa de mogno. Sebastian foi o único cara que realmente se preocupava com a Cece. - disse a repreendendo e ela revirou os olhos.

—E o único dos meus namorados do qual você virou amigo e ainda o convidou para ser padrinho da sua filha junto comigo. Depois que havia terminado com ele. Isso foi traição. - minha amiga me acusou e revirei os olhos.

O que podia fazer se realmente havia ficado amigo de Sebastian?

Ele era uma pessoa incrível, se preocupava com Cece como ninguém, e isso me fez gostar dele por se preocupar com a minha amiga e cuidar dela, em consequência acabamos nos tornando amigos inseparáveis, quando os dois terminaram fiquei muito triste, pois não podia escolher um lado para apoiar, eles eram meus únicos amigos e os amava.

Quando Ária estava com cinco anos, Sebastian recebeu uma proposta de emprego em Londres de um renomado laboratório para ser o seu advogado, apesar de não querer ir insisti que ele deveria, aquela era a sua chance de sucesso na carreira e ele deveria aceitar. Desde então, meu amigo mora em Londres, mas sempre volta nas férias para nos visitar.

—Certo, só não entendi porque você terminou com ele por causa de uma mesa de mogno, Cece? - Leah questionou confusa enquanto olhava para a minha amiga.

—Vamos lá Cecilia, diga a Leah o que me disse na época. - disse sorrindo antes de tomar um gole do meu vinho.

—Ele colocou um copo de suco extremamente molhando sem o descanso de copo em cima da mesa de centro de mogno que meu pai havia feito para a minha mãe, e ela havia me dado quando mudei. Até hoje essa mancha ainda está na mesa, e o Sebastian sabia o quanto ela era importante para mim ainda mais depois da morte do meu pai. - Cece disse revoltada pela atitude de Sebastian.

—Ele pediu desculpas Cece e você não quis ouvir, simplesmente terminou com ele. Quem é que termina com alguem por causa de uma mesa? Sabe o que acho, acho que você só usou a mesa do seu pai como desculpa para se livrar do Sebastian. Depois passou dias chorando porque estava sentindo a falta dele. Até hoje, todas as vezes que ele me liga pergunta de você.

— Não é uma simples mesa Elliot, ela é de mogno. E você é um traidor por falar com Sebastian e ainda tê-lo convidado para ser padrinho da Ária, ele estragou a minha mesa, Elliot. Podemos, por favor continuar o nosso jantar sem falar no Sebastian? - Cece pediu e concordamos.

Assim que terminamos de jantar me ofereci para lavar as louças, mas elas negaram dizendo que deveria estar cansado por causa do plantão e não pode negar.

—Ária? - chamei sentado no sofá da sala e minha filha parou de recolher as louças antes de vir até mim.

—Sim pai.

—Precisamos conversar amor. - disse e indiquei o espaço vago ao meu lado.

—Eu sei pai. Mas tem certeza que quer falar de relacionamentos comigo? - ela questionou me olhando nos olhos enquanto se sentava ao meu lado.

—Eu quero Carol. - disse e ela me olhou confusa, afinal nem eu estava acreditando que tive coragem de ter essa conversa com a minha filha. - Você cresceu e está quase com dezesseis anos, mas para mim ainda a vejo como a minha garotinha, e está sendo tão dificiel admitir que você cresceu. Sei que falar sobre garotos com seu pai deve ser constrangedor, acredite é para mim. Mas não quero que esconda isso de mim, quero que confie em mim como quando era pequena, somos uma família filha e não queria que me afastasse de nada da sua vida.

—Só se você prometer que vai parar de me tratar como uma criança pequena? Que vai tentar me ver como uma adulta em formação. Você não pode me proteger de tudo pai, eu preciso errar e acertar para me tornar uma pessoa melhor. E não quero deixar de tê-lo como meu amigo. - Ária pediu olhando em meus olhos e olhei para ela.

A minha garotinha parecia tão crescida agora, e percebi em seus olhos que todas as suas atitudes rebeldes eram apenas uma forma de me fazer ver que ela havia crescido e que eu deveria me permitir enxergá-la como uma adulta em formação. Mas isso era tão dificiel, meu instinto de pai se recusava a vê-la como uma adulta, para mim ela seria minha eterna garotinha, mas não poderia ser assim. Ária havia crescido e precisava soltá-la um pouco, para que pudesse viver, e se algo durante sua caminhada de descobertas a magoasse, estaria sempre pronto para lhe dar colo.

—Você tem razão. Prometo que vou tentar não trata-la como criança, só não sei se vou conseguir.

—Só de tentar já é o bastante pai. - ela disse agradecida e me abraçou com carinho.

—Agora, sobre aquele seu encontro que acabou na cadeia. - comecei a dizer incentivando-a a me contar sobre essa noite.

Ária me contou tudo sobre como Gabe a convidou para sair e de como ela se sentia atraída por ele. Ela fugiu de casa para encontra-lo, mas no final ele acabou se mostrando um idiota e tudo que minha filha queria era ir para casa, mas antes que pudesse ir embora alguem arrumou uma confusão na festa e a polícia acabou aparecendo e levando todos para a delegacia.

—Você não devia ter saído escondida Carol, e se algo pior que ser presa tivesse acontecido? Você pensou em como eu ficaria se algo tivesse lhe acontecida? - a repreendi suave e ela abaixou a cabeça envergonhada.

—Me desculpe, não pensei direito. E não passa um dia em que não me arrependa desse encontro, foi horrível para o meu primeiro encontro. - ela disse envergonhada por ter mentindo e suspirei antes de abraça-la com carinho.

—Está tudo bem meu amor, eu te perdoo. Mas você precisa saber que se relacionar com outra pessoa requer responsabilidade e compromisso Ária. Não se pode fazer isso de forma leviana ou os dois saíram machucados. - disse e ela se separou de mim para olhar em meus olhos.

—Você tem razão papai.

—Não estou brigado com você, filha, estou apenas conversando. Não vou te proibir de sair com ninguém, mas quero que confie em mim para contar. Pode fazer isso?

—Eu posso. - ela disse suave e sorri concordando antes de respirar fundo e assumir minha postura de médico, afinal iria precisar dela para o próximo tópico da nossa conversa.

—Sei que Cece conversou com você sobre sexo, e vou ser eternamente grato a ela por isso. - confessei e minha filha sorriu. - Mas se tiver alguma dúvida, sou todo ouvidos.

—Tem certeza que quer falar sobre isso pai? - ela questionei meio desconfiada.

—Claro que quero, pode perguntar. - disse e Ária concordou antes de começar a fazer suas perguntas e tentei respondê-las da maneira mais honesta possível.


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