Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 21
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar e se preparem porque teremos fortes emoções daqui para frente.
beijos e boa leitura.



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Ver Leah me esperando no aeroporto foi a melhor surpresa que poderia ter tido, não esperava por isso. Quando ela correu em minha direção e me abraçou com tanta saudade e carinho, foi impossivel não abraça-la de volta.

E ali, sendo abraçando por Leah no meio do desembargue, percebi que havia encontrado meu lugar... Meu lar, e isso me fez sorrir enquanto a abraçava um pouco mais forte sentindo seu cheiro de violetas com uma leve pitada de orvalho.

Eu amava aquela mulher.

Amava o seu sorriso e os seus olhos castanhos sempre sinceros, e até o seu temperamento forte, quando brigamos na cozinha da cafeteria, e percebi o quanto fui idiota em não admitir que me apaixonei por Leah desde a primeira vez que nos vimos, quando Cece nos apresentou no velório da sua mãe.  Perdi tanto tempo e força lutando contra o que sentia, que já podíamos estar juntos a muito tempo, mas madre Angélica sempre dizia que tudo na vida tinha o seu momento de acontecer e acreditava nisso. Precisava vencer meus medos e inseguranças antes de me envolver com ela, pois Leah não merecia ser amada pela metade.

Ela merecia um homem que a amasse mais do que qualquer coisa no mundo, que fosse capaz de matar e morrer por ela. Leah merecia um amor profundo e verdadeiro, merecia sentir que era o mundo de alguem, e naquele momento tendo-a em meus braços, sabia que poderia oferecer tudo isso a ela.

Dormir sentindo seu cheiro e envolvido em seu calor, se revelou para mim como meu mais novo vicio, do qual não queria ser curado nunca. Era como um merecido descanso para um marinho errante, que passou anos viajando pelos mares em buscar do seu lar, mas quando ela me despertou avisando que havia chegado na casa da minha amiga não pude disfarça a frustação, afinal estava muito bem dormindo em seu peito. E apesar de estar desesperado em fazê-la ficar ao meu lado, tive que deixa-la partir, com a promessa de que teríamos a nossa tão sonhada conversa. A qual ensaiei e até sonhei as palavras que diria a ela, sei que poderia ter dito tudo no aeroporto ou no taxi, mas algo me impediu de fazê-lo, como se não fosse o momento certo.

—Pai? -Ária questionou confusa assim que me viu entrar enquanto ela segurava uma xicara.

—Sou eu. E o meu abraço? - questionei deixando a mala de lado e ela sorriu antes de vir me abraçar.

—Porque não avisou que vinha hoje? Podíamos ter lhe buscado no aeroporto. -ela questionou confusa e sorri antes de abraça-la mais um pouco.

—Não quis incomodar meu amor, embarquei de madrugada e cheguei muito cedo.- disse enquanto ela me levava em direção a cozinha.

—Você jamais incomoda pai. Quer café? Acabei de fazer.- ela ofereceu e concordei enquanto tirava meu casaco e percebi que o perfume de Leah havia ficado nele.

—Tá tudo bem pai?- Ária questionou confusa assim que me surpreendeu cheirando o meu casaco e relembrando tudo o que aconteceu hoje cedo.

—Estou, é só cansaço. - disse sem graça por ter sido surpreendido por minha filha e aceitei a xicara de café que ela me ofereceu.

—E Cece? - questionei tentando desviar a minha filha da sua análise.

—Está dormindo. - ela explicou me estudando com os olhos castanhos que havia herdado de mim.

—E o que você faz acordada tão cedo?- questionei depois que vi as horas no meu relógio de pulso.

—Vou ajudar na arrumação para o jantar de caridade, a essa hora a Leah já deve estar me esperando no café para terminamos de fazer os doces.- ela disse o nome da minha futura namorada enquanto me estudava com o olhar.

—Você vai ver a Leah? Eu posso te levar. - disse ansioso para vê-la novamente e Ária sorriu como se tivesse descoberto uma mina de diamantes.

—Meu Deus pai, você está loucamente apaixonado pela Leah.- Ária disse de súbito e corei sem graça, o que a fez rir ainda mais.

—Como é que você...- sussurrei assim sem jeito e ela sorriu.

—Você chegou todo aéreo e suspirante pelos cantos. Não está mais usando a sua aliança e a da mamãe, e ainda ficou cheirando o seu casaco. Aposto que a sua paixão arrebatadora, vulgo Leah Clearwater, foi te buscar no aeroporto, por isso não disse para mim e nem para a dinda que estava chegando. Por acaso estou errada? - ela questionou cheia de certeza e concordei o que a fez rir e se sentar ao meu lado na bancada da cozinha.

—É tão perceptível assim que estou apaixonado por ela?

—Pai, você é transparente como cristal. Já disse que a ama? - ela questionou animada pela informação.

—Não.

—Pai qual é? Você acha que uma mulher como Leah vai ficar sozinha por muito tempo?

—Eu sou um idiota. -gemi derrotado, afinal minha filha tinha razão.

—Não, você só é tímido demais. Por favor, não passe dessa noite para dizer que a ama. Me promete?

—Prometo. Filha, você se sentiria confortável em me ver com outra pessoa? - questionei sério enquanto olhava nos olhos de Ária.

Se minha filha dissesse que não, doeria em mim, mas teria que me afastar de Leah, porque jamais faria algo que Ária não aprovasse.

—Claro que sim pai. Passei tanto tempo vendo-o triste que tudo o que mais quero é vê-lo feliz, e mesmo que você e a mamãe tentassem esconder de mim, sabia que vocês não estavam bem. As vezes podia ouvi-los discutindo, e no outro dia você estava sempre triste. E não quero vê-lo mais triste, você mais do que ninguém merece ser feliz. - ela disse e sorri orgulhoso para a minha filha. - E além do mais, eu gosto da Leah é ela uma mulher incrível. Tenho certeza que ela irá fazê-lo muito feliz.

—Eu te amo filha. E se quiser, posso te levar. - ofereci e ela revirou os olhos.

—Eu também te amo pai. Agora, acho melhor você subir e descansar um pouco. Afinal, você tem uma garota para pegar a noite. - Ária disse se levantando do banco e corei sem graça pelo comentário da minha filha.

—Ária Carolina. - disse sem graça e ela revirou os olhos antes de sair de casa.

Respirei fundo e subi as escadas em direção ao meu quarto, pois precisava descansar.

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—Posso entrar? - ouvi Ária questionar assim que entreabriu a porta do meu quarto.

—Claro filha. - disse em frente ao espelho fazendo o nó da minha gravata.

—Olha só, quem diria que viveria para ver meu pai parecendo um príncipe. - Ária disse e sorri enquanto terminava de fazer o nó da minha gravata e virava para ver minha filha que usava um lindo vestido lavanda.

—E quem diria que eu viveria para ver a minha garotinha tão linda. - disse emocionado assim percebi o quanto minha menininha estava tão adulta. -Ás vezes me pergunto como fui capaz de fazer uma menina tão linda quanto você.

—Você teve sorte doutor Marshall. - Ária brincou e sorrimos antes de lhe abraçar com cuidado, com medo de amassar seu vestido.

—Eu te amo tanto querida. Você é a melhor coisa que fiz na vida, a melhor parte de mim. - disse abraçado a minha filha que retribuiu o meu abraço.

—Pai, você não se arrependi de ter sido pai tão cedo? Afinal, você e a mamãe só tinham 22 anos quando nasci. - Ária questionou assim que afastou seu rosto do meu peito para me olhar nos olhos.

—Nem por um segundo. - disse convicto enquanto olhava em seus olhos. -Ária, você foi e continua sendo a maior alegria da minha vida. Você me ensinou a ser uma pessoa melhor e a ser pai, meu bem. Sempre achei que não conseguiria ser pai, porque nunca tive um modelo na minha vida, mas ai você me mostrou o contrário. Só espero que esteja sendo um bom pai para você, como acho que estou.

—Você está pai. É o melhor pai do mundo. - ela segredou e sorrimos antes de beijar os seus cabelos.

—Quero lhe dar uma coisa. - disse e ela concordou, assim que me separei da minha filha fui até o criado mudo ao lado da minha cama e peguei uma caixa de joias que estava dentro da gaveta.

— Sua mãe e eu usamos essas alianças por muito tempo, e elas representaram o compromisso que fizemos diante de Deus e dos homens. Sei que está muito cedo para isso, e espero que demore bastante antes de usá-las. -comentei e Ária sorriu por meu leve ataque de pai ciumento. - Quero que fique com elas, e quando encontrar a pessoa certo, iria ficar muito feliz em vê-los usando essas alianças.

—Obrigada pai. - ela sussurrou emocionada antes de me abraçar apertado e beijei seus cabelos.

—De nada amor. Agora nada de choro, ou vai acabar com a sua maquiagem. - disse me separando dela e enxugando suas lágrimas.

—Eu te amo pai, e nem sei o que seria da minha vida sem você.

—Eu também te amo filha.- disse amoroso e Ária sorriu carinhosa antes de me dar um beijo na bochecha.

—Ai estão vocês. - Cece disse entrando no quarto usando um lindo vestido preto. -Vamos, ou chegaremos atrasados, e Elli ainda tem que revolver um assunto pendente.

—Olha só, então você resolveu ir.- disse feliz por minha amiga tentar se divertir.

—Sim, se ficasse em casa chorando tenho certeza que minha mãe ficaria triste, ela sempre amou o jantar de caridade e vou para honrar a sua memória.

—Tem razão Cece. Mas se sentir que o jantar é demais para você, nós voltamos para casa.- prometi e ela revirou os olhos.

—Tudo bem, mas eu volto para casa e você fica. Quando foi a última vez que se divertiu sem a sua filha?

—Nunca.- Ária segredou e olhei feio para ela.

—Eu me divirto sem a Ária.- disse tentando me defender e as duas riram.

—Conversar sobre a nova manobra de recussitação com seus colegas médicos, não é diversão pai.- Ária explicou e olhei feio para ela enquanto Cece concordava.

—Quer saber? Acho melhor irmos antes de chegarmos no final do jantar.- disse tentando me livrar do julgamento das duas.

—O papai tem razão. Vou só no meu quarto guardar a caixa de joias, podem ir descendo. - Ária disse antes de sair do meu quarto e concordamos.

—E então, está pronto para dizer a Leah que você a ama? - Cece questionou enquanto saímos do meu quarto e suspirei apreensivo.

—E se ela não sentir o mesmo Cece? - questionei com medo e ela sorriu suave.

—É um pouco dificiel Elliot. Qualquer um pode ver o quanto a Leah te ama.

—Então, porque ela nunca demonstrou nada? - questionei inseguro e minha amiga suspirou.

—Porque ela estava respeitando o seu espaço Elli. Quando vocês se conheceram, você era um homem enlutado por oito anos e que estava fechado para qualquer tipo de relacionamento. Mas agora, quando olho para você, percebo que tudo aquilo passou, e que estou diante de um novo homem. E fico tão feliz por presenciar seu momento de recomeçar, meu amigo.

—Há Cece.- disse antes de abraçar a minha amiga de uma vida inteira.- Obrigado por estar ao meu lado sempre. Por nunca desistir da nossa amizade.

—Jamais, você é como um irmão para mim. - ela disse e sorri, pois sua mãe, Elba, sempre dizia que eu era seu filho.

—Você também é como uma irmão para mim.

—Agora, vamos deixar de choro. Afinal, temos uma festa para ir.- Cece disse assim que nos separamos e sorri enquanto enxugávamos as nossas lágrimas.

—Vocês estão bem?- minha filha questionou confusa assim que saiu do seu quarto e nos flagrou chorando.

—Estamos, só ficamos emotivos. Afinal, são anos de amizade.- Cece disse e sorri da sua tentativa de fingir que não chorou.

—Na realidade são vinte anos de amizade.- disse e Cece me olhou feio.

—Não entrega nossa idade Elli.- ela me repreendeu e rimos antes de sairmos de casa.

Assim que chegamos a prefeitura e estacionei o carro de Cece, meu coração começou a bater acelerado, como se pressentisse o meu encontro com Leah e tudo o que havia ensaio para lhe contar.

—Vai dar tudo certo. - Cece sussurrou tentando me passar calma e sorri agradecido para ela antes de sairmos do carro.

—É parece que o papai não é o único que está interessado na Leah.- Ária disse olhando para um ponto fixo no salão assim que entramos. Confuso virei para a direção em que minha filha olhava e senti a raiva e o ciúme me dominar, ao ver a mulher que eu amava dançando com outro.


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