Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 20
Leah


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a um capitulo surpresa de Recomeçar gente.
Como hoje é o meu aniversário resolvi antecipar o capitulo de amanhã, como uma presente para meus leitores amados .
Espero que gostem da surpresa.
Beijos, boa leitura e feliz páscoa.



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—Então quer dizer que tem outro lobo em Forks. - Jacob disse preocupado assim que terminei de contar aos meus irmãos de bando sobre o meu inesperado encontro com outro lobo.

Assim que o lobo misterioso me deixou no bar tentei segui-lo, mas parecia que ele havia sumido no mapa, pois não conseguia mais rastear o seu cheiro, então liguei para Jacob que convocou todos para uma reunião na clareira. Depois que todos estavam presentes nos transformamos e compartilhei com eles as memórias do meu encontro com o lobo misterioso.

—Pois é, e pelo que vi ele ficou bem interessado na Leah, até mais que o imprinting dela.- Paul disse sarcástico e avancei para cima dele.

—Não deixa ele te afetar Leah. - Sam disse me segurando pela cintura, me impedindo de matar Paul.

—Vamos voltar a conversa inicial, e esquecer o imprinting da Leah? Acho que ela está sofrendo demais para ficarmos cutucando sua ferida. Por acaso não se lembra, Paul? - Embry questionou sério e pude ver Paul se encolher de dor ao lembrar do dia em que lamentei na floresta a indiferença do meu imprinting, algo que quase me matou.

— Você só tem memórias Paul. As minhas memórias, e isso passa. Mas sou eu que sinto a dor todo santo dia de estar longe dele, enquanto você tem a Rachel ao seu lado. Ninguém aqui sabe quanta dor tenho que suportar, e estou cansada de você ficar me incomodando. - disse com raiva antes de sair mata a dentro pois não iria chorar na frente deles.

Queria ficar sozinha com meus pensamentos e com a minha dor, que a cada dia me impedia mais de respirar. Me sentei em um tronco velho de árvore antes de me entregar a dor, mas o toque do meu celular me impediu. No momento em que olhei o nome de Elliot na tela meu coração se aqueceu de uma forma que jamais pensei ser possível, eu precisava tanto ouvir a sua voz. Precisava me sentir querida por ele.

—Desculpe te ligar tão tarde. Fui visitar o orfanato em que cresci e acabei perdendo a noção do tempo. - ele se desculpou sem graça e sorri suave antes de enxugar as minhas lágrimas. -Eu te acordei?

—Não, eu sai com as minhas primas e acabei de chegar. - disse tentando disfarçar que não havia chorado. - E como estão todos no orfanato?

— Estão bem, foi dificiel convencer as irmãs de que tinha que ir embora. Mas então, você teve uma noitada com as garotas. - ele disse e fiquei pensativa, pelo seu tom de voz parecia que Elliot estava com ciúmes. -Você se divertiu?

—Nem um pouco, só tive dor de cabeça. - disse pensando no lobo misterioso e no idiota do Paul, e Elliot sorriu do outro lado da linha.

— Eu sinto muito. - Elliot disse sorrindo, mas pelo seu tom de voz ele não sentia nem um pouco.

—Você não parece nem um pouco triste pela minha noite ter sido ruim. - apontei curiosa para saber o que ele iria responder e Elliot sorriu.

—Eu nunca consigo esconder nada de você não é?

—Você é transparente como cristal Elliot.

—Minha filha vive dizendo isso. - ele disse pensativo e ficou em silêncio por um momento antes de voltar a falar. - Pode ser egoísmo da minha parte, mais queria que você se divertisse comigo.

—Mas eu me divirto Elliot. Você é a única pessoa que consegue me fazer rir.

—E isso é bom?

—É quase um milagre. - segredei e sorrimos.

Ouvir a risada de Elliot me deixava extremamente feliz, porque ele sempre estava tão sério o tempo todo, e gostava de saber que o fazia rir.

—Leah? - Elliot questionou de repente me despertando das sensações que sua risada produzia em mim.

—Sim.

—Você quer sair comigo? Prometo que irá se divertir. - Elliot prometeu e fiquei sem reação.

Espera, Elliot estava me convidando para sair? Ele queria ter um encontro comigo?

—Leah, você ainda está ai? - ele questionou preocupado do outro lado da linha.

—Estou e que fiquei meio confusa. - disse tentando processar o que ele havia perguntado.

—Se ficou em dúvida sobre estar convidando-a para sair, não fique. - ele disse e meu coração se acelerou como se quisesse sair do peito. - Gostaria muito de levá-la para jantar assim que chegar em Forks. Queria muito conhecê-la melhor, se me permitir, é claro.

—Você quer ter um encontro comigo? -questionei sentindo as lágrimas molharem a minha face.

—É o que mais desejo Leah. - ele admitiu sincero e tive que me segurar para não cair no choro, mas foi inevitável.

Simplesmente não podia acreditar, que o homem que eu amava estava finalmente começando a querer corresponder aos meus sentimentos.

—Leah, você está chorando? Querida, por favor, não chore. Não suporto ouvi-la chorar, ainda mais quando não estou ao seu lado. - ele sussurrou triste por estar longe de mim. - Não quero que fique triste.

—Eu não estou triste, só que não esperava por isso. Nunca esperei que você sentisse algo por mim, além de amizade.

— Acho que na verdade nunca vi você como minha amiga, só não admite antes porque estava com medo.

—Com medo de que Elliot?

—Do desconhecido... De ser magoado. Não queria me aventurar em algo novo, mas você me mostrou o contrário.

—E isso é ruim? - questionei apreensiva e ele sorriu carinhoso.

—Não, por mais estranho que possa parecer, gostei de ter meu mundo sacudido. Gostei de ter saído da minha comodidade. Mas você não respondeu se quer sair comigo?

—Eu quero, quero muito. Quando você volta? - questionei ansiosa e Elliot sorriu ao perceber minha urgência em vê-lo.

—Por volta das seis da manhã, estou no aeroporto agora esperando a chamada do embarque. - ele disse e pude ouvir a voz de alguém no fundo, só podia ser o anuncio do embarque. - Preciso desligar, meu embarque começou.

—Tudo bem. Vou estar contando os minutos para te ver. Faça um boa viagem. - desejei e ele sorriu carinhoso.

— Obrigado, e eu também vou contar os minutos para te ver. Até daqui a pouco.

—Até. -sussurrei com as pernas tremulas e com o coração descompassado.

Naquele momento percebi que Elliot havia parado de lutar contra o que sentia por mim, finalmente havia conseguido um lugar em seu coração.

Depois do telefonema de Elliot não consegui ficar calma, fui para casa e depois que tomei banho pesquisei na internet todos os horários dos voos que saiam de Nova York e tinham destino ao aeroporto de Seattle, como ainda tinha algum tempo até a sua possível chegada coloquei o celular para despertar e fui dormir um pouco. Assim que o telefone despertou, tomei um bom banho, troquei de roupa e chamei um taxi para me levar até o aeroporto, pois não queria incomodar a minha prima que iria trabalhar mais tarde.

Durante o meu caminho até o aeroporto, comecei a pensar qual seria a reação de Elliot ao me ver ali esperando por ele. Será que ele iria gostar ou ficar com raiva? E esse pensamento me deixou apreensiva, afinal não havia pensado em nada disso, só segui meu desejo insano de vê-lo o qual não aguentaria espera-lo pacientemente na casa de Cece.

—Seja corajosa Leah. - sussurrei para mim mesma e respirei fundo antes de ir para a área do desembarque.

Acompanhei com os olhos o momento em que Elliot desceu as escadas e foi buscar a sua mala na esteira rolante, segurei a respiração quando ele veio caminhando para a área do desembarque. Quando me viu ali esperando por ele, Elliot não conteve a surpresa misturada com a saudade em seu olhar, depois disso não pensei em mais nada e corri em sua direção, sendo recebida com um abraço apertado e caloroso.

Tão cheio de carinho, saudade e amor.

—Como senti a sua falta. -Elliot sussurrou em meu cabelo enquanto me abraçava apertado sentindo o cheiro dos meus cabelos.

—Eu também senti a sua. - disse sentindo seu cheiro característico de madeira, homem e mel.

—Se toda vez que viajar, for recebido dessa forma. Vou ter que viajar mais vezes. - Elliot sussurrou no meu ouvido com carinho e meu corpo se arrepiou por inteiro, por muito pouco não desmaiei em seu braços.

—Você não ousaria. -sussurrei em seu pescoço me perdendo em seu cheiro delicioso enquanto Elliot acariciava meu cabelo de leve.

—Não mesmo. Esses três dias longe de você foi um verdadeiro tormento. - ele sussurrou suave me apertando ainda mais contra seu peito.

Ficamos ali abraçados, envolvidos um no cheiro do outro, até que as pessoas ao redor ficaram incomodadas e começaram a nos recriminar com o olhar. Contra a minha vontade e também contra a sua, Elliot me soltou e pegou a sua mala que estava no chão, mas quando achei que ele iria se afastar, fui surpreendida por sua mão quente e aveludada segurando a minha enquanto saímos do local do desembarque.

—Que foi Leah? - ele perguntou sorrindo assim que virou para me ver e deve ter percebido minha cara em choque por suas atitudes estranhas.

—Nada. - disse ainda tentando entender o que Nova York havia feito a ele durante esses três dias.

— Preciso pegar meu carro que deixei no estacionamento daqui quando fui para Nova York. - Elliot disse cansado e parei de caminhar fazendo com que ele parasse também.

—Elliot, você pode vir busca-lo depois, é perigoso dirigir cansado, parece que você não anda dormindo muito bem. - disse e acariciei seu rosto de leve percebendo o quanto ele estava cansado. - Você está bem?

E para minha surpresa Elliot segurou a mão que acariciava seu rosto e beijou a minha palma, me fazendo sentir um arrepio dos pés à cabeça.

—Você tem razão, e não precisa se preocupar eu estou bem. Só estava passando por um dilema que me deixou sem sono.

—E você resolveu seu dilema? - questionei preocupada, afinal não queria vê-lo doente.

—Resolvi, e tenho certeza que você ficará muito feliz com a minha decisão.

—Se isso não te perturba mais, já estou feliz. - assegurei a ele que sorriu doce para mim antes de voltarmos a caminhar em direção aos táxi.

—Posso ir atrás com você? - Elliot pediu cansado e concordei antes de entramos no taxi.

Assim que o carro começou a se movimentar percebi que Elliot relaxou de imediato no banco pegando no sono, mas a cada curva que o motorista fazia ele acabava se espantando com a manobra.

—Se você quiser, pode apoiar a cabeça no meu ombro. Vai ser mais confortável para dormir. - ofereci e ele me olhou surpreso e emocionado.

—Tem certeza?

—Eu tenho Elliot. - disse e rapidamente ele se aconchegou a mim e gemeu satisfeito o que me fez sorri.

—Você é tão quentinha e cheirosa. - ele sussurrou sonolento no meu pescoço e meu coração se acelerou diante do seu comentário.

—E isso te agrada? - sussurrei sem saber de onde havia saído a minha coragem para fazer uma pergunta daquelas.

—Demais amor. -Elliot sussurrou sonolento e fiquei sem reação enquanto ele dormia profundamente agarrado a mim de uma forma possessiva, como se tivesse medo de alguém nos separar.

E aquela simples frase sussurrada por ele, me deu a certeza no fundo do meu coração que Elliot me amava. Tão profundamente e verdadeiramente, que mesmo longe de mim ele sempre tentava demonstra seu amor por mim em seus telefonemas, mas estava tão imersa as minhas incertezas que não dei ouvidos ao meu instinto, que mudou meus sentimentos quando meu imprinting percebeu que me amava.

Sem perceber minha mão acabou em seus cabelos fazendo carinho neles, e isso pareceu agradá-lo, já que Elliot suspirou satisfeito de maneira inconsciente enquanto me apertava ainda mais a ele.

—Seu marido estava mesmo com saudades da senhora, está dormindo como um anjo. - o motorista disse depois de um tempo assim que olhou para trás e pisquei confusa, pois havia me esquecido onde estava, só conseguia prestar atenção em Elliot.

—Sim, estávamos morrendo de saudade um do outro. -sussurrei sem desviar os olhos do homem que eu amava e que dormia confortavelmente em meu peito.

Sim, eu amava Elliot.

Amava cada pedaço dele, o cabelo preto e liso, o nariz reto e levemente arrebitado na ponta e a barba por fazer, que sempre me fazia pensar em como seria a sensação de senti-la contra a minha pele. E não poderia jamais me esquecer do corpo, só de lembrar da noite em que o vi sem camisa senti como se estivesse em uma sauna, apesar de toda a beleza física, Elliot era lindo por dentro.

Ele era um amigo incrível, capaz de tudo para ver seu amigo feliz. Um pai maravilhoso, que se transformava em um leão para defender a cria, e um médico incrível, sensível e humano, preocupado com seus pacientes. Me lembrar de tudo isso fez com que me apaixonasse ainda mais por ele, algo que juguei ser impossivel.

—Chegamos senhora. - o motorista disse e pisquei confusa.

Olhei para a rua e percebi que estávamos parado na porta da casa de Cece, o que me deixou triste, porque queria ficar mais tempo aconchegada a Elliot.

—O senhor pode ir tirando a mala, enquanto o acordo. - pedi e ele concordou antes de sair do carro. Olhei para Elliot adormecido uma última vez, registrando na memória o seu cheiro misturado com o meu, a forma como seu corpo se moldou ao meu e como ele parecia tão à vontade com nossa proximidade.

—Hora de acordar querido. - disse acariciando seu rosto de leve e ele gemeu a contra gosto antes de se agarrar a mim com mais força o que me fez sorrir.

Foi uma verdadeira batalha acordá-lo, quando Elliot estava desperto e percebeu que havia chegado a casa da amiga foi nítida a sua frustação o que me fez sorri.

—Você não vem? - ele questionou confuso assim que percebeu que eu não tinha a intenção de acompanha-lo.

—Acho melhor não. A Cece e a Ária devem estar com saudades de você também.

—Mas nós precisamos conversar. - ele implorou desesperado e segurei seu rosto em minhas mãos.

—E vamos conversar. Mas primeiro, você precisa descansar. Podemos conversar no jantar de caridade, hoje à noite. Se estiver tudo bem para você.

—Só se eu tiver direito a primeira dança. - ele disse e sorri concordando.

—Você pode ter quantas danças quiser, agora por favor, tome um bom banho, coma alguma coisa e vá para cama. -recomendei e ele sorriu antes de tirar minhas mãos do seu rosto e beijar a palma das duas.

—Não se preocupe, vou fazer tudo o que me pediu. Quero estar descansado para hoje à noite. Até a noite. - Elliot sussurrou antes de beijar as minhas mãos e depois se inclinar para beijar a minha bochecha, se demorando em seu ato.

—Até Elliot. - sussurrei assim que nos separamos e ele saiu do taxi, e pela primeira vez desde que virei loba senti frio, mas não tinha nada a ver com o clima


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