Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 18
Leah


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindo a mais um capitulo de Recomeçar.
Galera quero pedir desculpar por não ter postado Sexta, mas houve um problema com a minha internet, que já foi resolvido.
Boa leitura,
Beijos e até quarta.



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Perder o controle perto de Elliot me deixou infeliz, não queria machuca-lo porque isso iria acabar comigo. Eu precisava aclamar os meus instintos, precisava aprender a me controlar perto dele antes que o pior acontecesse, tal pensamento me fez uivar de dor e agonia enquanto corria pela floresta em forma de loba.

Estava com raiva por inúmeros motivos, por não ficar ao seu lado da forma que queria, por sua falecida esposa ainda dominar todos os seus pensamentos e o seu coração, impedindo que ele pudesse sentir algo por mim, e toda essa raiva acumulada me deixava perigosa, tenho certeza que se visse qualquer vampiro por ali seria capaz de esquarteja-lo sem pensar direito. Para aplacar a minha raiva, comecei a arranhar um troco de uma árvore qualquer com as minhas garras.

“Porque ele não pode ser meu?” Minha mente inquieta se questionava enquanto arranhava o troco com mais força e determinação.

 Por causa do imprinting, todos sabiam que Elliot era meu, mas na realidade ele não era. Jamais iria ocupar um lugar no seu coração, porque eu não era ela. Não era a sua idolatrada e amada Clara, e sua rejeição me deixava ainda mais furiosa e revoltada. Afinal, ele era meu.

Meu Macho.

Meu imprinting.

Elliot havia sido destinado a ser meu macho, por causa do imprinting, meu companheiro de uma vida inteira e devia tomar o que era meu, sem me importar com o que ele sentisse, só assim essa raiva e frustação passaria. Ele não poderia se negar a mim. Elliot seria meu por bem ou por mal. Assim que esse pensamento tomou força em minha mente, parei de arranhar a árvore e me sentei assustada com o rumo que minha mente tomava. Não poderia e nem seria certo força-lo a ficar comigo, por mais enlouquecida de amor e desejo que estivesse, se fizesse isso tinha certeza que Elliot iria me odiar pelo resto da vida e isso eu não iria aguentar. Foi inevitável não chorar e uivar de dor, implorando para ser amada por ele.

E foi naquele momento que percebi que meus sentimentos em relação a Elliot haviam mudado drasticamente, não existia apenas só atração como antes, agora havia algo mais forte e profundo do que isso. Algo que esmagava meu coração ao lembrar que o dono dele estava a quilômetros de distância.

Eu havia me apaixonado por Elliot.

O amava com toda a força do meu coração, seria capaz de dar a minha vida para protegê-lo de qualquer perigo, mas apesar de todo amor que sentia e que estava pronto para ser entregue a ele, sabia que Elliot não sentia o mesmo e sua rejeição feria minha alma.

 “Elliot...” Solucei em pensamento enquanto deitava na floresta em meio a minha dor.

Todo esse amor que descobri sentir por Elliot, estava me sufocando. Era como se esse sentimento precisasse ser acolhido e retribuído por seu dono, e a falta disso estava me matando, como se toda a minha força vital estivesse se esvaindo.

Eu estava morrendo sem ter a chance de dizer a Elliot que o amava.

“Leah.” Ouvi Seth pensar enquanto se aproximava de mim e não tive forças para levantar minha cabeça, mas vi assim que o lobo de pêlo claro se aproximou de mim com as orelhas baixas.

Sabia que estava fazendo todos os meus irmãos de bando sofrerem por causa do meu imprinting, e me sentia horrível por isso, mas não conseguia evitar, tentei reprimir essa raiva pela rejeição por muito tempo e agora não tinha mais forças para reprimi-la.

“Eu quero o meu Elliot, Seth.” Choraminguei em pensamento e meu irmão esfregou seu focinho no meu tentando me reconfortar de algum jeito.

“Eu sei Lele, eu sei. Sua dor é a minha dor também, não apenas por sermos irmãos de bando, mas por sermos irmãos. Se pudesse, evitaria todo esse sofrimento.” Meu irmão soluçou em pensamento enquanto esfregava seu focinho no meu antes de uivar, expressando a tristeza que estava dentro de mim e era compartilhada por todos do meu bando.

Todas as vezes que uivava de dor por causa de Elliot, eles imitavam meu gesto.

E naquele momento percebi que éramos verdadeiramente irmãos de bando, apesar de sermos dois bandos distintos, cheios de diferenças, eles estavam ao meu lado sofrendo junto comigo por meu imprinting.

Não demorou muito até a minha respiração começar a ficar irregular, estava muito dificiel conduzir o oxigênio para os meus pulmões, e sem comandar voltei a ser humana o que deixou meu irmão preocupado.

—Seth, vá atrás do Carlisle agora. - Jacob disse aparecendo na clareira em que eu me encontrava deitada e meu irmão relutou em me deixar. - Eu estou mandando Seth.

Sem poder contestar a ordem do nosso alfa, meu irmão me olhou uma última vez antes de correr floresta adentro. Com cuidado, Jacob tirou a camisa que estava usando e me vestiu com ela.

—Você não pode desistir agora Leah, não agora que encontrou seu imprinting. Não ouse fazer isso. - Jacob disse se sentando ao meu lado e me puxando para o seu colo enquanto minha respiração saia aos arquejos e meu coração batia descompassado. -Não me obrigue a dizer ao Elliot que você se foi. Não o impeça de conhecer a mulher incrivelmente forte e corajosa que você é.

Eu estava morrendo por causa da rejeição de Elliot, o fato dele não retribuir meus sentimentos estava me levando a morte. Os antigos sempre diziam que se um imprinting não fosse correspondido o lobo acabava morrendo de “coração partindo”, e era assim que estava me sentindo agora.

—Como ela está? - Sam questionou preocupado assim que se aproximou.

—Ela está morrendo Sam.- Jacob disse com pesar enquanto toda a vida que existia em mim era sugada lentamente.

—Não. Leah não merece isso. Ela não merecia estar ligada a alguem que vai causar a sua morte. - Sam disse com raiva e fechei meus olhos.

Se eu iria morrer, meus pensamentos seriam direcionados ao homem que eu amava.

“Seja feliz Elliot, e por favor, não me esqueça.”, pensei entre lágrimas e senti alguem me levantando do chão.

—Ligue para a Sue, Sam. Ela precisa saber que a filha dela está partindo. - Jacob disse enquanto começava a andar comigo no colo.

—E o Elliot? - Sam questionou sério enquanto seguia Jacob.

—Não podemos fazer nada, Sam. Elliot não corresponde os sentimentos da Leah, se ele sentisse algo ela não estaria morrendo. - meu alfa disse e tive que concordar.

No meio do caminho até a minha casa, devo ter perdido os sentidos pois não me lembrava de como havia parado no meu quarto e nem quando mamãe havia chegado.

—Graças a Deus, você acordou minha garotinha. - mamãe disse entre lágrimas enquanto segurava a minha mão. -Você precisa lutar filha, não pode desistir.

—Eu não tenho mais forças mãe. - sussurrei exausta, como se estivesse carregando o peso do mundo nas costas. -Me desculpe por não ter sido a filha que desejou. Eu te amo mãe.

—Não ouse se despedir de mim Leah Clearwater. - mamãe disse entre lágrimas antes de olhar para Carlisle. - Por favor, salve a minha filha doutor Cullen.

—Já fiz tudo que estava ao meu alcance Sue, agora só depende da Leah, ou do Elliot. - Carlisle disse e mamãe soluçou com dor enquanto minha respiração ficava ainda mais complicada e meu coração batia sem ritmo.

—Elliot não se importa com a minha filha, ele vai deixa-la morrer Carlisle.

—Tenha fé Sue. Porque eu tenho fé no Elliot. -Carlisle disse e como num passe de magica minha respiração começou a se normalizar assim como meus batimentos, era como se a vida estivesse voltando ao meu corpo.

—Mãe. - disse me sentando na cama e ela sorriu emocionada antes de me abraçar.

—Não acredito que você está bem, pensei que fosse te perder meu amor. - ela soluçou enquanto me abraçava com força.

—Eu não sei o que houve mãe, porque tenho certeza que estava morrendo. - disse ainda abraçada a ela e logo o meu celular começou a tocar.

—Acho que seu objeto de imprinting salvou a sua vida. - Carlisle disse pegando meu celular e me entregando, me separei de mamãe e foi inevitável não sorrir ao ver o nome de Elliot na tela.

—Posso conversar alguns minutos a sós com ele. - pedi enquanto olhava para os dois e mamãe não pareceu nada feliz com a ideia.

—Não acho uma boa ideia. - ela disse relutante e suspirei, ela só estava preocupada comigo.

—Mãe, por favor. - disse assim que ela tomou o telefone de minhas mãos.

—Você quase morreu por causa dele.

—E ele salvou a minha vida. - apontei seria e ela me olhou ainda desconfiada dessa possibilidade. - Mãe, eu estava morrendo porque Elliot não me amava. Como explica eu estar bem agora? Os sentimentos dele podem ter mudado mãe, talvez seja por isso que ainda estou aqui. Só me deixa falar com o homem que amo, por favor.

—Tudo bem, mas no dia em que o doutor Marshall passar por essa porta como o seu namorado, vou ter uma longa conversa com ele sobre esse momento. - ela disse seria antes de me entregar o telefone que começou a chamar novamente.

—Vamos Sue, vamos deixa-la a vontade. - Carlisle disse e agradeci antes dos dois saírem do meu quarto.

—Eu te acordei? - Elliot questionou sem graça assim que atendi.

—Não, só estava conversando com a minha mãe e acabei não ouvido o telefone. Você chegou bem?

— Sim. Aconteceu alguma coisa? A sua voz está triste. - ele perguntou preocupado e suspirei antes de responder.

—Só estou cansada, foi um dia e tanto. - disse pensando em como aquele dia havia começado tão feliz por ter passado a manhã na companhia de Elliot e quase ter terminado com a minha morte.

—Verdade? O que você fez? - ele questionou interessado e sorri por sua curiosidade.

—Bom, fui almoçar na casa de alguem muito especial pra mim, mas ele teve que viajar para resolver algumas coisas, o que me deixou triste.

—Isso me deixou triste também, não queria ter que me afastar de você. Mas foi preciso, e acredite em mim, foi providencial a minha viagem, me afastar de Forks me permitiu ver as coisas com mais clareza. - Elliot disse e meu coração começou a bater mais rápido.

—Que bom que foi esclarecedor. - disse depois que consegui controlar meus batimentos cardíacos.

—Foi, e mesmo que esteja louco para voltar ainda não resolvi o que vim fazer.

—Entendo, você deve estar morrendo de saudades da sua filha.

—Não só dela. Sinto saudades de você também. - ele admitiu sincero e segurei a respiração enquanto tentava processar as suas palavras. - Preciso te contar algo Leah, mas não pode ser por telefone, precisa ser pessoalmente.

—Então, volta correndo pra mim. - disse depois que voltei a respirar e ele sorriu carinhoso no telefone.

—Sempre querida.- ele prometeu sincero e escutei um bip vindo do telefone. -Eu preciso desligar, é a minha filha na espera.

—Tudo bem, ela e Cece devem estar querendo saber noticias suas. Boa noite Elliot.

—Boa noite Leah.- ele sussurrou antes de desligarmos.

Assim que desliguei o telefone fiquei repassando nossa conversa em minha mente, e percebi que tudo estava interligado. Meu mal estar era resultado dos sentimentos não correspondidos do meu imprinting, e no momento em que Elliot, possivelmente percebeu o que sentia por mim, me recuperei de forma instantânea. Depois veio o seu telefonema, repleto de significado e carinho, o que me fez sorrir quando me lembrei de ter lhe pedido para voltar correndo para mim e ele disse que sempre voltaria.

Meu Deus, Elliot havia se apaixonado por mim.

Essa era a única explicação para as suas palavras cheias de significados.

Elliot finalmente me amava.

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Tentei a todo custo ocupar minha cabeça com outra coisa, até obtive êxito por algumas horas, mas quando menos esperava meus pensamentos vagavam em direção a Elliot e o quanto ele estava longe de mim e isso me machucava. Mesmo que nos falássemos todos os dias por horas, já que ele havia desenvolvido o hábito de me ligar toda tarde para saber como eu estava e devo admitir que amava ouvir sua voz, mas não era a mesmo coisa de tê-lo por perto. Estar longe dele me fazia definhar aos poucos, não conseguia comer direito ou ter animo para mais nada, vivia sempre à espera do seu telefone que me alegrava durante algumas horas, depois me sentia vazia e sozinha novamente.

—Agora chega. Estou cansada de te ver sofrendo pelos cantos, e olha que só faz dois dias que Elliot foi para Nova York. Está na hora de uma intervenção. - Ayla disse entrando no meu quarto vestida para sair.

—Não vou a lugar nenhum Ayla.- disse olhando para o meu celular que estava na cômoda, à espera do telefone de Elliot.

—Há você vai. Liguei para a Emily e hoje teremos uma noite das garotas. Você precisa se distrair e não ficar aqui aguardando os telefonemas do Elliot.

—Mas é a única forma de tê-lo perto de mim.

—Sei disso prima, mas você precisa se distrair um pouco. E além do mais, só vai fazer companhia para a gente, faz tempo que não saímos juntos. - ela implorou e suspirei.

—Não vou ser uma boa companhia Ayla.

—Claro que vai, agora levanta daí e vai tomar um banho para sairmos. - minha prima disse e concordei antes de me levantar e ir em direção ao banheiro enquanto ela fazia questão de escolher uma roupa para mim.

Me arrumei sem muito capricho, afinal não estava indo atrás de nenhum interesse amoroso e sim para fazer companhia as minhas primas, que escolheram um barzinho que havia inaugurado na cidade. Ele possuía um clima agradável e música ambiente, mesmo não ficando animada no começo com a ideia das duas acabei me divertindo. Parecíamos as antigas adolescentes de antes de toda essa loucura de lobisomem acontecer e nos separar.

—Vou no banheiro, querem ir comigo? - Ayla questionou para nós assim que voltamos a nossa mesa depois que dançamos após tocar uma música mais animada.

—Vou com você, aproveito e ligo para o Sam, quero saber se está tudo bem com as crianças. - Emily disse e concordamos. - E você Leah?

— Vou ficar aqui esperando vocês, e aproveito para ver se o Elliot não me ligou.

—Tudo bem. - elas disseram antes de me deixarem a sós na mesa.

Assim que minhas primas foram para o banheiro, peguei meu celular para verificar se havia alguma ligação de Elliot, e não havia nada, o que era estranho. Ontem ele já havia me ligado nesse horário.

—É praticamente um sacrilégio uma mulher tão bonita como você, ficar esperando a ligação de um cara. - a voz de um homem disse em frente à minha mesa e o olhei confusa enquanto ele puxava a cadeira para se sentar em minha frente.

—Não me lembro de tê-lo convidado para se sentar comigo. - disse séria enquanto olhava em seus olhos verdes.

—Sei disso, mas não é todo dia que encontro uma loba tão bonita e poderosa. - ele disse e fiquei sem reação, afinal nunca tinha visto aquele cara na vida.

—Acho que você está me confundido. - disse enquanto estreitava meus olhos e ele sorriu.

—Por favor Leah, posso sentir a magia correndo pelo seu corpo, e que corpo. Adoraria ter a chance de conhecê-lo. - ele segredou e me inclinei sobre a mesa para olhá-lo nos olhos de forma séria.

—Isso não vai acontecer lobo. Não estou disponível. - disse seria após ver em seus olhos que ele também era um lobo.

—Não estou vendo ninguém com você.

—Isso é porque meu imprinting não está na cidade. E o fato de eu estar sozinha agora não lhe dá o direito de dar em cima de mim. - disse furiosa enquanto olhava em seus olhos e ele sorriu surpreso por minha audácia.

—Tudo que posso dizer é que seu macho é um idiota por deixá-la sozinha, se eu fosse ele isso jamais aconteceria. - ele disse me olhando de cima a baixo se demorando em meu decote.

— O que você quer? - questionei ameaçadora e ele sorriu antes de desviar os olhos do meu decote para o meu rosto.

—Vim obter informações, mas agora acho que quero um pouco de diversão. - ele disse voltando a me analisar.

— Não conte comigo. E sobre que tipos de informações você veio obter?   

—Isso é segredo lobinha. - ele disse e sorriu de forma maliciosa antes de olhar por cima do meu ombro. -Suas primas estão vindo, e não se preocupe porque vamos nos encontrar de novo.

E da mesma forma que ele apareceu do nada desapareceu.

De onde saiu aquele cara?

E quais informações ele pretendia obter em Forks?

—Está tudo bem Leah? - Emily questionou preocupada assim que se aproximou da nossa mesa enquanto ainda olhava para onde o lobo desconhecido havia saído.

—Eu preciso ir embora meninas. Tenho que falar com o Jacob. - disse com pressa e elas me olharam confusas enquanto ia para fora do bar atrás do rastro do lobo, mas não havia nada.

Sem alternativas, peguei meu celular do bolso traseiro da calça jeans que usava e liguei para Jacob.

—Jacob, temos um problema. - disse assim que ele atendeu.


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