Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 16
Leah


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar, e para quem estava louco para saber como terminou o almoço na casa de Cece aqui está a segunda parte.
Beijos e até o próximo capitulo.



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—O papai e a dinda estão demorando. - Ária disse preocupada enquanto olhávamos para onde os dois haviam saído alguns minutos atrás.

—Eles devem estar conversando, e isso sempre demora. - disse suave enquanto olhava para Ária e ela concordou.

Apesar de possuir a audição de loba, preferi não usá-la para saber o que os dois tanto conversavam. Já me sentia horrível por ter visto as memórias de Elliot quando tive o imprinting e também por frequentar seu quarto enquanto ele dormia, e não queria mais invadir a sua privacidade mais do que já tinha feito, apesar de estar louca de curiosidade para saber o que aqueles dois tanto sussurravam na cozinha.

—Fizemos as pazes meninas, e trouxemos a sobremesa. - Cece disse animada assim que apareceu na sala de jantar ao lado de Elliot que trazia nas mãos uma taça enorme que possuía mousse de chocolate e morangos.

—Estou feliz que tenham feito as pazes. - disse feliz enquanto olhava para os dois e depois para a taça que Elliot havia acabado de colocar na mesa.- Almoçar nessa casa é uma verdadeira bomba calórica.

—A culpa é do papai e da dinda.- Ária disse e rimos menos Elliot que me olhava atentamente.

—Você não precisa se preocupar com isso, está perfeita. - ele disse me olhando intensamente e fiquei envergonhada por seu comentário.

—E então, quais são as expectativas de vocês para Forks?- questionei tentando esquecer a forma como Elliot me olhava.

—Ás melhores possíveis, acho que meu pai gostou muito mais da cidade que eu.- Ária disse maliciosa e sorriu para Elliot que ficou sem graça o que nos fez rir.

—Espero que gostem da cidade. Forks pode não ser agitada como Nova York, mas possui seu encanto. Elliot, queria saber se você poderia liberar a Ária para mim por alguns dias.- pedi e ele me olhou surpreso por causa do meu pedido.

—Claro, do que se trata?

—O evento de caridade do orfanato São Lucas. -expliquei e os dois me olharam confusos.

—Mas que cabeça a minha, havia esquecido do evento.- Cece disse envergonhada do seu esquecimento.

—Está tudo bem Cece, foi uma semana dificiel para você.- Elliot disse e segurou a mão da amiga por cima da mesa antes de apertá-la de leve lhe passando segurança.

E seu gesto me dou fundo, porque ele jamais me tocaria desse jeito nem que fosse por amizade. Mesmo que Elliot flertasse comigo algumas vezes, isso não era nada, qualquer homem poderia se sentir atraído por uma mulher, e eu não queria apenas a sua atração queria o seu amor.

—Do que se trata esse evento? - ele questionou me tirando dos meus devaneios e respirei fundo antes de continuar.

—É um jantar de caridade que tem como finalidade arrecadar fundos para o orfanato da cidade, todos participam, o café é responsável pelas sobremesas e vou precisar muito da ajuda da Ária, se ela estiver disposta. - expliquei e ela sorriu feliz em ser útil.

—Claro que estou disposta. Tive sorte de nascer em uma família cercada de amor e carinho, muitas crianças não tiveram essa sorte. - ela disse e olhou para o pai e me lembrei das imagens do orfanato em que Elliot cresceu.

—Eu e minha esposa crescemos em um orfanato. Fui deixado recém-nascido por um médico no orfanato depois que meus pais morrem em um acidente, e Clara foi entregue para adoção quando tinha uns dois anos. -Elliot explicou e fiquei sem saber o que dizer.

—Eu sinto muito. - sussurrei sem jeito e ele sorriu compreensivo.

—Tudo bem, sei mais do que qualquer um o quanto é dificiel crescer em um orfanato. Se eu puder ajudar em algo é só me dizer.

—Eu prometo que vou lhe dizer.

—Mas quando é esse evento? - Ária questionou curiosa.

—No próximo final de semana, na prefeitura.

—Faz muito tempo que não vou a esse evento, acho que a última vez foi quando estava de férias da faculdade e vim para casa. Minha mãe adorava esse evento, sempre fazia questão de fornecer os melhores doces da ocasião sem cobrar nada.- Cece disse visivelmente emocionada e pediu licença antes de se retirar da mesa.

—Vou falar com ela, com licença.- Elliot pediu antes de ir atrás da amiga.

—Eu sei que você gosta do meu pai.- Ária disse assim que os dois haviam sumido de nossas vistas e fiquei surpresa por sua percepção.

—Ária, eu...- sussurrei sem coragem de mentir para ela.

—Tudo bem, eu entendo.- ela disse suave enquanto me olhava.- Posso te contar uma coisa?

—Claro.

—O papai finge para mim que o casamento dele com a mamãe ia bem, mas lembro das brigas que eles tinham, e lembro de como nenhum dos dois estavam felizes. Às vezes acho que eles brigavam por minha causa. - Ária disse triste e segurei sua mão por cima da mesa.

—Claro que não Ária, seus pais podiam ter desentendimentos isso é normal em um relacionamento, mas tenho certeza que eles te amavam. Sei que seu pai seria capaz de tudo por você. Não acha?

—Acho, meu pai é bem protetor. - ela disse e concordei com base nas memórias que havia visto quando ocorreu o imprinting.

—É a cara dele.- confidencie e rimos enquanto segurava a sua mão. - Ária, eu gosto muito de você e se precisar de uma amiga para qualquer coisa, não importa o que seja, estou aqui.

—Obrigada, e não sei explicar, mas eu também gostei muito de você. E espero que meu pai consiga ver o quanto você gosta dele.- ela desejou e sorri comovida antes de abraça-la com carinho.

E naquele simples abraço, senti como se Ária fosse uma parte de mim.

Fui inundada por um amor incondicional e puro, como se aquela garota fosse a minha filha. E logo minha mente foi inundada por um pensamento que se instalou em todo o meu ser.

Meu filhote.

Sim, Ária era o meu filhote.

Ela era um pedaço do meu imprinting, e eu a amava por isso.

E seria capaz de tudo para mantê-la em segurança e feliz.

—Perdemos alguma coisa? - Elliot questionou aparecendo na sala de jantar ao lado de Cece e nos separamos.

—Não, só estávamos tendo um papo de mulher. - Ária disse e Elliot a olhou de cima a baixo antes de cruzar os braços.

—Você é uma criança Ária. - ele a lembrou sério.

—Já tenho quase dezesseis anos, pai.

—Isso só vai ser daqui há alguns meses, e ainda assim você continuará sendo uma criança. - ele disse e Ária revirou os olhos como se ignorasse a opinião do pai.

—Acho que devíamos ir para a sobremesa. - Cece disse e concordei.

Depois que terminamos de comer a sobremesa me ofereci para ajuda-los com a louça, mas Cece disse que eu e Elliot estávamos dispensados dessa tarefa, e nos colocou para fora da cozinha.

—Como está sua mão? - Elliot questionou enquanto nos sentávamos no sofá da sala.

—Bem, não dói mais, Carlisle disse que estarei livre dessa atadura em poucos dias.

—Isso é bom, apenas tente tomar mais cuidado.- ele implorou preocupado enquanto olhava em meus olhos.

—Vou tentar.- disse enquanto olhava para a minha mão, pois me sentia horrível em mentir para ele.

—A quanto tempo você conhece o doutor Cullen?- Elliot questionou de repente e fiquei confusa pelo seu interesse.

—Há algum tempo, porque o interesse?

—Só curiosidade, afinal vou trabalhar com ele. Ele sempre morou aqui?

—Não, ele veio para cá há algum tempo.- expliquei enquanto olhava nos olhos de Elliot e percebi que ele estava incomodado com algo.

—Elliot, sabe que pode me contar qualquer coisa, sou sua amiga. Posso não ser a Cece, mas sou de confiança. - disse e ele me olhou como se o tivesse ofendido.

—Sei que é de confiança. E nunca deixe ninguém desvalorizar você, nem você mesma. - ele disse sério enquanto me olhava nos olhos. -Você me promete?

—Prometo.

—Ótimo. Só tenho uma sensação estranha... É como se o conhecesse de algum lugar.- ele disse pensativo como se assim conseguisse se lembrar de onde conhecia Carlisle.

—Se vocês se conhecessem tenho certeza que ele se lembraria.

—Você tem razão, perguntei a ele e o próprio negou. Talvez seja coisa da minha cabeça.- ele disse pensativo mas a nossa conversa foi interrompida por seu celular que começou vibrar em cima da mesa.

—Tudo bem? - questionei depois que ele pegou o celular e leu a mensagem, e pela sua cara não ficou nada feliz com seu conteúdo.

—Não. Parece que meu ex-chefe quer me ver pessoalmente. E realmente não queria ter que voltar para Nova York agora. - ele disse chateado e senti meu coração se apertar só de pensar nele longe de mim.

—Você precisa mesmo para Nova York? -questionei com dor, parecia que meu coração estava sendo esmagado.

—Preciso, vou ver se consigo um voo hoje. Aproveito e fico uns três dias para resolver outras coisas. - Elliot disse começando a procurar por passagens de avião em seu celular.

E aquela era uma das coisas que temia que acontecesse assim que tive meu imprinting, a sua volta para Nova York, mesmo que fosse passageira. Sabia que não conseguiria mais ficar longe de Elliot, era doloroso fazer isso, mas precisava eu não era dona dele, éramos apenas amigos.

Constatar essa realidade fez meu corpo inteiro tremer e soube que estava perdendo o controle diante da minha impotência, afinal ele era meu e deveria ficar ao meu lado e não pegar o primeiro avião para longe de mim.

—Leah, está tudo bem?- Elliot questionou preocupado assim que desviou a sua atenção do celular.

Eu não conseguia lhe dar uma resposta, pois estava perdendo o controle, e isso não podia acontecer. Não podia me transformar tão perto de Elliot, isso poderia ser fatal para ele.

—O que foi? Você parece apavorada. - ele questionou preocupado enquanto se aproximava de mim e me levantei do sofá com pressa, mas antes que pudesse dizer algo meu celular começou a vibrar.

Nervosa, o tirei da bolsa e agradeci aos seus por ser uma mensagem da minha prima dizendo que já estava saindo do hospital.

—Leah?- Elliot chamou se levantando do sofá, como se quisesse uma explicação da minha mudança de humor.

— Eu preciso ir.- disse com pressa antes de ir em direção a porta e ele me seguiu.

—Mas agora? Porque você não fica mais um pouco?

—Adoraria, mas tenho umas coisas para resolver e La Push não é tão perto assim.- disse pegando meu casaco que estava pendurado em um cabide perto da porta. - Se despeça das meninas por mim, e obrigada pelo almoço estava tudo maravilhoso. Foi uma tarde incrível, eu adorei tudo.

—Leah, espera parece até que você está fugindo de alguma coisa. - Elliot disse assim que parou ao meu lado enquanto eu abria a porta. - E além do mais, você não pode ir andando para casa, como mesma disse é longe. Eu posso te levar, só vou pegar a chave do meu carro e o casaco.

—Que isso imagina, não precisa se preocupar. - disse tentando sair da casa mas Elliot bloqueou a minha passagem. -Será que você poderia me deixar passar?

—Eu fiz algo que te deixou desconfortável? É por isso que está fugindo de mim? - ele questionou culpado e isso me deixou infeliz.

Podia ver em seus olhos que ele queria ficar mais tempo comigo e eu também, mas meu descontrole poderia colocá-lo em risco.

—Elliot, você não fez nada que me deixou desconfortável. Só que preciso resolver uma coisas com urgência. - disse e logo ouvi uma buzina, anunciando que Ayla havia chegado. -Eu realmente preciso ir.

—Tudo bem, não vou mais prendê-la aqui. - ele disse triste e saiu da minha frente, deixando o caminho livre para que eu passasse.

—Elliot, eu amei o nosso almoço e se pudesse ficaria mais tempo aqui. Mas não posso. - sussurrei angustiada por não poder ficar ao seu lado.

—Está tudo bem. Eu entendo.- ele disse compreensivo, mas pode ver em seus olhos que a minha atitude havia lhe deixado triste. -Posso te ligar antes de viajar?

—É claro que pode, não importa a hora. Agora eu preciso ir, a minha prima está me esperando.- disse e nos despedimos antes de sair correndo em direção ao carro de Ayla, não lhe dando a chance de se despedir de mim.

—Está tudo bem Leah?- minha prima questionou confusa assim que entrei no seu carro feito uma louca.

—Só dirige o mais rápido que puder para longe da cidade Ayla.- disse começando a tirar meus sapatos e depois o casaco enquanto minha prima dirigia.

—Por acaso o almoço não foi bom?

—Foi, só que estou meio descontrolada. - disse segurando o banco do carona com força enquanto respirava fundo.

Minha parte loba estava furiosa porque seu macho iria se afastar, mesmo que fosse por pouco tempo.

Elliot era meu.

Meu macho.

Meu imprinting.

E nunca deveria ficar longe de mim.

—Entendi, seu outro eu quer dar uma volta. -minha prima disse me tirando dos meus pensamentos.

—Sim, eu preciso correr.

—Lele, você está com o pulso machucado. Isso não irá te prejudicar? - ela questionou parando perto de uma parte da floresta que estava deserta.

—Não sei Ayla, talvez. Só sei que preciso correr e me acalmar antes que faça algo que me arrependa. - sussurrei antes de terminar de tirar as minhas roupas.

—Vou te esperar.- minha prima disse assim que sai do seu carro.

—Não precisa, pode ir para casa, e obrigada pela carona.- disse suave antes de correr floresta a dentro e me transformar após um salto.

Minha pata incomodava um pouco, mas a raiva que estava sentindo era maior que a dor.

Raiva.

Estava com raiva, por ter que me separar do meu macho tão cedo, antes mesmo de ter a sensação que ele era meu.

Precisava acalmar minha cabeça e meu coração, colocar meus sentimentos sob controle e para isso necessitava correr, com toda a minha força, e depois de algum tempo minha pata não me incomodou mais.

Sentir a terra entre minhas patas, as folhas das árvores batendo em meus pêlos o vento zunindo em meus ouvidos, essas sensações sempre me acalmavam e hoje não seria diferente.

Precisava de toda essa adrenalina em meu corpo, talvez assim ele se acalmasse e não me fizesse ir atrás do meu macho e reivindicá-lo para mim.

Porque já estava cansada de tê-lo longe.

Eu precisava dele e iria tê-lo.


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Notas finais do capítulo

Sobre o próximo capitulo: Se preparem...



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