Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 15
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar. E se preparem porque o capitulo promete, espero que gostem.
Beijos e bom final de semana.



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—Pai, o que aconteceu com a Leah? - Ária questionou preocupada assim que entrei com Leah em meu colo.

Rapidamente Cece tirou as almofadas que estavam no sofá grande e deitei Leah nele, antes de me sentar ao seu lado e segurar a sua mão que estava fria.

—Estou bem Ária, foi só um mal estar passageiro, não precisa se preocupar. - Leah disse suave enquanto olhava para a minha filha com carinho.

—Amor, pode pegar a minha maleta que está em cima da poltrona no meu quarto. - pedi a minha filha que concordou antes de subir as escadas correndo.

—Estou bem não precisam se preocupar. - Leah disse sem graça e revirei os olhos.

—Claro que devo me preocupar. Já é a segunda vez que desmaia nos meus braços. Você bateu a cabeça ontem quando caiu? -questionei preocupado, começando a exercer meu lado profissional, afinal aquele desmaio poderia ser alguma sequela de um possível trauma.

—Não. Acho que deve ter sido o cansaço, foi dificiel dormir ontem. - ela se justificou e a avaliei com o olhar, percebendo o quanto ela parecia cansada, como se tivesse passado a noite em claro.

—Seu pulso te incomodou muito? - questionei preocupado olhando sua mão na tala azul.

—Um pouco, apesar do Carlisle ter me dopado.

E vê-la tão cansada me deixou culpado, afinal Leah deveria estar em casa descansado depois de ter se machucado ontem, e não estar almoçando comigo. Mas precisava tanto vê-la e saber se estava bem, era como uma necessidade física da qual não sabia de onde vinha.

—Sou um péssimo amigo, devia ter lhe deixado descansar depois da queda de ontem. Mas fiquei preocupado, queria vê-la com meus próprios olhos.- sussurrei culpado enquanto olhava em seus olhos castanhos.

E por um momento percebi que seus olhos ficaram tristes, o que me deixou preocupado, pois não queria vê-la sofrendo por nada nesse mundo.

—Você não é um péssimo amigo.- Leah disse de repente me tirando dos meus pensamentos.- Só estava preocupado comigo, tenho certeza que teria a mesma reação se fosse com a Cece.

—Não mesmo.- Cece disse seria e suspirei culpado, havia tentando pedir desculpas no café da manhã mas ela simplesmente me ignorou e respeitei, afinal sabia o quanto a minha amiga podia guardar rancor.

—Aqui está papai. - Ária disse me entregando minha maleta.

—Estou bem Elliot, não precisa de nada disso.

—Apenas me deixe examiná-la Leah, só assim ficarei mais calmo. Por favor. - implorei olhando em seus olhos e ela balançou a cabeça concordando.

Tentei me concentrar no que fazia e não perceber o quanto Leah ficava linda naquele vestido de um rosa delicado, ou em como ela tinha cheiro de violetas, como se estivesse em um campo repleto delas. Me sentia embriagado pelo seu perfume e por sua presença de uma forma única, jamais havia me senti assim com ninguém, nem mesmo com minha esposa.

Deus, eu precisava me controlar ou acabaria cometendo uma loucura com aquela mulher maravilhosa.

—Sua pressão está ótima para quem acabou de ter um mal-estar.-  disse suave tentando assumir minha postura profissional, pois tudo em mim estava incerto diante daquela mulher.

—E isso é ruim?- ela questionou meio confusa e sorri surpreso enquanto tirava o aparelho de pressão do seu braço e o apertava de leve,  para tirar o ar dele.

—Não. Mas parece que está se tornando um hábito você desmaiar perto de mim.- disse a olhando intensamente e Leah perdeu o folego enquanto meu coração batia acelerado.

—Eu...- ela sussurrou como se estivesse prestes a contar uma coisa muito importante, mas pode ver em seus olhos quando desistiu de fazê-lo, o que me deixou intrigado para saber o que ela iria falar. -Que sorte a minha, afinal você é médico.

—Essa foi boa. -disse enquanto guardava o aparelho de pressão em um estojo dentro da minha maleta e a deixava em cima da mesa de centro. - Acha que está bem para se levantar? Se não estiver, posso esperar até está pronta.

—Estou bem. - ela assegurou e concordei antes de levantar do sofá e ajudá-la a fazer o mesmo, e foi inevitável não me sentir abalado por nossa proximidade.

No momento em que minha pele tocou a sua, pude sentir como se uma corrente elétrica percorresse todo o meu corpo, me deixando atordoado, uma sensação que nunca havia sentindo na vida. Mesmo confuso tentei me controlar e ajudei Leah a tirar a jaqueta, afinal sua mão estava machucada e apesar de se fazer de forte, percebi que ela ainda sentia dor assim que seu braço direito passou pela manga da jaqueta. Devagar a guiei com cuidado até a sala de jantar onde Cece e Ária estavam terminando de colocar a mesa.

—Está tudo com uma cara deliciosa e o cheiro então. -ela disse entusiasmada em provar o almoço que havia preparado.

—Espero realmente que tudo esteja uma delícia. - disse puxando a cadeira para que ela se sentasse.

—Você cozinhou? -ela questionou surpresa, o que me deixou confuso. Afinal, já havia lhe dito que cozinhava.

—Sim, é a minha especialidade. Espero que esteja bom.- segredei e sorri antes de puxar uma cadeira para Cece e outra para minha filha, em seguida me sentei ao lado de Leah, afinal ela poderia precisar de ajuda durante o almoço.

Depois que nos servimos da massa que estava com uma cara maravilhosa, esperei ansioso para que Leah provasse a comida e sorri assim que ela gemeu de prazer após degusta-la.

—Pelo visto você gostou da minha comida.-  disse sorrindo enquanto a olhava colocar mais uma garfada de massa na boca.

—Isso está uma delícia.- ela disse assim que terminou de mastigar e limpou a boca no guardanapo.

—Você se superou Elli, o de hoje está melhor do que todos os que já comi.- Cece disse surpresa e Ária concordou apenas balançando a cabeça enquanto comia e sorri sem graça.

Não era a primeira vez que fazia aquela receita, só que dessa vez me esforcei mais um pouco em melhorar o seu sabor, pois queria agradar Leah, queria que ela gostasse da minha comida.

—Bem que você poderia me dar a receita dessa massa. - Leah pediu e olhei em seus olhos antes de sorrir de forma maliciosa para ela, sem deixar de vê-la.

Como se eu fosse dividir a minha receita sem ganhar algo em troca.

—O que vou ganhar em troca? Porque não gosto de dividir minhas receitas com ninguém. - disse e percebi que não estava falando mais da receita.

—O que você quer em troca? - ela questionou curiosa por minha resposta e a olhei de forma lenta, desejando poder tê-la em meus braços novamente e dessa vez não iria soltá-la.

 Sem perceber, meus olhos foram parar em seus lábios gêneros e que estavam um pouco vermelhos, resultado do molho da massa, foi inevitável não imaginar se eles eram tão macios quanto aparentavam ser.

E naquele momento percebi que desejava Leah, e não era como minha amiga. Tais pensamentos me deixaram sem fôlego, irracional e corado, estava a um passo de cometer um loucura. Ainda mais da forma que ela me olhava, tão desejosa e necessitada de mim.

—Se estivermos atrapalhando podemos ir comer na cozinha, assim vocês continuam o encontro. - Cece sugeriu e pisquei confuso tomando consciência da presença dela e da minha filha, e isso me deixou envergonhado, afinal estava a um passo de agarrar Leah na frente delas, se minha amiga não interrompesse.

Só de pensar nessa possibilidade senti o clima na sala esquentar, parecia que estava em uma sauna com roupas de esqui.

—Não estamos tendo um encontro Cece, estamos apenas tendo um almoço entre amigos para comemorarmos a minha decisão e a de Ária. - disse tentando mudar de assunto e tomei um pouco de água, tentando amenizar o calor que estava sentindo. O qual tinha certeza que só passaria com um bom banho frio, talvez dois.

—Que decisão? -Leah questionou mudando de assunto e agradeci mentalmente por isso, já que Cece não parava de me analisar com o olhar.

—Eu e minha filha decidimos ficar por um ano em Forks. - disse e Leah sorriu feliz em ouvir meu anuncio.

Era perceptível o quanto minha decisão a agradava, e isso me deixou feliz por ela me querer por perto.

—Fico feliz por vocês. Tenho certeza que Cece deve estar radiante por ter o amigo por mais tempo ao seu lado. - Leah disse e olhei atentamente para ela, percebendo que ela não estava se referindo a minha amiga.

—E você, irá ficar feliz?- questionei querendo ouvir a verdade dela, como se sua resposta me incentivasse a dar o próximo passo, o qual não tinha ideia de qual seria.

—Honestamente, sim. Gosto da sua companhia. - ela segredou e sorri feliz por sua resposta.

—Tem certeza que vocês não querem ficar a sós?- Cece sugeriu sarcástica e olhei feio para ela.

—Aconteceu alguma coisa entre vocês? - Leah questionou percebendo o clima tenso entre mim e minha amiga.

—Nós nos desentendemos sobre um assunto. - disse suave antes de tomar um gole de agua.

—Vocês dois brigando? É dificiel de acreditar. - Leah disse surpresa.

— Pois é, acontece. Eu disse algumas verdades para o meu amigo, e ele não gostou do que ouviu, agora estamos brigados. -Cece explicou enquanto me olhava seria.

—Mas vocês são amigos e se adoram. Não deviam ficar guardando rancor um do outro, isso envenena o coração. Eu mais do que ninguém sei disso, que tal se vocês aproveitassem esse almoço para se desculparem? -Leah sugeriu suave e olhei para ela antes de suspirar vencido.

Ela tinha razão. Na realidade as duas tinham razão.

Eu precisava desesperadamente conversar com a madre Angélica, só ela poderia aliviar o fardo que estava em meu coração.

—Me desculpe Cece, fui um idiota. Não devia ter ficado bravo com você, quando tudo que fez foi me dizer a verdade. - disse sincero enquanto olhava nos olhos da minha amiga e pode ver que ela percebeu o que estava acontecendo dentro de mim naquele momento.

—Vocês nos dão licença. Precisamos conversar a sós lá na cozinha. - Cece disse suave antes de dá a volta na mesa e me arrastar para a cozinha, deixando Leah e Ária confusas.

—Me diz que estou entendendo tudo errado? - ela questionou baixo assim que chegamos a cozinha e soltou a minha mão.

—Depende do que você acha que entendeu. - disse e ela me olhou surpresa.

—Elli, eu vi o jeito que você olhou para a Leah desde que ela chegou. Você estava praticamente comendo ela com os olhos.

—Também não exagera Cece. -disse sem graça e senti meu rosto ficar quente, o que fez minha amiga sorrir como se tivesse ganhado na loteria.

— Deus, você está mais vermelho que um tomate. Não estou exagerando, nunca vi você olhando assim para ninguém, e olha que já vi muitas mulheres darem em cima de você quando estava comprometido, e depois viúvo. E você nunca olhou para elas do jeito que olhou para a Leah. Na realidade, você nunca olhou para a sua esposa daquela forma.

—Você tem razão. Nunca senti o que estou sentindo agora. - confessei cansado de mentir para mim mesmo.

Eu era adulto e mentir para mim mesmo não era a saída para nada.

—Você se senti atraído pela Leah, não é?

—Sim. Eu me sinto atraído por ela desde a primeira vez que a vi.- disse e ela sorriu feliz antes de comemorar o que me fez rir.

—E então, o que está esperando? Vai lá e diz a ela o que está sentindo.- Cece disse eufórica antes de começar a me empurrar em direção a sala de jantar, mas a impedir de continuar me empurrando o que lhe deixou confusa.

—Cece isso não é certo. Não posso simplesmente dizer a ela que só sinto uma atração, nós dois merecemos mais que isso, você não acha?-questionei olhando nos olhos da minha amiga e ela pareceu concordar comigo.

—Você ainda está dividido não está?

—Talvez, ainda não sei direito. Eu gosto da companhia dela, nós dois temos uma conexão incrível, apesar de nos conhecermos tão pouco e a atração que sinto por ela é muito forte, mas isso não chega a ser amor, Cece. E se tiver que quebrar a promessa que fiz diante do tumulo da minha esposa, que seja por alguém que eu ame e não porque sinto apenas desejo. Isso passa com o tempo, já o amor ele fica pra sempre. - disse sincero e minha amiga suspirou suave antes de me abraçar com carinho, algo que estava precisando naquele momento.

—Você tem razão. Não vou mais te pressionar Elliot, apenas coloque a cabeça no lugar e siga seu coração.

—É o que estou tentando fazer, mas tudo está confuso.- disse frustrado por não conseguir me entender e Cece sorriu.

—Acho que você está precisando conversar com a pessoa que te conhece melhor do que eu.- ela disse e sorri concordando.

—Eu sei, preciso da madre Angélica, vou ligar pra ela mais tarde.

—Faça isso Elli. - ela disse enquanto nos separávamos.

—E quando descobrir o que está sentindo conte para a Leah. Ela tem o direito de saber, porque diz respeito a vida dela também. Afinal, qualquer um pode perceber que ela gosta de você. Prometi que vai contar a ela?

—Prometo.

—Tudo que quero é que você seja feliz. Feliz com alguem que cuide de você, que se preocupe e te entenda. Porque você não pode apenas cuidar dos outros, precisa de alguém que faça isso por você.

—Eu também desejo a mesma coisa para você, Cece.

—Eu sei Elli, eu sei.

—Me desculpe por ter sido um idiota, não devia ter brigado com você. Cecilia, você é amiga de uma vida inteira, esteve do meu lado em todos os momentos e ficar brigado com você é a pior coisa que pode existir no mundo. Você me perdoa? - pedi olhando em seus olhos enquanto segurava a sua mão e ela sorriu concordando antes de nos abraçarmos.

—Eu perdoo você Elliot. Você também é meu amigo de uma vida inteira, e odeio ficar brigada com você.  Me perdoe por ter sido invasiva, prometo que vou respeitar o seu espaço. - ela jurou e sorri concordando, mas no fundo sabia que ela jamais iria cumprir com sua promessa.

—Eu te amo seu bobo.- ela disse assim que nos separamos e sorrimos.

—Eu também te amo sua maluca.- disse e sorrimos antes de trocarmos mais um abraço.

Depois que fizemos as pazes, nos separamos e fui pegar a sobremesa enquanto Cece pegava os pratos para servir o doce, em seguida voltamos para a sala de jantar.


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