O Diabo do Sertão escrita por Júlio Oliveira


Capítulo 32
Exonerado


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775088/chapter/32

Com as verdades sobre Marcondes Maia espalhadas por toda a cidade de Água Funda, o resultado da eleição foi previsível: vitória acachapante de Breno Farias, com votos tão numerosos que não haveria nem mesmo a possibilidade de o atual prefeito tentar alguma fraude. Ele, inclusive, optou por ficar em sua mansão enquanto refletia sobre como sua vida continuaria depois disso. Tendo em vista todo o processo da eleição e as revelações que vieram a público, Marcondes tinha certeza de que não seria eleito para mais nenhum cargo público pelo resto da vida. Na verdade, até mesmo familiares – primos, sobrinho, entre outros – poderiam ser prejudicados caso se aproximassem de tão vil criminoso. O prefeito, que em breve seria chutado da vida pública, sabia: também havia sido expulso de sua própria família.

Sentado no sofá de sempre, ele fumava um cigarro e bebia direto de uma garrafa de vinho. Rezava para que os vícios pudessem curar as feridas da alma, mas era óbvio que nada disso adiantaria. Enquanto isso, trancada no quarto, Francisca Maia também tentava colher os cacos deixados pelo chão. Estava em um estado de negação: ela sabia que seu marido não era exatamente o homem mais honesto do mundo, mas não queria acreditar que ele era aliado de um traficante de mulheres. Após ter passado manhãs e noites chorando pela fuga de Guilherme, ela agora se esforçava para manter sua família unida. Lino e Luana não mais saíam de casa, pois a mãe não queria que as crianças ouvissem aquelas duras verdades sobre o pai. Desde então, a duplinha ficou em casa sem entender o porquê não ia mais às aulas, além de expressar sobre como sentia falta de Guilherme.

Com o álcool em proporção cada vez maior circulando em seu sangue, Marcondes começou a fantasiar. Imaginava Breno tendo um ataque logo antes da festa de comemoração da eleição. Contava ainda com a possibilidade de Levy aparecer e matar o homem. Pelo inferno, onde estaria o homem de pele queimada? O em breve ex-prefeito sabia: Levy era como um parasita. Ele só estaria ao lado de alguém enquanto pudesse ganhar algo com isso. Quanto a Marcondes? Ele estava acabado. Não havia parasita algum que se interessasse pela sua carcaça podre.

Agora, o político tentou refletir se ainda havia algo que valesse a pena. Racionalmente, era óbvio que ainda havia elementos de alto valor em sua vida: sua esposa, Lino, Luana e até mesmo uma possível reaproximação com Guilherme – seja lá onde o rapaz tivesse se metido. Porém, talvez por conta da influência do álcool, Marcondes Maia tinha dificuldades para enxergar qualquer coisa que valesse a pena. Ao invés disso, só conseguia sentir as seguidas dores da sua existência, além de ter a impressão de que o pior ainda estava por vir. De forma automática, levantou-se do sofá e foi até o escritório. Lá, colocou a mão embaixo da escrivaninha e abriu um compartimento discreto. Dentro dele, um revólver.

Com a arma em mãos, Marcondes teve um breve vislumbre de sua cabeça sendo explodida pelo disparo certeiro. Pensou ainda na escuridão, na possível inexistência da dor. Entretanto, uma ponta de orgulho falou mais alto: “você vai deixar Breno e o padre terem uma vitória dessas? Vai simplesmente se recolher na sua própria insignificância, vai se esconder no suicídio? Você é um covarde mesmo”, a voz gritou na sua mente. Não, não era isso que o homem queria. Se fosse para morrer, que ao menos pudesse se vingar de alguma forma. Olhando fixamente para a arma, ele definiu exatamente o que iria fazer. Seria um dia histórico para Água Funda.

Quando a noite chegou, Marcondes colocou sua melhor roupa e chapéu. Com a arma muito bem escondida, disse para sua esposa e filhos que iria parabenizar Breno pela vitória. Do lado de fora, era iniciada a comemoração do novo prefeito. Centenas de pessoas se espalhavam pela praça, tendo sido instalado um palanque no local. Sobre ele, uma mesa e, como numa pintura da Santa Ceia, algumas pessoas importantes sentadas: Breno Farias, Padre Miguel e Gustavo Água-Santa. Ah, havia também o pequeno Valter Júnior. Os quatro não escondiam largos sorrisos nos rostos, enquanto eram aclamados pela população. De alguma forma, o povo parecia ter se esquecido que Gustavo fora um grande aliado de Marcondes, atrapalhando inclusive no acesso a água. Era a tal da memória curta.

Vendo aquela cena de longe, Marcondes começou a se encher de raiva. Miguel não estava sentado em um lugar qualquer: estava na cadeira de vice-prefeito. “Ambicioso imundo”, o ex-prefeito pensou. Aos poucos, começou a caminhar em meio ao público. Tinha sorte: com todos os olhos voltados para os novos líderes da cidade, ele conseguia transitar sem ser detectado. Enquanto isso, no palanque, Breno brilhava de tanta alegria. Após tanto esforço, ele havia finalmente conquistado a cidade.

— Eu mal consigo acreditar que isto tudo é real — começou o discurso esbanjando confiança e felicidade. — Eu lembro de quando eu era um menino, um menino mais jovem que nosso Valter aqui. Eu via a cidade e pensava em como as coisas podiam melhorar, sabe? Parece que nós nunca tivemos quem realmente se importasse, quem abraçasse as dores da população e realmente lutasse para curá-las. Mas eu digo: eu estou aqui para isso!

Aplausos quase infindáveis tomaram conta da cidade. Até mesmo Marcondes aplaudiu, não de forma sincera, mas de maneira a se mascarar no meio de todos.

— Poder contar com pessoas como Padre Miguel foi essencial em toda essa caminhada. Vocês o conhecem bem demais: ele é um homem do povo — o novo prefeito prosseguiu. — Por isso mesmo, eu decidi que ele será o vice-prefeito. O homem entende mais do que ninguém o que os mais pobres sofrem, além de ter trabalhos reais para ajudar toda essa gente. Podem ter certeza de que agora, prefeitura e igreja irão se unir pelo bem de toda a cidade. Não vai haver nada colocado no caminho que seja capaz de nos parar!

Mais aplausos e, em igual proporção, mais raiva. Marcondes Maia não mais batia palmas, mas posicionava sua mão direita no cabo do revólver muito bem escondido em sua calça. Aquele era o momento: a festinha de Breno Farias iria acabar. Entretanto, algo impediu que o ex-prefeito sacasse a arma.

— Eu não faria isso, seu Marcondes — uma voz sussurrou ao seu lado.

Com o canto do olho, Maia viu que se tratava de uma figura bem conhecida: Lúcio Arcanjo. Com roupas comuns, o cangaceiro parecia mais um habitante de Água Funda. O político até sentiu um certo medo atravessar sua alma, mas ele sabia: não tinha nada a perder. Ignorando o que fora dito pelo bandido, seguiu puxando a arma. Lúcio segurou a mão de Marcondes e impediu que ele prosseguisse com o movimento.

— Não — falou em um tom grave e confiante, ainda que baixo o suficiente para não desviar a atenção das pessoas. — Nós vimos tudo, ex-prefeito: sua família está sozinha na sua casa. O que acha que meus outros homens tão fazendo? É só ocê fazer besteira que sua muié e filhos vão tudo pro inferno. É isso que o senhor quer?

Agora, o medo havia se transformado. De uma pontada incômoda, mas com pouca intensidade, transfigurou-se em um mar que afogava o espírito de Marcondes. Sim, ele tinha o que perder e acreditava piamente que os cangaceiros seriam capazes de tamanha atrocidade. Sem pestanejar, guardou o revólver e retirou a mão do cabo.

— Muito bom, chefinho — Lúcio seguia provocador. Iria fazer qualquer coisa que estivesse a seu alcance para fazer aquele miserável sofrer. — Agora ouça com atenção: vai andar comigo sem dar trabalho. Algo amigável, sem armas nem nada. Depois você vai subir num cavalo e então vai rezar pra Levy não ter queimado sua família inteira.

“Levy?”, Marcondes pensou. “Aquele parasita vai sofrer!”.  Seguindo as ordens dadas pelo cangaceiro, o ex-prefeito pensava na melhor forma de fazer sua última vingança.

— Quer saber algo engraçado, Lúcio? — Marcondes falava de maneira leve, contrastando completamente com seu estado de espírito. O cangaceiro líder estranhou, mas ficou interessado em ouvir. — Levy é um homem trabalhador, né? Vez ou outra fazia uns trabalhos pra mim, isso sem os cangaceiros. Sabe quem matou Valter? Ele.

Sem esconder a surpresa, Arcanjo parou de andar por um breve instante. Ainda sabendo que sua vida estava por um fio, o político fez questão de prosseguir com aquelas palavras afiadas.

— Você acha que eu sou um traidor? Eu até posso ser — Marcondes continuava em um tom cada vez mais forte. Algumas pessoas até mesmo chegaram a olhá-lo. — Mas nada se compara a Levy, aquele desgraçado!

Lúcio decidiu que não era a hora de perder a cabeça. Voltou a andar e, sem olhar para o político, seguiu em linha reta conduzindo-o sem prestar atenção às palavras que saíam da sua boca. Por fim, longe da grande massa popular, ali estava Amanda. Montada em um cavalo – e com mais um ao lado –, ela sorriu ao ver Lúcio Arcanjo. Quando olhou para Marcondes, no entanto, sua expressão se transformou em puro rancor. Ela tinha vontade de castrar o maldito.

— Me dê isso aqui — o cangaceiro líder tomou o revólver do político. — Agora monte.

Sem pestanejar, Marcondes montou no cavalou que estava livre. Lúcio fez o mesmo e, rapidamente, Amanda saiu em disparada. O líder seguiu logo atrás, um pouco mais lento, pois seu pobre cavalo tinha que lidar com o peso de Marcondes também. Precisaram de poucos instantes para se verem fora da cidade.

Calado, Lúcio seguia refletindo a respeito das palavras ditas pelo ex-prefeito. Aquilo não podia ser verdade: o homem era um político, um mentiroso profissional. Além disso, ele já havia traído os cangaceiros antes. Seria esperto da sua parte trazer ainda mais caos ao grupo. No entanto, tinha um outro lado que o líder odiava admitir: a ideia de Levy ser um traidor fazia sentido. Quer dizer, ele já havia mostrado um caráter duvidoso na maneira que lidou com Diabo. Além disso, o homem de pele queimada foi a primeira pessoa a descobrir o paradeiro de Valter. Tudo parecia se encaixar com facilidade demais, mas Arcanjo não queria admitir que um dos seus poderia ser um Judas.

Marcondes, que havia fechado a matraca, observava com alegria mórbida. O silêncio de Lúcio dizia muito: ele vivia um conflito. Independente de como aquela noite terminasse, o político tinha apenas uma certeza: os cangaceiros iriam se matar cedo ou tarde. “Que sobre uma bala ou duas pra Breno Farias e o Padre”, pensou brevemente.

Não tardou para chegarem no acampamento dos cangaceiros. Dessa vez, o grupo estava inteiramente reunido: Eduardo Peixeira segurava uma espingarda com ansiedade, enquanto Levy seguia com sua típica expressão de desprezo ao lado. Mais afastada dos dois, Joana Arcanjo, mãe de Lúcio, observava toda a cena com grande atenção. Ela não era mais a mesma senhora de antes: os meses pareciam ter sido duros para ela, e um cansaço proporcionado pela velhice havia se tornado visível.

Desmontando rapidamente do cavalo, Amanda sorriu ao ver a matriarca do grupo. Acenou ainda para Eduardo e Levy, passando a encarar Lúcio logo em seguida. Com uma expressão fechada, o líder cangaceiro parecia emocionalmente apartado do grupo. Enquanto todos comemoravam a vitória de Breno Farias e, principalmente, a vingança sobre Marcondes Maia, Lúcio pensava sobre reviravoltas, traições e mortes. O fardo da liderança ficava cada vez mais pesado e o líder não sabia por quanto tempo aguentaria. De toda forma, falseou um sorriso e desmontou do cavalo. Depois foi a vez de Marcondes, que se via em um momento dúbio: ainda que temesse por sua vida, sentia um grande prazer em plantar o caos naquele grupo. Ele sabia muito bem: não precisa mais dizer nenhuma palavra. As informações passadas para Lúcio seriam o suficiente.

— Mãe — um tanto quanto emotivo, o filho se aproximou da matriarca e lhe deu um tenro abraço. Enquanto isso, Amanda seguia de olho em Marcondes, que não ousava fazer nada. — Como a senhora tá?

bem, meu fi — a voz de Joana era fraca e a fala dela foi seguida por uma quase imparável tosse. — Meio adoentada, mas bem.

Lúcio sentiu um tremor em sua alma, mas ele sabia que tinha a obrigação de se portar como um cangaceiro, como um líder. Não era a hora de assumir o papel de filho preocupado. Pelo contrário, aquela era a hora de tornar um juiz, júri e executor. Virando-se para o ex-prefeito, assumiu uma expressão de puro ódio. Personificando o próprio Diabo, Lúcio se aproximou do prefeito de maneira ameaçadora. Estando a um metro de distância, olhou nos olhos do homem e disse:

— Por que nos traiu?

O vento sussurrava e os grilos cantavam, mas o silêncio das almas gritava mais alto que qualquer força da natureza. Todos estavam atentos aquele momento, como se aguardassem uma grande revelação ou alguma forma de explosão emocional. Entretanto, algo havia acontecido com Marcondes. Obstinado, ele parecia decidido a não morrer como um covarde. Encarando o cangaceiro líder em igual intensidade, ele puxou com a maior força do mundo algo que havia dentro dele e então cuspiu na cara de Lúcio.

Frio como a noite, o cangaceiro simplesmente limpou o rosto enquanto os colegas observavam a cena com um estranho temor. Logo em seguida, Lúcio puxou o revólver e viu o ex-prefeito fechar os olhos. Então, vendo que a morte seria um presente para aquele ser tão asqueroso, o líder optou por algo mais justo: acertou o rosto do velho com o cabo da arma. O impacto foi tão forte que os cangaceiros podiam jurar que ouviram o som de um osso ou cartilagem se partindo. Marcondes caiu para trás e, bem no meio de seu rosto, o nariz se encharcava em sangue.

— Isso é pela minha filha! — Lúcio deixou que todo o ódio tomasse conta de seu ser.

No chão, o político sentia a dor lacerante dominar toda sua cabeça. O gosto do sangue inundava seu paladar e ele podia dizer com toda certeza: aquele era o sabor da morte. Não obstante, Lúcio Arcanjo não estava satisfeito. Avançando para cima do velho caído, continuou com a sequência de golpes, quase sempre intercalando-os com palavras que expressavam a angústia que vivia:

— Eu odeio traidores como você! — Levy tremeu ao ouvir essa frase. — Morra, demônio!

O líder seguiu com os golpes até perceber que toda sua roupa estava manchada de sangue. Por Deus, até mesmo o rosto havia se convertido em um vermelho vivo. Afastando-se da vítima, o cangaceiro percebeu que Marcondes havia perdido a capacidade de fala. Ao invés de uma cabeça, o que ele via era um amontoado de carne com algumas lascas de ossos. O corpo, no entanto, ainda dava agressivos tremeliques vez ou outra. Olhando para seu grupo, Lúcio ordenou:

— Acabem de vez com ele!

Sacando revólveres e espingardas, os outros três cangaceiros miraram no homem caído. Após alguns segundos de rasa reflexão, puxaram os gatilhos e viram os projéteis viajarem até o corpo do velho, que finalmente teve sua miserável vida ceifada de uma vez por todas. Olhando para toda cena com frieza, Joana deixou escapar um discreto sorriso.

feito — Levy foi o primeiro a quebrar o silêncio que havia se instalado. — Breno venceu, nós matamo Marcondes, a gente venceu!

— É — cheio de sangue, Lúcio não parecia lá muito feliz. — A gente venceu. Vencemo?

O homem de pele queimada já havia começado a sorrir antes de receber aquela pergunta esquisita. Mais uma vez, um tremor tomou conta de sua alma. No entanto, ele resolveu responder:

— Claro que vencemo — ele passou a apontar para o corpo de Marcondes. Os outros cangaceiros começaram a encarar a cena com certa tensão. — Olhe isso! O homi tá todo furado. E agora nós tá do lado do governo.

— Isso é verdade — o cangaceiro líder soltou um sorrisinho irônico. — Mas a gente tem outros problemas, cê num acha?

Dentro de Lúcio, ele sentia que estava agindo da maneira certa. Ainda assim, parou para olhar rapidamente para sua mãe. A matriarca nada disse, mas seu olhar falou tudo. O filho havia entendido bem: “siga com o que acredita”, era o que olhar dizia.

— Gente, o que tá acontecendo? — Amanda não apreciava aquela tensão dentro do próprio grupo.

— Eu não sei, Amandinha — Levy respondeu-a. — Lúcio deu pra falar em enigmas. Coisa desse povo da cidade e da política.

Mais uma vez, Lúcio riu. Virando-se para a matriarca, disse:

— Mãe, eu deixei o Levy aqui pra cuidar de ocê — ele deu uma pausa e passou a olhar para o homem de pele queimada. — Ele sumia muito?

— Muito — Joana confirmou.

— Eu... — Levy tentava antecipar uma justificativa, mas foi interrompido pelo líder.

— Eu não terminei — o líder cangaceiro via com clareza que o homem de pele queimada estava extremamente nervoso. — O que você fazia quando não estava com minha mãe, Levy?

Engolindo em seco, Levy tinha certeza de que estava acabado. Sem responder, olhou ao redor como se procurasse qualquer apoio. Entretanto, seu comportamento e postura corporal acusavam a sua culpa. Amanda e Eduardo pareciam já ter compreendido a coisa toda, mas o cangaceiro traidor seguia rezando por uma salvação.

— Responda! — Lúcio gritou.

Mais uma vez, a resposta encontrada pelo Judas foi o silêncio. Aquilo, ao menos para os cangaceiros, era uma clara confissão.

— Então é isso — nesse momento, o líder parecia mais triste do que raivoso. — Você se uniu com o homi que matou a minha filha. Você matou Valter, num foi? Quem diria, né? O homi que mais acusava os outro de traição.

— Você escolheu Diabo! — Levy finalmente reagiu. Falava do fundo do coração, como se abrisse a própria alma diante de todos. — Você escolheu o verdadeiro traidor! O homi ainda vai matar vocês todo!

Lúcio riu novamente. Ao lado dele, Eduardo e Amanda já haviam escolhido no que acreditar. Quanto a Joana? Apenas desprezo preenchia o seu olhar direcionado a Levy.

— A gente tá no fim do cangaço mesmo — o filho Arcanjo falou com uma voz quase serena. — Mas num é por conta da polícia não. É por conta de traidores feito você!

Dito isso, Lúcio levantou o revólver encharcado de sangue e disparou secamente na direção de Levy. O homem de pele queimada nem teve tempo de piscar: o projétil adentrou o cérebro e extirpou a vida ali presente.

— É assim que a gente trata traidor agora! — O líder gritou para o mundo inteiro ouvir.

Escutando aquilo encantada, Joana sorriu. Lúcio havia finalmente se tornado um verdadeiro cangaceiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito obrigado pela leitura!
Entramos na fase final da história :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Diabo do Sertão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.