Dear Mr. Potter escrita por JubsFeh


Capítulo 44
Capítulo Quarenta e Três: Últimas Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Finalmente! Agora vão conhecer o desfecho da história!

BOA LEITURA!



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Harry respirou fundo ao terminar a primeira carta. A maior parte da sua infância havia sido terrível vivendo com os Dursley. Estava ansioso para saber o que havia dado de errado para que a noiva de seu padrinho não houvesse conseguido sua guarda. 

Só de imaginar a vida que poderia ter tido com seus pais lhe doía o peito. Mas imaginar que, mesmo com a morte  deles poderia ter uma infância boa, com alguém que poderia lhe amar, que ele contaria sua história, sua mente doía. 

Talvez pudesse encontrar ainda a tal Malfoy. Pelo que dizia no diário, ela possuía uma casa na Irlanda. Se contatasse o Ministério para que buscassem por ela, talvez conseguisse a encontrar. Ela com certeza o receberia. Ele poderia ter alguém que ainda fosse de sua família. 

Guardou suas expectativas por um momento e prosseguiu para a próxima carta, ansioso para obter respostas. 

Querido senhor Potter, 

Passei anos preso naquele lugar miserável injustamente. Quando tive oportunidade, não hesitei em fugir. Isso levou quase 12 anos. É muito tempo para alguém ficar trancafiado em uma prisão. 

Quando saí comecei a vigiar Harry na casa da família trouxa com quem ele morava. Aparentemente Dumbledore não havia permitido que Frida ficasse com a guarda dele. Provavelmente por mim culpa. 

Eu deveria ter ido atrás dele assim que saí. Mas tinha quase certeza que, se eu fosse atrás dela, assim que olhasse nos olhos esverdeados dela, desistiria de qualquer plano que eu tinha de encontrar Rabicho e fazê-lo pagar pelo que fez a mim e a vocês. 

Não só isso. Estava com medo de ela acreditar que eu havia feito tudo aquilo. Assassinado aquelas pessoas e o próprio Pettigrew. Quem sabe até que eu houvesse entregado você e Lily. Eu não iria suportar o julgamento dela. Precisava provar minha inocência primeiro. 

Acabei em Hogwarts enquanto seguia Harry. Remus estava lá. Após uma confusão onde Harry achou que eu havia entregado vocês para o Lord das Trevas, Remus, por incrível que pareça, intercedeu por mim. Ele havia visto Rabicho em Hogwarts com o mapa do maroto. Sabia que eu não estava mentindo. 

Quando eu vi aquela criatura asquerosa que um dia eu chamei de amigo eu quis matá-lo com minhas próprias mãos. Infelizmente o desgraçado fugiu e eu não consegui me vingar por vocês. 

Harry me ajudou a fugir de Hogwarts. Aquilo acendeu uma chama de esperança no meu coração. Após me salvar de um beijo de dementador, fugi de Hogwarts e fui parar na minha antiga casa no Largo Grimmauld. Walburga havia falecido quatro anos após eu ser preso. Infelizmente havia um maldito quadro dela naquela casa que eu não conseguia arrancar. 

Quando chegou o verão Remus apareceu para me ver. Contou sobre Harry e que agora estava tudo bem com o garoto. Fiquei feliz com isso. 

Remus acreditava na minha inocência após testemunhar com os próprios olhos Rabicho estando vivo. O Mapa do Maroto nunca mente, você melhor que ninguém sabe disso, meu amigo. 

Pedi para que ele intercedesse por mim quando eu fosse atrás de Frida. Perguntei onde ela estava e como fazia para encontrá-la. Estava planejando que ele fosse até ela e contasse sobre o que descobriu. A essas horas Frey já saberia que eu escapei de Azkaban, afinal, estava em todos os jornais. 

A resposta de Remus não foi muito boa. No princípio achei que estivesse tentando esconder ou proteger Frida de mim. E ele nunca teve esse direito. Ela era minha garota, afinal. 

Ele disse que não podia falar com ela. A primeira coisa que se passou por minha cabeça foi que ela havia fugido. Deveria estar na Irlanda agora. Não a culpo. Provavelmente havia sido rechaçada quando todos acreditaram que eu entreguei os Potter e destruí um vilarejo trouxa. Mas quando eu o questionei sobre isso, sua resposta foi negativa. 

Frida havia morrido. Quando Aluado me disse isso meu mundo inteiro parou. Frida havia desistido da própria vida após tudo o que aconteceu. Eu não poderia me perdoar por ser o causador disso. 

Mas não. Remus contou que, na noite que você e Lily faleceram, na noite que eu fui atrás de vingança, quem eles acreditaram se tratar Bellatrix apareceu. Aluado disse que não soube se ela fora atrás de mim ou de Frida, mas que ele apenas encontrou o corpo de Frida quando foi atrás de mim pela manhã. 

Eu nunca senti tanta dor antes na minha vida. Foi como se uma parte de mim houvesse sido arrancada de mim. Eu chorei tanto que achei que não fosse acabar. Não sabia que pudesse doer tanto assim perder alguém que ama. Não se comparava a dor que eu senti quando ela foi embora, não se comparava a qualquer dor que eu havia sentido antes. 

E tudo era culpa minha. Fui eu que a deixei desprotegida. Fui eu que fui atrás de vingança, deixando-a sozinha em casa. Eu não pude evitar Bellatrix. Passei 12 malditos anos preso por algo que eu não fiz, na esperança que ela me perdoasse por tê-la deixado por tanto tempo. Sem saber que ela havia ido embora para sempre na noite que eu a deixei. 

 

Naquele ponto Harry já não conseguia segurar as lágrimas que brotavam em seus olhos sem consentimento. Não sabia se era por ter suas expectativas destruídas ou apenas por conseguir sentir toda a dor que seu padrinho transmitia através da carta. 

Não conseguia nem imaginar como se sentiria caso acontecesse qualquer coisa com Ginny. De tanto ler sobre a mulher que um dia compartilhara a vida com Sirius, através das palavras dele, já se sentia totalmente familiarizado com ela. 

Saber que ela havia morrido e sentir a dor da perda através das palavras dele era demais até mesmo para si. 

 

Um dos primeiros lugares que eu fui ver quando sai foi minha casa em Godric's Hollow. Isso após todo o incidente em Hogwarts com seu filho, meu amigo. Remus foi contra. Achou que poderiam me rastrear até lá. Mas não me importei com isso. 

A casa ainda estava no nome dela e não havia sido vendida. Tudo estava lá, como da última vez que eu vi. A única diferença era que os móveis estavam cobertos e não havia energia elétrica em casa. O cheiro de poeira estava bem marcado no ar. 

Andei por entre as paredes onde um dia foi a melhor época da minha vida. Até parar no quarto do primeiro andar. Quando entrei encontrei as paredes pintadas de azul e várias latas de tintas no chão. Haviam móveis ainda embalados e um bilhete preso sobre um deles. "Achei tudo isso em um mercado 24h. Sua obrigação é fazer desenhos nas paredes. Já fiz a maior parte do trabalho. Se você chegar antes de mim, estou em Hogwarts"

Aquilo partiu meu coração. Saber que ela esperou pelo meu retorno e eu não voltei. Saber que ela nunca conseguiu nem ao menos chegar em Hogwarts. Se eu não tivesse ido atrás de Peter nada disso teria acontecido. 

Continuei andando pela casa até parar na cozinha. Havia uma caixa gasta de presente sobre a mesa. 

O papel do embrulhe havia sido gasto pelo tempo e pelas traças. Havia um pequeno bilhete com o meu nome escrito em uma caligrafia impecável. O abri e uma pequena mensagem estava escrita. "Antecipado, mas você sabe que eu nunca faço nada certo mesmo. Feliz aniversário, Black. Eu te amo". 

"Ela achou que você ainda estava atrás de Peter quando deixou isso aí" ouvi Remus dizer. Não sabia que ele havia me seguido até ali, porém não reclamei. "Ela sempre amou você. Ela não sabia muito bem disso, mas eu sempre soube. Desde quando ela me disse que não sabia o que estava fazendo com você. Ela te amou cada segundo desde que te conheceu até o último minuto". 

"E eu a amei da mesma forma. Desde o trem" disse abrindo a caixa e encontrando a pulseira ali. Agora com mais dois pingentes. Uma árvore e uma pequena casa. Irlanda e Godric's Hollow. "Iríamos nos casar depois da guerra. Agora tudo acabou". 

"Não se culpe" Remus pediu se aproximando. Logo não pude evitar as lágrimas. Comecei a chorar como antes. Foi uma péssima ideia ter voltado para aquele lugar. Aluado me abraçou e cai ainda mais no choro. 

Você morreu na noite de 31 de outubro de 1981, James. Frida morreu na madrugada do dia primeiro de novembro de 1981. Um dia foi o necessário para que o meu mundo desmoronar. 

Eu partir atrás de vingança. Ela partiu atrás de Harry para que o que aconteceu com você e Lily também não acontecesse com ele. Eu caí em uma armadilha. Ela foi seguida por Bellatrix que estava atrás de mim. Eu fui preso por algo que na fiz. Ela morreu tentando proteger aquilo que eu devo proteger agora. 

E agora estou na antiga casa que eu resolvi não mais voltar. Meus pais morreram e a casa ficou para mim. Agora a nova Ordem terá sede aqui. Vamos finalmente acabar com todo esse mal que causou o fim de toda a minha felicidade. O fim da vida de vocês. O fim de tudo. 

Seu filho está bem, meu amigo. Ele se tornou alguém de quem você sentiria muito orgulho. Espero estar fazendo um bom trabalho como padrinho agora. 

Em breve lhe escrevo novamente, amigo. 

 

Sirius Black. 

 

Harry segurava fortemente suas lágrimas. Era muito estranho ler relatos de seu padrinho sobre a morte de seus pais. E pior, saber que ele perdeu alguém que era tão importante para ele. 

Pelo que pode compreender, Sirius conheceu sua antiga noiva no último ano em Hogwarts. Viveu em um relacionamento “ioiô” durante alguns anos, até finalmente ficarem juntos. Porém, não durou muito, como pôde perceber nos diários e nas cartas. 

Encontrou alguns desenhos dentro do baú, que representavam a garota que era a descrita nas páginas. Cabelos claros, olhos meio verdes, rosto bonito e traços marcantes. Havia várias fotos dela também e até fotos dela com Sirius. Harry até encontrou mais uma carta, no fundo do baú. Pegou-a e começou a ler. 

 

Caro James, eu sei que não te escrevi ultimamente, e peço desculpas. 

Estou muito ocupado com a Ordem da Fênix e os cuidados de Harry. Gostaria de poder dizer que estou bem, mas estaria mentindo para você, meu amigo. 

Embora eu tenha escapado dos Dementadores, meus pesadelos ainda me perseguem. Eu não pude te salvar. Eu não pude salvar Lily. Eu não pude salvá-la. 

Eu não contei a Harry sobre ela. Seria doloroso para demais eu falar a respeito. Além disso, Harry não me perdoaria por esconder isso dele. 

Deus, eu queria que ele soubesse. Eu queria que ele soubesse que não o deixaria se tivesse escolha. 

Eu ainda sonho com ela. Os olhos dela. A boca dela. O cabelo dela. Seu perfume. Eu me lembro dela mais do que de mim mesmo no passado. Eu era um maldito idiota, acho que por isso eu bloqueei as memórias que eu tinha de mim mesmo sozinho. 

Assim como Lily te salvou, meu amigo, ela me salvou. Mas eu não fiz o mesmo por ela. 

Mas estou melhorando. Eu cuidarei de Harry como eu deveria ter feito antes. Ela ia querer isso. Ela o amava. 

Vou salvá-lo. Para você meu amigo. Para a Lily. Para ela. Para mim. 

Volto a escrever em breve, meu amigo. Eu prometo. Não se preocupe, seu filho vai ficar bem. Juro por ela. 

Com amor, Sirius Black. 

 

Quando terminou de ler Harry finalmente entendeu o que Molly quis dizer. Aquela pessoa que ele conheceu nos diários era parte do Sirius Black que ele não conheceu. A parte mais viva e com uma vida inteira pela frente, sem planejamentos, mas cheio de sonhos. Era o que teria acontecido de tudo não tivesse dado errado. 

Guardou tudo novamente do baú e resolveu ir para o quarto. Já era quase 03h00min da manhã quando entrou em seu quarto e encontrou Gina deitada. Levantou as cobertas e se deitou, virado de frente para a esposa. Logo ela abriu os olhos e analisou o rapaz de olhos verdes. 

—Como foi? _A ruiva perguntou fechando os olhos novamente. 

—Acho que acabei de conhecer mais um pouco sobre a minha história _Harry respondeu, tirando seus óculos e colocando sobre um criado mudo. 

—Que bom, meu amor _Gina sorriu._ Amanhã você me conta a respeito. 

—Está bem _Harry concordou._ Boa noite. Eu te amo. 


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Notas finais do capítulo

É um final um tanto triste, eu sei. Mas era o que encaixaria com os livros, principalmente O Prisioneiro de Azkaban.
Darei alguns esclarecimentos no próximo capítulo.



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