Dear Mr. Potter escrita por JubsFeh


Capítulo 38
Capítulo Trinta e Sete: E Viva aos Noivos!


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é um dos meus preferidos e espero muito que gostem!


BOA LEITURA!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775020/chapter/38

18 de novembro de 1979 

Faltam apenas dois dias para o casamento de James e Lily e nunca vi duas mulheres correrem tanto atrás de preparativos como eu vejo Alice e a ruiva fazerem. Vivem falando sobre arrumação das mesas, quem vai se sentar com quem, as músicas que irão tocar, entre outros. Nunca fiquei tão entediado com um assunto quanto esses que elas têm. 

Além de que não param de insistir para ver meu discurso de casamento antes da cerimônia. E é claro que eu falei que seria uma surpresa, mas na verdade não escrevi nada ainda. 

Alice e Marlene me fizeram prometer que não haveria nenhuma piada de mal gosto, conteúdo sexual ou história constrangedora durante o discurso. E, infelizmente me fizeram prometer e eu, forçadamente, aceitei. Quando mulheres se juntam para ir contra você, o mais sensato é sempre concordar com elas. 

Eu não as culpo. Se fosse há alguns anos atrás eu faria de tudo para sacanear durante o brinde e assistir o circo pegar fogo. Mas percebo como isso é importante para meus amigos, então nada como fazer algo certo uma vez nada vida. 

Além de que, não estou muito animado para esse casamento. Frank disse que me ajudaria a começar o discurso e isso já me animou um pouco mais. Depois daquela maldita carta do meu aniversário minha cabeça anda uma bagunça total. Obrigada, Frida, por estragar minha vida mesmo a distancia! 

Receber aquilo no meu aniversário fez com que vários sentimentos reprimidos viessem a tona novamente. E isso foi uma bela merda, já que tirou meu sono, meu ânimo, resumindo, acabou fodendo meu psicológico. 

Os rapazes até resolveram me levar para provar smoking e ternos ontem para o casamento. Sim, sou um péssimo padrinho que deixou tudo para os últimos minutos, mas agora já é tarde. Pelo menos consegui o terno sem muitos esforços. Sim, eu fui comprar smoking com James meses antes, mas apenas ele comprou. Achei aquele surto dele a coisa mais bizarra que eu o vi fazer. 

Nem sei porque ainda insisto em escrever aqui. Acho que talvez seja uma jeito idiota de distrair minha mente de outros problemas. Afinal, o pretexto de Alice para me dar essa coisa que ela chama de diário foi que eu estava angustiado demais e precisava desabafar. Como eu não fazia isso com ela, precisava ser em algum lugar. 

Em que merda eu fui me meter... 

 
19 de novembro de 1979 

Véspera do casamento de Pontas. Aqui na mansão está uma correria absurda para arrumar os últimos preparativos para a festa. Alice quase me assassinou com um salto alto por eu dizer que ela precisava relaxar. 

"Madrinhas de casamento não relaxam até que o casamento acabe" foi o que ela me disse. E pensar que a primeira a ficar noiva foi ela. Do jeito que ela enrola o coitado do Frank, esse casamento não vai acontecer. Ou, se acontecer, vai ser o último entre os amigos. E olha que eu sou sempre solteiro. 

Finalmente consegui escrever um discurso decente de casamento (ou pelo menos a primeira parte). Mostrei para a Alice e ela gostou. Perguntou-me onde estava o restante do discurso e eu, como o bom canastrão que eu sou, menti dizendo que era uma surpresa de casamento. Mas no fundo ela sabe que só escrevi aqueles dois pequenos parágrafos. 

Sei que é errado. Tanto que eu estou escrevendo aqui para comentar o quão entediante foi o meu dia de arrumação das mesas e não estou escrevendo o discurso, que será lido na noite de amanhã. Acho que deveria escrever meu testamento também, só para o caso de eu vir a óbito amanhã, quando Alice souber que talvez eu improvise o meu discurso. Acho que será o maior vexame. 

 
20 de novembro de 1979 

São exatamente 7h da manhã. Remus e James vieram me acordar após uma noite de bebidas entre os garotos. Saímos ontem a noite para nos despedir de Pontas, o solteiro, pois hoje daríamos olá para James, o casado. 

E bem, obviamente a ressaca era evidente no meu corpo. Olheiras, cabelo amassado, voz rouca e uma enxaqueca absurda. Olhei-me no espelho e quase não me reconheci. Eu consegui ficar feio de manhã, algo que era uma grande novidade para mim. 

Agora os rapazes estão lá em baixo me esperando para tomar café e nos preparar para a cerimônia. Pelo menos consegui terminar meu discurso de casamento e isso já me dá uns pontos extras no quesito "padrinho". 
  
21 de novembro de 1979 

Acho que já são quase 6h da manhã, mas ainda está escuro. Ontem/hoje, com certeza, deve ter sido o melhor dia de minha vida e o mais estranho e inusitado. Eu devo estar com cara da idiota agora, mas tem um motivo ótimo. 

A cerimônia de casamento de James e Lily começou lá pelas 6h da noite. É claro que teve toda aquela demora até a noiva chegar e o padre (eu acho que era um padre) realizar o casamento. Eu fiquei do lado de James, junto com Remus e Peter, enquanto Alice e Marlene entraram com a noiva. Faltava uma madrinha de casamento, mas Lily preferiu não preencher o lugar em memória da Malfoy. 

Houve todo aquele discurso do casamenteiro e tudo, muito choro vindos dos parentes e afins. Até que, finalmente a cerimônia acabou e fomos para a festa. 

Na mansão foi tudo bonito. Alice deu um jeito de arrumar tudo e deixar o lugar simples, porém muito elegante e aconchegante. Lily adorou tudo e chorou bastante com os cumprimentos de todos. 

Muitos antigos alunos e professores de Hogwarts compareceram no casamento. Inclusive a Senhorita Mcgonnal e o professor Dumbledore. Membros da Ordem da Fênix também foram, não apenas para caso acontecesse qualquer ataque, já que haviam muitos bruxos reunidos em um só lugar, mas para participar da festa como amigos. 

Com certeza era uma das festas mais cheias e alegres que o mundo bruxo já viu. Todos comemoravam e sorriam, relembrando o passado e celebrando o futuro. 

Até que chegou a hora em que todos nós nos reunimos nas mesas para os discursos. 

Primeiro foi a Alice, a madrinha. Ela fez um discurso contando sobre a amizade que ela tinha com Lily e com James. Contou como foi longo o caminho até que eles ficasse juntos e teve um belo apelo sentimental, até para a Alice. Como a função da madrinha fazer os convidados chorarem com um discurso emotivo, acho que ela se saiu bem. 

Quando ela terminou houve então uma salva de palmas e abraços na noiva, que estava bem emocionada. Até que chegou a minha vez. Eu estava suando bem frio, para falar a verdade. Havia passado todos os meus momentos vagos e sozinhos recitando aquele discurso até decorar. Tanto que posso escrever todo ele aqui sem olhar a folha em que anotei ele. 

"Bem, acho que eu não sou o melhor indicado para padrinho de casamento e fazer discursos falando o bem dos noivos. Dei uma chance à eles de trocarem o padrinho hoje de manhã, pois ainda tinha tempo, mas não deu muito certo. Então, por onde eu começo? 

Eu conheci James logo no meu primeiro ano em Hogwarts. E, logo de cara, quando dividimos a mesma cabine do trem, nos tornamos melhores amigos. Fazíamos tudo juntos. Éramos inseparáveis. E isso causava muitos problemas para os professores. Nem me lembro quantas detenções tivemos que receber por aprontar. 

No nosso quinto ano Pontas percebeu estar apaixonado pela ruivinha ali. Ele só falava de Lily, como se fosse um maníaco do parque obcecado. Nunca fiquei tão enjoado em ouvir um nome na minha vida. Sem querer ofender o seu nome, querida. Deixo isso bem claro." Com isso os presentes ali começaram a rir com o comentário e eu continuei. 

"E claro que a ruiva, como a boa teimosa que era, ou inteligente, pois ainda acho que ela deveria ter fugido do casamento antes do padre perguntar se ela aceitava, não deu nenhuma bola para meu James. Se eu fiquei com pena? Eu era a pessoa que mais me divertia com a situação dos dois. Era meu passatempo predileto. 

Até que chegou o último ano e tudo mudou. Lily deu uma chance para Pontas de provar que ele não era o completo imbecil que ele aparentava ser. Deixando bem claro que eu acho que ele mentiu um pouco nessa parte, já que ele era um completo imbecil. E do pior tipo, um imbecil apaixonado por uma ruiva esquentada e teimosa. 

E então tudo finalmente começou. Eles demoraram para ficar juntos, mas finalmente aconteceu. E eu fui trocado por uma ruiva, sendo que todos sabem que o meu cabelo é muito melhor que o dela. E, depois de tanto sofrer sendo excluído e trocado por uma mulher, ainda tive que vir aqui e fingir que concordo com tudo isso. Juro que pensei em interromper o casamento quando o padre perguntou se alguém queria interferir. Fui impedido pelo olhar de Pontas. E cá estou eu." 

Até esse momento no casamento todos riam com as piadas presentes do discurso, incluindo os noivos. Eles trocavam olhares em atuação, fingindo estar indignados um com o outro, ajudando mais ainda no discurso. Mas logo quando as risadas cessaram, meu tom de humor mudou para o tom nostálgico. Lembro de ter avaliado a taça de champanhe na minha mão e sorrir para o nada, lembrando de todo o passado. 

"Apesar de tudo isso, eles sempre estiveram comigo. Desde os melhores momentos, como quando vencíamos no quadribol, até nos piores. Nunca falharam comigo. 

Quando eu saí de casa e não tinha para onde ir, James não pensou duas vezes antes de me chamar para ir para sua casa. E eu fui, desamparado. Fui acolhido por sua família como se fosse minha. Nunca me senti tão em casa quanto naquele dia. De meu melhor amigo passou a ser meu irmão. E eu fui muito grato naquele dia, como eu ainda sou hoje. 

Não éramos apenas parceiros de crime, trabalhando juntos em nossas travessuras pela escola mágica, éramos uma família. A família que eu nunca tive. E por isso eu serei sempre grato a você, Pontas. Você e nossos amigos, que me aceitaram como eu era, quando nem mesmo minha família de verdade aceitou. 

E, eu não estou errado em dizer que nossos pais estariam muito orgulhosos em estar aqui agora, nesse casamento. A melhor escolha que você pode fazer foi se casar com Lily, que sempre foi essa pessoa tão incrível e que também nos acolheu como família. Apesar de todas as brincadeiras, nós somos isso. E Euphemia e Flea devem estar muito felizes, onde quer que estejam, com o que nos tornamos agora. 

Então um brinde aos noivos. A James, meu melhor amigo e irmão, que sempre está comigo sem questionar e Lily, que se uniu a nós e entrou para nossa problemática família. Minha nova irmã, você é a melhor pessoa que Pontas poderia encontrar. A filha que nossos pais sempre pediram. E viva aos noivos!" 

E o som das palmas preencheu todo o salão. Após o brinde, Lily foi a primeira a se levantar e me abraçar, agradecendo por tudo que eu fizera por eles. Ela chorava feliz e eu confesso que segurava as lágrimas. Tudo apenas para agregar valor ao meu discurso, é claro. Não sou muito sentimental. 

James veio em seguida, fazendo o mesmo. Disse que eu era o melhor irmão que ele poderia querer e que me amava. Que sempre estaria ali para mim, nos momentos bons e ruins. 

Depois dos cumprimentos então se iniciou a festa. Os noivos permaneceram sentados ainda para receber vários cumprimentos enquanto muito foram para o centro do salão dançar as músicas que uma banda contratada tocava. 

Estava tudo bem enquanto eu estava sentado na mesa com os noivos e o restante dos padrinhos e madrinhas quando aconteceu. Eu a vi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Mr. Potter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.