Dear Mr. Potter escrita por JubsFeh


Capítulo 26
Capítulo Vinte e Cinco: Melhor Amigo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo um pouquinho grande, admito. Mas juro que está da hora!

BOA LEITURA!



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Sirius abriu os olhos logo bem cedo. Sentiu um leve peso sobre o seu peito e notou os cabelos loiros claros espalhados sobre si. Frida estava deitada com a cabeça apoiada próxima a curva do pescoço de Sirius, um dos braços abraçando a barriga dele e as pernas enlaçadas nas deles. 

Admirou os rosto calmo dela. Era até estranho pensar que ela estava finalmente dormindo após tantas vezes que ouvira sobre sua falta de sono diária. Com esse fato, não pensou duas vezes antes de voltar a dormir para não ter que acordá-la, sem saber quando ela dormiria daquela forma novamente. 

—Sirius! _O Black acordou assustado ao ser chamado e ouvir a porta ser esmurrar com força. Notou que Frida também despertou, encarando a porta com olhos estreitos de sono._ Sei que você está aí. Nossa mãe está furiosa porque vocês perderam o café da manhã. Já é quase hora do almoço, acho melhor levantar logo. 

—Já vou _respondeu ele com a voz embargada de sono. Espreguiçou-se assim que a loira saiu de cima dele na cama. 

—Bom dia _ele disse após bocejar. Sentou-se na cama enquanto Frey saia da mesma e juntava suas roupas e as dele do chão._ Essa é uma visão agradável para se ter logo quando acorda. Você fica bem vermelho, mas prefiro seu vestido no chão. 

—Lily diz que vermelho é a minha cor _ela comentou enquanto colocava as roupas dele na cama. O rapaz a analisava com os olhos e ela arqueou uma das sobrancelhas, depois dando de ombros. Ele já tinha visto a loira nua algumas vezes e ela nunca havia tido vergonha mesmo de qualquer maneira.— Irei tomar banho. 

—Posso ir junto? _Ele perguntou sorrindo enquanto encarava a loira rebolando até o banheiro. 

—Não, você irá se vestir e sair do quarto antes que mais alguém resolva bater na minha porta por você estar aqui _ela respondeu se virando já na entrada do banheiro para encará-lo._ Não vai querer duas ruivas te enchendo de perguntas. 

—Tem razão _ele concordou saindo da cama, já começando a vestir suas roupas. 

—Te vejo lá em baixo _ela anunciou antes de fechar a porta do banheiro, indo para o seu banho. 

  

Alice não chegou sozinha na casa dos Potter. Frank, Remus e Peter resolveram aparecer no mesmo horário, logo pela manhã e arrumando tudo nos quartos que ficariam. Já era o horário do almoço e a senhora Potter com a ajuda de seus elfos domésticos e Lily, haviam preparado um banquete para toda aquela tropa. 

Sirius desceu recebendo logo um puxão de orelha de sua mãe postiça, que reclamou muito por sua demora. Mas, após um sussurrar de Fleamont sobre algo que Sirius deduziu se tratar do fato dele ter demorado para levantar e Frida não ter aparecido. 

Cumprimentou a todos que já estavam ali, principalmente Peter e Remus. Recebeu um olhar travesso vindo de Alice, porém tratou de ignorar. Sentou-se a mesa  antes que Euphemia continuasse a reclamar. 

Remus precisou deixar algo na sala e foi tempo o suficiente para Frida aparecer nas escadas e correr em direção a ele, jogando-se em seus braços, assustando o Lupin. Logo ele a rodopiou no ar, causando gargalhadas e fazendo formar uma linha reta nos lábios de Sirius, que observava a cena da sala do jantar. 

—Olá _cumprimentou ela após Remus a pôr novamente no chão. 

—Eu acho melhor você disfarçar bem sua expressão _Fleamont, que estava ao seu lado, sussurrou próximo ao ouvido do rapaz._ Todos estão vendo o ciúmes estampado na sua cara. 

O moreno bufou e o pai deu risada. Logos os dois entraram na cozinha entre risos e se sentaram a mesa. Frida acenou em cumprimento para todos e sorriu radiante ao notar Alice. 

Estavam todos postos a mesa conversando enquanto se deliciavam com a comida quando a matriarca se referiu à loira: 

—De todos aqui presentes, você é quem eu menos sei a respeito, querida _ela sorriu para a loira, enquanto todos voltavam seus olhares para as duas. Frida sorriu forçadamente. Sabia que aquilo ocorria graças ao fato dela ter sido a última a chegar para o almoço. 

—Não tem muito que saber _ela deu de ombros enquanto cortava seu bolo de carne. Tentou fingir que não era com ela, fitando somente o seu prato.— Sou uma pessoa comum. 

—Ela adora os jogos de quadribol lá da escola, tia _Alice comentou apoiando os cotovelos na mesa. Frida olhou para ela, em um pedido silencioso de que não continuasse a falar._ E vive aprontando durante a noite, fugindo do dormitório. 

—Já me ajudou com alguns exames _Peter acrescentou enquanto limpava a boca com um guardanapo. 

—E tem uma coelha chamada Popcorn, mas chama de Poppy _Lily disse._ Lembra quando foi lá em casa com ela? 

—Isso aqui virou um complô contra mim? _Ela perguntou fazendo todos na mesa rirem.— É sério isso? O quão relevante é saber o nome da minha coelha? 

—Ela é a aluna mais esperta da Sonserina, mãe _James disse. 

—Jura? _Flea perguntou entusiasmado._ Isso é ótimo! 

—Não é para tanto _ela negou começando a se sentir desconfortável com todas as atenções voltadas para ela.— Tem outro aluno muito bom, que inclusive se sai muitas vezes melhor do que eu. 

—Ranhoso _Sirius recitou revirando os olhos. 

—Não se preocupe, querida _Euphemia declarou._ Ninguém é obrigado a ser bom em tudo. Não precisa se envergonhar. 

—Não, está tudo bem _Frida deu de ombros e prendeu o cabelo em um coque desajeitado._ Acredito que existem dois tipos de pessoas, vocação ou coisas do gênero. 

—Espera _o rosto do Potter mais velho adquiriu uma expressão confusa._ Como assim? 

—Ela quer dizer que a vida é binária _Remus explicou e Frida sorriu para o amigo. Eles sempre entendiam os enigmas um do outro. 

—Do tipo zeros e uns? _James se manifestou, perguntando. 

—Apesar de sermos seres racionais e com escolhas _Frida começou._ Essas escolhas costumam ser divididas em duas. Em dois caminhos diferentes. 

—Basicamente que, apesar de termos infinitas escolhas, a dúvida sempre será entre dois caminhos, que levam sempre a mais dois caminhos e assim sucessivamente _Remus explicou novamente. 

—Obrigada de novo, sabe-tudo _Frida agradeceu e o rapaz sorriu assentindo, o que fez Sirius revirar os olhos de ciúmes, porém ninguém notou._ Enfim, deixe-me ver um exemplo... Humano ou não humano? Humano. Homem ou mulher? Mulher. Mágica ou não mágica? Mágica. E assim sucessivamente. Mas isso é uma escolha do acaso. 

—Mas as que vemos são a que fazemos _o lobisomem acrescentou._ Do tipo se seremos bons ou ruins, se escolheremos o dinheiro ao amor, entre um amor ou outro, qual sapatos usar, essas escolhas diárias. É claro que às vezes há mais de uma opção, mas o resultado será um entre dois: satisfação ou arrependimento. 

—Remus, você é incrível! _A loira ergueu a mão para um "toca aqui" com o rapaz que estava sentando na sua frente, que correspondeu rindo._ Seu cérebro completa o meu. Somos massas-cinzentas gêmeas. 

Todos na mesa gargalharam e Sirius bufou, revirando os olhos de ciúmes e atraindo alguns olhares. 

—Esse papo todo de gênios super dotados me deu um nó na cabeça _ele inventou uma desculpa que fez o senhor Potter rir. 

—Senti-me muito menos inteligente depois de presenciar esses argumentos _Flea declarou e atraiu mais alguns risos._ Sem querer ofender, garota, mas de onde saiu esse cérebro todo que não é tão comum entre os Malfoy? 

Euphemia repreendeu o marido com o olhar que fez uma cara confusa. A ruiva mais velha revirou os olhos com a lerdeza do marido. 

—Não se preocupe, senhora Potter _a loira a acalmou._ A maioria dos Malfoy costumam ser astutos e audaciosos, usando a genialidade para atingir poder e riquezas. Mas minha família não é toda Malfoy. Minha mãe é uma Ravenclaw. 

—Jura? _Fleamont continuou fazendo perguntas descaradas. Nesse quesito lembrava muito ao filho, não só na aparência._ E como caiu na Sonserina com essa inteligência toda? 

—Fleamont! _A senhora Potter o repreendeu, acertando-o com uma colher, causando gargalhadas nos mais novos. 

—Na verdade minha mãe foi a primeira da família a ir para uma casa que não a Corvinal _ela explicou simpática para tranquilizar a senhora ruiva. Sirius manteve os olhos sobre a loira se lembrando do começo do ano e como tudo teria sido mais fácil se ela não fosse uma das serpentes. Resolveu prestar atenção no que ela falava._ Ela sempre foi muito inteligente, porém prezava muito as etiquetas, bons modos, tipos de famílias, influência, esse tipo de coisa que é comum entre os membros da Sonserina. E, como ela era uma bruxa puro-sangue, isso ajudou muito para que ela entrasse. 

"Já eu... Eu não faço ideia. Eu fiquei muito tempo esperando o Chapéu Seletor escolher qual casa eu pertencia. Bem mais demorado que os outros alunos. Mas no final eu acabei na Sonserina como os meus pais. Minha mãe diz que é por minha genialidade forte e meu pai por eu ter um dos sangues mais puros do mundo bruxo, vindo de milênios." 

O silêncio se instalou na mesa por alguns instantes após ela finalizar sua explicação, até ser quebrado por James que tinha uma expressão de quem havia entendido tudo. 

—Espere aí... Você é quem garota de cabelos brancos que demorou quase 20 minutos para ser escolhida! Está tão diferente! 

—Isso faz sete anos, James _Alice revirou os olhos com a lerdeza do amigo. Mais uma vez os que estavam presentes à mesa riram. 

 

Após uma tarde bem animada com os amigos passeando pela cidade e encerrando a noite com uma maratona de filmes, Sirius estava um tanto quanto cabisbaixo em seu quarto. Olhava para o teto pensativo. 

Não queria admitir para si mesmo, mas desde que os amigos chegaram (mais precisamente Remus), Frida havia deixado ele um pouco de lado para dar atenção para os outros. E isso o havia incomodado. Não estava nenhum pouco acostumado com esse tipo de sensação e isso era o que mais lhe tirava o sono. 

Desistiu de tentar dormir e ficar apenas rolando pela cama. Levantou-se de sua cama e saiu do quarto, seguindo pelo corredor até chegar ao quarto da Malfoy. Bateu levemente na porta e aguardou por alguns segundos até a mesma ser aberta. 

—Aconteceu alguma coisa? _Perguntou ela com o cenho franzido. Claramente ela também não conseguia dormir e estava acordada no meio da madrugada, mas por motivos diferentes de Sirius. 

—Eu não consigo dormir _respondeu Sirius dando de ombros. Pela primeira vez em muito tempo estava desconfortável._ Então pensei que poderíamos não dormir juntos. 

—Eu não acho que seja uma boa... _a Malfoy deixou a frase morrer no meio. Era a primeira vez que ele se queixava da falta de sono para ela e poderia se tratar de algo grave. Seu único receio era graças às conversa do noite anterior que tivera com ele. Suspirou pesadamente e deu passagem, gesticulando para que Sirius entrasse. 

O Black assim o fez. Aguardou a loira fechar a porta para então acompanhá-la até a cama e se deitar, cobrindo-se com a coberta que já tinha um forte cheiro de morangos e ficando de frente para a loira. 

Ele fitava os olhos esverdeados que o encaravam de volta. Nunca teve medo de nada, talvez fosse por esse motivo que estivesse na Grifinória. Porém os olhos dela lhe amedrontavam. 

Tinha medo de como os olhos dela o hipnotizavam. Medo de como se sentia todas as vezes que os viam focados em si. Mais medo ainda de imaginar eles focados em outro alguém senão ele. Droga, não conseguia evitar estar apaixonado por ela. 

Levou os dedos até o rosto pálido da loira e acariciou a pele gelada. Automaticamente Frida fechou os olhos e suspirou. 

—Não faça isso comigo _suplicou ela em um sussurro quase inaudível. 

—Não fazer o quê? _Sirius perguntou memorizando cada traço do rosto dela. 

—Não faça eu me apaixonar por você _ela pediu abrindo os olhos em seguida, prendendo-os nos olhos cinzas dele._ Por favor. 

Os dedos que acariciavam as maçãs do rosto dela foram parar em sua nuca, prendendo-se nos fios loiros. Sirius ergueu um pouco o tronco para se apoiar no antebraço e ficou parcialmente em cima de Frida. 

Tocou os lábios dela finalmente em um beijo calmo. Frida novamente fechou os olhos e levou uma das mãos para os fios negros longos dele e a outro para o rosto, sentindo a barba por fazer pinicar a palma de sua mão. 

Em poucos segundos Sirius separou os lábios dele dos dela e os levou até a pele claro do pescoço, beijando a região. A loira estremeceu, agarrando-se aos cabelos deles tentando manter o que lhe restava de sanidade. 

—Eu amo o seu cheiro _confidenciou o Black próximo ao seu ouvido. Frida apertou os olhos com força e arfou quando ela mordiscou o lóbulo de sua orelha. Os lábios dele então traçaram um caminho até seu queixo, mordendo levemente a pele._ Também amo seu gosto. 

Aquilo não podia ser algo bom. Todas aquelas sensações que ele provocava nela, sua pele se tornar brasa ardente a cada toque que ele dava em sua pele, as declarações aos sussurros quando estavam somente os dois. Nem quando havia se apaixonado antes havia se sentido daquela maneira. E isso a assustava. Muito. 

 

Foi obrigado a abrir os olhos graças às cortinas estarem abertas e a luz entrar pela janela. Praguejou ao apertar os olhos e voltar a abri-los, demorando alguns instantes para focar devido às luz. 

Quando conseguiu enxergar de forma normal, avistou o corpo de Frida desnudo ao seu lado. Ela dormia tranquilamente, com o corpo virado para cima e o rosto na direção de Sirius. 

De maneira quase automática as mãos dele foram até a pele pálida dela. Se virou para ela e suspendeu seu tronco sob o antebraço até quase se debruçar sobre ela. Sua mão pousou sobre sua cintura enquanto ele traçava uma trilha com seus lábios, percorrendo desde um pouco acima do umbigo, subindo por entre o vale dos seios pequenos até chegar ao pescoço. 

Nesse ponto Frida já estava despertando. Quando sentiu a barba se Sirius roçar pelo colo dos seus seios abriu os olhos. Não teve problema em se adaptar a luz que vinha das cortinas abertas, apenas ficou seus olhos no que o moreno fazia. 

Quando ele terminou simplesmente ficou posicionado com o antebraço apoiado para ficar com o rosto próximo ao dela. Sua outra mão ainda segurando a cintura fina. 

—Bom dia _ele cumprimentou ainda com a voz embargada pelo sono. 

—Bom dia _Frida respondeu levando uma das mãos ao rosto dele, tirando uma mecha de cabelo e colocando atrás da orelha do mesmo. Sirius soltou a cintura dela para segurar sua mão, onde beijou a palma e a manteve sobre o próprio rosto. 

—Acho que hoje devemos ir para o café _sugeriu ele, mantendo os olhos fixos aos dela._ Para não haver mais nenhum problema sobre isso. 

—Tem razão _ela concordou. Percorreu os olhos por todo o rosto dele, como quem tenta decorar alguma coisa. Estava deixando tudo ir longe demais e precisava dar um basta. Logo se veria presa demais a ele e isso poderia trazer consequências desastrosas para a mesma. 

Sirius deu um breve beijo sobre os lábios dela e tratou de se levantar. Ela assistiu atentamente quando o Black se vestiu e saiu. Sentou-se então na cama enquanto apertava fortemente a coberta por entre suas mãos. Precisava parar. Aquele deveria ser a melhor hora. Antes que fosse tarde demais e ela se apaixonasse. Antes dele se ferir pelo egoísmo dela em querer manter ele perto. 

  

Os convidados não paravam de chegar à casa dos Potter. Lily, Alice e Frida se arrumavam no quarto que Frida havia se instalado na casa. As três já estavam vestidas e arrumavam os cabelos e a maquiagem para enfim descer. 

Alice usava uma blusa branca de alças finas e com as costas abertas, saia longa preta com uma fenda na lateral esquerda e sapatilhas pretas. O cabelo estava recém cortado e usava brincos de argola e pulseiras prateadas. Frida havia passado um batom marrom forte nos lábios da morena e apenas rímel nos cílios. 

Lily usava vestido rosa claro de mangas longas rendadas, que ia até próximo aos joelhos e sem decote, saltos fechados pretos e meia calça bege. O cabelo havia sido preso em um coque bem alto e elegante, maquiagem dando destaque para os olhos, com um esfumaçado marrom e a boca rosa. Usava brincos de ametista roxa em formato de coração que havia ganhado de sua avó e um anel dourado trançado que James lhe dera. 

Já Frida usava algo que nem ela mesma entendia, mas que sua mãe havia mandado fazer especialmente para a jovem e, por incrível que pareça, ela havia gostado. Uma blusa frente única  branca de um tecido franzido e um pouco transparente, com gola prata que caia solta pelas costas e com pedras de brilhantes e uma calda longa que ficava presa na calça social alinhada branca, acompanhada da um salto alto bege. Lily prendeu o cabelo da loira em um rabo de cavalo baixo com o cabelo repartido ao meio, dando-lhe um ar mais sofisticado e elegante. A única maquiagem em seu rosto era uma sombra branca apenas próxima aos cílios e um delineador fino. Na boca resolveu apenas aplicar um brilho, para não deixar tão opaca. 

—Tem certeza que vai usar esse macacão, vestido, sei lá o que é isso, sem sutiã? _Lily perguntou pela terceira vez enquanto conferia as fivelas de seu salto. 

—Para de implicar com ela, ruiva _Alice revirou os olhos, sentando-se na cama._ Ela está linda. E nem está transparente. 

—Alice está certa, não está aparecendo _Frida conferiu no espelho._ Tenho seios pequenos, não chama atenção nessa roupa. 

—Está linda _Alice decretou._ Prontas? Podemos descer? 

—Acham que eu estou bem vestida? _Lily perguntou demonstrando certo pânico. 

—Lily, você está parecendo uma princesa _Frey pegou a mão da amiga e vez ela rodopiar._ Todos na festa só terão olhos para você. Agora vamos descer antes que Alice tenha um ataque. 

—Obrigada! _Alice se levantou da cama e foi a primeira a sair, seguida de Lily e por última Frida, que trancou a porta do quarto. 

Já no corredor podia se ouvir a música no salão. Atingiram as escadas e puderam ver as luzes que indicavam o caminho. A festa seria no salão de baile que ficava em uma área mais ampla. Seguiram até o final da escada e foram para trás, encontrando uma enorme porta cheia de luzes. Ao passarem muitos olhares se voltaram para as jovens e a música preencheu por completo os ouvidos de Frida. 

No salão havia músicos tocando, várias velas flutuantes no teto que iluminavam todo o ambiente, o que lembrava um pouco Hogwarts, algumas mesas próximas às paredes, onde haviam famílias sentadas, garçons servindo comes e bebes e muita gente. Uma parte era aberta dando em um lindo jardim com gazebo e vários bancos de madeira entalhada, dando vista para o céu estrelado que a noite teria. O piso estava recém lustrado, quase exibindo o reflexo das pessoas, as paredes eram brancas com entalhes dourados elegante e colunas de mármore sustentavam o teto alto. Por fora a casa não parecia tão grande como por dentro. 

Logo Alice avistou Frank distante e se afastou, indo de encontro ao namorado. Euphemia que usava um vestido prateado e um lenço rendado preto sobre os braços ao longe avistou Lily e acenou para que fosse até ela. A senhora ruiva estava acompanhada do marido, James e outro casal. 

Já Frida ficou por um tempo observando as pessoas no salão. Adultos conversando e bebendo, crianças correndo pelo salão, algumas pessoas sentadas à mesa e outras apenas se situando no ambiente. A loira não pestanejou ao passar um garçom por ela e aceitar uma taça de champanhe. 

—Olá, senhorita _ouviu alguém dizer ao seu lado e se virou encontrando um ruivo alto de terno._ O que uma jovem tão bonita faz sozinha em uma festa? 

A loira abriu a boca para responder, porém foi interrompida ao sentir uma mão calorosa em suas costas e ouvir o rapaz de voz grave pronunciar. 

—Felizmente a jovem bonita não está sozinha _Sirius pronunciou sério e pode ver o rapaz ruivo encolher os ombros._ Olá, Eric. Deveria escolher outra vítima para esta noite. 

O ruivo levantou as mãos rendidas e saiu, deixando o casal. Frey então se virou para Sirius com uma sobrancelha levantada. 

—O que foi isso? _Ela perguntou. 

—Eric é um primo de James totalmente abusado _o rapaz declarou pegando a taça de champanhe da morena e bebericando. 

—Entendi _ela pegou de volta sua taça de champanhe._ Está bonito, Black. 

O rapaz usava terno preto com uma blusa social branca por baixo do blazer, gravata também preta e sapatos sociais. O cabelo estava penteado para trás como quando estava com seu cabelo mais curto e a barba estava feita. 

Ele sorriu e iria responder à loira, quando avistou Euphemia gesticulando para que ele se aproximasse. 

—Acho que os pais de James estão solicitando nossa presença _ele comentou._ Vamos? 

—E-eu vou cumprimentar os rapazes primeiro. Avise-os que já estou indo _ela respondeu virando todo o líquido da taça de uma vez e saindo de perto do rapaz. Deixou a taça em uma mesa no caminho e encontrou Remus conversando com algum desconhecido._ Olá. 

—Ei, Frida _ele a cumprimentou e ela logo tratou de pagar outra taça de champanhe do garçom que passava por ela._ Está bem? Parece nervosa. 

—Estou ótima! Por que não estaria? _Ela avistou Sirius parado próximo ao senhor e a senhora Potter e se acalmou. Remus gesticulou para que o estranho os desse licença e ele saiu. 

—Eu te conheço, Malfoy _ele indagou fazendo a loira finalmente olhar para ele, com os olhos em súplica por socorro.— É por causa de Sirius? 

—É tão óbvio assim? _Ela perguntou tentando não parecer nervosa e falhando, o que fez Lupin rir. 

—Você pode até conseguir enganar as meninas e aos outros, mas eu sou um lobisomem _ele respondeu._ Não há ninguém que minta melhor do que eu. Claro que sei quando estão mentindo. 

—Eu odeio você, Remus —ela suspirou._ Não sei o que fazer. 

—Em relação a quê? 

—Sirius disse que gosta de mim _a loira respondeu olhando para os pés. 

—E isso não é bom? _Ele perguntou, mas não obteve resposta._ Já entendi... Você não sente o mesmo. 

—Não é que eu não goste dele _ela tratou de se explicar._ Apenas acho que não é da mesma forma que ele. Não posso me comprometer agora. 

—Não pode ou acha que não pode? _Remus encostou-se a uma mesa e continuou a analisar a amiga. 

—O que quer dizer? _Ela perguntou terminando com sua bebida novamente. Sentia vontade de estalar todos os dedos das mãos graças ao seu nervosismo inoportuno. 

—Você age sempre por impulso, Frey. Menos quando quer proteger alguém. Juro que eu esperava que você se apaixonasse e tivesse seu coração partido por ele e não o contrário. Não que você fosse criar expectativas, mas esse seria o mais lógico. Cá entre nós, sabemos como o Sirius é. Não é nenhum pouco dentro dos padrões que ele se interessasse seriamente por alguém. 

—Eu só... _Frida não conseguia formular uma frase._ Eu não sei. 

—Não está tentando manter ele afastado porque quer protegê-lo de algo, não é? _Remus perguntou e ela olhou para ele sem responder, sendo o suficiente para o mesmo entender._ Porque, estar confusa em relação a sentimentos é uma coisa. Agora, querer que ele não se aproxime para protegê-lo de algo é outra. Não está me escondendo nada, não é? 

—Acho que é por isso que você é meu melhor amigo _Frida sorriu. Lembrou-se então das ameaças de Bellatrix e estremeceu. Queria muito contar para o melhor amigo o que estava acontecendo. Contar sobre o medo que tinha após as ameaças que sofrera. Mas também era necessário protegê-lo.— E eu não sei qual dos dois é. Vamos ver o que o tempo irá dizer para eu tomar uma decisão correta. 

—Não demore _ele disse sorrindo._ Ele está vindo para cá. 

Frida pegou outra taça de champanhe e virou todo o conteúdo. Sentiu a aproximação do rapaz e começou a tamborilar os dedos contra a perna nervosa. 

—Está tudo bem? _Sirius perguntou ao se aproximar. 

—Vou cumprimentar os novos convidados _Remus avisou e saiu, deixando os dois sozinhos. 

—Está bebendo depressa demais _o moreno disse tirando a taça de champanhe da mão da loira e colocando sobre a mesa._ Já deu para perceber que estar nervosa. Está acontecendo alguma coisa? 

—Não _ela mentiu. Sentou-se na cadeira que puxou e estava ao lado da mesa. O rapaz fez o mesmo, sentando na frente dela. 

—Está mentindo _ele afirmou._ O que está havendo? Tem me evitado muito nos últimos dois dias. Desde quando eu fui embora do seu quarto ontem pela manhã. 

—Só não estou acostumada, sabe? _A loira suspirou pesadamente, recebendo a mão do moreno em sua perna._ Alguém gostando de mim. Não esperava por isso. 

O rapaz a analisou com os olhos cinzentos e a expressão séria. Ele suspirou e se endireitou na cadeira, passando os dedos pelo cabelo. 

—Está estranha comigo por eu estar apaixonado por você? _Ele perguntou tentando parecer indiferente. "Droga, agora já era. Ele disse estar apaixonado". Naquele instante quis azarar o rapaz por ter pronunciado aquelas malditas palavras. 

Frida prendeu a respiração por um instante. Suas mãos estavam tremendo e o olhar vidrado em pânico. Por que não poderia ser uma pessoa normal e apenas reagir de maneira menos estranha? 

Ela estava surtando e sabia disso. Sirius demonstrou preocupação e pegou as mãos da loira, que ainda tremiam. Frida não piscava e sua respiração estava falha. Apertava com força os dedos do moreno sem saber como reagir. Suas mãos geladas e suando frio com a descoberta. 

—Frida? Frida! _Sirius chamava a garota, tentando tirá-la de seu transe. 

—E-está apaixonado por mim? _Ela perguntou com a voz falha. 

—Eu já não havia dito isso há dois dias? _Ele perguntou com a expressão confusa. 

—Disse que achava estar gostando de mim _ela respondeu ainda com a expressão mortificada de pavor. 

—Não é a mesma coisa? 

—E-eu não sei _ela respondeu tristemente. Ela olhou para as mãos que Sirius mantinha nas suas e suavizou seu aperto._ Não entendo muito sobre isso. 

—Acha que eu entendo? _Ele perguntou sorrindo com a expressão cansada._ Nunca aconteceu isso comigo em todos esses anos. Acha que não estou apavorado? 

—Eu estou com medo _ela admitiu voltando a olhar para ele. Os flashes de Bellatrix a ameaçando voltavam em sua mente e os pesadelos de Você-sabe-quem ameaçando as pessoas próximas a ela que vinham a assombrando. Sirius seria mais uma alma para ela temer que se machucasse._ Não farei bem nenhum a você. 

—Não vai me machucar _ele comentou agora afagando a bochecha da loira, secando uma lágrima prestes a rolar. 

—Como pode ter tanta certeza? _Ela perguntou ouvindo ao longe as pessoas iniciarem uma contagem regressiva, prontas para lançarem fogos. 

—Não tenho _ele respondeu dando de ombros e sorrindo._ Não é essa a graça? 

Ela o fitou por alguns segundos, como se memorizasse cada pedaço de seu rosto. Frida não sabia se estava apaixonada por Sirius, mas sabia que tinha muito medo de qualquer mal acontecer a ele. Sabia que todos estariam no jardim prestes a soltar os fogos e resolveu fazer a coisa menos sensata a se fazer naquele momento. Segurou o rosto do rapaz e o beijo urgente. 

Quando se separou dele ainda manteve as mãos segurando o rosto do rapaz. Sirius apoiava as mãos nas cochas de Frey e fitava atento os olhos indecifráveis dela. 

—Feliz ano novo, gracinha _ele comentou e selou rapidamente os lábios ao dela, em seguida se levantando e estendendo a mão para a loira._ Venha. Vamos cumprimentar os outros. 

Ela aceitou a mão do moreno, levantando-se e praguejando mentalmente. "Será que estou fazendo algo certo?" Ela se perguntava. Havia uma enorme confusão dentro de si. O medo de algo acontecer graças às ameaças de Bellatrix. Não saber ao certo o que sentia pelo rapaz a sua frente. Os constantes pesadelos. Ela sentia como se estivesse se afogando em si mesma. Apenas rezava que nada de ruim acontecesse. 

Foram então até o jardim e acompanharam o restante da queima de fogos. 


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Notas finais do capítulo

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Até o próximo capítulo!



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