Dear Mr. Potter escrita por JubsFeh


Capítulo 27
Capítulo Vinte e Seis: Você Não Está Sozinha


Notas iniciais do capítulo

Três em um dia só? Puta autora inspirada da porra (mentira, é só pressa para modificar no Spirit e postar aqui para acabar)

BOA LEITURA!



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Já completava duas semanas que estavam em Hogwarts. Tudo estava bem e a situação entre nossos personagens vinha melhorando com o tempo. Frida continuava com receio em relação a sentimentos e Sirius tentava, algumas vezes inutilmente, amenizar a situação dizendo que ficaria tudo bem. 

Era final de tarde e não havia mais aulas naquela quinta-feira. Frey pesquisava algo para sua tese de DCAT na biblioteca, enquanto Sirius lhe fazia companhia, sentado em uma cadeira e apoiando a cabeça na mesa que Frida tinha deixado seus livros. A loira fazia anotações em um pergaminho enquanto lia vários livros. 

—Eu tenho cheiro de whiskey? _Sirius perguntou ainda com a cabeça apoiada na mesa. 

—O quê disse? _Frida perguntou sem tirar os olhos do livro e sem parar de escrever. 

—Na aula de poções hoje mais cedo _ele levantou o rosto e se endireitou na cadeira, atraindo a atenção da jovem._ Quando estávamos criando Amortentia e também o Antídoto Para o Amor, você disse sentir cheiro de maresia, hortelã e whisky. 

—O que é que tem? _Ela perguntou sem tirar os olhos de suas anotações. 

—Estou perguntando se eu tenho cheiro de whiskey _ele respondeu cruzando os braços. 

—Você tem um cheiro amadeirado, Sirius _ela respondeu levantando os olhos rapidamente para o rapaz._ E também cheira a tabaco. Seu hálito cheira a whisky. 

—Então quer dizer que gosta tanto de me beijar que sentiu o cheiro do meu hálito? _Sirius sorriu travesso. 

—Você é a única pessoa que fica feliz sabendo que parece um bêbado _a garota revirou os olhos, porém não deixou de sorrir. 

—Isso quer dizer que, pelo menos minha boca te atrai _o moreno sorriu e se debruçou sobre a mesa, aproximando-se da loira. 

—Você é muito convencido _a loira comentou sorrindo e puxou a gravata do moreno. Quando estavam prestes a se beijar, a atenção foi transferida para Severo, que havia derrubado vários livros por se assustar com a cena. 

—Tinha que ser o patife do Ranhoso _Sirius se sentou na cadeira irritado. Já a loira se levantou e foi até o Sonserino de sua turma, abaixando-se para ajudá-lo a pegar os livros. 

—Não ligue para o que ele diz _a loira disse baixo para que Sirius não a ouvisse. Severo olhou para ela com um semblante confuso._ Ele não é tão cruel quanto aparenta. Apenas o ignore que ele uma hora te deixa em paz. 

—Isso não vai acontecer _Severo comentou quebrando o contato visual com a loira e pegando o restante dos livros. 

—Vai por mim _ela sorriu e se levantou, estendendo os livros que havia pegado para o rapaz._ Aqui estão. 

—Ou talvez você tenha muitas esperanças e seja boa demais para ele _o rapaz declarou pegando os livros e saindo depressa, sem agradecer. 

A loira então voltou para a mesa que estava, mas antes de se sentar em sua cadeira, foi puxada por Sirius, que a fez se sentar em seu colo. 

—Por que foi ajudar o Ranhoso? _Sirius perguntou encarando o rosto da loira. 

—Por que precisa ser tão cruel com ele? _Ela fez uma pergunta por cima da de Sirius, mexendo no cabelo no rapaz que estava um pouco mais comprido. 

—Ele pede para ser zoado _Sirius respondeu, mas recebeu um olhar de reprovação da loira._ Qual é, Frey? Ele não liga. 

—Lembra quando enfeitiçou a mesa de Sonserina? _A loira perguntou, desviando a atenção do cabelo de Sirius que ela mexia para seus olhos cinzentos. 

—Sim... _Ele respondeu receoso. 

—Você atacou todos os Sonserinos de uma vez _ela começou, enlaçando os braços no pescoço do rapaz. Suas pernas estavam cruzadas para fora cadeira e estava parcialmente de frente para o rapaz._ Sei que não foi você que escreveu aquilo, mas mesmo assim eu fiquei com raiva de você. E não foi diretamente para mim. Agora imagine ele, que sempre sofre com suas brincadeiras diretamente. 

—Desculpe, gracinha _ele sorriu para a loira, apoiando uma das mãos na coxa da garota._ Esse lance de peso na consciência não funciona muito comigo. 

Frida suspirou e se levantou, voltando para seu lugar. Sirius praguejou mentalmente, mas não fez nada para impedi-la. 

—Deveria fazer sua pesquisa também _a loira declarou, voltando para suas anotações. 

—Se aquilo que foi escrito ainda te afeta, saiba que ninguém acha que você é uma vadia ou uma comensal _Sirius declarou apoiando os cotovelos na mesa e a cabeça nas mãos. 

—Não me importo com o que os outros pensam, Sirius _ela suspirou e olhou para o moreno._ Apenas acho errada a forma como você age de maneira indiferente. 

—Você faz isso o tempo o todo, afastando todo mundo e ninguém reclama _o rapaz rebateu e a loira se assustou._ Vive me afastando, escondendo-se de seus amigos, vive fugindo. As únicas coisas que eu faço é me divertir à custa do Ranhoso. 

Frey apertou firmemente sua pena e suspirou, baixando os olhos e voltando a fazer sua pesquisa. O Black percebeu que a havia magoado com o que falou e se levantou, se abaixando ao lado dela. 

—Desculpa _ele pediu, fazendo a loira finalmente olhar para ele._ Não sou muito bom com palavras. Sempre acabo magoando você de alguma forma. 

—Eu estou bem _a loira disse, sorrindo fracamente para o garoto. Acariciou o cabelo do moreno e depois firmou o olhar._ Agora ande. Comece a fazer sua pesquisa. 

Sirius soltou um muxoxo e voltou para o seu lugar. Frey lhe estendeu um livro e ele pegou, soltando xingamentos e revirando os olhos. Frida aproveitou e tirou de sua bolsa uma Polaroid, câmera comum entre os trouxas e entregou para ele. 

—Era para te entregar no natal, mas eu me esqueci _ela deu de ombros e estendeu para o moreno. Ele sorriu e pegou a câmera, tirando uma foto da garota que voltara a fazer suas anotações. Tirou a foto que saiu por de baixo da câmera e a sacudiu sorrindo. 

—Só para você saber _Sirius começou enquanto analisava a foto._ Eu senti o cheiro de morangos. 

  

As corujas entregaram como sempre, as correspondências logo pela manhã. Todos comiam no horário do café e tinha conversas calmas, já que estavam em um estado sonolento ainda. 

O jovem Black comia pães francês enquanto tentava acordar com uma boa dose de café, quando a coruja dos Black deixou cair em sua frente um jornal O Profeta Diário. Estranhou aquilo, mas o pegou e abriu. 

Mal teve tempo de ler e pode ouvir um baque de algo se quebrando ao chão. Olhou para a mesa das serpentes e avistou Frida em estado de choque, segurando o mesmo jornal. O rapaz não entendeu de imediato, até passar os olhos para todas as mesas e notar o silêncio. Na mesa de Corvinal, Sabina chorava compulsivamente enquanto os irmãos a acalentavam. 

"Não pode ser o que estou imaginando" o rapaz pensou. Abriu o seu exemplar do jornal e, na primeira página a manchete não deixava dúvidas. "Família Ravenclaw é encontrada morta esta manhã". 

Antes que pudesse digerir essa informação pode ouvir e avistar Frida sair correndo pelo salão e sair pela porta, deixando todos em um grande silêncio. Se existia uma coisa que todos os bruxos compartilhavam, apesar de suas rivalidades e diferenças, era o luto. 

Sirius avistou seu irmão se levantar para seguir a Malfoy, mas o moreno lhe lançou um olhar em reprovação, avisando que ele o faria. Saiu às pressas do salão e correu pelos corredores do colégio, sem avistar a loira. Sabia que seria óbvio demais ela ter ido para a biblioteca ou a torre de astronomia, então correu para um lugar improvável. 

Passou pelo Lago Negro e não achou a loira ali em lugar nenhum. Correu por mais uns corredores e decidiu mudar seu rumo. A cabana de Hagrid, o Guarda Caças. 
Correu por todo o campo de Hogwarts até chegar a um casebre que parecia estar abandonado. Bateu desesperado na porta da cabana e um meio gigante barbudo e rechonchudo a abriu, olhando para baixo e avistando Sirius com a expressão desesperada.  

—Jovem Sirius, o que faz aqui? _O gigante perguntou. 

—Você... Por acaso... _Sirius tentava recuperar o fôlego perdido durante a corrida._ Viu minha... Por acaso viu passar por aqui uma garota loira? Talvez correndo? 

—Passou uma loira correndo por aqui sim _Hagrid parou pensar._ Tem uns minutos... Acho que entrou na Floresta Proibida. Eu estava indo buscá-la agora. 

—Não precisa _Sirius avisou já começando em direção à floresta._ Eu a busco. 

—Isso é contra as regras, jovem Sirius _Hagrid gritou, mas o moreno não deu ouvidos e continuou, até entrar na floresta. 

Vagou em silêncio para não atrair a atenção de qualquer criatura por minutos. Havia poucos fachos de luz iluminando o seu caminho e estava começando a temer não encontrar a saída. Até que ouviu soluços vindo de sua esquerda. Apressou o passo e, mesmo sem a iluminação de sua varinha, pode enxergar a garota. 

Ela estava sentada em um tronco antigo caído enquanto o que era um exemplar de O Profeta Diário queimava a seus pés. Os soluços de Frida eram audíveis, porém baixos o suficiente para não chamar atenção de quem estava distante. O rapaz se aproximou cauteloso, porém foi entregue com o soar de um galho quebrando aos seus pés. 

—Vá embora, quem quer que esteja aí _Frida pediu tristemente, porém contendo uma pontada de agressividade em sua voz. 

—Sou eu, gracinha _Sirius anunciou continuando a se aproximar. A loira ergueu o olhar e avistou Sirius atrás de si. Assim que os olhos esverdeados da jovem pousaram nele, ela desatou a chorar mais ainda. 

Sirius correu até ela e a mesma ergueu os braços. O moreno se ajoelhou em frente a ela, sem se importar com sujar suas calças. Abraçou a jovem como estivesse agarrando sua própria vida. 

E ela chorou. Chorou tudo o que tinha para chorar, enquanto segurava a blusa do rapaz até os nós de seus dedos doarem. Seu rosto se encontrava na curva do pescoço de Sirius, molhando a pele exposta do mesmo, enquanto ele afagava os cabelos dela. 

—Vai ficar tudo bem _ele repetia, tentando acalmar a loira. 

—Não vai _ela respondeu em desespero._ Eles se foram. Todos eles. 

—Não está sozinha _Sirius segurou o rosto da loira, fazendo-a o encarar._ Vai ficar tudo bem. 

—Eles os assassinaram, Sirius _ela repetia em transe._ Não foi como os jornais estão dizendo. Meus pais não morreram dormindo. Meus avós nunca se matariam. 

—Quem? Quem os matou, Frida? 

—Eles, Sirius. Eles! _Frey se levantou e começou a andar de um lado para o outro._ Eles querem me pegar. Ela me avisou que seria uma vida breve e infeliz. Não imaginei que fariam isso. É culpa minha, Sirius. Morreram por minha causa. 

—Não diga isso _ele se levantou e foi até ela, segurando seus ombros e a mantendo parada em um só lugar._ Nada é culpa sua. Seus pais estão em um lugar melhor agora. Você está de luto, não se culpe. 

Ele beijou a testa da garota. 

—Você não está sozinha _ele disse, fazendo com que a loira voltasse a se sentar no tronco e ele fez o mesmo ao lado dela._ Eu estou com você. Sempre. Não deixarei você sozinha. 

—Isso é um pedido de namoro? _Ela perguntou secando as lágrimas de suas bochechas. 

—Não exagere _ele respondeu e ela riu brevemente, logo voltando a entristecer seu olhar. O rapaz revirou os bolsos da calça até achar uma pulseira._ Eu comprei isso para você. Achei que era uma obrigação minha, já que m comprou aquela câmera legal. 

Sirius estendeu a pequena corrente e colocou nas mãos da garota. Era prateada e toda trançada, com três pingentes pendurados. Uma pêra, um pequeno livro e uma meia lua. 

—O que é isso? _Ele perguntou baixo, apoiando a cabeça no ombro do rapaz. 

—Uma pulseira _ele respondeu._ Os pingentes eu que escolhi. Achei que combinaria com você. A pêra representa a cozinha, o livro a biblioteca e a lua a torre de astronomia. 

Frida fechou a mão em torno da pulseira e olhou para o rosto do jovem Black. Ele a olhava sorrindo fracamente. Era visível que tentava a acalmar do choque que tivera e sabia que não seria muito útil em ajudá-la a lidar com a perda, mas tentava tornar a situação menos árdua. 

E foi naquele momento, onde todas as esperanças da garota haviam sumido, seu coração estava em pedaços e tudo que ela queria era chorar e gritar que, olhando para os olhos cinzentos acolhedores de Sirius tentando a acalmar que ela percebeu. Frida Malfoy estava apaixonada por Sirius de uma forma que nem ela mesma entendia. E, no seu maior momento de fraqueza e sofrimento, quando o rapaz conseguiu a fazer sorrir, foi que ela se deu conta. 

A loira devolveu a pulseira para o moreno e estendeu o pulso para que ele colocasse nela. E ele o fez. Assim que fechou a pulseira em torno do braço dela, Frida pegou a mão de Sirius e ele entrelaçou os dedos nos dela. Ela apoiou a cabeça no ombro do moreno e suspirou, com lágrimas voltando a surgir em seus olhos. 

—Tudo vai melhor, eu prometo _ele disse._ Sei que tudo que está sentindo agora é dor e tristeza e que apenas quer que passe, mas uma hora acaba. Talvez tenha sido melhor assim. Eles estão em um lugar melhor, não se culpe. Tenho certeza que eles não iriam querer ver você assim. 

Ela voltou a soluçar baixinho, deixando que mais lágrimas rolassem por seu rosto. O Black apoiou sua bochecha na cabeça da loira e levou as mãos entrelaçadas em frente de seu rosto, beijando as costas da mão de Frida. 

—Pode chorar, gracinha _ele avisou._ Não está sozinha, vou lhe fazer companhia. 

Frida levantou o rosto e sorriu triste para o rapaz, selando os lábios aos dele rapidamente. Logo voltou a apoiar sua cabeça no ombro do mesmo, enlaçando sua cintura com os braços. Sirius passou um braço em volta dos ombros dela. 

—Obrigada _ela disse enquanto dava seu último soluço, apenas deixando que lágrimas frias manchassem seu rosto de porcelana.


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Notas finais do capítulo

Uhull! Já estamos caminhando para a reta final. Logo logo acabam os capítulos "no passado" e voltamos para o presente do começo da fic (Harry revirando a caixa com as lembranças de Sirius).

Comentem o que acharam!
Até o próximo capítulo!



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