Dear Mr. Potter escrita por JubsFeh


Capítulo 18
Capítulo Dezessete: Eu Odeio Você


Notas iniciais do capítulo

Gente, esse é o maior capítulo até agora, como puderam perceber. Haverão outros maiores, e todos tem uma média de 1500 palavras para cima, então espero que não estranhem o tamanho dos capítulos. Eu, particularmente como leitora, costumo gostar de capítulos grandes. Espero que não haja estranhamento.

Boa leitura!



(P.S.: Aviso de gatilho. Recomendo que leia as notas finais após a leitura do capítulo)



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Já estavam na última semana de novembro, o inverno começando a surgir lentamente. Os rapazes já haviam entrado em contato com suas famílias e combinado uma festa de ano novo na casa dos Potter. Cada um passaria o natal com sua família e depois iriam de trem até o sul da Inglaterra, onde os Potter tinham uma casa. 

Era uma quinta-feira a noite e todos estavam próximos ao lago negro conversando sobre como seria o final de ano. Frida estava apenas fingindo prestar atenção, pois sua mente estava longe imaginando como seria o natal com sua família. 

—Eu irei passar o natal com meus avós _Alice comentou enquanto mexia nas mechas do cabelo de Frank, que estava deitado com a cabeça em seu colo.— Meus pais resolveram ir para lá esse ano. Tem muito tempo que não vou para a Escócia. 

—Vou passar com meus pais e minha irmã _Lily disse olhando as estrelas que começavam a aparecer no céu. O tempo estava começando a esfriar e sabia que em poucos dias a neve surgiria e começaria a se assentar no chão. 

—Vamos para a Irlanda _comentou Sabina que estava com as costas apoiadas nas de Frida, gesticulando apontando para si mesma e ela._ Eu e meus irmãos sempre passamos o natal com nosso avós. É uma das poucas épocas do ano que passamos com eles. 

—Vocês deveriam ir passar o ano novo com a gente _comentou James enquanto limpava seus óculos com sua blusa._ Já falei com meus pais e tem quartos suficientes para passarem uns dias lá. 

—Eu irei para Bulgária no ano novo _Sabi informou e ficou vermelha após receber um olhar travesso e malicioso. 

—Para mim fica complicado. Ter que voltar para a Irlanda depois de ir para o sul _Frida comentou enquanto brincava com uma folha entre seus dedos, encarando os mesmos, 

—Não é um problema _James comentou colocando finalmente os óculos no rosto._ Tem quarto de hóspedes na casa. Você pode ficar em um. 

—Remus e Peter sempre ficam em alguns, mas como a casa dos Potter é incrivelmente grande, têm quartos o suficiente _Sirius disse fitando a loira. 

—Bem, eu vou nessa festa _Alice constatou para incentivar as amigas._ Já sou maior de idade e qualquer coisa aparato de volta para minha casa. 

—Provavelmente terão amigos da sua família lá, certo James? _Remus perguntou e o amigo assentiu._ Eles não vão se importar com Frey estar lá? Sabe... Problemas entre famílias e essas coisas? 

Sirius se remexeu desconfortável em seu lugar. Sabia que Frida e Remus eram bem amigos e se falavam antes dele conhecê-la, mas ainda sim não gostava da intimidade que os dois possuíam. Com a grande proximidade entre os dois, a possibilidade deles entrarem em um relacionamento um com o outro era bem razoavelmente grande. 

—Não, claro que não! _O moreno de óculos respondeu._ Eles não tem problemas nenhum com isso e vão adorar receber Frida lá em casa. 

—Está bem _Frida se pronunciou._ Eu vou. Você vem comigo, não é mesmo, Lily? 

—Tenho escolha? _A ruiva perguntou rindo recebendo um empurrão da amiga, gargalhando alto. 

—Não. Você não tem _constatou a loira lançando a folha de sua mão na amiga, não indo muito longe. 

—Decidiram tudo então? _Peter perguntou e os amigos confirmaram._ Ótimo! Vamos jantar agora. Não aguento mais essa conversa que poderia ser facilmente resolvida na mesa de jantar. 

Eles se levantaram rindo do comentário do amigo baixinho e foram em direção ao salão principal. No caminho Alice se aproximou de Frida e a puxou para um dos bancos que havia no corredor, gesticulando com as mãos para que o namorado seguisse sem ela. 

—Alguma problema, Alice? _Frida perguntou com uma expressão de dúvida, com leve preocupação. 

—Você gosta dele? _Ela perguntou direta. 

—O quê? _A expressão de confusão aumentou no rosto da Malfoy, não entendendo nenhum pouco a pergunta. 

—De Sirius, Frey _ela respondeu._ No começo você parecia andar tão confusa e agora age como se não ligasse para ele. Eu acho isso bem estranho. 

—Exatamente _a loira se endireitou no banco e pegou as mãos da amiga de cabelos curtos._ No começo eu estava achando tudo novo pelo que estava acontecendo. Um garoto viver correndo atrás de mim me deixava confusa, mas não apaixonada. Nós somos amigos e só nos beijamos uma ou outra vez. Mas isso já acabou. Não sentimos nada um pelo outro. 

—Você tem certeza? _Alice perguntou esperançosa. Aquela era sua última tentativa de intervenção no relacionamento dos amigos. 

—Claro que eu tenho! _Frida respondeu sorrindo convincente, tentando amenizar a expressão do rosto de Alice._ E além do mais, é o Sirius. Não é um rapaz que se relaciona com nenhuma garota por mais de uma semana. E nem eu quero um namorado. 

—Está bem, eu acredito em você _a morena declarou, torcendo para a amiga achar pouco convincente, já que não acreditava. 

—Obrigada. 

—Mas ainda espero que os dois fiquem juntos _Alice deu de ombros como se estivesse falando algo normal, o que fez a amiga rir e se levantar do banco, estendendo a mão para ela. 

—Não espere muito, pois pode acabar se cansando _ela brincou e as duas seguiram andando pelo corredor, até que Sirius apareceu puxando Frida, recebendo uma exclamação vindo de ali. 

—Ei! 

—Perdão, Alice _disse Sirius já empurrando Frida pela direção contrária no corredor._ Mas preciso te roubar Frida um pouquinho. 

—Não se atrasem muito para o jantar _pediu Alice já longe. 

Frida estava sem entender e todas suas exclamações eram ignoradas pelo rapaz. Logo chegaram novamente a área externa do castelo, voltando ao Lago Negro.  

—O quê você está fazendo? _Perguntou Frida enquanto o rapaz a guiava até uma das paredes externas do castelo. 

Logo ela foi posta contra a parede e Sirius a encurralou. Rapidamente ele tomou os lábios dela em um beijo desesperado, assustando Frey. Ela o afastou rapidamente com as mãos empurrando suavemente o torso dele. 

—Sirius, estamos em local aberto _comentou Frida após conseguir uma brecha. 

—Não tem ninguém aqui _constatou o Black antes de segurá-la pelo pescoço e novamente puxá-la para um beijo. 

Frida pensou em empurrá-lo novamente, porém acabou perdendo a linha de raciocínio. Enlaçou os braços no pescoço do Balcão, ficando na ponta dos pés e aprofundando o beijo. 

As mãos de Sirius desceram do pescoço da loira para a cintura, puxando-a para mais perto. Seus lábios se moviam de uma forma afobada, ávido em sentir o gosto de morango que a boca de Frida possuía. 

Quando o ar faltou, as mãos da Malfoy voltaram para o torso se Sirius no intuito de se separar o rapaz de si. 

—Sirius, eu preciso respirar _clamou Frida se afastando do rapaz ofegante. 

—Sim, sim _Sirius concordou acenando freneticamente com a cabeça, mantendo a testa colada na dela._ Respirar. Claro. 

Sirius permaneceu naquela posição com a Malfoy, mantendo os olhos fechados. Frida analisava o rosto dele enquanto esperava suavizar sua respiração, assim como ele também fazia. Apesar de não ser muito visível, algo parecia incomodar o rapaz. Sempre fora impulsivo, porém daquela vez fora ao extremo. 

—Sirius _chamou Frida suavemente, fazendo com que ele abrisse os olhos e encarasse as íris esverdeadas dela._ Está tudo bem? 

—Sim. Por que não estaria? _Ele perguntou soltando a cintura dela e dando um passo para traz, fazendo que ela retirasse as mãos do torso dele. O Black passou as mãos pelo cabelo de maneira nervosa, entregando mais ainda que havia algo de errado. 

 —Você tem certeza? 

—Quer saber de algo engraçado? _Sirius perguntou forçando uma gargalhada sem humor. Retirou uma carta do bolso de trás da calça e abriu._ Recebi uma carta de minha prima, Andrômeda, dizendo que minha mãe sabe sobre nosso “suposto” _ele fez aspas no ar, ainda segurando a carta_ relacionamento. Como ela soube disso eu não faço ideia. Mas pelo visto chegou aos ouvidos de Walburga e Narcisa comentou com a irmã que, se eu me prontificasse a pedir desculpas à minha mãe, ela me aceitaria de volta na família. Dá para acreditar? 

Frida permaneceu em silêncio apenas escutando o rapaz contar o que havia acontecido, quase que esbravejando. 

—E sabe o mais engraçados? _Ele perguntou e não obteve resposta, continuando em seguida:— O mais engraçado é que Andrômeda me aconselhou a fazer isso, pois se ela tivesse a oportunidade de votar a falar com a mãe, ela faria. O estranho é que não pensou duas vezes antes de se casar com... 

—Você quer? _Frida o interrompeu fazendo uma pergunta. 

—Eu quero o quê? _Sirius questionou confuso pela pergunta sem nexo até o momento feita pela sonserina. 

—Voltar a falar com sua mãe _respondeu ela._ Ser novamente aceito por sua família. Quer isso? 

—Claro que não! _Declarou Sirius demonstrando certa indignação com a pergunta feita pela loira. 

—Porque, se você quiser, pode mentir para os seus pais que eu te ajudo _explicou ela o motivo pergunta._ Se for para te ajudar, não tem problema. Eu posso escrever uma carta para sua família e... 

—Ei _dessa vez Sirius a interrompeu. Guardou novamente a carta no bolso e se aproximou dela, levando as mãos para o seu rosto. De imediato a garota fechou os olhos e levou suas mãos para os pulsos de Black._ Não se preocupe com isso, tudo bem? Eu só acabei me irritando um pouco por causa disso. Mas você não precisa de meter nessa confusão. Minha mãe só pensou nas vantagens que seu sobrenome traria para os Black. Isso talvez amenizaria a situação em que me colocaram. Ser um traidor de sangue. 

Frida assentiu levemente e abriu os olhos, encostando sua testa na dele, mudando suas orbes cinzentas. Devido a diferença de altura o rapaz precisava ficar um pouco curvado para praticar o ato. Ela levou uma das mãos para o rosto dele, acariciando sua face com delicadeza. O gesto fez com que ele fechasse os olhos e suspeitasse de maneira suave. 

—Se precisar, saiba que pode falar comigo _informou a loira e ele assentiu. Passou suavemente o nariz no dele em uma espécie de beijo de esquimó e permaneceram ali por mais alguns minutos até resolverem voltar, loira precisavam ir para o salão principal. 

  

Chegando no salão, Alice acenou para Frida de longe. Sirius se dirigiu para a mesa dos leões e a loira foi para a sua. Sentou-se entre Avra e Severo, com Regulus a sua frente e ao lado dele Edward Greengrass. 

—Você não deveria andar com esses Grifinórios nojentos _o loiro disse ríspido sem tirar o olhar do pernil que cortava em seu prato. 

—Você perdeu o direito de opinar quando me acertou aquele tapa _ela rebateu com um tom frio e ameaçador.— Aliás, acho que nunca teve direito algum. 

—Está de quatro pelo Black, gracinha? _Greengrass perguntou irônico._ Não é assim que ele te chama? 

—Se quiser eu posso ficar de quatro para os próprios fundadores de Hogwarts que isso continuaria não tendo nada a ver com você _ela o cortou enquanto cortava sua lasanha. As pessoas ao redor deles na mesa estranharam aquela discussão comedida, com ambos trocando farpas sem ao menos se encararem. 

Edward abriu a boca para rebater o comentário ríspido da loira, porém recebeu um olhar de advertência vindo de Regulus. 

—Deixe-a, Edward _Regulus pediu e recebeu um olhar de ternura vindo de Frida. 

Naquele instante Edward se silenciou. Frida pode ver o olhar acusatório que Avra a lançou e Regulus sorrindo para ela como sempre fazia quando ela o olhava. Severo apenas mantinha os olhos em um livro qualquer. Ele nunca ligara muito para a existência de Frida. Apenas olhava para a loira quando estava acompanhada de Lily. 

E o jantar continuou em silêncio. Frida preferia aquele silêncio constrangedor ao invés de aturar ironias e comentários maldosos vindo do loiro. Odiava o maldito dia em que os Malfoy resolveram ir em um jantar na casa da família Greengrass e odiava que ela tivesse se tornado um artigo de luxo que o herdeiro da família Greengrass quisesse adquirir. 

  

O jantar terminou e todos foram seus dormitórios. A loira ficou meia hora no banho após todas as companheiras de quarto usarem, esperando que elas fossem dormir para não ter que ouvir sobre quantas casas cada família tinha ou coisas fúteis como estas. 

Após um longo banho, enxugou os cabelos loiros e se vestiu com um short de flanela e uma regata preta. Esperou que as luzes do dormitório fossem apagadas para sair do banheiro e descer para o salão comunal. Passou pelas colegas e notou que todas, inclusive Sylvia, estavam dormindo. Não notando a presença de mais ninguém ali, resolveu sair para caminhar pelo castelo durante a noite. 

Claro que ela sabia que era bem errado, mas o quê poderia fazer se todas as vezes que fechava os olhos esverdeados, as mesmas imagens surgiam em sua mente? 

Postou-se em frente à parede de pedras do salão, aguardando que ela lhe desse passagem para as masmorras. Quando a passagem finalmente se abriu, Frida olhou para trás, na intenção de saber se estava sendo seguida. Não encontrou nada e então saiu rapidamente.   

O caminho foi ligeiro. A jovem já sabia o que fazer de tanto repetir o mesmo percurso diversas outras vezes. Em questão de poucos minutos já estava na porta da cozinha, fazendo cócegas na pêra para destravar a porta. Entrou e cumprimentou todos os elfos que ali ficavam, que se alvoroçaram com a presença de uma "mestre" em suas instalações. Ela apenas disse que gostaria de comer o de sempre e os agradeceu, sentando-se na mesa e aguardando. 

Sua família sempre tivera elfos domésticos, mas a loira nunca gostara da vida escrava que os pequenos seres levavam. Então tratava todos com gentileza, o que os espantava, já que eram sempre tratados mal e como escória. 

Recebeu uma bandeja com morangos e folhas de hortelã frescas. Agradeceu ao elfos que lhe serviu e o mesmo quase entrou em choque, fazendo a loira rir. Permaneceu com seus pensamentos enquanto comia seus morangos até perceber a porta da cozinha se abrindo. 

Naquele momento não sabia se praguejava ou agradecia por ser Sirius que tivesse entrado na cozinha. O rapaz lançou um sorriso torto para a loira e ela apenas sorriu breve, voltando a comer os seus morangos. 

—Você passa muitas noites dormindo mal, gracinha _Sirius comentou indo até ela e se sentando ao seu lado._ Isso deve fazer você ficar andando por aí como um zumbi. Não sei como não fica com olheiras ou a vista cansada. 

—Com o tempo acabamos nos acostumando _ela deu de ombros e empurrou a bandeja, apoiando um cotovelo na mesa e o rosto na mão, fitando o moreno.— O quê é um zumbi? 

—É como os trouxas chamam os mortos-vivos —ele explicou e a Malfoy acenou positivamente, indicando que havia compreendido.— Não está com frio? —Ele perguntou. O rapaz usava calça moletom, um casaco de flanela e tênis. 

—Passei boa parte da minha infância na Rússia e na mansão Malfoy. Estou acostumada com frios mais intensos. Ainda está agradável _ela deu de ombros de novo._ Não está se preocupando demais? O que falamos sobre isso? 

—Vai passar o final de ano conosco? _Ele ignorou a pergunta dela. 

—Tenho que falar com meus pais, mas acho que pode ser. Por quê o interesse? 

—Tenho que saber o que irei fazer se for pra lá _ele respondeu se aproximando da garota. 

—E mudará algo se eu for? _Frida perguntou sorrindo. Ela tentava ao máximo evitar que se aproximassem mais do que o devido, mas às vezes se tornava tão difícil. 

—Claro que sim _ele sorrio torto e beijou a loira. 

Diferente da maioria das outras vezes, ela não se importou em se afastar do moreno dessa vez. Correspondeu o beijo, enlaçando os dedos no cabelo de Sirius. Beijaram-se até o ar faltar em seus pulmões. 

—Não deveria estar descansando para o jogo de amanhã? _Frida perguntou se soltando do rapaz e pegando um morango. 

—Talvez _ele deu de ombros apoiando o queixo no ombro da loira, fitando o rosto dela. A mente de Frida alertava que aquela aproximação não deveria acontecer. Mas ela havia o visto tão vulnerável mais cedo. Não seria de todo mal relevar algumas coisas só naquela noite. 

—Por que veio aqui? 

—Estava colocando fogos na arquibancada de Lufa-lufa para quando ganharmos projetar Grifinória no céu _ele respondeu indiferente. 

—E você vê isso como algo normal? _Ela perguntou arqueando uma das sobrancelhas, tentando disfarçar o sorriso em seu rosto. Ele não mudava, sempre seria uma pessoa travessa. Um Maroto, como ele e os amigos se intitulavam. A diferença era que havia lampejos de algo a mais em alguns momentos. 

—Vindo de mim, sim _ele respondeu dando de ombros e fazendo Frida rir. Sirius se levantou._ Venha, vamos para os dormitórios. Você precisa dormir. 

A jovem se levantou para acompanhá-lo. Frida pegou a bandeja e entrou para um elfo, agradecendo-o e saindo da cozinha, sendo seguida por Sirius. 

Caminharam conversando sobre música, uma das poucas coisas que eles gostavam em comum. Seguiram por um tempo juntos até chegar onde cada um seguiria por um lado. 

—Eu te levo para as masmorras _disse o moreno. 

—Não! _Ela exclamou, fazendo-o arquear uma das sobrancelhas e olhar estranho para ela. Aquela era uma das poucas regras que ainda tinha que manter para que as coisas não evoluíssem tanto ao ponto de complicar a situação.— Você vai para o seu dormitório e eu para o meu. Nada de intimidade. Amigos, não namorados. 

—Eu só vou deixar você nas masmorras _ele fez uma expressão confusa._ Não acho que isso seja algo tão íntimo. 

—Acho melhor não _Frida se aproximou e selou os lábios rapidamente em despedida. Deu meia volta e seguiu pelo lado oposto ao de Sirius. O rapaz a seguiu com o olhar até a perder de vista, seguindo para o lado por qual deveria ir. 

Ela continuou silenciosa até chegar nas masmorras. Chegou a parede de pedras e entrou, finalmente voltando ao dormitório. Ao entrar notou Greengrass sentando em um dos sofás do dormitório, talvez aguardando o retorno dela. Praguejou mentalmente e suplicou aos céus que ele não tivesse escutado sua volta ou que estivesse dormindo, o que era algo meio difícil, já que o barulho da passagem era me chamativo. 

Ele se levantou e andou até Frida, se aproximando da loira e parando em frente à ela. Eles se encararam severamente por alguns segundos até o rapaz desferir um tapa com as costas da mão no rosto da garota, que a derrubou no chão. Edward se agachou e puxou o rosto de Frida bruscamente, fazendo-a olhar para ele com os olhos cheios de ódio. 

—Nunca mais, em hipótese alguma, me despreze na frente de qualquer um, entendeu? _Ele perguntou e ela só lhe lançou mais um olhar de ódio._ Fui claro? 

Ela assentiu com raiva. Claro que não tinha forças para revidar o que Edward lhe fazia e também não contava a ninguém por não querer parecer uma covarde. Preferia lidar com seus próprios problemas. 

—Tão bonita _ele disse mais para si mesmo do que para a loira._ Porém tão incontrolável e estúpida. 

Ele a levantou e arrastou pelo braço até o sofá. O rosto da jovem estava vermelho e havia mais cortes feitos pelos anéis do rapaz. Greengrass se aproximou e beijo a bochecha da loira. 

—Você é desprezível, Greengrass _ela rosnou para o loiro. Segurava de todas as formas possíveis o choro, pois não permitiria que Edward visse algum momento de fraqueza nela. 

—Você acha que é melhor que nós por se misturar com leões, mas no fundo não é _comentou Edward segurando Frida pela nuca._ Pois saiba que se você está aqui, é tão má quanto todos nós. 

—Eu não sou como você... 

—Fique quieta! Aqui não há Regulus para proteger você. Ande! Va para o seu quarto e dê um jeito em seu rosto _ele ordenou._ E é melhor você não abrir a boca sobre isso. Sabe que eu não tenho medo de fazer tiver que ser feito com você ou qualquer um dos seus amiguinhos sangue-ruins. 

E ela sabia. Edward vinha de uma linhagem de comensais da morte e não se importaria em ser expulso para obter o que quisesse. Frida temia não por ela, mas por sua família que estava em Hogwarts ou seu amigos. 

Ela se levantou do sofá e caminhou até as escadas com o olhar erguido e gélido. 

—Eu vou acabar com você, Greengrass _ela disse enquanto subia as escadas, alto o suficiente para que ele a ouvisse._ Nem que isso seja a última coisa que eu faça. E você tem razão. Eu não sou um leão. Sou uma víbora. Uma das mas peçonhentas que você teve o desprazer de encontrar no seu caminho. 

Ela subiu as escadas correndo e entrou no seu quarto, se enfiando de baixo dos cobertores de seda. Deixou todas as lágrimas rolarem por seu rosto e soluços escaparem. Sentiu os cobertores sendo levantados e alguém entrar. 

—Você está bem? _Ela ouviu e se virou, avistando um par de olhos cor de ouro líquido. Era Sylvia, uma colega de quarto de Frida e a única que não era ruim com a garota. Elas costumavam se falar quando ficavam sozinhas no quarto. Era uma quase confidente. 

—Não _ela respondeu voltando a chorar. 

Sylvia se aproximou e abraçou a loira, que chorou mais ainda. 

Frida se orgulhava de ser uma Sonserina. Sua mãe costumava dizer que os mais fortes e astutos entravam para essa casa, como Merlin. Gostava de pensar o quanto era forte e destemida por ser sozinha ali e mesmo assim não desistir de sua casa. Porém, quando acontecia coisas desse tipo, preferia apenas estar com a família ou amigos. Quem sabe ser uma trouxa ou simplesmente não existir. 

—Não se preocupe, vai melhorar _Sylvia afagou os cabelos de Frida. 

Diferente de Avra, Sylvia andava com as garotas com quem dividia o quarto. As meninas não costumavam falar muito com Frida por a ver andando com Grifinórios. Porém Sylvia gostava da menina, apesar de apenas ver Frida perdida em pensamentos e sozinha quando estava com as serpentes. 

As duas haviam se aproximado desde uma semana depois de Frida brigar com Edward no salão comunal. Quando a loira não ia para a cozinha durante a noite, elas costumavam conversar. Sylvia tinha os cabelos marrom acobreados, olhos dourados e pele escura. 

—Sylvia, eu não aguento mais _Frida admitiu abraçando a talvez amiga._ O que eu faço? 

—Deveria largar o orgulho e falar com o diretor _a morena declarou. 

—Não, eu serei considerada fraca _ela respondeu. 

—Então apenas se afaste. Ignore Edward, mantenha-se afastada e deixe que o tempo resolva isso. Fale com seu namorado, talvez ele dê alguma advertência para o Greengrass não chegar perto de você e tudo se resolva. 

—Namorado? Está falando de Sirius? _A loira perguntou e a outra assentiu._ Não. Sirius é esquentado demais. Não daria certo isso. E não comente mais em voz alta isso, Sylvia. Nós somos amigos e ninguém mais além de você viu ou sabe que nós nos beijamos. Ele é apenas meu amigo e essa história de beijo foi tudo por acaso. 

Sylvia prometeu e beijou a testa de Frida. 

—Tente dormir agora. Prometo ficar com você. 

Frida concordou e se aconchegou no colchão, apoiando a cabeça no ombro da única amiga entre os sonserinos que tinha. 


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Notas finais do capítulo

Só dando aquela reforçada: agressão contra a mulher é crime, tanto psicológica quanto física. Se você passa por alguma dessas situações ou conhece alguém que sofre com isso, denuncie. Disque denúncia 181 ou 180 para denunciar agressões ou assédios; ou procure uma delegacia mais próxima, de preferência uma especializada. Essa é uma obra de ficção que pode conter gatilhos, como os tratados nesse capítulo. Por esses e outros motivos a classificação etária é de 16 anos. Eu, autora e mulher, não compactuo com nenhuma das situações que foram ou vierem a ser relatadas, apenas as uso para ilustrar a história.
Denuncie.



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