Starling City 2013 escrita por AmandaTavaress


Capítulo 5
Capítulo 5




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Era a primeira vez que Felicity entrava em uma mansão. Ela nunca nem havia se imaginado entrando em uma antes. E agora ela conhecia dois bilionários, cada um com a sua própria... mansão. Uau! E era grande mesmo. Parecia um desperdício tudo isso de casa pra só duas pessoas... no caso agora, só o Tommy. Ela nem precisou tocar a campainha, porque um dos empregados já abriu a porta pra ela assim que ela se aproximou da porta. Felicity era uma milionária agora (não por muito tempo, porque a reforma do Verdant não seria barata), mas ela com certeza não se via gastando dinheiro com porteiros, empregados e mansões... Aquilo estava além da sua realidade.

Felicity seguiu o porteiro em direção a uma sala de estar depois de passar por uma ampla e dramática escadaria. Bonito era, mas com certeza não era pra ela...

— Felicity! – Tommy veio em sua direção e a abraçou forte.

— Credo, Tommy, nem parece que já me viu hoje! – Felicity disse com um sorriso tirando o seu casaco e sua bolsa. Como o bom cavalheiro que Tommy era, ele a auxiliou e levou os acessórios para o closet no canto da sala. Felicity notou que os dois não estavam sozinhos. Ela avistou Thea sentada descalça com o pé em um dos sofás. Thea a olhava desconfiada.

— Eu não tinha certeza se você viria ou não. – Tommy respondeu de costas, enquanto abria a porta do closet, alheio à troca de olhares das duas mulheres. Felicity acenou meio sem jeito pra Thea, que simplesmente balançou uma única vez a cabeça de cima a baixo como resposta, sem tirar os olhos dela. Tommy voltou sorrindo, passou os braços no ombro da Felicity e foi levando a lourinha em direção à Thea.

— Thea, essa é a minha amiga, Felicity.

— Já ouvi isso antes. – Thea disse erguendo uma sobrancelha em direção ao Tommy.

— Felicity, você já sabe, mas essa é a Thea, irmã do Oliver.

— Eu sei... – Felicity disse enquanto cumprimentava a mão da menina mais nova.

— Felicity Smoak, amiga dos dois bilionários playboys mais famosos de Starling City, boa samaritana, e é a primeira vez que eu posso de fato conversar com você! – Felicity ouviu a desconfiança no tom de voz dela, e ficou meio sem jeito. Tommy lançou um olhar de repreensão pra menina e disse um pequeno “Thea...” em tom de aviso. – Ok, ok... Eu me comporto! – Thea ergueu as duas mãos em sinal de rendição, e Tommy e Felicity se sentaram. – Mas me conta, como você conheceu o meu irmão? – Thea havia prometido se comportar, não largar o osso.

— Eu trabalho na Queen Consolidated. Quando o seu irmão precisou de ajuda com um computador, o Walter o encaminhou a mim.

— E você é muito... “próxima” do Walter? Quão “próxima”?

— Já chega, Thea! – Tommy interrompeu bravo agora. Ele voltou-se para Felicity. – Desculpe pela Thea. Ela é um bichinho desconfiado e demora a se aproximar de verdade de alguém. – Agora Tommy voltou-se para a adolescente. – Felicity é minha amiga, e isso é tudo que você precisa saber pra confiar nela. Ela não está aqui pra ser interrogada. Eu e ela fazíamos maratona de séries e filmes na casa dela, e Game of Thrones já começou a 3ª Temporada, e nós estamos atrasados... Eu é que tô na verdade...

— Eu amo Game of Thrones! – Thea disse com um sorriso. – Nada como escândalos familiares e segredos das famílias dos outros pra me fazer esquecer dos da minha! – Tommy sorriu pra ela em agradecimento, e Felicity respirou mais aliviada.

Os três assistiram a dois episódios da série em harmonia. Para Thea era como se nada tivesse acontecido, e Felicity fosse parte do grupinho de amigos faz tempo. Adolescentes são mesmo muito volúveis, Felicity pensou, mas feliz com a atitude. Em meio a uma acalorada discussão sobre personagens favoritos, os três foram surpreendidos pelo mesmo funcionário que havia levado Felicity da porta à sala, mas dessa vez ele estava acompanhado por outra pessoa.

— Laurel! – Tommy disse assustado. Felicity olhou do Tommy pra Laurel e de volta pro Tommy. Enfim, virou-se pra Thea e disse:

— Thea, será que você não poderia me mostrar onde fica o banheiro?

— Claro! E depois eu te mostro onde vai ser meu quarto... – Thea cruzou seu braço com o da Felicity, e depois das duas passarem pelo Tommy, ela completou: - que é longe o suficiente do Tommy pra nenhum de nós ouvir nenhum barulho do quarto do outro! – Tommy ficou visivelmente sem graça, e Thea sorriu vitoriosa. Nessas horas, Felicity dava graças a Deus de nunca ter tido um irmão mais novo.

— Eu precisava te ver com os meus próprios olhos. – Laurel disse se aproximando do Tommy e posicionando uma mão em seu rosto. Tommy não disse nada, não se mexeu, mal respirou com medo de qualquer reação da Laurel. Os olhos dela se encheram de lágrimas, e ela tinha uma expressão triste no rosto. – Você nem me avisou. Eu tive que descobrir pela televisão... No trabalho, mais uma vez. – Tommy pegou a mão da Laurel na sua, e ela, achando que ele se afastaria, se jogou em seus braços num abraço apertado. Tommy sentiu seu peito encher de amor por aquela mulher. Um amor que não queria morrer nem quando ele próprio havia quase morrido. Ele passou seus braços em volta dela enquanto ela chorava copiosamente em seu peito.

— Eu não queria te forçar a nada, Laurel... – Tommy disse sussurrando perto do ouvido dela.

— Como assim, Tommy? – Laurel se afastou um pouco do abraço para olhá-lo nos olhos. Você foi atrás de mim! Você disse que me amava!

— E eu amo! – Tommy confirmou. – E eu teria morrido pra te salvar tantas vezes fosse necessário. – As lágrimas escorriam pelo rosto da Laurel, e Tommy enxugou algumas delas. – Mas eu também vi você com o Oliver. Um dia antes do terremoto. – Laurel ficou com uma expressão de horror no rosto. – Eu sabia que você tinha escolhido o Oliver, e ainda assim eu não consegui deixar de ir atrás de você, porque eu sabia que você se colocaria em risco pelos seus clientes.

Laurel baixou a cabeça e se afastou mais ainda do Tommy. Ela se sentou em um dos sofás e Tommy fez o mesmo, ficando de frente pra ela.

— Quando você terminou comigo, eu finalmente cheguei no ponto de acreditar que eu tinha um problema, porque ninguém aguentava um compromisso mais sério comigo. Por anos, o Oliver fugia, se afastava, ou me traía cada vez que a coisa ficava séria. Com você eu fiz questão de nunca querer nada mais sério pra nunca mais passar pelo que eu passei com o Oliver. Mas daí você foi me conquistando, e eu fui me libertando daquela dor e ressentimento todo... E quando eu finalmente assumi que eu queria um compromisso sério com você, você terminou comigo! E eu fui abandonada de novo!

— Laurel, não tem absolutamente nada de errado com você! – Tommy disse o mais sério possível. – Você é uma mulher carinhosa, companheira, linda, ambiciosa, e qualquer homem que você escolha vai ser o homem mais sortudo do mundo de ter você ao seu lado. – Mais uma lágrima escorreu de seu olho, e Laurel enxugou rapidamente. – Mas eu me afastei de você porque eu sabia que o Oliver ainda tinha sentimentos por você, e eu quis me proteger. Me proteger dessa dança que vocês dois fazem há anos e que eu já vi tantas vezes!

— Eu não quero mentir pra você, Tommy, então eu vou te contar tudo que aconteceu. Porque eu também te amo e quero um futuro com você. Mas primeiro você precisa saber de tudo. Nenhum relacionamento dá certo com meias verdades. – Tommy assentiu com a cabeça, e Laurel respirou fundo. – Quando o Oliver me procurou, dizendo que não sabia se já era tarde pra ficar comigo, eu estava tão fragilizada, me sentindo tão mal, que eu também meio que usei ele pra finalmente me sentir “a escolhida”. Ele que veio atrás de mim. Isso mexeu comigo, Tommy. Eu dormi com ele como você já sabe. – Tommy assentiu mais uma vez e engoliu o gosto amargo em sua boca. – No dia seguinte, antes do terremoto nos Glades, eu fui à casa dele, e a gente conversou... Ele falou tudo que eu sempre quis ouvir dele. E eu achei mesmo que finalmente a gente daria certo. Daí você morreu... – Laurel precisou de um instante pra enxugar o rosto antes de continuar. – E o Oliver não aguentou... Ele fugiu... de novo!

— Laurel, eu te amo, mas assim como você, eu também quero ser a primeira escolha. Eu não quero que você fique comigo só porque o Oliver deu pra trás de novo. – Laurel balançou a cabeça de um lado pro outro, mas Tommy não deixou que ela interrompesse. – Eu sei que você está num momento difícil, e ter achado que eu morri pode ter mudado a sua perspectiva sobre mim também. Então, pro bem de nós dois, eu acho que a gente precisa deixar um ao outro.

— Eu não quero te deixar! – Laurel disse fraquinho.

— Mas eu já fui... – Tommy suspirou triste. – Eu não estou dizendo nunca, fechando as portas pra sempre entre nós, mas acho que precisamos de pelo menos um tempo pra que possamos escolher um ao outro.

Laurel assentiu com a cabeça, olhando pra baixo e as lágrimas escorrendo novamente. Ela se levantou, e Tommy fez o mesmo.

— Ei... – ele chamou a atenção dela e lhe deu um último abraço. – Se tiver que ser, a gente encontra de novo o caminho um pro outro, ok? – Laurel assentiu com a cabeça, mas ela estava se sentindo devastada demais pra ficar ali... Ela saiu do abraço, pegou sua bolsa e saiu.

Tommy ficou olhando na direção que ela foi até ouvir o som de passos descendo as escadas. Thea e Felicity vieram na sua direção. A mais nova foi direto pro seu abraço.

— Vocês ficaram ouvindo tudo, não é? – Ele disse com um sorriso fraco.

— Só pra constar, eu fui contra! – Felicity disse meio sem jeito. – E acho melhor eu ir também. Você vai ficar bem? – Ela perguntou olhando nos olhos do Tommy.

— Vou sim. A Thea cuida de mim, né Speedy?

— Pior apelido do mundo! – Thea disse sem rancor nenhum e sem sair do abraço.

Felicity pegou suas coisas no closet, acenou e foi pro seu carro a caminho de casa. Assim que desligou o carro, ouviu um som estranho vindo do seu celular. Nenhum dos seus aplicativos tinham notificação com aquele som. Ela desbloqueou o aparelho, e não havia nenhuma notificação. O som veio de novo, mas nada se abriu. Felicity rapidamente verificou qual o último aplicativo usado: o aplicativo instalado por Zari. Ela abriu o app, mas nada parecia diferente... De novo o som! Felicity investigaria e acharia a fonte daquilo nem que levasse a noite toda! Mas primeiro, providenciar um celular novo! Ela mudaria seu celular pessoal por segurança, e aquele seria única e exclusivamente pra pesquisar o que estava acontecendo. 


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Notas finais do capítulo

E aí, amores? Triste pelo Tommy e a Laurel? O que será no celular da Felicity? Mistérios...
Sim, o Oliver vai aparecer, mas quem mandou fugir pra Lian Yu?



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