Starling City 2013 escrita por AmandaTavaress


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Eu sei que vocês estão pedindo o Oliver, mas ele tá lá em Lian Yu, sem wifi nem televisão porque - de novo - não quis se comprometer com nada com a Laurel.
Calma que uma hora ele chega!



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"Merlyn, onde está o seu pai?”, “Merlyn, o que você vai fazer pra diminuir os prejuízos que o seu pai causou?”, “Você vai assumir a empresa Merlyn Global?”, “Você e o Oliver sabiam dos planos?”, “Cadê o Oliver que não está ajudando a reconstruir os estragos?” 

Tommy ignorou as perguntas enquanto segurava firme no braço da Felicity e seguia o Diggle. Os três entraram no carro, Diggle como motorista, e Tommy finalmente sentia que podia respirar. 

— Mais uma vez obrigada, John, por ajudar a gente. – Felicity disse se esticando e posicionando sua mão no ombro do Diggle, que retribuiu com um meio sorriso. 

— Eu estava presente na audiência do Oliver. Eu não ia deixar você passar por tudo isso sozinha. – Felicity sorriu em agradecimento ao amigo. – Mas você ainda vai ter que me explicar direito essa história, porque eu sei muito bem que você sabia quem o Tommy era... 

Felicity baixou a cabeça e voltou ao seu lugar no banco de trás do carro, do lado do Tommy, que segurou sua mão. 

— E obrigado a você, Felicity, por tudo que você fez por mim, e por ter tirado o dia de trabalho pra me acompanhar na minha audiência. – Felicity sorriu e prendeu a mão do Tommy no meio de suas duas mãos. 

— E pra onde você quer ir agora? – Ela perguntou. 

— Eu prometi à Thea que a gente se encontraria no Verdant pra conversar. – Tommy respondeu, e Diggle assentiu com a cabeça tomando a direção correta com o carro. 

— Tommy... Você sabe que eu não acabei com a reforma lá... 

— Fica tranquila, Smoaky... – Tommy sorriu, soltando sua mão das dela. – Confia em mim. – Felicity olhou nos olhos dele por um instante prolongado e perguntou:

— E a Laurel? 

Tommy olhou pra janela do lado oposto do da Felicity e suspirou. Ele não havia falado com a Laurel ainda, mas a essa altura do campeonato, ela já devia saber de tudo. Com o tanto de repórteres na audiência, não era de se duvidar. Felicity havia sugerido que ele ligasse pra ela antes de tudo ir a público, pra que ela ouvisse a notícia por ele primeiro, mas Tommy havia declinado. Ele queria que a Laurel tivesse tempo de digerir sozinha a notícia, e não queria forçá-la a ter que vê-lo antes que ela estivesse pronta. Se ela tivesse decidido que preferia o Oliver e quisesse se afastar dele, Tommy aceitaria a decisão dela. 

— Quando ela estiver pronta, eu falo com ela. 

Felicity assentiu com a cabeça, e eles seguiram o resto do caminho em silêncio. Chegando ao Verdant, Tommy saiu do carro, mas Felicity permaneceu. 

— Você não vem? – Ele perguntou pra ela. 

— Acho melhor você conversar sozinho com a Thea. – Foi Diggle quem respondeu. – Ela tá precisando muito de apoio. Quase não ficou em casa nesse último mês. – Tommy fez uma expressão de culpa, mas assentiu com a cabeça. – Você se incomoda de pegar uma carona com ela depois? Eu e a Felicity temos que ter uma conversa... 

— Claro! – Tommy respondeu. – Smoaky, se você não aparecer de noite na minha casa como prometeu, eu vou atrás de você na sua! – Tommy teve que voltar na Mansão Merlyn algumas vezes já desde que decidiu se assumir como vivo. Para pegar roupas, para garantir que a casa estivesse mantida apesar da ausência do seu pai e de sua suposta morte... Mas até a notícia de que ele estava vivo vir a público, ele havia continuado na casa da Felicity para não chamar atenção. Só que agora, com o monte de paparazzo seguindo seus passos, ele não queria tirar a privacidade da Felicity morando na casa dela. Até porque, ele tinha uma casa, e já havia abusado demais da sua estada. Mas isso também não significava que ele gostava da ideia de ficar sozinho na Mansão Merlyn. Ele queria a companhia da Felicity, e também porque eles tinham ainda alguns assuntos pra resolver. 

— Pode deixar, Tommy. Você não vai se livrar de mim assim tão fácil. – Felicity sabia que Tommy se sentia mais sozinho do que nunca, e queria ajudar nessa fase de readaptação à sua vida de antes. 

Tommy acenou enquanto o carro se afastava, e entrou na antiga fábrica. Dava pra ver que o lugar estava passando por uma reforma, mas ainda era seguro entrar. Tommy ouviu uma voz vindo da televisão e foi seguindo. 

“E numa reviravolta impressionante, menos de um ano depois de Oliver Queen voltar dos mortos, dessa vez foi seu melhor amigo, Thomas Merlyn, que foi dado erroneamente como morto durante a calamidade nos Glades. Sua audiência com o juiz foi hoje, onde ele explicou que foi salvo por uma boa samaritana que não o reconheceu, e o acolheu até que sua memória voltasse. Bom saber que em meio a tanta tragédia, ainda existe gente boa nesse mundo. Mais detalhes e a cobertura da audiência no Jornal da Noite.” Thea desligou a TV em que Bethany Snow, a nova âncora do Jornal da Noite, fazia uma chamada sobre sua “ressurreição” assim que o viu se aproximar.

— Você ficou com tanta inveja assim do Oliver que precisou morrer e voltar também? – Thea perguntou um tanto amarga. Tommy ignorou o comentário e foi abraçá-la. O mais forte que pôde.

— Thea, você é como uma irmã pra mim. Desculpa ter feito você passar por isso tudo de novo.

— Pelo menos eu não tive que descobrir pela televisão. Tô cansada de ser sempre a última a saber das coisas. – Thea disse enquanto saía do abraço do Tommy.

— Agradeça a Felicity por isso. Foi ela que me lembrou de te ligar antes... – Tommy deu um sorriso amarelo, meio sem jeito, enquanto Thea olhava fixo nos olhos dele. Tommy nunca viu Thea tão adulta quanto naquele instante.

— E qual é a dessa Felicity? – Tommy ergueu as sobrancelhas em surpresa. – O Oliver já apresentou ela pra família como amiga dele. Pra família! – As sobrancelhas do Tommy se ergueram ainda mais. – Amiga, Tommy! O Oliver não tem amigas! Agora ela aparece metida com você... Tem certeza que ela não é nenhuma oportunista, não? Até do Walter ela já caiu nas graças!

— Calma, Thea, eu posso te garantir que a Felicity não é nada disso que você tá pensando! – Thea cruzou os braços ainda desconfiada. – Eu sei que muitas pessoas não foram lá muito gentis com você, e desconfiar delas é algo até esperado, mas a Felicity é de verdade uma pessoa boa. Ela me ajudou sem esperar nada em troca. E sei que fez o mesmo pelo Oliver, por isso eles são amigos.

— Só amigos, ou...? – Thea não completou a pergunta, mas Tommy entendeu o que ela deixou implícito.

— Só amigos mesmo. Um dia antes de eu “morrer”, seu irmão tinha voltado com a Laurel, e a Felicity não é o tipo de mulher que toleraria traição...

— Não deve ter dado certo então, porque a Laurel fez bem o papel de viúva inconsolável no seu enterro.

— Thea... – Tommy passou a mão nos cabelos compridos e escuros dela. – Tão linda, e tão cínica... Cadê aquele docinho de menina que vivia correndo atrás de mim e do Ollie? – Thea bufou e deu um passo pra trás.

— Tô vendo que enquanto você se fingia de morto, andou reformando algumas coisas por aqui... – Thea se afastou um pouco e mudou de assunto. 

— Thea... Depois de tudo que eu passei, você realmente me culpa por precisar de um tempo? – Tommy sentou-se em um dos bancos do bar. – Meu pai acabou se revelando um maníaco doente que quis destruir um bairro inteiro pra se vingar da morte da esposa... Com isso ele quase matou a mulher que eu amo, e quase me matou também! E a mulher que eu amo...? Escolheu meu melhor amigo. Eu não tava pronto, Thea!

— Pelo menos você não fez as malas e foi viajar o mundo que nem o Ollie... – Thea disse amarga enquanto sentava-se no banco de frente pro Tommy.

— Eu sei que parece que todo mundo te abandonou, Thea—

— Não “parece”, Tommy. – Thea interrompeu. – Todo mundo me abandonou mesmo! Minha mãe foi presa, meu irmão vazou, você “morreu”, a Laurel nem veio falar em nenhum momento comigo, só trabalha atrás de uma promoção... A única pessoa que eu tenho é o Roy! – Thea agora estava com os olhos cheios d’água, e Tommy a abraçou. Thea chorou baixinho com a cabeça no ombro dela.

— Eu voltei, Thea! Eu tô aqui! – Tommy disse baixinho no ouvido dela, e Thea soluçou um pouco, mas continuou no abraço do Tommy. – E até o seu irmão voltar, eu vou ser o seu irmão, tá bom? Você pode até vir morar comigo! O Diggle me falou que você nem tem ficado na Mansão Queen, e eu não quero mesmo ficar naquela casa sozinho! Sabe Deus o que o Malcolm tem mais escondido lá! – Thea deu uma risadinha fraca, mas assentiu com a cabeça.

— Eu não aguento mais entrar em casa, Tommy. Tudo lá me lembra da minha mãe, e cada vez que eu lembro dela eu sinto tanta raiva! Tanto ódio!

— Tudo bem, Thea, eu preciso de você tanto quanto você precisa de mim. – Thea ficou tão emocionada ao ouvir isso que mais uma lágrima escorreu do seu rosto, e dessa vez foi ela que abraçou o “irmão provisório”. – E por falar nisso, que tal se você ocupasse essa cabecinha me ajudando a colocar esse lugar de volta em funcionamento?

— O que você tem em mente?

***

Diggle e Felicity chegaram ao Big Belly Burger, e sentaram-se na sua mesa de costume.

— A Carly não está aqui hoje?

— Não. – Diggle respondeu sem mais explicações, e Felicity fez uma nota mental para lembrar-se de conversar com ele sobre a Carly mais tarde.

— Bem, eu sempre topo milk-shake e batata frita, ainda mais quando eu deixo de almoçar de tão nervosa que eu estou por ter que mentir em frente a um juiz, então obrigada, John, por cuidar de mim. – Diggle deu um sorriso, e os dois fizeram seu pedido ao atendente que se aproximava.

— Agora me fala, Felicity... – John disse olhando sério pra lourinha. – Como o Tommy foi parar justo na sua casa... Vivo? Nós dois sabemos que a história da imprensa não é a história verdadeira.

— John... Se eu te contar a verdade inteira você não vai acreditar... Eu mesma duvido das minhas memórias às vezes. – John continuou olhando pra Felicity, esperando que ela continuasse. – Eu estava no Verdant umas duas semanas depois do enterro do Tommy, avaliando o estrago no nosso esconderijo quando... – Felicity deu uma leve hesitada antes de continuar porque teria que editar um pouco a história para o Diggle. Ele notou a hesitação. – eu ouvi um barulho lá em cima. Uma mulher chamada Zari levou o Tommy até lá, acho que ela sabia que era o clube dele... Ele estava... no carro dela. Estava com uma gaze em cima de onde a viga perfurou o peito dele e estava... dormindo. Prefiro “dormindo” a coma... – Diggle deu um sorriso. – Mas enfim, ela disse que não poderia mais cuidar dele, que tinha que ir embora, e claro que eu falei que cuidaria! É o melhor amigo do Oliver! 

— Claro... – Diggle disse baixinho com mais um sorriso. 

— A gente levou ele pra minha casa, e quando ele acordou, ele não quis falar pra ninguém que não havia morrido, e eu decidi esperar que ele estivesse pronto.

— Eu sei que está faltando coisa nessa história, Felicity... – Felicity deu um meio sorriso com uma expressão de culpa no rosto. – Mas também sei que se você escolheu não me dizer toda a verdade é porque tem um bom motivo... – Felicity olhou agradecida para o amigo.

— E você, John? O que tem feito nesse último mês que eu... – Felicity hesitou mais uma vez e fez uma expressão de culpada. – evitei você?

— Eu sabia que você estava propositadamente me evitando, Felicity. Mas eu achei que era porque você estava saindo com alguém e não queria que eu botasse o infeliz pra correr. – Felicity ergueu as sobrancelhas. – Pode acreditar. Por melhor que seja o cara, se você começar a namorar alguém, eu vou ameaçar sumir com o corpo caso ele te machuque.

— Ah, você é um fofo, John! – Felicity se esticou sobre a mesa e apertou as bochechas do amigo. – Um ursão gigante e fofo que eu amo!

— Tá bom, Felicity, já entendi. – Diggle disse completamente constrangido e se afastando das demonstrações de afeto da Felicity. Ela riu com gosto enquanto voltava a se sentar, e o atendente colocava na mesa o pedido dos dois.

Os dois seguiram conversando e comendo, colocando em dia o que vinham fazendo desde que o Oliver havia ido embora, e Felicity se deu conta do quanto sentia falta daquilo. Do Diggle, mas também do Oliver. Ela seguiria com a reforma do esconderijo deles (com o aval do Tommy), e caso o Oliver voltasse um dia, ela estaria pronta pra voltar ao negócio de arco e flecha. 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo... Laurel. Prometo!
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