Crepúsculo 2.0. escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 15
Gente como a gente


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/4FPP4YE5N-8-Colapso.
https://youtu.be/p3CPKLvP99g-Elijah compele Clary.



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P.O.V. Jace.

Eles tem uma bela área de treinamento. Quando cheguei, quase tive um troço ao ver aquilo.

—As minhas são diferentes das suas. As minhas são minhas e só minhas.

Disse Clary enquanto castigava o saco de areia. 

—Você não matou a Clary Fairchild, eu matei. Quando o prédio explodiu, ela não morreu. Ela e o Jonathan sobreviveram, mas como parte daquele ritual satânico maluco eles estavam ligados. Quando ela descobriu, fez o que tinha que fazer. Pegou uma faca e cortou a própria garganta antes que Jonathan a consumisse. E o levou para o túmulo com ela.

—Você sobreviveu á explosão daquele lugar, só para se suicidar depois?

—Se Clary Fairchild não tivesse se matado, Jonathan se apoderaria da mente e do corpo dela. A fusão teria continuado até os dois serem um. E sabe o que iria pará-lo depois? Nada.

Ela estendeu a estela pra mim.

—Desculpe ter pego sem pedir, mas eu precisava saber se as minhas coisinhas brilhantes funcionavam.

Vi as lágrimas nos olhos dela.

—Clary...

—Como alguém pode ser um milagre e um erro ao mesmo tempo?

—Ninguém é um erro Clary.

—Eu sou. Passei a minha vida toda ouvindo que era doida, tomando remédios que não funcionavam e agora... eu tenho lembranças de uma garota morta dentro da minha cabeça. Posso sentir a lâmina cortando a minha garganta, a sensação de me afogar no meu próprio sangue, nunca beijei você, mas sei que você tem gosto de menta e... me lembro de dormir na sua cama, de transar com um vampiro e eu sou virgem!

Ela deu uma risada sem humor.

—Eu sou mesmo uma Mikaelson. Somos todos uns fodidos.

—Você não é uma fodida Clary.

Ela saiu, pegou todas as coisas que havia trazido do Instituto.

—Clary...

Amontoou tudo no jardim.

—O que está acontecendo? Clary...

—O que vocês querem? Que eu não esteja em negação?

Começou a jogar álcool encima.

—Não quero estes Skecthes. Não quero essas roupas! Não vou precisar mais dessas fotos, á menos que estejam dispostos a trazer Jocelyn Fairchild de volta do outro lado. Você iriam querer isso? Porque eu não. Isso me faz ser uma má pessoa?

—Para Clary tá me assustando!

—Porque?! Eu não sou Fairchild! Não sou filha da Jocelyn e do Valentim! Eu sou a Clary Mikaelson! Não tem espaço para uma Clary Fairchild aqui. Não tem mais nada pra mim e de mim aqui. Todas essas coisas estão cheias de memórias de pessoas que ela amou, mas que eu não reconheço! E essas pessoas todas morreram! O pai dela, a mãe dela, Dot, quer dizer... todos estão mortos! Todo mundo morreu!

Ela se jogou no chão e chorou em total e completo desespero.

—Como ela é dramática.

—Cala a boca imbecil! Você não sabe como é. Vampiros tem as emoções ampliadas. A tristeza vira desespero.

—Não! Não! Eu não posso, eu não posso! Tá doendo. Tá doendo.  Só faça parar, por favor faça parar. Dói. Dói muito.

—Temos que ligar para o Elijah.

—Caroline.

A Vice-Diretora que tinha acabado de chegar de sua lua de mel, tentava resolver o problema.

—Temos que pedir autorização para...

—Não. Não Caroline, vai piorar tudo.

—A humanidade dela tá matando ela!

—Se ela desligar vai ser pior. A dor vai triplicar, ela vai fazer coisas horríveis e as emoções dela vão comê-la viva.

Ligaram para os pais dela e eles vieram.

—O que houve?

—Ela tem as memórias da Clary. A nossa Clary.

—Bom, isso explica o colapso. Elijah você tem que apagar. Tem que fazê-la esquecer essas coisas. Não há espaço suficiente para duas Clary's no mesmo corpo.

—Concordo.

A mãe que a estava abraçando a passou para o pai.

—Amor, eu quero que você deixe o papai te ajudar. Preciso que baixe o escudo e deixe-o entrar.

—Escudo?

—Baixe o escudo e deixa o papai te ajudar. 

Tinha alguma coisa acontecendo. Ele estava hipnotizando a própria filha.

—Seu pesadelo, do prédio... esqueça. Toda a dor que veio com ele, todo o amor... esqueça. A outra família que você já teve e por quem se importava... todas as lembranças de Clary Fray, Clarissa Fairchild Morgenstern... esqueça. Deixa pra lá. Clary Fairchild... está morta. Você é Clarissa Cullen Mikaelson, filha de Renesmee Cullen e Elijah Mikaelson.

Ela ficou parada. O pai parou de falar.

—Clary?

—Quem diabos é você?

P.O.V. Isabelle.

Pelo Anjo! O pai tirou dela todas as memórias que ela tinha de ter sido Clary Fray.

—Quem é Clary Fray?

Perguntou ela olhando pra mim. Eu ia responder, mas a mãe me cortou.

—Ninguém.

A mulher de cabelos e olhos castanhos riscou um fósforo e botou fogo em todos os pertences de Clary Fairchild.

—Eu to com sede.

Ela passou e foi embora. Voltou para dentro da Mansão.

—O que você fez?!

—Não como alguns, estamos fazendo o que é melhor para a nossa filha. Mas, como vocês poderiam entender isso? Vocês tratam suas crianças como armas, mas acima de tudo eu sou mãe. Ou vocês aceitam a minha filha como ela é agora. Ou aceitam que ela é uma Tribrida necromante que faz magia e tem sede de sangue. Ou vão embora.

Disse a mãe olhando bem no fundo dos olhos do Jace. E então, ela saiu. Então o pai dela se pronunciou:

—Você precisa saber que não faz ideia do quão raro o amor é. Eu tenho mil anos, menino e só encontrei umas três vezes durante este tempo. Porém, minha filha merece alguém que a ame por quem ela é e não como uma substituta para quem ela não é. Bom, agora que ela está bem, vamos deixá-la estudar em paz.

P.O.V. Alec Volturi.

Estava sentado no jardim pensando na falta que minha irmã me fazia.

—Já ouviu falar de telefone? Ou internet?

—Olá.

—Oi.

—Você parece mais feliz.

—Eu estou. Não sei porque, mas estou. Mas, sério, porque você não liga?

—Eu liguei.

—Ela não atendeu?

—Atendeu.

—Então, porque essa tristeza?

—Sinto a falta dela.

—Quer saber? Vou te levar pra dar uma volta.

—Tomar café no Mystic Grill?

—Não. Vou te levar pra casa. Agora vai trocar de roupa e me encontre aqui em... dez minutos?

—Dez minutos é o suficiente.

Depois de dez minutos ela estava lá.

—Pronto para fazer uma visitinha para sua gêmea?

—Vai me levar pra Itália? Se você não respirar, vai se afogar.

—Relaxa.

Ela colocou as mãos na base do meu pescoço, como se fosse me enforcar.

—Mikaelson, eu não preciso respirar. Asfixia não vai funcionar.

Ela deu um sorriso doce.

—Não vou te asfixiar. Só, fica quietinho. Preciso de uma direção. Preciso ver o lugar pra onde vamos. Relaxa e me deixa entrar.

Senti-a dentro da minha mente. Estava acessando minhas memórias.

—Aqui. Sim. Esse é o lugar.

Era uma memória de quando eu estava na Sala dos Tronos, no Castelo de São Marcus.

—Pronto. Agora eu tenho um destino.

Vi o palitinho na mão dela.

—Uma varinha?

—Não, seu bobo. É um fazedor de runas. 

Clary desenhou uma forma no ar, era brilhante e então, empurrou o desenho com a outra mão e abriu-se um portal!

—Vamos logo cabeção! Vai fechar!

Ela me puxou para dentro daquele negócio e num piscar de olhos caímos no chão de pedra do Castelo de São Marcus.

—Ai. Sai de cima de mim!

Ela me empurrou.

—Isso foi algo incrível.

Clary se levantou num pulo.

—Foi mal por ter invadido. Agora pensando melhor, devia ter aberto o portal do lado de fora do Castelo.

—Isso seria ruim Clary. Como explicaria para os humanos duas pessoas saindo do meio do ar?

—É. Tem razão.

P.O.V. Aro.

Eu sou vampiro já algum tempo. Mas, nunca, jamais vi alguém realizar um feito como este.

—Ahm, oi.

—Alec, meu querido, gostaria de me apresentar a sua nova amiga?

—Clary, este é Aro Volturi.

—Oi. Eu sou a Clary.

—Uma bruxa?

—Minha vó era uma bruxa, minha mãe é uma híbrida e o meu pai é um Original, e eu tenho sangue de anjo. Então... isso faz de mim... uma Tribrida. Parte vampira, parte bruxa, parte shadowhunter.

—Eu tenho seiscentos e setenta e nove anos. E já conheci muitas pessoas dotadas, mas ninguém que eu tenha conhecido jamais fez nada parecido com o que você fez aqui.

—Abrir um portal?

—Um portal.

—Qualquer feiticeiro pode abrir um portal. Só que eu usei a minha runa de portal.

Ela estava claramente nervosa e desconfortável.

—Me permite?

Estendi a mão para ela.

—Você não vai conseguir entrar. Não se eu não deixar.

P.O.V. Clary.

Ele agarrou a minha mão. Como se quisesse me prender.

P.O.V. Aro.

Mas, que tesouro. Isso é que é um prêmio.

—Eu não vejo nada.

—Como eu disse. Dá pra soltar a minha mão por favor.

—Claro.

Ela tirou a mão da minha e a limpou na calça jeans de lavagem escura. Estava usando botas de camurça, de cano curto marrons, uma blusa regata preta e um cardigã creme sob os ombros para quebrar aquela roupa escura.

—Então... eu trouxe o Alec pra ver a irmã.

—É claro. É muito gentil.

—Você realmente gosta de tatuagens. Se é uma vampira, como conseguiu que elas não cicatrizassem?

—Não são tatuagens. São runas. Boas para Shadowhunters, ruins para humanos e outros sobrenaturais. Deixa eles doidos.

—Doidos?

—Chamam de esquecidos.

Gianna a secretária entrou pela porta.

—Raviner.

—O que?

Ela tirou dois punhais de dentro da roupa.

—Onde arrumou isso?

—Foi um presente da Isabelle. Cuidado!

A garota empurrou Alexander para longe. E começou a se atracar com a secretária. Tentáculos horrorosos saíram do rosto de Gianna.

A secretária a desarmou. Ela correu para o outro lado e então, avançou sob Gianna, desenhou algo na mão e saiu aquela luz ofuscante, ela escorregou pelo chão e quando a secretária foi atingida pela luz amarela virou poeira.

—Caramba Clary!

—E eu nem sei de onde isso saiu?

Disse ela rindo.

—Você está bem?

—Estou. Parece que eu não me conheço.

A ruiva pegou seus punhais de volta e os enfiou em coldres que estavam ocultos sob suas vestes.

—Eu só... vou... dar uma volta.

Ela saiu.

P.O.V. Clary.

Acabei de matar um demônio. Meu Deus!

P.O.V. Alec.

Aro me estendeu a mão, mas eu pensei na escola, nos alunos, naquelas crianças. E até no Doutor Saltzman. Aro coleciona "jóias" se ele souber sobre o Instituto Salvatore e o que o Doutor Saltzman tem atrás daquelas paredes vai fazer qualquer coisa para pegar aquelas pessoas.

—Alec, meu querido...

—Não. Você não vai ler meus pensamentos. Nunca mais. Eles merecem algo melhor, eles serão melhores que nós. Com licença.

—Bom, isso foi inesperado.

—Ah, Marcus ele está escondendo alguma coisa.

—Isto é óbvio.

Quando cheguei ao quarto de Jane, quase tive um ataque. Ela estava fazendo as malas.

—Olá, Irmã.

—Alec?! Alec!

Ela me abraçou. 

—Estou feliz em vê-la também.

Só então, Jane detectou a presença de Clary. Ela me largou, voltou a sua postura formal.

—Meio tarde pra isso querida. Mas, é bom saber que você tem um coração.

—E quem é a vadia?

—Como é que é?!

Ai. Isso vai dar problema.

 


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