High School Darlisa escrita por kicaBh


Capítulo 6
Cap 6 - Convites novos


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora. O carnaval e uma confusão com os arquivos me fizeram adiar a volta.



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Elisabeta não conseguiu achar Darcy mais calado do que o normal porque ela própria estava pensativa. Depois do episódio na casa de Darcy era difícil não pensar em sexo, era difícil não notar o quanto seu coração acelerava na presença dele, no quanto ela se sentia quente quando ele chegava perto. Nas ultimas saídas deles, mais de uma vez, o segurança do shopping os advertiu para se pegarem menos, não usar os corredores. No parque também já haviam recebido olhares tortos de passantes, mas isso só os fazia se divertir mais, como se o mundo estivesse errado e eles certos.

A consulta na ginecologista tinha sido benéfica. No final das contas Dra Rosangela conversou e tirou muitas dúvidas de Elisa sobre ser a hora certa, dizendo que garotas transam na idade que se sentem confortáveis, quando encontram “o” garoto certo. Então ela explicou didaticamente como se usava uma camisinha e disse que ela se decidisse por iniciar sua vida sexual o melhor era optar por um anticoncepcional e deu uma receita a ela. Dona Ofélia a esperava do lado de fora, a contragosto, mas ela não disse nada a mãe. Ela não estava decidida sobre nada e sua mãe não entenderia.

Essa não era uma conversa para ter com Darcy?  Ela pensava sobre isso nesse encontro diferente deles. Não foram ao cinema, nem bater perna pela cidade como ela tanto gostava. Estavam sentados num banco da pracinha perto da casa de Darcy, abraçados enquanto observavam as pessoas passarem. As aulas retornariam logo e eles esperavam que tudo corresse bem.

Elisabeta. Darcy começou, timidamente. O que há com você? Ela normalmente era falante. Além de provocante. E ele gostava tanto desse jeito livre dela, que o abraçava e permitia que ele a beijasse como quisesse enquanto retribuía.

Nada. Ela respondeu de pronto. Ela não teria coragem de falar com ele sobre a consulta, sobre fazer amor. Por isso ela estava tentando ficar no controle, evitando que sua mão passeasse pelo corpo dele tanto quanto a dele andava pelo dela.

Eu tenho algo para te falar. Ele tomou coragem. Não é nada que você não saiba, eu acho. Mas é que meu pai me lembrou que eu não deveria fazer disso uma surpresa. Diante do olhar dela e ele resolveu soltar tudo. Eu voltarei para a Inglaterra ao final das aulas.  Ele não teve coragem de falar do baile, não sem saber a reação dela a isso tudo.

Elisabeta ficou olhando para ele sem entender muita coisa. Ela fazendo planos sobre estar numa cama com ele, que ele fosse o garoto de sua primeira vez, e ele ali falando sobre ir embora. E de repente ela ficou com raiva, se levantou do banco rapidamente e teria ido embora se ele não tivesse puxado seu braço.

Ei, o que houve? Eu achei que você soubesse. Darcy tentou justificar. Não é algo que eu tenha controle sobre. Meu pai não abre mão, e olha que eu pensei nisso.

Ema já havia me falado porque Briana já contou a ela, eu só nunca pensei realmente sobre isso. E em como isso me afeta. Elisabeta ainda estava de costas, com ele segurando seu braço. De repente ela estava furiosa com ele. Como assim iria embora? Não era exatamente uma surpresa, mas ele realmente iria embora? Elisabeta queria bater nele, queria correr, queria nunca mais olhar para a cara bonita dele.

Nos afeta, Elisabeta. Eu nunca senti por ninguém o que estou sentindo por você. Saber que estaremos separados por um oceano me angustia. Darcy falou o mais calmo que conseguia. Não esperava que ela ficasse brava. Não esperava nem terem que discutir isso. Ele gostaria prender essa menina junto a si e nunca mais deixa-la.

O que você sente por mim, Darcy? Ela falou ainda de costas, contendo as lágrimas. E a decisão estava tomada, não havia como falar sobre sexo com Darcy, não quando ele estaria em outro continente em 6 meses. Era preferível eles não se envolverem tanto, talvez até mesmo se afastarem. Ela ia começar a fazer isso. Depois que ele a soltasse desse abraço que ele começava a dar nela, quando ele afagava os cabelos dela, e limpava as lágrimas que ela teimava em não deixar cair. Ela até tentou se liberar, talvez correr dele, mas ele realmente a prendeu junto a ele, com um carinho forte e absoluto.

Eu estou apaixonado por você. Darcy falou a abraçando mais forte ainda, com medo. Foram as palavras mais difíceis que ele disse em toda sua vida e foi quase um alivio dizer isso a ela, porque tirava dele a responsabilidade de carregar sozinho um sentimento que só crescia. Agora ela também sabia. Talvez não fosse a hora, nem o lugar, mas era a verdade. Se ele pudesse escolher ficaria no Brasil, mas seu pai não deixava escolha e lembrou-se de uma promessa feita a sua mãe anos atrás. Foi um compromisso firmado num leito de morte, não havia como voltar atrás. Mesmo que a garota em seus braços valesse a pena.

Eu também. Elisabeta falou, pensando em mil possibilidades para eles nesse momento. Mas ele a beijou e ela esqueceu de tudo o que estava decidindo. Era se afastar? Ela estava com raiva dele, não era mesmo?

Era para ser um beijo casto, talvez um começo de um afastamento que era recomendável para eles, mas não conseguiram. Darcy se sentou no banco da praça levando Elisabeta para seu colo, mas ela fez algo totalmente fora do script. Ela sentou por cima dele, passou uma perna ao lado de cada um dele, e sem pensar se alguém os via deixou que ele a beijasse tão ardentemente que nada mais importava. Elisa estava com raiva dele, com raiva da vida que o levaria embora, por isso o beijava violentamente.

Ela não soube dizer quando tempo durou o beijo até que um carro passou e uns garotos gritaram “aêeeee”, os assustando, e então ela saiu de cima dele e o encarou sentado no banco com a respiração entrecortada e olhos vidrados. Porque não me falou antes?

Não foi intencional, eu apenas não gosto de pensar sobre isso. Eu fiz uma promessa a minha mãe que enquanto meu pai e Charlote precisassem eu estaria ao lado deles. E eles precisam de mim, principalmente Charlote. Darcy falou esperando que ela visse o tamanho da verdade que isso continha. Eu aceitei viajar por alguns países nos últimos anos, sempre com a Charlote junto, não aceitando deixa-la com uma governanta. E me sujeitei a passar por algumas escolas neste processo, conhecendo e deixando pessoas nos últimos tempos, nunca me apegando a ninguém. Mas quando cheguei aqui aconteceu você. Talvez eu não esperasse ser algo forte, talvez eu pensasse que pudesse controlar o que sentia, mas a verdade, Elisabeta, é que já tendo passado por algumas despedidas na minha vida eu me achava preparado o suficiente para elas. Mas você não é nada parecido com o que eu já vivi e pelo menos até eu entrar num avião e ir embora eu gostaria muito de estar perto de você.

Eu tenho uma proposta. Era algo maluco que Elisabeta havia pensado no microssegundo em que ela resolveu se afastar de Darcy e ele fez o maior discurso desde que se conheceram. Se ele era perito em despedidas, ela também poderia ser, não havia nada no mundo que Elisabeta Benedito não conseguisse fazer.

Darcy continuou olhando para ela sem entender muita coisa. Por um breve momento ele pensou que ela diria que iria embora com eles.

Não me olhe assim, Darcy. Eu só pensei que já que temos um tempo certo de convivência porque não aproveitamos? Eu gosto de você, você gosta de mim. A gente aproveita esses meses, mas com uma regra, não faremos sexo. Porque isso nos envolveria ainda mais. Teremos beijos, saídas e abraços, muitos abraços, mas quando você for embora vamos seguir em frente. Eu não sei que rumo sua vida vai tomar, nem a minha. Se a vida nos colocou aqui, vai ter que nos colocar de volta juntos de novo. Nem ela sabia de onde vinha tudo isso, a verdade é que ela não queria dar o braço a torcer sobre a falta que ele faria. Ela tinha orgulho o suficiente para lidar com isso.

Elisa, mesmo que me doa profundamente eu entendo se você quiser se afastar de mim a partir de agora. Ou se você preferir, eu prometo esperar por você em ** . Elisabeta pôs as mãos sobre os lábios dele, não deixando ele terminar a frase.

Não, me afastar agora de você não me parece saudável, não conosco na mesma escola. Eu poderia ficar com raiva de você por muitos motivos, mas não por você ser sincero o suficiente sobre não querer ir. Mas eu não sei se serei aprovada na mesma universidade que você. Não vamos fazer este plano. Então ela deixou que ele a beijasse mais um pouco quando foi para casa. E prometeu não chorar por isso. A vida era mais do que garotos, ela falou muitas vezes para Ema, era hora de provar esta teoria. Darcy não iria embora hoje, eles ainda teriam uns meses juntos. Ela não ia abrir mão dele agora, mas ia tentar proteger seu coração para não sentir muito.

Darcy também não pensou sobre isso e seu pai estranhou o sorriso estranho que ele tinha nos lábios quando entrou em casa.

2º semestre.

Ema falou tanto sobre a viagem ao Rio de Janeiro que Elisabeta achou que ficaria surda. Ludmila ria e disse que seu pai tentou controla-la, mas ela finalmente tinha fumado um baseado na Holanda. E o único barato que ela teve foi pensar que Januário a pegava de jeito na saída da escola.

Quando Elisa ia falar sobre as férias Ernesto a interrompeu e disse que foi a casa dela procura-la, mas que ela estava com Darcy. Ela não negou e contou que suas férias foi um chá das 5 com Darcy, shopping, parque, cinema, passeio, com Darcy.

Ele te pediu em namoro? Ema questionou.

Ema, Darcy vai embora em dezembro, você sabe disso. Ela falou o mais rápido que pode, firme.

Um amor com data para o fim, finalmente um pouco de romantismo nesse casal. Ludmila completou e ganhou um olhar severo de Ema. E de Ernesto.

Amores impossíveis não são românticos, Ludmila. O garoto falou, preocupado com esse envolvimento da amiga com o inglês.

Elisabeta apenas respondeu que estavam todos errados, se preocupando à toa. Ela e Darcy estavam bem, eram amigos, ficavam as vezes, mas não era nada demais. Ela tentando se convencer disso, porque os próximos dois assuntos trazidos por Ema a deixariam apreensiva.

O primeiro era o aniversário de Ema, daqui a um mês. Ema sempre fazia uma festa e mesmo não sendo os seus 15 anos ela escolhia o tema, a música e tudo mais como se fosse um evento único e exclusivo. Elisabeta não era fã destas festas, ela preferia as festas de rua, seu sonho era ir a um carnaval em Salvador, dançar ao som das bandas de axé, ver de perto se tudo que Jorge Amado falava era verdade. Mas Ema era diferente, e sendo sua melhor amiga ela ia as festas que ela organizava e tentava se divertir como as outras garotas. Mas este ano era diferente, este ano teria Darcy.

O segundo assunto era pior ainda. O baile de formatura da escola quase no final de Dezembro. Por um breve momento Elsabeta pensou que talvez Darcy fosse embora antes do baile, talvez quisessem passar o natal em Pemberley. Mas e se ele gostava de festas, e bailes ? Não parecia ser o caso, ele evitava grandes aglomerações e quando ela explicou como era o carnaval da Bahia ele revirou os olhos dizendo que nunca participaria de um evento deste porte. Mas o baile tinha data e local, o salão de festas mais tradicional de Campinas, e cada aluno do 3º ano poderia levar a família e um convidado. Não, Darcy não levaria ela. O combinado era aproveitarem sem compromisso, serem livres.

Ela esqueceu do segundo assunto porque no intervalo Ema foi convidar Darcy para seu aniversário, e quando ele disse que não era muito de festas Elisabeta suspirou aliviada, sabendo que a partida evitaria a ida ao baile da escola. No entanto Darcy misteriosamente aceitou o convite do aniversário de Ema e disse que seria um prazer.

Contudo, antes do intervalo terminar Darcy colocou um envelope nas mãos de Elisabeta, escrito em letra bordada :  Para a Senhorita Elisabeta Benedito. Apesar dos olhares das amigas e dele próprio, ela não teve coragem de abrir e somente em casa, no sossego do seu quarto, ela tomou coragem para abrir e ver do que se tratava.

Era um convite, para o baile de formatura dos alunos do Terceiro Ano. O tema este ano seria início do século XIX, ciclo do café e romances ingleses. Elisabeta riu, parecia que Ema era a promoter desta festa. Seria uma festa a fantasia.

Ela deixou de prestar atenção no convite pois o bilhetinho que ele deixara junto tinha a letra feia dele e os dizeres : “seja meu par ” .

O coração de Elisabeta disparou. Os olhos se encheram de água e foi a primeira vez que ela realmente pensou em como seria quando ele voltasse para casa.

O que ela perderia? 


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada sempre a todos os comentários. Não sabem o quanto me estimulam.



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