High School Darlisa escrita por kicaBh


Capítulo 12
Cap. 12 - Cambridge


Notas iniciais do capítulo

perdão pelo capítulo gigante, mas eu não consegui dividir satisfatoriamente o assunto.



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As aulas na Europa começavam praticamente no fim do inverno europeu, o que permitiu a Elisabeta ficar mais um tempo no Brasil com sua família. Ela teria uma vaga de estágio no grêmio e com essa bolsa de estágio pagaria pelas acomodações e alimentação. Seu pai bancaria a passagem de ida e um dinheiro inicial para emergências, o resto era com ela.

Ludmila partiu para Paris antes do ano novo porque queria aproveitar a cidade. A ruiva ainda tentou convencer Elisabeta a ir com ela, para curtirem a Europa juntas, quem sabe surpreender Darcy, mas Elisabeta declinou do convite. Desde que Januário saiu do colégio e sumiu do mapa Ludmila virou uma namoradeira profissional e vivia o amor livremente. Elisabeta achava o máximo aquela desenvoltura, mas não estava preparada para embarcar neste tipo de vida. Ela, Elisa, acredita no amor livre, mas não múltiplo e diverso como sua colega. Por isso Ludmila não pode estar presente no último evento surpresa antes da partida de Elisabeta. E olha que ela fez falta.

Ema e Ernesto se casaram.

Isso mesmo.

Ema procurou Elisabeta uma noite, tendo os olhos esbugalhados e vermelhos. A amiga tremia bastante. Em seguida chegou Ernesto. Elisabeta achou a princípio que eles haviam brigado. Eles estavam felizes nos últimos tempos, haviam controlado os ciúmes e ambos foram aprovados na Unicamp – Ernesto faria direito e Ema comunicação social-, mas as vezes as birras faziam com que brigassem e Elisa costumava ser a mediadora nestes casos. Mas dessa vez parecia algo sério, já que pediram para chamar Felisberto para a conversa.

Ema estava grávida. Elisa simplesmente abraçou a amiga que chorava copiosamente e desejou felicidades.

Elisa foi a confidente de Ema sobre a primeira noite dela com o namorado, dizendo para que a amiga se cuidasse e aproveitasse. Ema dizia que tinha tudo sobre controle e Elisabeta não duvidava, embora Ludmila dissesse que moças mais tradicionais eram as piores. E que pelo fogo dela e de Ernesto ela duvidava se a amiga não engravidasse antes do fim da escola. Mas Elisa nunca deu muita bola para a provocação entre as meninas, Ludmila era provocadora por natureza, embora acertasse na maioria das vezes. Ema seria mãe, o que a enchia de alegria, desde crianças falavam em batizar o filho uma da outra. Agora Elisabeta estava de partida e Ema teria um filho em menos de um ano. E se fosse sincera, por um segundo, Elisabeta se viu tão barriguda quanto imaginava a amiga. Um bebê de Darcy, ela imaginou. E nem sabia o que ele sentia por ela no momento.

Felisberto não aceitou a sugestão dos amigos da filha que, uma vez casados com a ajuda do Benedito pai, procurariam os próprios progenitores e explicariam tudo. Como bom mediador, o pai de Elisabeta foi com o casal conversar com os pais de cada um.

E agora, passado o alvoroço e o choque inicial, Ema e Ernesto se casaram numa cerimônia simples na casa de Ema, apenas para as famílias. Elisa e Felisberto foram os padrinhos. Ludmila riria gostasamente quando Elisabeta contasse.

O casamento foi justamente no dia do embarque de Elisabeta e de lá todos foram leva-la ao aeroporto com balões de enlace nupcial e faixas de desejo de sucesso. Foi um grande mico, mas ela realmente não se importou. Era amor. E o amor mudava o foco de tudo. Quem via de fora poderia considera-los um bando de loucos e mal-educados, mas eram apenas uma família se despedindo de alguém que possivelmente só veriam em 3 ou 4 anos, se a situação financeira permitisse. Apesar dos amigos vestidos de noivos era ela quem embarcava. Ernesto não aceitou nenhuma ajuda financeira da família de Ema de presente. A viagem, garantiram, seria no futuro, para a formatura de Elisabeta, tendo o filho como companhia.

Somente no voo Elisabeta abriu o livro que Darcy lhe mandara um ano antes. Persuasão. Uma dedicatória simples, Novamente, Feliz 1993.

Persuasão era um livro de um amor não esquecido, mesmo passados alguns bons anos. Será que Darcy se identificava com o Capitão Wentworth e achava que eles haviam cedido a ideias dos outros de que não era a hora certa para eles? Ou talvez não, talvez fosse apenas uma boa leitura. Ela o fez ler tanto sobre literatura brasileira, talvez ele estivesse retribuindo a nacionalidade na escrita. Enquanto lia ela percebia que possuía muito pouco de Annie Elliot, talvez somente a firmeza ao estar nos ambientes mais diversos sem se intimidar. Elisabeta era mais explosiva, diferente da timidez de Annie. Já Darcy não, era mais contido. E enquanto cruzava o oceano atlântico aproveitou a leitura para evitar em como estaria Darcy. E onde.

Ela havia pensado em ligar para ele para contar da aprovação, mas pela primeira vez na vida sentiu um medo tão grande do que poderia ouvir que declinou da ideia e, ao desembarcar na Inglaterra, terra de Darcy, seguiu direto para Cambridge na esperança de encontra-lo logo.

Cambridge era um lugar maravilhoso. A primeira impressão de Elisabeta era que ela estava num filme medieval. A universidade parecia um imenso castelo, talvez bruxos e fantasmas habitassem ali. Era um lugar gigante, fácil para se perder. Mais de 30 edifícios, várias faculdades, dormitórios, restaurantes. Tudo rodeado por uma cidadezinha agradável com várias residências universitárias e muitos, muitos pubs. Elisabeta se sentia do mundo, pronta para o futuro avassalador que ela tanto sonhara durante a vida. E se a vida fosse generosa, esse futuro também contemplaria um certo homem que já conhecia o que havia por trás destas paredes a dois anos. Mas até agora nada dele.

Elisa foi bem recebida pela direção de Cambridge, alguns muitos formulários preenchidos, outras milhares de regras do que pode, do que não pode e seu estágio no grêmio assegurado. Eles publicavam um jornal da própria universidade e ela se reportaria a Oliver, o aluno presidente do Grêmio neste semestre. A coordenadora universitária disse não duvidar de sua adaptação ao estágio já que a escrita de Elisabeta era vibrante, algo que eles valorizavam muito. No entanto qualquer adaptação sobre a vida, ou mesmo se ela quisesse desistir, ela estaria disponível para uma conversa e ajudar no que fosse preciso.

Elisa ficou olhando a senhora falar e sentiu uma vontade imensa de perguntar sobre Darcy, mas se conteve, ingleses eram conhecidos por sua discrição. A oportunidade surgiu enquanto a mulher explicava a Elisa sobre o dormitório universitário, valores e regras, então disse que a carta de recomendação de Elisabeta foi um fator pouco relevante em sua aprovação.

Carta de recomendação? Elisa perguntou surpresa. Não sabia nada sobre isso. Dolores sempre desconversou e mesmo seus melhores professores não tinham tamanha importância para serem ouvidos a este nível.

Sim.  Lorde Archiebald Williamson quando veio com o filho, para a matrícula deste, nos chamou para uma conversa privada e entregou uma carta de recomendação sobre a senhorita. A mulher entregou a ela um papel para que ela lesse e assinasse, aceitando os termos de utilização do dormitório.

Eu não sabia. Ela foi sincera ao responder. O pai de Darcy a recomendou? Ela jamais imaginaria, ninguém falara nada. Nem a Escola Inglesa.

Imagino que não. É algo pouco usual e o próprio Lorde foi muito categórico sobre o assunto. Ele disse que a carta deveria ser uma espécie de adendo e somente se suas notas e seu projeto fossem reconhecidos. Apenas para o caso de que sua origem brasileira comum causasse um impacto negativo. Me perdoe a sinceridade, essa é uma universidade tradicional inglesa e muitos nobres desejam uma vaga que a senhorita teve a honra de conseguir. Na verdade, a carta nos permitiu saber que tomávamos uma decisão correta. Sua coordenadora escolar brasileira, Dolores Ferreira, também assinou, e ela já nos recomendou ótimos alunos. E o Lorde é um benfeitor da Escola Inglesa no Brasil e resolveu assinar junto com a coordenadora ao ler um conto seu sobre a Inglaterra, foi o que nos contou. Elisabeta estava abobalhada enquanto a mulher falava. O pai de Darcy lera o conto dela para ganhar a bolsa, ela realmente não acreditava. Por isso no dia do chá ele falou tanto sobre a Inglaterra com ela. Será que foi um pedido de Darcy? Mas ela aproveitou a deixa para saber dele.

Eu preciso agradecê-lo, ao Lorde Williamson. Talvez possa fazer isso através do seu filho, que segundo a Senhora disse também estuda aqui. Ela falou fingindo desinteresse, ela iria falar sobre Darcy depois de 2 anos e seu coração teimava em sair do peito.

Na verdade não será possível no momento. O jovem Lorde Williamson está vindo a esta universidade apenas uma vez por mês, tendo feito suas aulas a distância ou na universidade de Londres, onde ele reside atualmente. Ele tem sido muito requisitado nos negócios da família. A mulher respondeu a Elisa, prestando bastante atenção a reação da brasileira. A carta de lorde foi uma surpresa, é verdade, e por um momento ela ficou pensando que relação eles teriam com essa jovem. Você estudou com lorde Willamson Jr ?

Sim, na Escola Inglesa. Eu fui bolsista para o 2º grau e durante o ano que viveram no Brasil Darcy e eu estudamos na mesma escola. Elisabeta falou tão formal quanto conseguiu.

Darcy ? A senhora elevou uma sobrancelha.

Perdão, nós brasileiros temos o hábito de tratar as pessoas pelo primeiro nome, diferente de vocês. É algo que preciso me corrigir.

Sim, Senhorita Benedito. Será mais respeitada se utilizar os pronomes de tratamento corretos. Dito isso, a mulher pegou Elisabeta pelo braço e a levou aos dormitórios universitários, que eram um bloco de prédios distantes de um estavam. Ela andava rápido e Elisa quase correu para acompanha-la, distraída demais observando a beleza do lugar.

Ela parou quando chegou no conjunto de prédios amarelo envelhecido e deixou Elisabeta na porta do quarto que ela dividiria com uma garota inglesa, Carol Sanders. Explicou que Carol já estava na faculdade a um período, era inglesa e também estagiária do grêmio. Uma garota exemplar, embora um tanto quanto festiva demais.

E Elisabeta abriu a porta para seu destino. Um pouco frustrada por Darcy não estar aqui e ela não entender porque, muito menos sem saber como daqui a um mês ela poderia encontrar com ele, já que aparentemente ele não procurou saber dela.

30 DIAS DEPOIS

Elisabeta riu ao perceber que um mês havia se passado. Darcy havia dito a ela uma vez, anos atrás, que era o tempo para se acostumar as mudanças. Ele acertou no caso da escola Inglesa, mas falhou miseravelmente no caso deles. Ela nunca se acostumou a falta dele.

Mas agora, passados 30 dias aqui em Cambridge ela estava novamente adaptada. Ela ligava para sua família semanalmente e embora ninguém perguntasse de Darcy ela sentia que gostariam de saber o que acontecera. Ema estava bem, apenas enjoada demais pela gravidez, e Ludmila deixara o telefone dela em Paris, exigindo que Elisa a procurasse.

O estágio no grêmio estava dando certo e ela e Carol estavam ambientadas. A inglesinha vinha de uma família relativamente nobre, mas sem tantas posses, por isso não vivia nos apartamentos alugados pelas famílias mais abastadas, sobrando a ela o dormitório universitário. Carol era uma mistura de Ema e Ludmila e Elisabeta se deu bem com ela, ela loira de olhos claros, usava os cabelos num coque para cima, completamente desfiados e era muito bonita. A menina tentava carregar Elisabeta para as festas da Universidade já que tinha uma prima, Susan, que já estava em Cambridge a dois anos e conseguia os convites para as melhores festas. Carol sempre aceitava mas Elisabeta recusava. Não tinha interesse nestes eventos, mas dentro de si esperava por Darcy.

Depois de recusar muitos convites, sábado Cambridge teria a maior e melhor festa universitária de todos os tempos, segundo sua amiga de quarto, e Elisabeta não conseguiu dizer não para Carol. No final das contas ela achava que seria legal ver gente, ouvir música, se divertir. Ela ficou tentada várias vezes a perguntar sobre Darcy para alguém, mas se conteve. Nem com Carol ela falava dele. Carol fazia uma espécie de coluna social no jornal da universidade e conhecia todo mundo, com certeza saberia alguma história de Darcy, mas Elisabeta não tinha muita certeza se queria saber as histórias dele.

SÁBADO

Não havia uma nuvem no céu, o que era raro na Inglaterra, mas ao invés de estar caminhando e descobrindo cada vez os edifícios de Cambridge, ou a cidade com suas ótimas cafeterias, Elisa e Oliver estavam no Grêmio e discutiam abertamente sobre qual matéria deveria ser capa na próxima edição. Oliver insistia que Cambridge precisaria falar de pontos positivos dos últimos anos, talvez os mais brilhantes alunos que estudaram por lá, enquanto Elisabeta estava interessada no caso de assassinato de uma criança, algo que repercutia bastante no país de Gales no momento, e, segundo ela, interessariam os estudantes de direito – os mais críticos do jornal que eles publicavam. Carol os observava discutirem, maravilhada com essa brasileira que não se deixava abater por nada. Durante o mês de estágio alguns alunos tentaram diminuir Elisabeta e sua origem tropical, mas ela não só não os deixou terminar as provocações como se provou ser muito melhor do que eles e por isso virou assistente de Oliver. Carol achava que por isso o rapaz estava se interessando por esta brasileira, o que era uma pena porque ele era tão gatinho, atencioso e algumas outras qualidades que aparentemente só ela percebia. Elisabeta parecia esperar alguém, talvez alguém que tenha ficado no Brasil, Carol achava.

Veja bem, Senhorita Benedito, o jornalismo é altamente atacado por dar muita ênfase a fatos negativos. O que proponho é uma edição do bem. Oliver dizia calmamente para a menina vibrante diante de si. Ela era incrível, ele começava a achar. E Carol dizia que ela era solteira, o que o deixava interessado.

Oliver, se vários aviões decolam no dia ninguém noticia. Se um cai, vira manchete. Esse assassinato é o assunto do momento, uma matéria bem-feita como a nossa pode dar visibilidade ao nosso jornal. E calará a boca dos futuros advogados desta instituição. Eu notei, vendo as edições passadas, que eles não perdoam absolutamente nada. Sempre encontram uma forma de dizer o quanto somos medíocres e fúteis. Ela respondia sem prestar atenção a mais nada que não fosse o seu chefe.

Os futuros advogados desta instituição podem entender que falar coisas boas eleva a autoestima dos leitores e gera uma sensação de bem-estar, fazendo com que critiquem menos o veículo em questão. Um homem alto, vestido num terno cinza escuro impecavelmente cortado falou, chamando a atenção de Elisabeta e Oliver.

O mundo dela parou.

...

Darcy havia chegado ontem em Cambridge, seu pai não estava 100%, mas ele tinha se comprometido a assistir algumas aulas na faculdade, geralmente 6ª feira, e no sábado alguns professores o recebia para falarem sobre negócios. Era uma ajuda e tanto na sua vida. Valia o sacrifício de andar de um lado para outro, mesmo correndo o risco de algo sair de mão em sua casa com ele fora durante este tempo.

Mas desde que ele pisou em Cambridge nesta semana, em cima do horário das aulas, ele só tinha um interesse, saber se ela estava aqui. Ele tentou pensar em mil desculpas na sala da coordenação, mas diante do olhar desconfiado da senhora que recebia os calouros ele falou que gostaria de saber se a garota recomendada por seu pai havia sido aprovada. Diante da afirmativa da mulher ele perguntou onde poderia encontra-la e ao ouvir que ela fazia estágio no grêmio ele agradeceu e foi em direção ao local. Era sábado, mas ele conhecia a garota caxias, ela não ligava para determinadas formalidades.

Ele nunca havia estado aqui antes, era no prédio de comunicação e ele no início do curso fazia Economia, mas como o passar do tempo e das necessidades começou a assistir aulas de direito também. No entanto este ambiente parecia perfeito para Elisabeta. Da porta ele reparou na sala com várias notícias coladas na parede, palavras soltas, máquinas de escrever, um certo caos organizado. Uma garota loirinha observava duas pessoas numa acalorada discussão. Então ele ouviu a voz dela, nem em mil anos ele esqueceria aquele timbre e aquele tom de voz entusiasmado que ela adquiria ao defender qualquer ideia.

Dois anos e ali estava ela, diante dele. Os cabelos agora estavam poucos dedos abaixo do ombro, com umas pontas aloiradas. Ela usava uma camiseta justa ao corpo, num tom bonina, calças jeans e sapatilhas. Confortável como era de se esperar, linda como sempre. O coração dele disparou e ele pensou numa maneira de aborda-la, mas se interessou pela discussão dos dois. E acabou emitindo sua opinião ao invés de anunciar sua chegada.

...

Todos que estavam na sala do Grêmio olharam para ele e Elisa sussurrou, não confiando na própria voz. - Darcy !

Elisabeta sentiu o mundo parar ao escutar a voz dele, que não importava o idioma, ela reconheceria. Talvez fosse o timbre, o tom, ela não sabia, mas vê-lo ali olhando para ela com um sorriso no rosto fez ela corar e sentir o coração querer saltar do peito. Ele estava um pouco mais magro, conservava a barba que ela havia visto na foto na matéria que sua mãe mostrou e ela sentiu uma vontade absurda de voar nele. Mas se conteve.

Senhorita Benedito, este é o Lorde Williamson, já repassamos essa sua informalidade diversas vezes. Era Oliver quem a corrigia sempre nos termos formais, não era por mal, ou grosseiro, mas as vezes a informalidade brasileira a colocava em apuros. Não era uma destas vezes agora.

Elisa. Darcy fez questão de responder pelo diminutivo do nome dela. Para deixar claro a intimidade que existia entre eles.

Carol e Oliver ficaram olhando para os dois, percebendo os olhares que ambos não conseguiam desviar. E tentando entender porque o nobre mais importante nos últimos anos nesta escola estava na sala do grêmio estudantil tratando pelo primeiro nome uma brasileira recém-chegada.

Perdão, eu não queria interromper. Darcy falou olhando para o rapaz e a moça que os observava. Eu posso voltar uma outra hora, vejo que você está ocupada. Ele falou olhando para Elisabeta.

Sim, quer dizer, eu estou ocupada, temos que decidir sobre a matéria e ainda terminar a revisão. Mas hoje a tarde estou liberada. Elisabeta falou sem tremer a voz, sem tremer tanto a voz, o coração aos saltos. Tudo que ela queria era sair dali e ficar sozinha com Darcy.

Alto lá, Senhorita Benedito, você prometeu ir comigo ao salão, passar na Su para nos arrumarmos e depois partiríamos para a festa. Carol falou para Darcy, explicando o motivo pelo qual sua companheira de quarto não estava disponível sabe Deus para o que com ele. Mas eu posso conseguir um convite para o senhor. Minha prima Susan, quando souber que é para o senhor, jamais negará. Carol falou na inocência, pensando se Darcy se lembraria da prima dela, eles deram uns beijos e tiveram um pequeno affair a um ano atrás, sua prima ficou bastante apaixonada, mas o lorde não correspondeu às expectativas dela de um romance.

Você vai, Elisabeta ? Não me lembro de tê-la visto numa festa de Cambridge.  Oliver perguntou em surpresa, talvez pensando se não era a chance que ele precisava para chegar na brasileira. Mesmo sem entender qual intimidade Lorde Williamson tinha com sua estagiária. Ele estudou no Brasil alguns anos atrás, era sabido. E estava aqui procurando por ela, mas ela era uma garota muito livre para se interessar com um homem como Lorde Williamson. Sua fama era de sisudo, arrogante e que seu único interesse ultimamente eram a família e os negócios – talvez até estivessem em dificuldade financeira. Nos últimos anos as vantagens que a universidade concedeu a ele causou mais antipatia do que apoio a sua pessoa. Darcy raramente era visto em Cambridge, mas devido a sua origem nobre e o apoio financeiro de sua família as pesquisas desta Universidade ele possuía livre acesso as aulas, e alguns professores inclusive o ajudava aos sábados, algo só oferecido aos mais brilhantes estudantes desta instituição. Darcy tinha notas boas, mas nada acima do que ele, Oliver, também obtinha.

Darcy não gostou nada do olhar que viu desse Oliver para sua Elisabeta. E também ficou se perguntando quem seria essa Susan que daria a ele um convite sem questionar. Mas diante da situação, resolveu aceitar. Ele teria que voltar a Londres para a reunião da escola de Charlote hoje a tarde, sobre uma apresentação de ballet no próximo fim de semana, o que inviabilizaria ver Elisabeta, mas o convite para a festa mudava tudo.

Seria um prazer se você me conseguir um ingresso, senhorita .... ?  Darcy deixou no ar. Eu tenho que voltar a Londres esta tarde, mas a noite estarei livre.

Carol Sanders. Ela respondeu e Darcy se lembrou. Susan Sanders, uma garota morena muito bonita, seios fartos, que ele ficou algumas vezes. Susan gostou bastante dele e tentou várias vezes ter um romance, mas ele não conseguiu porque o coração dele batia pela garota que estava agora na sua frente, olhando para ele com olhos desconfiados. Deus, eles tinham tanto o que conversar. Não seria nesta festa, mas ele não iria perder a oportunidade de ir embora com ela tão logo fosse possível.

Darcy então se despediu sem ao menos tocar em Elisabeta. O que ambos consideraram melhor dado ao nível de adrenalina que estavam. Ela e Oliver continuaram a discussão da manchete, a revisão e depois disso tudo Carol chamou Elisabeta para irem até o apartamento de sua prima para colocarem o nome de Darcy na lista de convidados.

Susan não vai acreditar. Ela e o Lorde Williamson ficaram juntos um tempo atrás e ela ficou bastante empolgada. Embora ele nunca tenha falado em algo mais sério entre eles, ela tinha altas expectativas. E então o pai dele teve algum problema e ele ficou frequentando pouco a universidade, mas quando ela souber que ele quer ir a festa, ela vai pirar. Carol falava sem parar, lembrando a Elisa de Ema. Oh meu Deus, eu espero que isso não chateie você. Eu vi a forma como você olhava para o lorde Williamson. Vocês eram amigos no Brasil?

Sim, éramos amigos. Elisa não teve coragem de dizer a verdade. Eram mais do que amigos no Brasil e no que dependesse dela, aqui também. Mas para evitar dar maiores explicações deixou Carol fantasiar as reações de Susan. Mas quando chegaram e Elisa viu in loco que a inglesa prima de sua colega de quarto ficou realmente balançada, Elisa se sentiu intimidada pelo fato de Darcy ter beijado aquela garota bonita, mulherão e altamente disponível para ele. Mas ela também não teve Olegário? E ele não tinha ido procura-la hoje? Não era com Susan que ele estava, era com o pai, todos disseram.

Elisabeta não gostava nada destas festas, mas a promessa feita a Carol de acompanha-la tinha que ser cumprida. E Darcy também estaria lá, por isso enquanto esperava Carol e Susan se arrumarem ela pensou se estava muito desleixada, e se não estavam demorando muito para partirem. Darcy era britânico, nunca se atrasava, algo que ela estranha em Carol que ainda não se decidira que roupa usar, elas já estavam 15 minutos atrasadas. Oliver também apareceu na porta de Susan para acompanha-las e Elisa começava a achar que Carol poderia ter razão, essa dedicação de seu supervisor poderia estar virando interesse. Eles seguiram para o local da festa, onde estava tudo lindo, colorido e iluminado, mas ela só se preocupava se Darcy já havia chegado.

Susan avisou que o lorde Williamson ainda não havia chegado, mas ela estava preparada e deixou suas amigas de sobreaviso sobre ele. Elisabeta havia reparado o quão preparada ela estava, o decote vinha quase ao umbigo e o vestido preto era justo e curto, fatal. E se sentiu uma freira no seu vestido florido soltinho. Susan parecia decidida e de repente Elisabeta pensou que nunca havia precisado competir por Darcy. No Brasil as coisas fluíram naturalmente, ambos interessados e ninguém para atrapalhar. Agora aqui estava essa garota que ela não sabia quem era, ou o que ela teve com Darcy, e Elisa resolveu tomar uma marguerita para aliviar o pensamento.

Meia hora se passou e nada de Darcy. Oliver estava cada vez mais perto e Elisa sem saber o que fazer. Resolveu experimentar os drinks que brilhavam nos copos coloridos. E deixou Carol, a prima e Oliver para trás.

Uma hora de festa e absolutamente nada de Darcy. E Elisabeta estava achando os drinks cada vez mais fracos. Ela resolveu tomar mais duas margueritas, conseguia ver Susan de longe vigiando a entrada da festa e embora raivosa ela se sentia cada vez mais leve. E por isso foi em direção a barraca das margueritas mais uma vez.

Darcy estava quase 2 horas atrasado. A reunião de Charlote atrasou, depois ela queria ir com ele para Cambridge e ele teve que esperar que ela dormisse para sair. Pegou o carro e agora ia em direção a Elisabeta o mais rápido que a via permitia. Seu coração estava aos pulos e ele esperava que a noite fosse maravilhosa.

Diante de tanta gente e de tantas luzes ficava difícil encontrar Elisa, mas ele estava determinado. Quem primeiro o viu foi Susan, que o cumprimentou efusivamente com beijinhos no rosto, manchando suas bochechas do batom vermelho e colando os peitos saindo do decote em seu peito e praticamente pulando em seu colo. Ela dizia que ele fazia falta em Cambridge e quando juntou sua mão a dele Darcy viu Elisabeta cambaleante saindo do banheiro. O olhar dela cruzou com o dele, e ela viu Susan aconchegada nele. Sem perceber que o homem tentava se desvencilhar de todas as formas e sem condições de raciocinar direito saiu andando na direção contrária à deles. Darcy descartou a jovem inglesa, agradecendo gentilmente o convite que ela lhe arrumou e saiu em direção a Elisabeta.

Ele a alcançou quase na saída do evento. Ela andava claudicante e ele pensava que ela parecia a pessoa mais bêbada que ela já vira em sua vida.

Elisa, onde está indo? Ele a puxou pelo braço delicadamente. Era a primeira vez que ele a tocava em 2 anos e isso causou um arrepio em ambos. Mas Elisa puxou o braço quase se desequilibrando.

Embora, se me der licença. Para mim essa festa já deu. Elisabeta respondeu e o bafo de tequila dela exalava por todos os poros. Darcy não entendeu porque Elisa estava tão alterada.  

Eu acabei de chegar, perdão pelo atraso. Eu tive problemas para deixar Charlote em Londres. Ele começava a explicar.

Sua amiga Susan estava decepcionada com seu atraso, já eu não ligo. Ela continuou andando em direção ao que ela achava que eram os dormitórios universitários.

Darcy ficou parado vendo ela andando em zigue zague sem entender muita coisa. Porque ela estaria falando de Susan? Será que alguém contou a ela alguma coisa? Sim, Carol, agora Darcy entendeu a insistência para ele comparecer aquela festa. Darcy se lembrava que Susan fez um esforço grande para que eles namorassem, mas ele se esquivou como pode e quando seu pai ficou doente ele simplesmente sumiu. Ela não era uma garota ruim, mas ele sequer se lembrava que gosto tinha os beijos de Susan, diferente da lembrança do cheiro de Elisabeta e de cada sabor que o corpo dela possuía.

Ele não esperou mais e foi atrás dela. - Elisabeta, você não está fazendo sentido. Ele falou quando a alcançou e a segurou pelo braço antes que ela tropeçasse no meio fio. Eu estou aqui para ver você.

Não parecia, tendo aquela, aquela , aquela S u S a n agarrada a você, com aqueles peitões na sua cara. Bonita ela, não posso negar. Ela é bem a fim de você, a prima dela me disse. Elisabeta falava tudo tão embolado que Darcy começou a achar graça ao pensar que a garota que ele esperou por dois anos estava diante dele tendo um ataque de ciúmes por outra.

Elisa, eu tenho tanta coisa para contar a você, mas infelizmente agora você não parece estar no seu melhor momento. E Darcy riu, porque a visão de Elisabeta tonta o divertia antes de tudo. Incrível como ele havia criado as mais diversas expectativas para o encontro desta noite, mas nem nos seus piores sonhos ele imaginava ter que socorrer Elisabeta de si mesma e do seu porre. Ele vivia uma vida tão certa nos últimos tempos e ela ali, sendo uma jovem comum como tantas mundo afora. Bebendo, se divertindo e perdendo o freio.

Oh, por acaso estou divertindo você? Ela olhou para ele brava. Pois pode voltar para aquela morena lá e saiba, senhor lorde Darcy Williamson, que eu também vivi, ok? Eu tive um, quer dizer, eu quase tive um quase namorado. Olegário. Você não gostaria nada dele, nada nada. Só que ele não era tão alto quanto você, o que inviabilizou nosso namoro. Ele não tinha sua altura. Ela falou triste, mas mostrou a língua para ele como uma criança provocativa. E Darcy ria com gosto.

Só a minha altura? Ele falou se aproximando mais dela. Até pensou em sentir raiva desse outro cara, mas ela estava aqui, do outro lado do oceano, diante dele numa clara demonstração de ciúmes. Ele não poderia esperar que ela fosse uma santa enquanto ele não foi nenhum enclausurado neste tempo.

Não. Elisabeta falou encostando a mão no peito dele para se equilibrar enquanto tentava olhar para seu rosto e sentir a barba dele entre os dedos, mas seus olhos miravam a boca que ela sentia tanta falta e queria beijar. Faltava seu cheiro, seu jeito, que não saem da minha cabeça. E para que você saiba, eu fui aprovada na Sobornne também. Eu poderia ter ido para a França, mas eu vim para cá, para ver você, porque T U D O em você mexe comigo, lorde. Sua voz, seu toque, sua presença, tudo em você continua me atraindo como se você nunca tivesse ido embora. Mas aí, veja bem, eu chego e descubro que você não estuda aqui, você só vem aqui uma vez por mês. Uma vez por mês, Darcy? Eu passei o último mês todo pensando em você, se você viria, quando viria, e aí quando você chega, você me vê e vai embora em cinco minutos. Eu nem queria vir nesta festa, mas depois que você aceitou eu fiquei aqui boba te esperando, e você nunca se atrasa. E quando eu te vejo, tem essa, tem...

Não tem nada, Elisabeta, nem ninguém. Somente eu. E você, ele pensou, mas não disse. Darcy a segurou pela cintura. Será que ela estava bêbada o suficiente para que se ele a beijasse fosse considerado abuso? Era difícil responder a essa questão quando ela se aconchegava cada vez mais nele e o perfume dela, misturado ao álcool que ela exalava, se misturavam. Ela não era a única frustrada com essa situação toda, e aquela cara de choro que ela fazia agora ele também já teve em algumas bebedeiras. Darcy também estava frustrado por não poder estar com ela em Cambridge diariamente. E ele esperava que ela entendesse isso, o momento difícil que ele passava, mas tendo Elisa ali naquele estado o fez reconsiderar seus pensamentos.

Me solta. Eu vou voltar para meu quarto, Darcy. Pode voltar para a festa. Elisabeta tentou se soltar do abraço dele, mas Darcy não permitiu. Continuou segurando ela nos seus braços.

Como é bom ter você aqui, Elisabeta. Mesmo bêbada como você está neste momento. Ele a abraçou completamente, apertando Elisa no seu peito, a balançando de um lado para outro. O que não fez bem para ela.

De repente o mundo girou muito rápido para Elisabeta. Ela pensava em beijar Darcy e já fechava os olhos em direção a ele quando uma tonteira a invadiu completamente e ela simplesmente se desvencilhou e correu para o lado, se abaixando e vomitando toda tequila e frozens que ela havia bebido. Não fosse Darcy segurar sua mão era possível que ela tivesse caído no chão e lá mesmo ficado.

Passado o momento crucial Darcy se sentou com ela, enquanto ela se recompunha. Depois de um tempo quando viu que ela não colocaria mais nada para fora, foi com ela até um banheiro e lavou o seu rosto e mesmo ela insistindo em ir para o quarto ele pegou na mão dela e negou. Disse que cuidaria dela naquela noite.

Darcy levou Elisa para o apartamento que ele usava quando ia a Cambridge, era pequeno, funcional e no primeiro semestre serviu para a liberdade dele. E também para que algumas garotas o ensinassem algumas coisas que ele queria muito aprender. Depois da doença de seu pai esse apartamento só era usado uma vez por mês, quando ele ficava para as aulas de Cambridge. As garotas minguaram e a vida seguiu.

Agora aqui estava ele com Elisabeta, ele bem queria que a situação fosse diferente e que eles estivessem caindo na cama, um sobre o outro, matando as saudades.  Mas hoje Elisabeta tinha as faces rosadas, uma certa vergonha de olhar para ele e Darcy procurava um copo de água para oferecer a ela.

Quando voltou ao quarto onde a deixou ela dormia completamente torta na cama. Ele riu enquanto a acertava, abria alguns botões do vestido dela para deixa-la mais confortável, a cobria com um lençol novo, constatando que mesmo neste momento de extrema vulnerabilidade tudo nela mexia com ele. A sua Elisabeta, tão decidida, tão certa de suas escolhas, estava diante dele sem máscaras e não havia mulher mais linda. Como ela pode achar que teria alguma concorrência?

Ele se deitou ao lado dela na cama e cochilou, algumas horas depois ela acordou e se mexeu na cama; ele não achou a cara dela melhor.

Elisabeta, está tudo bem com você? Ele perguntou solícito.

Minha cabeça está explodindo. Ela conseguiu responder, mantendo os olhos fechados para tentar apaziguar as fincadas que sua cabeça insista em ter. Ela queria falar mais, pedir desculpas, mas neste exato momento tudo que ela necessitava era sossego e escuridão.

Aqui tem um analgésico e água. Tome. Darcy ofereceu carinhoso e ela aceitou de bom grado. Quando fez menção de ir embora Darcy se deitou novamente e puxou a garota na cama para seus braços dele, o que deu a ambos uma sensação de bem-estar a muito tempo não sentida. Ela não conseguiu manter os olhos abertos.

Antes do dia clarear Darcy partiu para Londres, com o coração partido de deixar a mulher intocada na sua cama. Mas hoje era o dia da fisioterapia do seu pai na água e Archiebald dava um certo trabalho ao rapaz que o atendia, gastando que Darcy estivesse presente sempre. Não teve coragem de acordar Elisabeta e ligou para a diarista que sempre limpava aquele apartamento para ele. Pediu para que ela providenciasse um café da manhã para uma amiga brasileira que estava no apartamento e que esperasse que ela acordasse e então deixou um bilhete para Elisabeta. Torcendo para que o orgulho não fizesse ela recusar o convite para estar com ele.

Elisabeta acordou com uma fresta de sol na sua face. Ela estava vestida e os lençóis da cama eram macios e tinham o cheiro de Darcy. Ela abriu mais os olhos tentando reconhecer o lugar, se lembrando do porre da noite anterior e de Darcy a conduzindo para um lugar que não era o seu quarto. Ele não estava em lugar nenhum a vista e barulhos vinham do fundo, que deveria ser a cozinha.

Ainda com um gosto amargo na boca ela foi ao banheiro, lavou seu rosto e sua boca, e se achando um pouco mais ajeitada foi em direção ao barulho e ao cheiro de café e muffins. O estomago dela agradecia. Ela não se lembrava de ter comido algo ontem.

Na cozinha do apartamento uma senhora ajeitava a mesa com um café da manhã bonito e diversificado e não ficou surpresa ao olhar para ela.

Perdão , Senhorita Benedito. Eu sou Abby, o Sr Williamson me pediu para preparar um café para a Senhorita. Ele teve que voltar cedo para Londres, um compromisso inadiável com seu pai, mas disse que a senhorita deveria ficar à vontade. Ela falava com calma para Elisabeta que a olhava com ar de mistério.

Muito obrigada, Senhora Abby. Ontem eu tive um problema com algo que bebi e não me senti muito bem. Dar... O Senhor Williamson me ajudou e eu dormi mais do que o recomendado, mas já estou de saída. Elisabeta falava e sentia as faces vermelhas de vergonha.

Senhorita, o Lorde me fez garantir que a senhorita se alimentasse bem antes de tomar qualquer decisão hoje, palavras dele. E me pediu para reforçar que ficasse totalmente à vontade. Ele estava bastante preocupado com o seu bem-estar, como eu nunca o vi por nenhuma garota antes.

— Sempre há garotas aqui quando você chega? Ela de repente quis saber. Se sentindo infantil novamente e se lembrando do show de bobagens que ela falou tonta para ele. Ela esperou tanto por aquele reencontro e simplesmente estragou tudo.

A jovem senhora olhou para ela, garota tola, ela gostaria de dizer. Nos quase 2 anos que ela cuidou deste apartamento o jovem lorde nunca permitiu nenhuma garota até o café da manhã. Ela sabia da existência delas por algum objeto esquecido ou um cheiro. No entanto, para esta garota com um leve sotaque na fala e cara de uma ressaca gigantesca, o jovem lorde não só a acordou num domingo cedo, como fez questão que ela fosse vista.

Nunca que eu seja convocada para agradar ou que entregue minhas chaves. Abby piscou para Elisabeta enquanto depositava as chaves na mão dela, junto um bilhete com a letra de Darcy.

E enquanto Elisabeta tomava o café, que caía muito bem no estomago dela, diga-se de passagem, ela foi ler o que ele escreveu.

Querida Elisa,

Espero que esteja melhor.

Sinto por ter que sair tão cedo e nem ao menos esperar você acordar. Acredito que o sono para você seria muito mais restaurador do que minha interrupção.

Hoje meu pai tem uma aula em que eu sou estritamente necessário. A saúde dele não está em bom estado, o que quando conversarmos você entenderá.

Eu pedi para a Abby fazer café para você e deixar as chaves. Este apartamento eu uso somente quando vou a Cambridge e quero que você fique a vontade para usá-lo quando quiser. Soube que os dormitórios universitários não são muito confortáveis e carecem de privacidade.

Só estarei em Cambridge daqui a um mês. Responsabilidades tem sido recorrentes na minha vida, mas saber que você está na Inglaterra enche meu coração de boas expectativas para momentos mais leves.

No próximo final de semana Charlote fará uma apresentação de ballet pela escola. Ela tem se tornado uma mocinha linda e seria motivo de felicidade para nós que você estivesse presente. Ela está com muita vontade de revê-la e saber notícias do Brasil e de suas irmãs. Assim como eu.

E antes que você pense vários motivos pelos quais não pode aceitar meu convite, eu quero que saiba que Londres é linda no outono.

E tudo que quero é ver sua reação diante de algumas belezas da cidade ao meu lado.

Afetuosamente ,

Darcy .

 

Ps1 : aqui seguem meus endereço e telefones em Londres.


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