Forte mas Apaixonada escrita por Mel


Capítulo 2
Sentimentos Desabrocham


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura a todos!



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♥Segundo Capítulo♥

 

“A verdade pode assustar

Mentimos para nós mesmos

Na tentativa de esconder a realidade

Para não nos machucarmos”

 

 

Adrian ainda fitava a rua por onde a viu correr, mas desta vez dentro da sala de aula, os amigos o arrastaram após a saída súbita da garota, tentaram fazer perguntas ao loiro que nada respondia, o professor cansado de chamar sua atenção, deixou o garoto perdido nos próprios pensamentos, as lembranças vagaram para quando a amiga socou Chloé com vontade, sabia das habilidades da vizinha, mas nunca virá ser usada fora das competições, claro que sempre havia as competições entre amigos de luta, todos pegavam leve com a garota com medo de a machucarem, agora todos sabiam do que Marinette era capaz, logo as cenas na saída vieram como um turbilhão, nunca a viu chora um momento se quer em todos os anos juntos, a admirava por isso, toda a figura poderosa que a mestiça construiu para si se despedaçou quando contemplou suas lágrimas descendo pelo rosto.

—Cara, agora a aula já acabou.

Adrian sacudiu a cabeça quando notou os amigos em sua frente, Nino lhe encarava preocupado enquanto Nathan e Marc brigavam por algo.

—Posso perguntar algo a vocês? -Adrian hesitou, mas logo a tenção foi embora quando os amigos assentiram. - O que a Marinette falou é verdade, ela sofre Bullying?

Cara só você que não notou. -Nino se pronunciou. -A gente a conhece a tempo, mas você é o melhor amigo dela, achamos que sabia.

—Mas ela nunca me contou.

—A Marinette não fala o que sente, sempre nos ajuda, mas não aceita ser ajudada por ninguém. -Continuou Marc. -Marinette se faz de forte, ela sabe o que todos acham dela, uma vez escutei perto do bebedouro, uns caras do segundo ano estavam apostando para quem consegui-se ficar com a Marinette, já que ela é considerada intocável, a Mari soube e não se deixou abalar, sabe que é culpa de seu estilo e sua personalidade.

—O que você fez em relação ao segundo ano? -Adrian perguntou com raiva.

—Nem esquenta, eram um bando de nada.

—Nunca pensei que falavam algo assim da Marinette.

O olhar perdido de Adrian irritou profundamente Marc, o moreno esticou o braço por cima da mesa onde repousava alguns materiais, pegou o loiro pelo colarinho e o puxou com brusquidão, fazendo os cadernos caírem e os presentes se assustarem com a ação.

—Escuta aqui Adrian, você aqui mais do que ninguém devia saber pelo que a Marinette passa, não somos os melhores amigos dela assim como você é, então se liga e abre os olhos para ver o que ela passa. -Suspirou. -Pensa ao menos um pouco, alguma vez a viu se cuidar? Não, ela sempre cuidou da gente, já notou os olhares que tem em cima dela todos os dias depois que começou a andar com a gente? Claro que não, você só fica de olho no primeiro rabo de saia que passa na sua frente.

—Marc já chega. -Nathan tentou puxar o amigo, sem sucesso.

—Não Nathanael, ele tem que se tocar no que fez hoje, aquela víbora da Chloé armou tudo pra cima da Marinette, mas de novo você não notou, a essa hora deve estar muito magoada com você cara, alguma vez na sua vida você viu a Marinette como uma mulher de verdade?

—E-eu não sei, sempre a vi com aquelas roupas largas…

—Pare de falar besteiras, alguma vez viu Marinette agir de forma mais feminina, ela olhar para você de algum modo?

—Não, a gente tá sempre fazendo coisas de homens.

—Adrian o que eu quero dizer, é que por trás de toda aquela pose de durona, cara de mau e roupas largas, existe uma menina frágil, que precisa de atenção e que te ama!

—Seu idiota, a Marinette vai matar a gente! -Gritou Nathan.

—Que se dane, esse cara tem que cair na real, enxergue quem a Mari é de verdade, antes que outro faça, Agreste.

Marc por fim soltou a gola do loiro que caiu sentado em sua cadeira, o moreno saiu batendo a porta da sala com força, logo Nathanael o seguiu deixando Nino e Adrian sozinhos.

—Isso é verdade Nino?

—Desculpa amigo, mas só você que não havia percebido ainda.

—Porque nunca me disse?

—Sou seu amigo e também dela, não seria justo logo eu revelar seu segredo, agora é melhor ir atrás dela, antes que alguém faça isso por você.

—Alguém esta interessado nela?

—Pelo jeito, alguém vê quem é a garota por trás daquelas roupas, não sei seu nome, mas ele é do segundo ano, ele estava na briga de hoje.

Nino sorriu tristonho para o amigo e saiu, deixando Adrian a merce de seus pensamentos.

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“Marinette, tivemos que viajar para fora da cidade para uma entrega, voltamos em três dias, não falte a escola e confiamos em você para ficar sozinha em casa.

Ass: Mamãe e Papai”

Sorriu ao ler o bilhete deixado pelos pais, sabia que o trabalho de padeiros era um sonho para os pais, e ainda não precisaria ter que justificar o rosto arranhado ou as marcas de lágrimas nas bochechas coradas. Jogou a mochila em um dos cantos da sala e se jogou no pequeno sofá de canto, sem fome ou vontade de fazer algo, começou a pensar no dia corrido que viveu; defendeu uma garota que nem ao menos conhecia, brigou com sua “inimiga”, discutiu com o melhor amigo e foi suspensa por uma semana da escola, agradeceu pelo último na esperança de quando volta-se a poeira já estaria baixa.

Levantou-se na coragem para tomar um banho e se livrar do cansaço mental quando sua campainha foi tocada, hesitou temendo ser um dos amigos, não havia um pingo de paciência, aproximou-se da porta e ficou na ponta dos pés para espiar pelo olho mágico, ergueu as sobrancelhas em surpresa, já o vira diversas vezes na escola mas o ignorava com frequência, balançou a cabeça disfarçando o espanto e abriu a porta encarando a pessoa em sua frente.

Ele a encarava nos olhos com profundidade, estava encostado no batente da porta esbanjando presença, os cabelos pretos caíram sobre os olhos de modo desalinhado dando um charme a mais nas pontas coloridas em um azul-esverdeado, vestia uma camisa branca com a estampa de uma banda de rock conhecida por Marinette, um casaco de moletom azul aberto com as mangas até os cotovelos, calça jeans preta rasgadas nos joelhos davam um ar mais rebelde junto aos tênis de cano alto, uma pulseira de couro no pulso direto e um anel no dedo indicador esquerdo, por fim Marinette encarou os olhos, verdes, não como os de Adrian, eram mais escuros e profundos.

—O que faz aqui? -Surpreendeu-se quando escutou sua própria voz sair.

—Não posso vir lhe ver? -Ergueu uma das sobrancelhas e sorriu de canto. -É muita falta de educação não chamar para entrar o seu convidado, Marinette.

—Nunca nos falamos Luka. -Desdenhou.

—Me conhece então?

—Quem não conhece o rebelde da escola, Luka Couffaine do segundo ano, metido a guitarrista.

—Realmente sabe quem sou. -Sorriu largamente, exibindo os dentes brancos.

—E você, como sabe quem eu sou e onde moro?

—Sempre te observei de longe Marinette, defende a todos, anda com garotos e se veste como um, não gosta de chamar atenção, mas admito, deu um verdadeiro show hoje.

—E como sabe onde moro?

—Todos sabem de quem você é filha. -Debochou.

—Veio aqui para que afinal, debochar de mim, me irritar ou falar como sou uma garota fria sem sentimentos alguns?! -Gritou por fim.

Luka nada disse, sorriu carinhoso para a garota, tocou na mão que estava apontando em sua direção e logo segurou seu pulso a puxando para si, o outro braço circulou seus ombros pousando a mão no topo de sua cabeça fazendo leves carinhos ali. Marinette arregalou os olhos quando sentiu estar nos braços de Luka, sentiu a textura macia da camisa e os músculos por baixo dela, sentiu a mão deslizar por seus cabelos com suavidade, tentou empurrá-lo mas se viu sem forças após sentir o hálito do rapaz próximo a sua orelha a fazendo arrepiar, a voz saiu grave em um tom baixo.

—Acredito em você Marinette.

Sentiu-se ainda mais surpresa, nunca teve tal aproximação com um garoto, ainda mais um dizer que acreditava em si, sorriu e deixou-se ser abraçada pelo colega na porta de sua casa, Luka sorriu, sabia do potencial da garota em seus braços, e do bom coração que batia em seu peito, apertou-a mais contra si quando sentiu a garota enfim ceder ao abraço.

A poucos metros, mas precisamente da casa ao lado, Adrian assistia a cena, todo o mundo havia parado quando visualizou com seus próprios olhos o rapaz puxar Marinette para um abraço, um que ele nunca dará em sua amiga ao longo dos anos, a viu ceder e se entregar, ser uma garota que jamais se mostrou para si, balançou a cabeça quando o desconhecido olhou em sua direção e lhe lançou um sorriso desafiador, sentiu o coração apertar quando os braços finos, coberto pela blusa de frio, circularam a cintura do guitarrista o puxando para mais perto. Aborrecido andou até sua casa e bateu a porta com força ao entrar, espiou uma última vez pela janela e pode vê-la se despedir com um aceno e entrar para casa, jogou a mochila em um canto e abriu a porta no momento em que Luka passava em frente a sua casa com a mãos nos bolsos e expressão tranquila.

—Hey! -Gritou.

O moreno parou por breves segundos e mirou Adrian.

—O que quer?

—Acha que é quem para ir abraçando os outros?

—Uma pessoa melhor que você, garanto. -Sorriu debochado e voltou a caminhar.

—Não se aproxime da Marinette! -Elevou a voz.

—Ou o que? Que eu saiba você não é o melhor amigo do mundo Agreste.

—Fala como se me conhece-se!

Tsc… Não é como se ninguém conhece-se o grupinho particular com uma única garota.

—Se sabe quem somos, não se meta.

—Nunca a notaram como uma garota, você nunca notou, sempre a tratou como mais um de seus amigos, mas agora tem alguém que dê valor a ela.

—Você?

—Quem mais seria, afinal, Marinette é uma garota incrível. -Luka mais uma vez sorriu e virou-se pronto para sair.

—Não se aproxime dela!

—Não se meta no meu caminho Agreste!

E por fim, saiu em passos calmos deixando Adrian parado na calçada.

 

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Após se afastar de Luka, Marinette percebeu o quanto a situação era estranha para si, inventou uma desculpa qualquer e se despediu do moreno de forma desajeitava, trancou a porta e caminhou até o quarto afim, de pegar uma roupa e tomar um banho para relaxar os músculos e pensamentos, e assim fez, após aproximadamente vinte minutos saiu devidamente vestida com roupas casuais e os cabelos encharcados.

Jogou-se na cama e fitou a porta de vidro que dava para sua varanda, andou até ela e abriu tendo assim a visão da Torre Eiffel, sentiu a brisa fria da tarde e sentiu a barriga roncar após lembrar-se de não ter comido nada desde que chegará, pronta para voltar olhou para a casa ao lado, onde uma varanda também existia e nela a figura de seu vizinho Adrian Agreste, a encarava sem pudor, pode notar que ainda vestia a roupa que fora a escola, e os cabelos estavam mais revirados que o normal. O viu se aproximar da extremidade na tentativa de chegar mais perto da mestiça, mas antes que o loiro falace algo, Marinette entrou para o quarto, fechando a cortina.

Do lado de fora, ele suspirou, vê-la entrar para o quarto sem ao menos lhe dirigir a palavra, doeu mais do que imaginaria um dia, sorriu amargo e entrou para o quarto quando a viu fechar as cortinas. Deitou-se na cama afundando a cabeça contra o travesseiro ao lembrar-se de ver a amiga nos braços de outro, fitou o quarto espaçoso, a cama de casal fazia par com o guarda-roupas, uma escrivaninha de cor preta, e a comodá da mesma cor ao lado da cama, em cima alguns porta-retratos com fotos junto aos amigos e a ela, desde crianças sujas de lamas, até a entrada no ensino médio, pegou a foto nas mãos, Marinette vestia um curto shorts e uma camiseta no dia, recordou-se instantaneamente do dia.

 

 

Marinette andava em sua frente enquanto tagarelava sobre algum filme de super herói que queria assistir, andavam em direção a casa do loiro após terem ido a lanchonete favorita, o dia estava com um clima agradável dando oportunidade para a mestiça de usar um short e uma camisa larga, sendo que seu amigo vestia um moletom de pano mais fino. Ao passarem por um ponto de ônibus onde alguns garotos estavam sentados, Adrian escutou um assovio vindo de um dos rapazes no momento em que Marinette passou totalmente alheia a eles, bufou irritado, viraram a esquina já próximos a casa quando o Agreste repentinamente retirou o casaco e puxou a garota para perto.

—Ei! -Exclamou.

—Vista. -Estendeu a roupa em sua direção.

—Como assim?

—Esta mostrando demais, não notou os olhares daqueles idiotas em você?

—Como disse, são idiotas.

—Vista. -Estendeu mais uma vez.

—Não vou vestir o seu casaco Adrian.

—Tsc… teimosa. -A puxou para mais perto e começou a passar os braços da mestiça para dentro das mangas e logo a vestiu por completo. -Prontinho. -Sorriu vitorioso.

Marinette se mirou e pode notar que o shorts assim como metades das coxas estavam tampadas pela camada de tecido.

—Não pode me forçar a vestir isso.

—Já esta vestida, vamos pra casa pequena, minha mãe esta esperando a gente.

Passou a mãos por seus ombros e a conduziu pela rua movimentada, lançou alguns olhares enfurecidos para aqueles que ousaram olhar sua amiga, Marinette caminhava ao lado ainda emburrada pelo gesto, havia sim gostado do moletom e da atitude do amigo mas não admitiria.

—Demoraram!

Uma mulher loira de olhos verdes e aparência jovial havia aberto a porta dando passagem a dupla, acostumada a estar na casa com frequência, a mestiça logo se jogou no sofá de três lugares, tendo que dar espaço para Adrian também se acomodar.

—Boa tarde tia Emilie.

—Marinette, por que esse casaco, faz calor la fora.

—Pergunta ai pro seu filho. -Apontou para o loiro.

—Filho?

Adrian explicou o ocorrido para a mãe que ria aos poucos da situação, ele deixou bem claro o quanto odiava os olhares em sua amiga e como os shorts o incomodavam.

—Isso é ciúme meu filho?

—Dessa coisa aqui? Sem chance.

—O que quer dizer Agreste?

—Nanica.

—Loira de farmácia.

Adrian avançou contra Marinette e agora ambos tentavam imobilizar um ao outro, ela como estava deitada teve a desvantagem quando o loiro sentou em cima de seus joelhos e segurou suas mãos em cima da barriga.

—Venci.

—Me solta Adrian!

—Não, admiti que sou melhor que você.

—Nunca.

—Admite. -Começou a fazer cócegas.

—Beleza, você é o melhor.

—Er… -Emilie que até então ria, despertou a atenção dos jovens que logo se separaram. -Já que acabou a guerrinha particular da dupla dinâmica, quero bater uma foto de vocês.

—Mãe!

—Nada de Mãe, anda os dois.

Marinette sabendo que seria irredutível o pedido, colocou-se de pé com o loiro ao lado.

—Sorriam. -Falou Emilie.

Adrian passou os braços pela cintura da garota, a colocando em sua frente, a mestiça o olhou quando sentiu os dois braços rodearem seus ombros e pararem em frente ao corpo pequeno.

—Sorria pequena, essa foto vai ficar linda em um porta-retratos no quarto.

Assim ela fez, sorriu verdadeiramente, como só fazia na presença do melhor amigo.

Passou a mão em cima do vidro que cobria a foto, desanimo era o que sentia em seu coração.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Comentem o que acharam assim me incentivaram a continuar.
Próximo capítulo saíra em breve.
BEIJOS
—Mel



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