Forte mas Apaixonada escrita por Mel


Capítulo 1
Laços Quebrados


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura a todos.
Espero que gostem do primeiro capítulo.



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Se apaixonar nunca fora uma tarefa fácil

Ainda mais quando seu amor é ele

Seu vizinho, melhor amigo

E sua perdição”

 

O que aconteceria se o destino nos pregasse uma peça? Apaixonar pelo melhor amigo e rival, com certeza não estava na lista do que fazer e não fazer de Marinette Dupain-Cheng. Estudante do ensino médio, notas médias e poucos amigos, uma garota de bom coração, carinhosa, inteligente e de personalidade forte, filha de padeiros, Tom Dupain um legítimo Francês enquanto Sabine Cheng vinha de uma linhagem de Chineses, tornando a filha uma mestiça.

Jurando nunca se apaixonar por nenhum garoto, pois todos em seu ponto de vista não eram, nada mais que problemas para sua cabeça, apenas um em especial saia de sua lista; Adrian Agreste. Conheceram-se desde muito pequenos na escola, ele o rapaz que aprontava e ela, fazia de tudo para contrariar.

A amizade se desenvolveu com o passar dos anos, Marinette largou as marias-chiquinhas pelos cabelos presos em um coque mau feito, as roupas, que eram de mocinhas- como sua mãe dizia, agora eram calças jeans, blusas compridas e jaquetas largas, a preferência pelo estilo despojado aflorou quando surgiu a amizades com garotos, em vez de falar de maquiagem como muitas meninas de sua escola, agora eram diálogos entre rapazes sobre esperto ou filme e séries.

Adrian Agreste entrou em sua vida como um caminhão em alta velocidade, sem aviso prévio, ele a irritava, ela batia, ele gritava ela retrucava no mesmo tom, até mesmo alguns gestos violentos por parte de ambos, rivais a todo momento mas melhores amigos.

Mais uma manha se iniciava, Marinette acordou com o despertador tocando uma de suas músicas preferidas, levantou-se sentindo o friozinho costumeiro, mesmo entrando na estação da primavera, o outono ainda se fazia presente assim como o frio. Levantou-se com preguiça e poise a se preparar para mais um dia de aula, vestiu a primeira roupa que vira a seu alcance- já que a escola não exigia o uniforme dos alunos, calçou os surrados tênis pretos como de costume e prendeu os cabelos disparando escadas abaixo para a cozinha.

Sorriu para a mãe que preparava seu café, Sabine como a filha era desprovida de uma altura ainda menor que a de Marinette, beijou a testa do pai e deixou a mochila em um canto da pequena cozinha.

—Bom dia!

Respondeu a mãe ainda de costas.

—Bom dia mãe!

Sabine virou-se para a filha e suspirou pesado.

—Marinette quantas vezes tenho que dizer para se arrumar?

—Mãe não começa.-Implorou.

—Esta na hora de começar a se arrumar Marinette, ainda mais que o baile de fim de ano esta chegando!

—Como descobriu?!

—Conversei com algumas mães, elas me falaram que as filhas estão empolgadas e a procura de um par.

—Nem pense que vou me arrumar para ir atrás de homem, estou muito bem assim, agora com licença.

Marinette deu um beijo no pai e saiu puxando sua mochila.

—Essa garota…

—Deixa ela Sabine.

Tom se pronunciou, sabia do jeito da filha e aceitava com todas as forças.

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Marinette ao lado de fora suspirava cansada das discussões com a mãe, sempre implicando com seu modo de vestir. Amarrou novamente os cabelos e parou na calçada ao ver a porta da casa vizinha se abrir e por ela passar seu melhor amigo.

Adrian Agreste, cabelos loiros sempre de modo desalinhado, olhos verdes e 1,80 de altura, os lábios sempre com um sorriso, o jeans azul escura combinava perfeitamente a camiseta básica preta, os costumeiros tênis preto e verde. Adrian um excelente aluno, fazia sucesso por toda a escola, mesmo não sendo popular-era o que o mesmo dizia.

—Bom dia Marinette!

—Bom dia Adrian.

Respondeu não muito animada.

—O que aconteceu?

—Briguei com a minha mãe de novo.

—Suas roupas?

—Novidade!

Marinette revirou os olhos lembrando cada discussão com a matriarca.

—Gosto assim.

—Não ligo se gostam ou não, me sinto confortável assim.

—Você quem manda pequena, agora anda ou vamos chegar atrasados de novo.

—Adrian você só não chega atrasado por minha causa.

—Nerd!

—Papa queijo.

Ambos riram e começaram a caminhar por entre as ruas.

Quando Marinette se mudou ainda criança tinha medo de nunca se adaptar, de comportamento grosseiro para uma garota, sempre preferiu as lutas como Ju-Jitsu a balé, os primeiros dias na escola foram complicados, até conhecer ser melhor amigo, ele a irritou e ela simplesmente lhe deu um soco surpreendendo a todos e ganhando a fama de briguenta, Marinette descobriu a localização do menino que a incomodava e não ficou nada feliz em saber que era ao lado da sua casa.

Com o passar do tempo começaram a irem juntos a escola, ele apresentou alguns amigos seus que logo viraram dela, Adrian se transformou em seu rival e depois seu melhor amigo.

Pararam a frente da escola, a escadaria levava até as enormes portas para dentro da escola, a estrutura antiga denunciava o tempo que existia, as cores em creme e em uma placa estava escrito: Colégio Françoise Dupont.

Subiram a escadaria e notaram que poucos alunos aviam chegado, alguns bancos eram ocupados por estudantes, duas escadarias levavam ao segundo andar onde ficavam a salas de aulas, no meu do pátio a marca de uma quadra de esportes era marcada por tinta vermelha.

—O pessoal ainda não chegou.

Observou Adrian.

—Vamos sentar e esperar então.

—Adrianzinho!!!

Adrian revirou os olhos e Marinette conteve uma risada, Chloé Bourgeois, a filha do prefeito e dona de cabelos loiros se aproximava saltitante junto a sua amiga e cão fiel, Sabrina.

—Oi Chloé.

—Estava te procurando lindo.

—Acabei de chegar com a Marinette.

—Ah, oi para você.

A garota se limitou a um acenar de cabeça, enfiou as mãos no bolso do moletom preto e continuou a olhar a cena.

—Que tal darmos uma volta hoje Adrian?

Perguntou com uma voz estridente.

—Chloé hoje eu...

—Adrian já marcou de treinar comigo para o campeonato de Jiu Jitsu.

A loira voltou sua atenção para a mestiça que encarava tranquilamente.

—Acha mesmo que o meu Adrian vai preferir ficar com a maria macho da escola ao em vez de mim? - Riu.

—Olha aqui garota, não me importa o que você acha de mim, mas se liga, Adrian não esta nem um pouco afim, de ficar perto de você.

—Todos me amam.

—Ainda bem que não faço parte desse todos.

Falou e por fim, saiu em direção ao banheiro feminino, sentia seu coração apertar como nunca antes, afinal não era a primeira vez que era chamada de coisas assim, ninguém nunca soube, a pegavam de surpresa ou simplesmente os murmúrios quando passava, mas falar aquilo em frente ao melhor amigo, rachou a barreira invisível que rodeava seu coração.

Entrou no banheiro e deu graças por estar vazio, lavou o rosto e secou com o próprio casaco, soltou os cabelos e analisou o comprimento, caiam em meio a suas costas, por fim os amarrou novamente em um coque e se dirigiu para a sala de aula afim, de encontrar os amigos.

—Bom dia a todos. - Pronunciou o diretor que acabará de entrar na sala. - Todos já sabem do baile anual que sempre fazemos na escola, esse ano não será diferente, mas temos uma exceção, todos terão que vir acompanhados por um par, para selecionarmos o rei e a rainha.-Finalizou se retirando.

Marinette bateu a cabeça na mesa, a notícia definitivamente não a agradou nem por um segundo, mais a frente de onde sentava podia ouvir as garotas fofocarem histéricas enquanto os rapazes tinham a mesma reação da mestiça, desviou o olhar para Adrian que a encarava sem pudor.

As aulas se passaram lentamente aos olhos de todos, a Dupain sentia o olhar de Chloé a todo o momento, estava cansada de ser analisada, e com isso comemorou quando o sinal para o intervalo ecoou por toda a escola.

—Vamos logo!

Marinette revirou os olhos azuis ao ouvir seu amigo, Nino gritar para si.

Andou em sua direção e juntos correram até o pequeno grupo que os esperava, sabia que atraiam atenção por onde passavam, não por serem populares, mas por uma garota andar com um grupo de rapazes como amigos, não se sentia abalada já que gostava da companhia dos mesmos.

—Podem ir na frente, tenho que passar no banheiro.

—Meninas e seus problemas.

—Vá se catar Nathanael. -Acabou por dar um tapa no amigo.

—Quer que alguém te acompanhe Marinette?

—Não precisa Adrian,

Sorriu e se virou para andar, ainda conseguindo escutar a conversa do grupo.

Andava distraída pelo corredor próximo ao jardim, localizado no fundo da escola próximo a cantina, decidida a ir ao banheiro que havia ali, escutou algumas vozes, pareciam discutir, na hora reconheceu a voz da garota que gritava.

—Já deu de barraco Chloé, não cansa?

Marinette se meteu na briga, a loira estava ao lado de Sabrina, mais a frente uma garota morena de óculos permanecia parada com uma expressão enraivecida.

—Não se meta onde não é chamada Cheng!

—Pelo escândalo, qualquer um pode se meter. -Rebateu.

—Sabrina, deixa a novata ai, tem um novo alvo na mira.

—Se refere a mim?

—Tem mais alguém aqui? -Ironizou. -Ache que pode contudo e com todos não é, maria macho.

—Sabe que esses apelidos não fazem efeito em mim.

—Será mesmo? E na frente do seu amiguinho Adrian, aposto que se importa com a opinião dele, todos já notaram que você é caidinha por ele.

—Não fale besteiras!

—Mas quem ligaria para uma garota como você, marrenta, metida a corajosa e briguenta.

—Chloé fica quieta pro seu bem!

—Vai me bater?

—Não sou maluca, você não sabe nada de mim, não sinto nada pelo Adrian além de amizade, nos conhecemos a anos, sou como uma irmã para ele!

—Por isso mesmo, ele não liga para você, Adrian te vê como um IRMÃO.

Terminou dando ênfase a palavra irmão, a loira se aproximou da mestiça notando estar afetada com suas palavras, assim que estava em uma boa distância, Chloé ergueu a mão direta pronta para estapear a rival, Marinette por reflexo segurou o pulso próximo ao seu rosto, como todos os presentes, a Bourgeois se espantou com a força que seu braço era segurado.

—Acha que é quem para tentar me bater, Chloé. -Sua voz saiu baixa e ameaçadora.

—Me solta sua maluca! -Gritou. -Ta me machucando.!

—Tenta me bater, e ainda quer se fazer de vítima?

A discussão continuou cada vez mais alta, chamando atenção dos alunos que por ali passavam, aos poucos uma rodinha de pessoas foi formada por curiosos.

—Vai me bater agora que tem plateia, querida.

Marinette aos poucos apertou o pulso da garota, escutava gritos do aglomerado de pessoas, incentivando a briga.

—Já chega Marinette!

Braços passaram por sua cintura, o agarre ficou mais forte a fazendo soltar o pulso, olhou ao redor notando as pessoas que ainda gritavam, olhou por cima dos ombros e percebeu ser Adrian a segurando, o mesmo a olhava fixamente, seus outros amigos também estavam presentes.

—O que deu em você Marinette? -Perguntou Adrian.

—Ela que começou.

—É mentira Adrianzinho!

—Fica quieta sua cobra, tava ai atazanando a garota com essa voz chata.

—Pelo menos não sou uma metida a briguenta e maria macho, olha as suas roupas, calça jeans larga, tênis velho, um moletom que é dez vezes maior que você, por isso que é uma excluída. -Sussurrou apenas para as duas puderem escutar.

—Cansei de você.

Marinette sentiu que os braços de Adrian não estavam mais firmes como antes, se desvencilhou com agilidade e partiu para cima da loira que gritou com o susto, caíram ambas no chão, Chloé estava compra o piso, a mestiça aproveitou a vantagem e desferiu um tapa contra a bochecha, a loira logo revidou e puxou o coque o desfazendo e deixando os cabelos tombarem sobre o rosto, puxou as madeixas negras para o lado e ficou por cima, com a súbita mudança, Marinette acabou por bater a cabeça com força contra o chão, sem deixar-se abalar empurrou a loira com as pernas a jogando próximo a Sabrina, indignada Chloé levantou passou as unhas longas pelo rosto da rival, sem pensar, Marinette lhe socou o rosto com vontade.

—Chega!!

Marinette olhava para a loira jogada nos braços do Agreste, mesmo machucada havia um sorriso em seus lábios, foi então que percebeu ser uma armação, e ela, caiu direitinho.

—Marinette o que deu em você?!

—Adrian…

—Que loucura foi essa, atacou a Clhoé sem motivos, ela pode ter quebrado o nariz!

Passou a mão sobre a face sentindo algo quente escorrer por seu rosto, sangue, logo as mãos se dirigiram para trás da cabeça, onde sentia latejar e sentiu o mesmo líquido viscoso.

—Você não sabe o que ela me falou Adrian!

—Cade aquela menina doce que conheci!?

—Vai acreditar nela agora?

—É o que me resta, não reconheço mais aquela menina doce que você era.

—Quer saber, essa garota é uma cobra, vem me infernizando a tempos, como qualquer um nessa escola.

—Não fala besteira, ninguém aqui fala de você.

—Claro, não está na minha pele, pergunta para qualquer um Adrian, os apelidos não irão nem caber nos dedos, mas sabe, uma pessoa como eu tem que agir como se não tivesse um sentimento, por que, se não souber lidar com pessoas como esta, que se fazem de santa, eu já estaria no fundo do posso.

—Marinette…

—Pode cuidar dela, a valentona aqui sabe se virar sozinha.

Virou-se pronta para sair, muitos apontavam em sua direção e riam como loucos, Marinette olhou de relance para os amigos que estavam atrás de Adrian, eles apenas acenaram com a cabeça, entendo sua situação, ela lançou um sorriso reconfortante para os amigos e continuou sua caminhada, até escutar a voz grossa e autoritária do diretor.

—Mas que bagunça é essa!?

—Diretor Damocles, aquela bruta me atacou sem motivo algum! -Chloé se pronunciou.

—Senhorita Cheng, quero sua versão dos fatos.

—Com prazer diretor.

—Estou machucada, e ainda quer que ela fale, vai apenas se defender e contar mentiras.

—Esse é o padrão da escola.

—Acho melhor ligar para o meu papaizinho, o prefeito.

—Melhor não incomodarmos o seu pai, quer dizer o prefeito.

Chloé fingiu pegar o telefone na mão de sua amiga Sabrina, o que assustou o mais velho.

—Senhorita Marinette Cheng, esta suspensa por uma semana.

—O que? Não pode fazer isso!

—Controle-se menina, chamarei seus pais.

—Esquece, pode chamar, não ligo mesmo.

Marinette encarou mais um uma vez Adrian, que se mantinha quieto, sorriu fraco e por fim virou-se e começou a andar diretamente para a sala, guardou seus materiais e saiu antes mesmo do sinal para o intervalo acabar, estava cansada, seu coração se apertava a cada passo dado, o sangue que antes escorria por seu rosto estava seco assim como o de sua cabeça, próxima ao portão escutou seu nome ser chamado pela voz que tanto conhecia. Adrian ofegava quando parou em sua frente, as mãos apoiavam o corpo cansado nos joelhos, enquanto o pulmão procurava por ar.

—Marinette, pequena…

—Não fala nada Adrian.

—Eu não soube o que fazer.

—O que adianta, aceitou ficar ao lado daquela cobra, nem ao menos me escutou, achei que eramos amigos.

—E somos.

—Não é o que parece, quer saber, tchau.

—Marinette espera!

Antes mesmo de conseguir dar um passo para se afastar, Adrian segura seu pulso com firmeza.

—Nunca te vi daquele jeito, achei que ia machuca- la, você é forte.

—É apenas esse lado que consegue ver em mim, acho que se esqueceu, antes de andar com vocês e fazer brincadeiras, sou uma garota Adrian, me machuco como qualquer pessoa, já estou cansada de ser “forte” como você mesmo disse.

—Não queria…

—Me solta, pra mim já deu.

—Marinette.

—Me solta Adrian!

Pela primeira vez desde que se conheceram, o Agreste viu Marinette a garota que sempre considerou forte, derramar lágrimas, Adrian a soltou, em sua visão nunca a virá tão frágil. Sorriu amarga e saiu em passos largos para longe do amigo.

Marinette corria pelas ruas, sentia tristeza, raiva e, magoada por aquele que por anos se disse seu amigo, prometendo-a sempre estar ao seu lado. Ela sabia, após anos de convivência, o viu virar um homem, não mais o garoto magricela, agora um rapaz de porte atlético e lindo olhos verdes, sempre soube apenas esconderá no fundo de seu coração para não acabar com sua amizade, não queria se perder e parecer uma boba perto do dono dos cabelos loiros, mas ver Chloé em seus braços e não ficar em seu lado foi como um banho de realidade que a trouxera para o presente, afinal estava realmente apaixonada por Adrian Agreste, e sua perdição mora ao lado.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam!
BEIJOS
??”Mel



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