10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 44
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Feliz Fevereiro para todos!



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— Então ele estava ali parado me olhando com aqueles belos olhos. Oh, meu Deus, que olhos bonitos ele tem. – Os suspiros de Alice suspirava eram cada vez mais profundos a medida que avançava na história. Bella não conteve o riso ao vê-la tão deliciada. – “Está me seguindo? ” Perguntou com aquela voz deliciosamente grave. – A sua pequena amiga estava mesmo se esforçando para imitar o Jasper.

— Nunca a vi tão empolgada por alguém. É quase um evento histórico. – Serviu o chá em ambas as xícaras sobre a sua mesa.

— Não posso agir de outra maneira. Tudo nele é incrível e me empolga. – Alice verificou a temperatura da xícara e percebeu que estava muito quente. – Quando eu disse que não o estava seguindo e sim você...

— Claro, você estava me seguindo. – Disse estalando a língua em reprovação.

— Não me julgue. Você continuava a se envolver com coisas perigosas, imaginei que era o caso e foi. – Frisou. – Um convite longe de encontro secreto vindo de uma sogra, sempre pode ser perigoso. – Bella maneou a cabeça sem achar argumentos para discordar visto a sua situação. – Bem... – A sua amiga continuou. – Consegui notar o quanto somos parecidos.

— De que maneira você é parecida com o Jasper? Ele é tão centrado e calado e parece ter uma mente bastante racional e afiada.

— Percebeu que acabou de me deixar mais baixo que o chão? – Seus olhos chisparam ofendida.

— Desculpe, não quis ofendê-la. Sabe que eu a adoro, Alie. Não pode negar que é bem doidinha as vezes e muito falante o que é o oposto do Jas.

— Jas... – Suspirou ao ouvir o apelido. – Somos fieis aos nossos princípios e amigos. – Bem, Bella não podia discordar.

— Justo. – Agora ela fazia uma expressão vitoriosa para Bella.

— Antes mesmo que saísse do hospital, Jas achou que vocês se encontrariam. Fiquei aterrorizada. Imaginei todas as cenas de dramas que já assisti, ela iria humilhar você, jogar algum líquido que estivesse à mesa, iria lhe passar com ar superior um envelope contento muito dinheiro. – Bella gargalhou. – Não deveria rir, fiquei apavorada.

— Ai, amiga. – Limpou as lágrimas do riso. – Para ser sincera eu também achei que iria acontecer o pior. Não foi a melhor experiência da minha vida, mas agora que passou, não foi tão ruim. Sinto que o meu relacionamento com o Edward ganhou ainda mais força, eu mesma me sinto mais forte e confiante sobre o que eu quero e o que é melhor para mim.

— Quem diria que eu a veria assim tão sonhadora também e lutando pelo seu amor.

— E eu estou gostando que esteja interessada em alguém.

— Interessada? Eu caí de paixão pelo Jas. – Corrigiu. – Apesar dele ser um pouco calado e mandão, eu acho que é perfeito. – Alice bebericou do chá olhando para Bella de maneira suspeita.

— O que mais aconteceu? – Previu algo.

— Perguntei se ele tinha namorada, mas ele não me respondeu. Fiquei tão frustrada.

— Você perguntou? – Estava estupefata.

— Claro. Bella, sabe se ele tem alguém?

— Não sei de nada.

— Bella, por favor, pode descobrir e me dizer? Por favor. – Suplicou segurando as mãos da amiga.

— Tudo bem.

— Isso!

***

Jasper tinha ido ver o irmão no hospital para verificar como estava indo e para atualizá-lo nos outros processos em que trabalhava. As obras da construção do SPA já seriam reiniciadas naquela semana, Charlie poderia cumprir o resto da pena que havia sido um pouco reduzida em casa e os Volturi continuavam debatendo-se, mas estavam contidos.

Aquela família vinha lhe preocupando um pouco. A rede de advogados dele e pessoas que lhe deviam favores era enorme. Como os crimes que eles haviam cometidos eram muitos e alguns violentos, estavam presos, mas Alec estava sempre na iminência de ser solto rapidamente depois do seu julgamento, já que estão alegando uma possível crise neurótica.

— Descanse, você parece cansado. – Edward observou, ele mesmo recostou-se na cama.

— Só fecharei os olhos por alguns minutos.

Jasper suspirou e deixou-se relaxar na cadeira. Aproveitaria aqueles minutos para recarregar as energias. A sua irmã e o cunhado não estavam, era bom, pois os dois emanavam muita energia ativa. Os pais também estavam ocupados, Carlisle ajudando-o também nos processos criminais em que a família estava envolvida e a Esme tentando deixar a estadia deles mais confortável.

Foi pensando na sua família que de repente viu-se recordando de anos atrás. Era ele quem estava na cama de um hospital. A febre não cedia e para piorar estava desnutrido e desidratado. Esme parecia forte a sua frente, mas seus olhos inchados e vermelhos mostravam o tempo todo o seu verdadeiro estado de espírito.

Ela também sofria, tinha acabado de perder a sua irmã caçula. Ainda tinha que lidar com o cunhado que havia desmoronado, mas ela havia ido ficar com eles por um tempo. Com o carinho da tia, conseguiu que a sua saúde física se reestabelecesse. No entanto, depois que o pai também o deixou, Esme percebeu que ele não estava bem emocionalmente.

Sem hesitar por nenhum segundo, Esme o levou para casa e depois de uma rápida conversa com o marido, decidiram recebe-lo naquela casa e naquela família. Os tios lhe ofereceram tudo, tratavam-no como tratavam os outros dois filhos biológicos. E mesmo com o acompanhamento psicológico, Jasper mantinha dentro de si uma revolta que não aliviava mesmo quando recebia muito amor dos tios.

Também recebia sermões e alguns castigos, todos eles merecidos e achava que deveriam lhe dar reprimendas mais severas pelo tipo de coisa que aprontava. Estava sempre com os piores tipos, ele não podia negar que o perigo o atraia e tinha um gosto estranho, mas muito bom quando seus tios, agindo como seus pais verdadeiros lhe dedicavam atenção.

Um ano depois que foi morar com seus tios, eles o chamaram para conversar. Imaginou que talvez se tratasse de mais um sermão, mas Esme estava muito ansiosa naquele dia. Sentou-o ao seu lado e pegou as suas mãos.

— Você gosta de morar conosco? – Jasper imaginou que deveria ser mesmo um sermão, mas aquele seria um dos emocionados. Sua tia estava prestes a chorar e como das outras vezes, lamentou ter aprontado, juraria não aprontar mais como todas as vezes.

— Sim. – Esme sorriu para o menino e para o marido a sua frente.

— Jasper nós temos que decidir algo, mas precisamos da sua opinião. Nós adoramos tê-lo aqui, você já faz parte dessa família, mas preciso entender que todas as confusões que vem se metendo não tem a ver em odiar algumas coisas em nós, nesta casa...

— Não, eu gosto de vocês. – Interrompeu, algo que era peculiar. Jasper tinha se tornado calado desde que conviveu sozinho com o pai, mas continuava sendo sincero.

— Também gostamos de você, nós te amamos. – Esme continuou. – Amamos tanto que queremos saber se quer ser oficialmente o nosso filho. Queremos adotá-lo.

— É só uma formalidade, mas...

— Querem me adotar? – Novamente ele interrompeu Carlisle e os dois se calaram, pois estavam diante agora de um menino em lágrimas.

— Você odeia essa ideia? – Esme tentou entende-lo.

— Não odeio. Vocês querem mesmo me adotar?

— Sim, queremos. Claro que podemos viver desta maneira, mas queremos que tenha todos os direitos como nosso filho.

— Você aceita? – Carlisle se aproximou do menino e acariciou suas costas, pois ele continuava a chorar e a sua esposa também havia começado.

— Sim.

Nunca esqueceu os pais biológicos, continuou amando-os da mesma forma, mas tinha aprendido a amar aquele casal da mesma forma. Para ele foi um milagre que o quisessem, que o amassem de volta mesmo com toda a sua história.

Imaturo, quis a atenção dos novos pais de vez em quando e então causava alguns transtornos com o pessoal que andava. Mas logo, começou a ficar especialista no caráter das pessoas. Ele conseguia de fato, ver as reações intenções por trás de palavras e atitudes. Nunca quis estar com o Aro e todo aquele pessoal do ensino médio da época.

Parecia que uma grande euforia tomou conta dos alunos naqueles anos. Tinham que ser melhores ou mostrar serem melhores. Um jogo de poder foi fortalecido. Tentou descobrir o máximo possível dos podres do Aro com os outros alunos, como resultado, ele nunca o suportou. Lamentou apenas ter feito daquela maneira, ter levado a situação ao extremo. O descontrole tomou conta dele, queria que o Alistair agisse contra o irmão, assim o seu próprio irmão não mancharia as mãos.

Tinha ido longe demais, era o seu arrependimento. Não considerou que Edward não aceitaria aquilo, mesmo magoado daquela maneira. Foi naquele momento que mudou, naquele momento que viu o sacrifício do irmão, soube que faria de tudo por eles.

— Porque está suspirando tanto? – Edward perguntou curioso.

— Não era a minha intenção.

— Geralmente não é. Qual o problema? – Jasper continuou calado e olhos fechados, mesmo quando Edward sentou-se e o encarou. – Nem vem agir calado para o meu lado. Deveríamos ter desenvolvido a percepção de irmãos como eu a Rosie temos, assim eu teria um direcionamento ou até mesmo a resposta.

— Desculpe não ter me esforçado tanto para isso. – Edward sorriu, era o tipo do humor do irmão.

— Diga qual é o problema.

— Não é um problema. Só estava recordando a minha chegada a família Cullen.

— Sei que o motivo não foi nada legal, mas eu gosto de ter um irmão como você. – Jasper ergueu levemente o lábio em um sorriso discreto.

— Eu fui um problema.

— Somos um tríplice. Causamos problemas a nossa maneira para os nosso pais. – Edward estava nostálgico relembrando da sua vida em família.

— Lembra quando eu chamei a nossa mãe de mãe pela primeira vez? – Os dois estavam rindo mais relaxados agora.

— Você tinha sido pego em alguma coisa. – Tentou recordar o motivo.

— Estava a mais de duas semanas sem ir para a escola, queria apenas jogar videogame com os outros garotos.

— A mamãe estava chorando. Eu e a Rosie ficamos atrás da porta tentando ouvir. De repente você começou a se desculpar porque ela estava incontrolavelmente em prantos e então a chamou de mamãe e disse que voltaria a estudar.

— Ela ficou calada e imóvel por tanto tempo que pensei que eu a tinha quebrado. – Edward gargalhou.

—  Sei que se tivesse coragem a teria chamado assim antes, assim como o nosso pai. Não precisa manter tudo dentro de você.

— Não sou como você e a Rosie. – Disse simplesmente.

— Não precisa ser como nós, principalmente como a Rosie. Ela pode externalizar ao extremo. 

— Isso é verdade.

— Oi! – Bella surgiu depois de dar duas batidas na porta. – Jas! – Era mesmo com ele que ela gostaria de se encontrar. Pegando os dois de surpresa, correu para ele que havia levantado ao vê-la entrar e o abraçou forte. Edward observou o irmão ficando vermelho, algo inédito e um pouco assustador. – Eu sei que você foi o principal motivo pelo meu pai ter um novo acordo com a promotoria. Ele sairá daqui direto para casa! Jas muito obrigada!

— Ah... – Jas estava cada vez mais vermelho, mas Bella não o largava.

— Bella, Bella. – Edward a chamou insistentemente até que a namorada libertou o seu irmão e lhe deu atenção. – Venha aqui. – Edward estendeu a sua mão e a puxou delicadamente quando a segurou. – Pode nos deixar a sós um pouco? – Virou a cabeça para o irmão que ainda estava vermelho e desconcertado demais para o seu gosto. Jasper pareceu voltar a si e saiu em silencio.

— Edward, estou tão feliz! O Jas, ele conseguiu convencer a promotoria.

— Eu sei, eu sei. Estou feliz também. – Abraçou-a com o braço livre pela cintura e descansou a sua cabeça entre seus seios. Bella o recebeu carinhosa e feliz. – Como seus pais estão?

— Emocionados. Logo meu pai estará em casa, Edward, e não naquele lugar.

— É uma ótima notícia.

— Perfeita. – Completou empolgada.

— Eles vão morar juntos de novo, não é mesmo? Tudo está resolvido entre eles.

— Sim, antes disso já estava e a minha mãe não quer sair de perto dele.

— Isso é bom. – Falou aliviado. – Estar juntos é bom. – Afastou-se para segurar em seus braços e puxá-la para um beijo.

— Está preparado para receber alta amanhã?

— Com toda a certeza. – Disse afastando-se completamente do beijo. – Inclusive, estive pensando...

— Sobre? – Bella acariciou o rosto do namorado aproximando-se mais dele.

— Meus pais estão no apartamento, dormindo no meu quarto. Rosie e Emm no outro e o Jas na sala. Sabe... Talvez eu pudesse passar esses dias na sua casa. – Tentou soar o mais inocente possível.

— A sua mãe não vai gostar. – Pensou rapidamente no que aquilo poderia virar e não queria se indispor com a Esme novamente.

— Eu lido com ela. – Disse rapidamente e com confiança.

— Ela vai querer cuidar pessoalmente de você.

— Não preciso de tantos cuidados assim, eu posso me cuidar sozinho, só preciso de um lugar para ficar enquanto isso. Não te darei trabalho, eu juro.  – Garantiu.

— Não seria trabalho nenhum cuidar de você até que se recupere. Acha mesmo que não vai ser um problema? – Ainda não tinha confiança.

— Não será.

— Edward, eu não quero ter outro embate com a sua mãe, mas não consigo dizer não para isso. – Bella sentou-se cuidadosamente ao seu lado e o beijou repetidas vezes. Edward sorria ao receber os selinhos dengosos.

— Pode servir de test drive para nós dois.

— Isso é diferente. – Bella parou de beijá-lo e abaixou a cabeça evitando que ele a encarasse.

— Sabe que eu realmente não quero te deixar aqui.

— Eu não estava pensando mesmo em ficar. – A revelação silenciou o discurso que pretendia fazer caso ela teimasse em ficar ali. Notando o silencio dele, continuou: - Quando me demiti iniciei uma reflexão, algo assim lhe atinge e você é forçado a rever aspectos de sua vida. Penso que preciso sair um pouco dessa cidade e tentar algo diferente.

— E...?

— Ainda estou pensando. – Edward ficou um pouco frustrado.

— Pode trabalhar comigo. É só querer.

— Não quero repetir os mesmos erros, lembra? Trabalhei alguns anos com o Alec.

— Isso não é justo. Não sou o Alec.

— Não é. – Bella segurou a sua mão. – Será que estamos prontos para isso?

— Vamos descobrir tentando. – Bella estava prestes a parar de ser racional com aquilo. Quando ele falava tão esperançoso e amoroso daquela forma, só queria fazer o que ele dizia e estar ao seu lado.

— Não consigo pensar direito com você.

— O que há para pensar? Nos amamos, você quer sair daqui e eu não quero deixa-la.

— Talvez eu aceite a proposta da Rosie antes disso. Vai me dar espaço para pensar.

— Proposta? – Edward recordou que as duas estavam conversando e que sentiu algo naquele momento, mas deixou passar. – Qual proposta?

— Ela me chamou para passar um tempo viajando e movimentando as redes sociais.

— Ela te chamou? – Edward não acreditava que a irmã tinha agido nas suas costas.

— Sim.

— Você está considerando?

— Depois de ficar aqui por tanto tempo e viver tudo o que vivi, é uma boa, eu acho. – Edward estático. Engoliu seco, mas não disse nada. – Você não gostou. – Bella levantou preocupada. Não queria uma discussão, nem mesmo que ele ficasse chateado. – Bem, não me culpe por pensar em sair um pouco. A verdade é que quero ir com você, mas não quero agir agora e pensar que foi um impulso.

— Acha que não me ama o suficiente para manter um relacionamento um pouco mais comprometido? Que o nosso amor pode acabar a medida que vivemos juntos?

— Eu te amo, mas vejo o tanto de erros que cometemos e eu não quero...

— Bella, não podemos começar achando que pode dar errado. É claro que existem possibilidades de tudo ir para os ares, mas eu estou disposto a sempre fazer o melhor para as possibilidades serem as menores possíveis. Você pode fazer o mesmo? – Edward esperava esperançosamente a resposta da namorada.

— Sim. – Edward a abraçou como pôde apenas com um braço. – Está sendo tão rápido.

— Esperamos 10 anos para vivermos a nossa história.

— É verdade. Seria uma erro não aproveitar. – Pensou alto.

— É o que eu acho.

— Edward, estou indo embora. – Jasper apareceu da porta para se despedir.

— Eu também. Pode me dar uma carona, Jas? Eu ainda gostaria de falar com você. – Pressentindo algo ali, Edward a puxou para mais perto novamente.

— Não precisa agradecê-lo mais.

— É claro que preciso, mas não se trata apenas disso. – Bella o beijou rapidamente e se afastou. – Até amanhã. – Fechou a porta deixando um Edward boquiaberto.

— Sobre o que quer falar? – Jasper era sempre muito direto e Bella já se acostumava com aquilo.

— Alice, a minha amiga.

— Eu sei quem ela é. – Disse sério.

— Está interessada em você. Talvez vocês pudessem sair, se não tiver uma namorada.

— Hmmm. – Foi o único som que ouviu saindo dos seus lábios por quase um minuto.

— Não pode dizer se pelo menos irá pensar? – Ainda nada, mas aprendeu que não significava que ele não estivesse considerando. – Fiquei feliz quando ela demonstrou esse interesse por você. Acho você incrível e talvez por ser tão centrado, seja o melhor para ela.

— Sabe que não sou um modelo.

— Ninguém aqui é. – Deu de ombros.

— Não tenho namorada. – Respondeu sem olhá-la. – Vou pensar sobre sair com ela.

— Ótimo!

***

— Diga de novo. – Edward estava de pé na frente do irmão, pronto para absorver completamente as palavras que diria.

— Bella pediu que eu viesse busca-lo, porque está preparando tudo para recebe-lo em casa.

 Edward pôs as duas mãos sobrepostas na altura do peito e girou olhando para o teto com ar sonhador. O exagero fez Jasper girar sob os calcanhares e sair.

— Espere! – Pediu vendo o irmão indo embora. – Era sobre isso que ela queria falar ontem? – Perguntou ganhando os corredores do hospital.

— Também.

— Claro, deve ter agradecido mais uma vez. – Pensou.

— Também.

— Então teve mais? – Deteve o irmão segurando o seu ombro.

— Não foi nada que precise se preocupar.

— Jasper. – Edward queria saber mesmo assim.

— Bella só queria me falar sobre a Alice. Parece que ela aprova uma aproximação entre nós dois. – Edward teve que rir com o que ouviu. Ninguém além dos irmão havia ousado falar sobre a vida romântica do Jas, ainda mais sugerir uma pessoa.

— Desculpe. – Pigarreou contendo o riso. – E o que respondeu? – Imaginou que não havia tido resposta ou a resposta teria sido curta e grossa.

— Que iria pensar. – Aproveitando o momento de inércia do irmão, Jasper continuou caminhando para fora do hospital.

— Espere! – Edward chamou-o mais uma vez quando ele já desaparecia. – Isso é... Como a Bella conseguiu pelo menos considerasse a ideia?

— Ela só me pediu.

Edward estava intrigado, mas gostava do relacionamento que estava sendo alimentado entre a sua namorada e seus irmãos. Antes, eram indiferentes, depois se tornaram páreas e agora passaram a ser amigos. Era mais do que arriscou imaginar, por isso sorria enquanto era levado para a casa em que dividiria com a mulher que amava.

Foi no meio do percurso que começou a sentir uma certa euforia que iniciava não de tudo o que andou pensando viver com a Bella nos próximos dias, não da família que gostava da sua namorada, excetos seus pais que ainda mantinham um pé atrás, mas sabia que seria por pouco tempo. Aquela euforia vinha da irmã. Claro, só podia se tratar disso e de uma festa surpresa que estava organizando.

— Rosie convenceu a Bella dessa festa? – Jaspe estalou a língua e sorriu de lado.

— Achei até que demorou.

— Estava distraído. – Admitiu.

— Na verdade, elas estão se dando tão bem que pensaram nisso ao mesmo tempo. Talvez estejam desenvolvendo o seu próprio poder de irmãs agora.

— Sim, não duvido, já que parece ter um poder de irmãos entre vocês dois. Coisa que nunca conseguimos.

— Se continuar assim, pensarão que tem ciúmes de nós dois.

— Talvez um pouco. – Falou baixo. – Bella baba por você.

— Também a acho linda.

— O que?!  - Virou para o irmão completamente estupefato.

— É platônico. – Deu de ombros.

— Vocês querem me deixar doido. – Resmungou baixinho.

Mesmo com os móveis afastados, a sala de Bella estava apinhada com tanta gente. Havia um cartaz de boas-vindas e até um bolo. Seus pais estavam lá e foram os primeiros a abraça-lo. Esme ainda não estava muito convencida, mas aceitou o seu pedido de ficar a casa da Bella. James e Victória de mãos dadas lhe desejaram melhoras. Emmett e Rosie se aproximaram quando Alice se afastou depois de cumprimenta-lo para ir falar com o Jasper que estava próximo a janela.

— Eu demorei para perceber. – Edward disse para a Rosie, mas estendeu o braço para que Bella visse até ele.

— Também demorei para perceber. – Rosie enlaçou o braço do Emmett e se aconchegou nele. – Acho que precisaremos fazer uma outra festa em seguida.

— É? E porquê? – Emmett perguntou.

— Porque o Ed e a Bella irão casar.

Era tarde demais para ele tentar impedi-la e a sua mãe, é claro, ouviu. Esme ficou pálida de repente e pensou que talvez a surpresa tenha sido demais.


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