10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!!!
Como está sendo o domingo de vocês???
Espero que bem.
Acabei de escrever esse capítulo e vim logo postar.
Sei que saímos totalmente da programação original, mas tentarei postar pelo menos 1 por semana.
Amando como sempre os comentários.
Leio cada um deles e tento responder cada um.
Aproveitem a leitura e me digam o que acharam depois.
Beijos!



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— Aceita casar comigo?

Edward ouviu, mas pensou estar alucinando. Imóvel, permanecia sentado no sofá. Por dentro, sentia-se debater-se em paredes invisíveis com a sensação de angustia crescente. A única coisa racional que pensava era: “Porque inferno estou me sentindo assim? Não deveria estar exagerando. Já havia decidido superá-la. Superaria.”

Durante todo o tempo que a ouvia com o cretino do seu ex amigo, se é que um dia o Alec o considerou realmente um amigo, percebia que chegava a todo momento a um certo limite interno. Cada vez mais tenso e desconfortável, percebia como que um vulcão adormecido finalmente decidido voltar à ativa, dentro dele, lá no fundo, algo estava emergindo.

Todos ali pareciam ter certeza de que Isabella estava apenas atuando, querendo tirar informações do Alec, mas às vezes se pegava imaginando se não era mesmo aquilo que a sua ex-namorada queria de fato. Ser amável e receptiva com o Alec como sempre havia sido.

“Não somos mesmo santos, Bella. Você traiu o namorado na época e então envolveu-o novamente quando o beijou, foi um pouco cruel com ele, ser usado para me fazer ciúmes o homem que roubou a sua namorada.” Fora cruelmente usado mesmo e temia que mais uma vez ela estivesse fazendo aquilo. Estava tão irado quando ouviu aquelas palavras que sem perceber quebrou um copo que estava em suas mãos. Era o tamanho do seu descontrole, a proporção de como era afetado por ela.

“Aceita casar comigo?” Agora aquilo, depois de tudo que foi dito, do que ouviu daqueles dois. Eles além de tudo, iriam casar e ficar juntos para sempre? E de vez em quando iriam lembrar do trouxa e rirem? Precisa respirar e pensar...

— Você precisa responder, Bella. – James falou cortando o silêncio de todos. – Precisa dizer alguma coisa. Veja, não precisa aceitar, pode dizer que precisa pensar. Vocês acabaram de voltar...

Edward só conseguiu pensar que provavelmente não era aquilo que ela queria. Apesar de tudo, Isabella o amou e talvez o amasse ainda, poderia muito bem querer casar-se.

— Diga que aceita. – Victória aproximou-se do microfone para dizer. Todos olharam para ela rapidamente, chocados e falando ao mesmo tempo.

Edward, quase paralisado com a atitude da amiga, lentamente mirou seu olhar nela que retribuiu confiante.

— O que?! – Bella a respondeu por impulso.

— Eu sei que peguei você de surpresa, já que seria apenas um encontro de reconciliação, mas já estava planejando fazer o pedido. – A sua mãe havia sugerido e pensando um pouco, ele achou que era o certo.

— Do-do que está falando? – Bella perguntava trêmula para Victória ao mesmo tempo que piscava repetidas vezes em direção ao Alec em sua frente que sorria tranquilamente.

— Estou sendo esperto, querida. – Disse dando de ombros. – Estou tentando tornar o nosso relacionamento mais estável e confiável. Jamais quero passar por algo que passamos novamente.

— Aceite. – Victória repetiu. - Eles acabou de dizer, tornar o relacionamento mais estável e confiável. Será uma boa tê-lo acreditando nisso.

Edward sem perceber apertou com força a sua mão machucada e só notou quando a irmã sentou ao seu lado e tocou de leve na ferida.

— Ela deve fazer isso. – Victória justificava olhando diretamente para ele que ainda se mantinha imóvel, maxilares rangendo um pouco.  

— Não precisa realmente ser a noiva dele, Bella. – James voltou a falar, ignorando Victória. Estava mais preocupado com o bem estar de sua informante. – Não se precipite.

— Acho que a peguei mesmo de surpresa. Não precisa ficar tão pálida, querida. – Alec segurou as suas mãos por sobre a mesa e as acariciou. Bella estremeceu ainda mais.

 - De fato... – Soltou o ar pesadamente. Precisava ganhar tempo para pensar na melhor maneira de agir. Seus cúmplices estavam se dividindo na resolução daquele problema, deixando-a extremamente ansiosa. Mesmo quando estavam namorando, nunca havia pensado em dar esse passo no relacionamento. Agora, quando ela estava abrindo os olhos, apenas fingindo, tinha que lidar com aquilo.

— Está tremula. – Alec constatou. – Te aterroriza tanto a ideia de dividir a sua vida comigo?

Precisava pensar, pensar... A certeza que tinha era que Alec novamente a estava manipulando, ou tentando com toda aquela pompa de encontro perfeito, sendo extremamente carinhoso como antes e com a sua cartada final, aquele pedido. Talvez... se ele achasse realmente que estava conseguindo envolve-la novamente, ele diria muito mais sobre a sua família e si mesmo.

— Bella. – James chamou o seu nome e Edward já irritado rangeu os dentes. – Controle-se, respire fundo. – Sem perceber, ela respirou fundo. – Diga que precisa pensar. Repita comigo: Alec...

— Alec... – Bella quase sussurrou a sua frente.

— Isso foi tão inesperado.

— Isso foi tão inesperado.

— Acabamos de nos reconciliar.

— Acabamos de nos reconciliar... – Bella cada vez voltava a ter confiança e falava com mais convicção.

— O que temos é maravilhoso e por isso estou honrada com o pedido.

— O que temos é maravilhoso e por isso estou honrada com o pedido. – Alec lhe beijou a mão agradecido.

— Mas preciso pensar um pouco.

— Não preciso pensar. – Bella saiu totalmente do scipt elaborado por James e o chocou, a todos no apartamento.

— Bella, espere. – James percebeu o que ela faria em seguida.

Victória sorriu ligeiramente, estava mudando toda a visão que tinha sobre aquela garota.

— Embora tenhamos tido um momento intenso e conturbado, sempre pude contar com você. Alec, eu aceito ser a sua esposa.

— Oh! – Com brilhos nos olhos, sorria e beijava repetidas vezes as mãos de Bella. – Você me fez muito feliz, querida. – Alec só parou de beijá-la para desfazer o laço que prendia o anel de brilhantes da caneca de Cake Pops. Novamente pegando uma de suas mãos, ele pôs o anel lentamente como que saboreando. – Serei o melhor marido que posso.

— Eu sei. – Ela sabia que o que ele podia, era o que não queria de forma alguma, mas teve que sorrir feliz olhando para o anel como que admirando.

— Me mantenham informado apenas sobre as questões dos podres desses cretinos. – Edward soltou caminhando para o quarto em largos passos sem olhar para nada e ninguém.

Bella o ouviu, mordeu o lábio com o coração apertando. Talvez nunca seria perdoada por Edward, talvez nada que pudesse fazer mudaria a forma com que ele a enxergava. No entanto, tinha que fazer o seu melhor para garantir que ele e todos que já foram prejudicados pelos Volturi, pudessem ter justiça.

Edward trocou de roupa e saiu. Todos ainda monitoravam o encontro dos recém noivos. Rose não ousou perguntar para onde ele iria, mas sentia que era o que ele precisava. Quando se acalmasse veria os pontos positivos daquele acontecimento. Talvez, se apaixonasse ainda mais por Isabella.

— Será exatamente como quiser, meu único desejo, quero que seja o mais rápido possível.

— Porque a pressa? – Bella questionou.

— Claro que eu teria pressa em viver contigo todos os dias. Acordar e dormir juntos todos os dias. Tê-la ao meu alcance com muito mais facilidade.

— Mesmo assim... Não precisamos apressar as coisas.

— Querida, assim que a minha mãe souber, estará mais eufórica e verá que esse casamento se realizará em um piscar de olhos. – Bella estava chocada, pois era verdade. A sua cabeça voltou a doer com força e se sentiu zonza. Onde ela estava mesmo se metendo? - Qual o problema? – Alec percebeu a sua mudança.

— Família esquisita. – Victória soltou.

— Muito. – James concordou.

— A dor de cabeça voltou. – Bella respondeu a Alec.

— Vamos pra casa descansar. – Alec pediu que o Chef retornasse e despediu-se feliz. Ele os cumprimentou pelo noivado e retornaram ao carro. Bella segurava os Cake Pops em suas mãos. Pouco interagiu nas conversas de Alec, apenas escutava e concordava vez ou outra. – Que pena que a Alice não está bem hoje, de todos os dias... Parece até que foi combinado.

— Imagina. Quem ficaria doente de propósito? – Bella sorriu sem graça.

— Apenas queria passar um tempo maior juntos. – Deu de ombros. – Queria poder dormir com a minha noiva principalmente neste dia. - Bella remexeu-se no banco inquieta no mesmo momento em que ele estacionou na frente do seu prédio.

Alec estava prestes a tirar o sinto quando ela tocou em seu ombro.

— Não se incomode. Posso subir sozinha.

— Mas não seria tão romântico. Acabamos de ficar noivos e não passaremos nem a noite juntos. Tenho que pelo menos leva-la até a porta do seu apartamento. – Bella assentiu e seguiram de mãos dadas até lá.

Alec a beijou longamente diante da sua porta. Aproveitou o pequeno momento para acaricia-la um pouco, sentindo as curvas que tanto o deixou com saudades naquelas longas semanas.

— Ah... Como eu queria fazer amor com você. – Disse em seu ouvido. – Você está tão incrível hoje.  

— Teremos todo o tempo do mundo. – Bella o afastou delicadamente. Agradecia por Edward não estar ouvindo as palavras de Alec ditas com tanto desejo.

— Sim, teremos. Será cada vez mais minha, Bella. Não tem como fugir.

— Porque está dizendo essas coisas?

— Estou sendo apenas romântico e sonhador. Não é o normal de um homem apaixonado? – Mas Bella sentiu algo por debaixo daquelas palavras, algo nada bom.

— Tenho que entrar agora.

— Tudo bem. – Mas invés de se afastar, ele a grudou na parede e a beijou com desejo. – Até amanhã, virei te buscar. Aproveitamos e dizemos as meus pais sobre o nosso noivado. Alistair vai adorar. – Ele soltou um beijo e se afastou.

Bella suspirou fundo e entrou no apartamento. Foi surpreendida com uma Alice diante de si pulando ansiosamente.

— Ai, Alie! Você me assustou! – Pôs a mão em seu peito e o percebeu acelerado.

— Estava aqui em um estado de nervosos horroroso até notar que vocês estavam aí fora. Fiquei feliz quando vi que as coisas pareciam sob controle e ao mesmo tempo queria te tirar dos braços dele. Bella, não imagino como pôde estar se sentindo tendo que representar quando sabe das coisas que ele tem feito.

— Respira, Alie. – Bella pediu quando ela parou de falar tão apressadamente. A sua amiga pareceu perceber que realmente precisava respirar e começou a inalar e exalar profundamente algumas vezes. – Melhor?

— Sim.

— Está tudo sob controle. Contarei tudo o que aconteceu, mas preciso de um tempo.

— Sim. – Alice respondeu contida.

— James? – Bella chamou pelo policial e esperou a sua resposta.

— Estou aqui. Torres está verificando se o Alec saiu mesmo do prédio. Mas Bella, você foi bem, muito bem. Não precisava aceitar o pedido...

— Eu considerei tudo o que pude nos poucos minutos que tive e tudo me levava a crer que eu deveria aceitar. A Victória tem razão, dessa maneira Alec pode se abrir ainda mais e eu terei mais acesso a família.

— Sei que pensou assim, no entanto, ainda não sabemos o quanto os Volturi podem ser perigosos e estaria exposta a eles ainda mais.

— Quando me chamou para ser a sua informante, pensei que realmente confiasse em mim. Eu posso fazer isso, James. – Bella o ouviu soltando o ar, mas não viu que Rosie e Vic trocaram um olhar e um sorriso cúmplice e de aceitação.

 - Ele foi embora. – Torres disse da janela.

— Estou indo até aí ajudá-la a se livrar do equipamento. – Vic ofereceu-se.

— Não precisa. Vi como fez, posso fazer sozinha. No mais, nos encontraremos amanhã para discutir o que houve e os próximos passos, não é?

— Exato. – James respondeu. – Descanse, você merece.

Bella desligou o equipamento antes de começar a tirá-lo. Alice ajudou-a como pôde enquanto ouvia o relato detalhado sobre o encontro de reconciliação.

— E terminou assim, com um pedido e esse anel chamativo que não entendo ainda como não percebeu. – Bella mostrou o seu dedo com o anel.

— Por favor, diga que não é o óbvio. Que é outra coisa totalmente diferente. – Alice segurou a sua mão bem perto de seus olhos.

— Lamento, mas fui pedida em casamento de uma maneira romântica e manipuladora.

— Você! – Alice lhe deu um tapa na altura do ombro.

— Ai! – Massageou o local atingido fazendo uma careta de dor.

— Porque razão aquele louco teria feito esse pedido tão inesperado e porque razão você aceitou?

— Posso explicar tudo. – Bella falou os motivos, repetindo o que dissera para James e adicionando seus pensamentos no momento.

— Você é... – Alice caminhou para o quarto. – Preciso descansar. – Deixou-a sozinha questionando se Alice se sentiria melhor depois que ela preparasse um lanche para as duas. Mal havia comido no encontro.

***

— Não deveria estar chegando com uma cara melhor depois de ter passado a noite com a Senna? – Rose estava no sofá lendo uma revista.

— Estou perfeitamente bem. – Não tinha combinado sair e encontrar com ela, mas Senna o ligou quando estava dirigindo sem rumo e o chamou. Qualquer coisa valeria para tentar driblar seus pensamentos de Isabella Swan.

— E a mão?

— Logo estará cem por cento. Vou para o quarto.

— Nenhuma pergunta sobre o que aconteceu depois que saiu?

— Está querendo me provocar?

— Se sente assim quando falamos sobre a Isabella? Eu sei que sente. – Rosie deixou a revista de lado e concentrou-se no irmão. – A Senna já não está mais ajudando no processo. Passou a noite com ela pensando em Isabella.

— Você está mesmo me provocando.

— Só estou lendo os sinais, porque se estivesse mesmo aproveitado com a Senna, chegaria como da primeira vez. Não precisa tentar parecer forte quando a mulher que ama acaba de ficar noiva do seu ex amigo que tentou ferrar com você de maneiras diferentes, mesmo que esse noivado seja uma farsa.

— Eu não a amo... Pare, por favor, Rose! Não estou com um pingo de paciência. – Acabou esbravejando.

— Toda vez que é colocado de frente com o que sente de verdade por ela acaba perdendo o controle. Não está na hora de parar para pensar sobre os seus sentimentos?

— Se isso for necessário mesmo farei quando for a hora! – Continuou descontrolado.

— Você está sofrendo.

— Isso é problema meu! – A campainha tocou, mas Edward continuou encarando a irmã completamente irritado, respiração ofegante, estava quase explodindo.

— Pode atender, por favor? – Disse calmamente como se não tivesse provocado o irmão segundos atrás. Edward cerrou os olhos e virou-se para atender a porta.

Ainda agitado com os sentimentos que  estavam reclamando dentro do seu coração, abriu a porta em um rompante assustado Isabella diante dela. Ele mesmo deu um passo para trás quando a viu.

Parecendo desconfortável, ela coçou a nuca e olhou para baixo, viu então a mão machucada, enfaixada. Sentiu uma pontada no coração, queria tocá-lo e ver se sentia dor. Talvez perguntar como estava...

— Por tudo o que é mais sagrado o que faz aqui? – Ele estava irritado com a sua presença ali? Sentiu que sua força de vontade esvaiu-se.

— Eu... – Viu que ela mordia o lábio inferior. Cada vez mais ela parecia a garota por quem se apaixonou no passado, cada vez mais sentia vontade de parar e observá-la. Mas aquilo não estava nos planos, não mesmo. Isabella poderia parecer no início muito amável, mas acabava traindo. – A Rose... – Não conseguia formar qualquer que fosse a frase.

— Ah, você chegou? – Edward olhou para a irmã ainda sentada no sofá esticando o pescoço para vê-los na porta e fez uma careta para ela percebendo que aquilo só podia ser algum tipo de teste que estaria fazendo, mas não cairia naquela.

— Que seja. – Edward entrou e sumiu das vistas das duas.

— Entre! – Rose pareceu animada e Bella ainda sem jeito entrou no apartamento.


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