10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Olá!
O capítulo de sexta não aconteceu, mas espero que este compense.
Beijos!



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Edward olhava ainda para a porta em que a irmã havia saído minutos atrás. Não conseguia conceber a ideia de Isabella estar investigando por conta própria a ponto de descobrir sobre um dos capangas que o surraram no outro dia.
— Eu não a quero nisso. – Foi o que disse depois de Rose lhe contar sobre a conversa com Isabella.
— Mas porquê?
— Não quero dever nada a ela e não confio nela. – Edward virou as costas para os dois e balançou negativamente a cabeça. – Não podemos saber o que esperar dela, já que a sua lealdade esteve com o Alec durante todo esse tempo. – O fato de não encará-los ao dizer aquelas palavras duras e de desconfiança, estava mais ligado ao fato dele não querer lá no fundo que estivesse certo. Não queria ainda mais se frustrar e ter o coração despedaçado novamente por Isabella.
Rosie observava como o irmão reagia a Isabella. Notava ansiedade, mágoa, frustração e mesmo que ele tentasse de todas as formas esconder por trás da agressividade e do afastamento, um sentimento amoroso permanecia, por isso tanta tristeza.
— Não está enxergando bem, irmãozinho. – Tentou contornar a situação.
— Mas o que deu em vocês? Em você, Rosie! – Se virou tento o corpo apenas tensão.
— Você queria a sua vingança. Isabella só está ajudando. O que é uma ótima ideia ter um agente duplo na situação. A melhor maneira de afundar um barco, é de dentro. – Emmett falou.
— Ela pode ser o agente duplo, mas deve estar agindo para ele. Quer afundar o nosso barco.
— Não está ouvindo a sua irmã. Rosalie tem motivos para acreditar que ela está disposta a nos ajudar.
— Ajudar você. – Rosie frisou e Edward ergueu as sobrancelhas. – É isso mesmo, a mimadinha está arrependida... E está sendo uma garota muito inteligente e corajosa. Ainda não dá para confiar nela 100%, mas estou dando esse voto de confiança por tudo o que ela esteve fazendo.
Edward teve que engolir a sua desconfiança e desagrado com o fato da irmã ter envolvido Isabella nos seus assuntos. No entanto, se ele ajudasse no progresso, seria uma boa coisa. Ainda não estava de todo convencido quando a irmã avisou que estaria indo para casa de Isabella, pois ela havia solicitado uma reunião.
— Isso é inacreditável... – Resmungou.
— Precisa ficar aqui. Te digo tudo o que falaremos lá.
— Eu acho que está muito errado. Eu deveria participar disso. – Apontou para si mesmo.
— Você não pensa direito quando está perto dela. Vira um bobo.
— Bobo? – Rosie sabia muito bem que ele odiava ser chamado de bobo e falou de propósito para fazê-lo acordar.
— Enquanto a mim? Não precisa de mim?
— Melhor não, grandão. Já estarei chamando a Vic. – Rosie anunciou.
— Como é que é? Como posso estar sendo expulso da minha própria vingança?
— Eu já disse o motivo. – Disse séria. – Fiquem aqui. – Rosie bateu a porta quando saiu e ele estava ali mesmo depois de Emmett começar a fazer chamada de vídeo com o Jasper.
Rosalie queria ser a primeira a chegar, pois queria conversar a sós com Isabella. Foi atendida educadamente daquela vez, se sentiu já familiarizada com o ambiente e sentou-se sendo seguida pela dona da casa.
— Vim cedo, pois quero te dizer algo.
— Diga. – Bella não conseguiu não ficar tensa.
— Chamei a Vic também, sei que é a sua casa e a sua reunião, mas ela está por dentro de parte de toda a coisa. Caso não queira que ela venha, eu desmarco com ela. No entanto, ela seria bem importante por saber como agir em muitos momentos.
— Está me pedindo permissão para a Vic estar presente? – Mal acreditava.
— Sim.
— Não sei se gosto muito dela.
— Não estamos aqui porque nos gostamos, mas porque temos um objetivo em comum. – Tornou Rosalie. – Só espero que pense bem. Também quer saber a verdade e ela seria uma boa pessoa para estar nos ajudando.
— Tudo bem. – Bella respirou profundamente. – Tudo bem. – Repetiu para si mesma.
— Agradeço muito, Isabella. Será bom para todos nós e vamos trabalhar bem juntas. – Ela repetiu aquilo, talvez querendo mesmo se convencer. Bella não saberia dizer.
Minutos mais tarde, Alice chegou e Isabella já havia contato para a Rosalie sobre o encontro no dia seguinte e teve que repetir para a amiga que estava profundamente compadecida por Bella estar na presença de Alec fingindo que o perdoava.
James foi o seguinte, estava um pouco inquieto com o seu migo Torres do lado que afirmava não gostar de infiltrar pessoas nos casos, mas que ajudaria a proteger Bella de qualquer perigo iminente. Victória apareceu, linda em seu jeans lavado e bata branca. Bella jurou que pôde ouvir um suspiro saindo dos lábios de James e o olhou surpresa. O que aquela garota tinha que todos os homens caiam na dela?
Encarou Victória sentada em sua sala, seus olhos se encontraram e as duas sustentaram o olhar. De repente Bella sentiu o silêncio constrangedor na sala, todos os outros tinham notado a animosidade das duas. James pigarreou e gaguejou pouco antes de começar.
— Di-disse que todas essas pessoas estão envolvidas com questões do Volturi e estão investigando também?
— Sim. A Rosalie é a irmã da pessoa que contratou a Victória para investigar. – Bella respondeu torcendo um pouco o lábio ao falar da Victória e citar o Edward na mesma frase.
— Por isso eu a via sempre? – James olhou ainda mais admirado para a ruiva.
— Faço trabalhos por fora. Investigação pessoal. – Victoria não queria falar muito sobre ela. Anda mais quando o policial a sua frente a olhava com tanto interesse e ela mesma sentia-se nervosa com aquilo. Porque estaria nervosa?
— Entendo...
— Ter muitas pessoas assim parece totalmente fora do padrão. – Torres expos seu pensamento.
— Mas ela é uma profissional e pode ajudar. – James se pôs a favor da Victória. – O seu irmão é o Edward Cullen? – Perguntou a Rosalie.
— Sim.
— O caso daquela noite...
— Exatamente. – Rosalie respondeu. – Meu irmãozinho contratou a Vic porque já foi vítima da família Volturi.
— Se vamos trabalhar juntos, tem que me contar tudo o que sabem. – Pediu o James sentindo que havia muito mais ali.
— Antiga policial? – Torres perguntou para Victória.
— Sim. – Foi curta propositadamente. James pigarreou novamente. Estaria com a garganta tão seca?
— O que tem para nós, Bella? – Victória e Rosalie olharam para ele sugestivamente ao ouvi-lo chamar a garota pelo apelido de maneira intima.
— Fiz como combinado. Ele entrou em contato hoje e marcamos de sair amanhã. Também vou daqui a dois dias na casa dos pais dele no extremo da cidade. O que sugere agora?
— Tem que garantir a confiança dele novamente e da família. Como era o seu relacionamento com os pais dele?
— Não nos víamos muito porque eles moram um pouco distante daqui, mas sempre foram atenciosos e gentis. Bem... Tem algumas peculiaridades como acredito que toda a família tem...
— Tipo o que?
— Chelsea pro exemplo, não está envolvida em nenhum tipo de trabalho, mas algumas vezes já a vi tendo reuniões no escritório de sua casa... As pessoas com quem conversa sempre são muito discretas e acho que nunca consegui ver o rosto de alguém.
— Porque eles devem não querer ser vistos. – Victória disse.
— Ela também parece dar a última palavra em algumas questões da empresa. – Todos a ouviam atentamente. – Mesmo gostando da empresa e até ido algumas vezes com o pai, Alec desistiu de seguir os passos da família. Teve uma leve tensão na época, mas a mãe o liberou.
— Porque não começa perguntando sobre isso para ele? – Victoria sugeriu.
— Talvez ele tenha sabido de algo que não gostou e não quis se envolver. – James completou. – A empresa deve estar envolvida também. Mas precisaríamos ouvi-lo dizer algo comprometedor... Se o encontro é amanhã não dará tempo para ser liberado aparelhos de escutar, ainda mais que acho que estamos sendo boicotados...
— Eu posso resolver isso. Tenho o aparelho.
— Como? – James perguntou a Victória.
— Tenho meus meios.
Todos a partir de então exporiam o que haviam descoberto e viram que tudo se conectava. Além de se concentrarem nos Volturi, poderiam também descobrir mais sobre a Empréstimos Yin Yang. Começava a nascer o formato de um plano e eles estavam animados.
No dia seguinte, Rosalie voltou ao apartamento de Bella e junto com Victória pôs um minúsculo microfone que captaria a conversa dos dois.
— James estará escutando também?
— Sim, todos nós. – Confirmou Victória.
— Onde ficarão? – Bella não queria fazer a pergunta direta. Não queria dar o braço torcer que estava preocupada em Edward ouvir aquilo tudo, já que a Rosalie havia dito que contou para ele, mas o fez ficar em casa no dia anterior quando tiveram a reunião.
— No nosso apartamento. – Rosalie a olhou nos olhos com compreensão o que foi novidade para Bella. – Ele quer escutar, é dele a vingança.
— Já foi além de vingança. Isso é por justiça a tudo o que eles estão fazendo. – Era a verdade, sentia aquilo, mas estava muito mais preocupada em Edward ouvi-la falando carinhosamente com o Alec. – Talvez somente a Victória, o James e o Torres possam acompanhar a conversa já que são profissionais.
— Edward não vai deixar de ouvir o Alec. – Victória parecia conhece-lo, o que irritou Bella.
— Fica calma, sabe como deve levar a conversa, não é? Seduza-o, faça o que fazia antes. E converse com ele. – Rosalie disse tranquila.
— Há coisas que ele não diz. – Admitiu Bella.
— Seduza-o mais e faça-o falar.
— Vocês não conhecem o Alec. Bella terá um longo caminho a percorrer. – Alice que estava alheia apenas ouvindo, resolveu falar. Tinha ido ajudar a amiga a se arrumar e ficaria no apartamento até que ela voltasse.
— Isso é verdade. Talvez não consiga tirar nada dele hoje. – Confessou um pouco desanimada. De quantos encontros teria que fazer parte até que tivessem alguma pista?
— Vamos arriscar. Tudo pode acontecer. – Rosalie tentou parecer animada.
Elas foram embora, lá estava o James, Torres, Edward e Emmett. Victória e James arrumaram juntos o equipamento de escuta, Edward permaneceu quieto demais para Rosie. Emmett estava visivelmente curioso, assim como a sua namorada.
— Bella, está me ouvindo? – Agora foi o Edward que olhou surpreso para o policial Kovacs ao se referir a ela tão intimamente.
— Ah, sim... – A voz parecia incerta. Bella sabia que Edward a estava escutando também.
— Mas uma vez, permaneça calma e aja como agia antes. Faça as perguntas quando sentir confiança.
— Entendido. – Respondeu a voz do outro lado.
— Estarei aqui, não se preocupe. – Edward estava ouvindo o policial e sentiu uma pontada desagradável no peito e uma irritação crescente.
— Edward. – Rosie o chamou a si quando percebeu o estado de espirito do irmão que olhava insistentemente para o policial.
— O que? – Disse mal humorado para a irmã.
— Porque não sai com a Senna e nos deixa fazer isso? Ela não estava querendo sair?
— Porque quer me ver distante? – Perguntou percebendo intenções não reveladas.
— Para o seu bem. – Disse sem querer revelar muito.
— Como? – Ele parou um pouco e percebeu do que se tratava. – Deixa disso, Rosie. Acha que ouvi-los juntos vai me afetar? Não estou mais nessa. – Mas a sua irritação era perceptível até para os policias que não o conheciam.
— Tudo bem.
Bella estava do outro lado e conseguiu ouvir os irmãos conversando. Ficou um pouco atordoada quando ouviu a Rosalie falar sobre uma tal Senna. Quem seria essa pessoa e porque sairia com o Edward? Edward estaria se encontrando com alguém?
Seu coração que antes estava acelerado, descompassou completamente. Foi até a cozinha o bebeu um copo enorme com água. Mas ainda sentia a boca seca.
— Qual o problema?
— Nada. – Falou para a Alice que a observava.
— Ainda dá tempo de desistir.
— Não dá para desistir. – Falou baixo querendo que Edward não escutasse aquela conversa o que era impossível já que tinha um microfone em sua roupa.
— É claro que dá! – Mesmo chateada, Alice acompanhou o tom mais baixo de Bella. – Manda mensagem para o Alec e desmarca isso.
— Não me desmotiva, Alie.
— Alec estava te seguindo, como sabe se ele já não sabe dos policiais e de todos vocês? – Bella se arrepiou com a possibilidade. – Viu, está com medo também.
— Porque está me apavorando falando essas coisas.
— São verdades que parece que vocês esqueceram.
— Disse que estava do meu lado. – Bella quase choramingou.
— Estou, estou até o final. Não quer dizer que concorde. E não me anima em nada as possibilidades de dar errado. Não quero ver você sofrer.
— Tudo bem, Alie. Acalme-se. – Bella abraçou a amiga e a acariciou nas costas. Sentiu o coração de Alice disparado, ela estava mesmo com medo. – Vai dar tudo certo. Estamos bem e eu não vou fazer nada errado.
No apartamento do prédio vizinho, todos ouviam o dialogo das amigas. Rosalie estava preocupada também, sabia que havia possibilidade de erros e não queria que algo extremamente ruim acontecesse. Victória e os policiais estavam atentos. Torres diante da janela olhava em direção ao apartamento de Bella.
— Vocês tem uma boa visão da entrada e do apartamento dela. – Bella havia deixado todas as cortinas abertas. Ela ouviu a voz de Torres distante, mas muito bem.
Rosalie olhou para o irmão que engolia em seco diante daquela conversa. Edward estava presenciando a humanidade de Bella como ela presenciou em outros momentos. Ali não estava a garota mimada e egoísta, mas alguém que queria fazer algo certo, estava se empenhando, se arriscando, mas ainda podia consolar a melhor amiga, como a Alice mesma deixou claro. Qual seria o impacto disto em seu irmão?
Emmet passou um braço por sua cintura, vendo que a namorada estava apreensiva. Depositou o queixo no seu ombro. Rosie encostou a sua cabeça na dele. Estava se sentindo melhor agora, ali tão perto do Emm. Ele era muito positivo, sabia que lhe falaria algo.
— Isabella é inteligente e como você disse corajosa. – Disse em seu ouvido. – Estamos todos aqui também de olho. Não vai dar errado. – Rosie sorriu para as palavras otimistas dele.
— Ele chegou. – Torres avisou para James. – Estacionou o carro.
— Bella, o Alec chegou. Mantenha a calma. – James pediu e Edward novamente se sentiu incomodado pela forma com que ele se referia a Isabella. Qual era a relação desses dois?
— Sim, James. – Como é que é? Ele tinha ouvido bem? Isabella o chamou pelo primeiro nome? – Alie, o Alec chegou, então vamos fazer como combinamos. – Bella soltou a amiga de seus braços e Alice assentiu tentando ser confiante.
Alice sentou-se com as pernas em cima do sofá com algumas almofadas, um cobertor sobre as pernas e pegou um livro abrindo-o em qualquer página. O objetivo era parecer confortável, mas um pouco adoentada. Assim, Bella teria porque voltar mais cedo para casa e evitar que ele pensasse em algo mais do que um simples encontro.
A campainha soou pelo apartamento. As amigas trocaram olhares cúmplices e positivos e Bella foi abrir a porta. Seu rosto era tranquilo, mas por dentro ela estava agitada. Alec estava muito atraente, ela não poderia negar. Com suas botas coturno marrons, calça jeans rasgada, blusa branca e blazer azul escuro.
Bella também estava produzida para impressionar, com seu vestido verde liso super curto, um cinto preto extremamente grosso marcando a sua cintura, jaqueta preta e uma sandália prateada de salto altíssimo.
— Oh, meu... – Alec parou olhando-a com a boca aberta. Bella passou a mão pelos cabelos colocando-os para um lado. Foi extremamente sensual para Alec que sentia a falta dela. – Você é a mulher mais linda que eu já vi. – Bella sorriu convencida, mas não estava gostando de representar. Na verdade, já queria finalizar a noite ali mesmo.
— Espero que seja mesmo. Alie, estamos indo. – Bella virou um pouco para falar com a amiga.
— Ah, sim. Olá, Alec. – Ela sorriu sem jeito do sofá para o chefe.
— Não melhorou? – Alec falou de onde estava. Bella havia mencionado que a amiga estava em seu apartamento um pouco resfriada e que dormiria lá.
— Melhorando aos pouco. Tenham um bom encontro.
— Teremos. – Alec parecia decidido.
Torres olhava a movimentação no apartamento da rua a frente. Agora todos estavam quietos ouvindo. Edward ainda extremamente quieto, parecia nem respirar. Enquanto Alec e Bella caminhavam em direção ao elevador, ele segurou a sua mão. Quase recuou, mas respirou fundo e deixou que ele continuasse. Alice largou o livro de qualquer jeito e deitou-se completamente no sofá, meio resmungando meio em prece. Seria uma longa noite para todos.

 


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