Fevereiro 2019, Toscana Itália

Pov Bella.

Acordei com toque suave daquela mãozinha gordinha em meus cabelos, abri os olhos e percebi que ela ainda dormia, sorri admirando aqueles cabelos ruivos dela espalhados no travesseiro.

Sophie! Esse era o nome dela, o amor da minha vida, um presente de Deus que me fez entender o verdadeiro significado de amor incondicional, por ela eu mataria e morreria.

Ela se mexeu abrindo os olhos e sorriu percebendo que estava na minha cama, ela estava com 4 anos e resistia em dormir na caminha dela, mas eu não via problema em ela ficar comigo ali.

—Mamãe! Disse ela preguiçosa.

—Bom dia filha! Hoje mamãe vai ficar o dia todo com você!

Ela sorriu se agarrando mais em mim, ela tinha os olhos verdes e o cabelo ruivo do pai, era uma luz na minha vida, ela fechou os olhos e dormiu novamente.

Depois que descobri a gravidez eu fiquei apavorada, quando contei pra meus pais eles ficaram um pouco assustados mas me apoiaram e me apoiam até hoje, ainda moro com eles e Sophie é a vida deles agora.

Lembrei do momento que contei pra eles...

>>>Flash back on

Cheguei em casa com exame de sangue que tinha feito apenas pra confirmar o que eu já sabia.

—Pai, mãe! Chamei entrando na sala onde os dois estavam sentados olhando tv, eu sabia que tinha que falar de uma vez só ou perderia a coragem, logo eu não poderia mais esconder.

—O que é isso filha? Meu pai perguntou olhando envelope mas minhas mãos.

—Estou grávida! Soltei a bomba já chorando.

Eles ficaram em silêncio por uns segundos até que meu pai levantou nervoso e eu recuei, nunca tinha levado um tapa se quer dele mas sei que essa notícia pode ser demais pra ele.

—Gravida? Meus Deus Isabella! Nem sabia que você estava namorando! Disse ele nervoso.

—Nem eu! Disse minha mãe com os olhos marejados.

—Você é tão inteligente minha filha! Como foi deixar isso acontecer! Disse meu pai em tom acusador.

—Isabella você tem nos mentido nos últimos meses ? Você esta saindo escondida com alguém? Perguntou minha mãe.

—Desculpa, me perdoem por favor! Eu disse chorando.

—Quem é ele? Meu pai perguntou sério.

Eu não respondi, estava chorando sem parar.

—QUEM É ELE? Meu pai perguntou agora gritando.

—Calma Charlie! Ela vai nos contar tudo! Minha mãe disse.

—Estou esperando Isabella! Disse ele.

—Edward Cullen! Eu disse e meu pai ficou um pimentão, por um momento achei que ele fosse me bater mas descontou a raiva no vaso de flores da mesinha que se espatifou na parede da sala.

—DESGRAÇADO! Disse ele caminhando de um lado pro outro.

Eu tremia, eu já não tinha mais lágrimas, só soluçava.

—Eu te avisei não te avisei? Ele disse.

—Me perdoa pai! Pedi entre soluços.

—Cínicos! Foi isso que você aprendeu com ele? Enganar seus pais? E valeu a pena Isabella? Valeu a pena você trair seus pais pra satisfizer  os caprichos dele?

—Não! Eu disse chorando.

—Porque é exatamente isso que você foi pra ele! Um capricho! Um lembrança de viagem!Ele disse com raiva.

—Eu achei que ele gostava de mim! Eu disse soluçando.

—Se ele tivesse o menor dos sentimentos por você ele estaria aqui agora, ele sabe da gravidez?perguntou ele.

—Ele não sabe! Não nos falamos desde antes de ele ir embora! Eu disse.

—Eu vou atrás dele! Eu tenho todos os dados dele, vou dar a surra que certamente seus pais não deram! Mimado arrogante!

—Por favor pai! Não vai! Eu pedi.

—Você ta defendendo ele? Meu pai disse quase gritando.

—Não! Mas eu não quero mais ve-lo! Por favor não vai atrás dele, ele já me machucou demais!

—E foi por esse homem que você nos enganou? Eu estou muito decepcionado com você minha filha!

—Eu sej! Me perdoa pai! Ele não me quer, nunca me quis de verdade, eu fui burra!Eu disse chorando.

— Eu achei que fossemos amigas filha! Sempre tivemos um diálogo aberto! Disse minha mãe agora chorando.

—Me perdoem! Eu preciso de vocês! Não quero ele perto de mim nunca mais perto de mim! Eu pedi desesperada.

—Nunca vamos te abandonar filha! Acredite, a dor que você que você está sentindo dói o dobro em nós! Disse minha mãe secando minhas lágrimas.

—Nós te amamos filha, enxergamos a maldade onde seus olhos ainda não são treinados! A vida tem muito pra te ensinar e eu não queria que você aprendesse de uma forma tão difícil! Disse meu pai com as lágrimas descendo pelo rosto.

—Eu não queria decepciona-los! Eu sei que vai ser uma vergonha pra vocês! Eu falei pois sabia que certamente o falatório ia der grande quando a barriga aparecesse.

—Isabella minha filha eu não me importo com os outros! Entenda que te criamos pro melhor, não pra um garoto mimado e arrogante como aquele! Ele não merece uma lágrima sua! Agora é vida que segue e você sabe que a partir de agora você tem um compromisso muito grande pela frente! Ele disse sentando ao meu lado no sofá.

—Sei que você vai ser ser uma boa mãe filha, e nos vamos estar aqui com você sempre! Disse minha mãe e ambos me abraçaram, me senti acolhida e amada como sempre fui, e por alguns momentos eu era só a garotinha deles ali precisando de um abraço.

>>Flash back off

Convenci meu pai a não procurarmos o Edward, e ele entendeu meu ponto de vista.
Sophie cresceu rodeada de amor e carinho, meus pais sempre me ajudando na educação dela, me dividi entre a faculdade, estágios e ser mãe, foi puxado mas me formei ano passado e agora tenho mais tempo pra curtir minha pequena.

E agora tenho alguém bem especial em minha vida, Riley Biers, meu noivo, suspirei olhando mais um vez o lindo anel de noivado que ele me deu a duas semanas atrás.

Eu o conheci no hospital de Verona onde trabalhamos juntos a dois anos, primeiro ficamos amigos e a um ano engatamos um namoro, ele é um homem incrível, inteligente, amoroso, responsável e o mais importante pra mim, ama minha filha.

Ele e Sophie foi amor a primeira vista, eu sabia que ela precisava de uma figura paterna, meu pai apesar de todo amor dedicado era o vovô Chalie, e ela sentia falta de um pai .

No último dia dos pais Riley foi comigo a apresentação de dia dos pais e eu me emocionei quando ele ficou ao lado dela quando os pais foram chamados pra participar da brincadeira, a felicidade estampada no rostinho dela me fez ter certeza de que ele era a escolha certa pra nós, eu sabia que seríamos uma família muito feliz.

Meu celular tocou e era Jessica, ela é madrinha da Sophie, continua a mesma tagarela de sempre, casou recentemente com um ex namorado do colegial e está em lua de mel no Havaí, olhei as fotos que ela me mandou e fiquei muito feliz por ela estar tão radiante.

Tomei um banho e logo acordaria Sophie pra aproveitarmos o dia juntas.

Parei em frente ao espelho , tirei o roupão observando minha imagem nua no espelho, minha pélvis agora tinha um pequeno risquinho da cesariana, abaixo do umbigo e em volta dos meus seios haviam pequenas cicatrizes brancas onde minha pele esticou mais do que podia, mas isso não me incomodava, cada marquinha no meu corpo era uma lembrança de que naquele ventre eu tinha gerado meu grande amor, e que meus seios agora um pouco mais volumosos tinha alimentado minha filha dando a ela o melhor alimento que ela podia receber quando nasceu.

Mas a maior mudança com certeza foi interna, hoje eu me sinto segura e finalmente pronta pra seguir adiante ao lado do Riley eu iria reconstruir minha vida e curar meu coração, e por mais sofrido que tenha sido eu não me arrependo pois hoje não sei o que seria da minha vida sem Sophie.

Pov Edward

Achei que tivesse sonhando com alguém puxando minhas cobertas, mas não era um sonho, era minha mãe.

—Levanta dessa cama Edward! Olho que dia lindo! Disse ela abrindo a janela deixando o sol bater bem no meu rosto.

—Mãe eu to de férias! Será que da pra senhora parar de invadir meu apartamento desse jeito! Eu podia estar acompanhando! Eu disse virando pro lado como se fosse possível dormir com ela ali em casa.

—As vagabundas que você trás pra casa nem pra lavarem  um louça! Sua cozinha está uma bagunça! Disse ela irritada.

—A diarista não veio essa semana! Respondi.

—Vou na cozinha preparar um café descente! Sai dessa cama de um vez!

Olhei no relógio e eram 11h da manhã, dormi como uma pedra, era meu quarto dia de férias, depois de 3 anos sem férias por causa de muito trabalho eu tinha finalmente tirado 30 dias pra fazer absolutamente nada! Mas minha mãe parecia ter planos de me perturbar.

Me olhei no espelho e eu estava parecendo um louco, barba por fazer e o cabelo maior que o normal, as olheiras de cansaço ainda estavam presentes.

Eu tinha conseguido um bom cargo como engenheiro chefe em uma multinacional, morava e uma bela cobertura em Nova York, com as mulheres eu andava mais devagar, a tempos eu não transava com ninguém, e pra ser bem realista a ultima vez que transei foi uma bosta, ela tinha cheiro de cigarro na boca e sua voz era irritante, se fosse a um tempo atrás isso não me incomodaria.

Mas ultimamente eu procurava algo mais que  um corpo bonito pra me afundar dentro, meu apetite sexual continuava o mesmo, só que nada parecia ser o que eu procurava.

E fora isso tem a pressão da minha família pra eu me ajeitar na vida, ter uma família, eu só pensava em uma pessoa quando o assunto era esse, Isabella Swan, eu não ousei procura-lá mas andei olhando o perfil dela em uma rede social, era privado e única coisa disponível era uma foto dela em uma Bella paisagem e informações profissionais, ela era formada em medicina agora.
Ela certamente não quer me ver pintado nem de ouro, mas ela povoa meus pensamentos quase que diariamente nos últimos meses, eu nunca pensei que ia dizer isso,as a farra não tem mais graça pra mim,.

Me arrastei pra cozinha onde minha mãe fazia o café.

—Ânimo meu filho! Você ta de férias! Disse ela.

—Hum, preciso de uma semana toda dormindo! Eu disse.

—Eu tenho um convite e não aceito não!

—Hum, fala!

—Vamos pra Verona ma Itália! Não quero viajar sozinha e sei pai tem compromissos inadiáveis semana que vem.

—Ok! Eu topo! Eu disse sem pensar muito, eu precisava de ar puro, mesmo que fosse pra me sufocar mas lembranças que eu tinha dela.

Terminei de arrumar minha mala e procurei numa caixa a única lembrança material que eu tinha dela, um pequeno berloque em forma de lírio que caiu de sua pulseira no dia que brigamos, lembrei do dia em que reparei nesse adereço em seu pulso.

>>Flash back on

Bella estava deitada de bruços e lençol cobria seu corpo da cintura pra baixo, eu passava os dedos na pulseira cheia de pingentes que estava no pulso dela.

—Porque tantos pingentes? Perguntei rindo pois parecia um pouco infantil.

—São berloques, na verdade cada um tem um significado, fui colocando aos poucos, tenho ela desde os 12 anos.

—Hum, deixa me ver, eu disse passando os dedos em cada símbolo, sorte! Eu disse segurando o pequeno trevo dourado, amor! Eu disse passando pro coração dourado com pedrinhas brancas, eram todos bem óbvios, menos o ultimo, uma flor.

—E a flor? Significa a primavera! Eu disse rindo.

—Não seu bobo! É lírio branco! Antigamente foi símbolo da virgindade, por muito tempo,  porque seus estames dourados entre as pétalas brancas lembrariam de alguma forma o “ato” em si. Disse ela meio sem graça.

—Não é só um rostinho bonito, é muita cultura essa menina! Eu disse rindo.

—Ganhei da minha vó quando nasci e depois coloquei aqui! Ela disse passando os dedos delicadamente na flor.

—Então  toda vez que eu ver um lírio vou lembrar desse significado erótico dele! Eu disse subindo a mão por sua perna nua coberta apenas com lençol.

—Você é um pervertido! Ela disse rindo.

—Eu acho que agora essa garotinha não é mais tão pura assim! Eu disse provocando ela com os dedos.

—Hum, Edward para com isso! Eu preciso ir embora! Ela disse manhosa.

>>flash back off

Coloquei aquele pequeno pingente na minha carteira, fechei a mala, eu não estava pensando muito bem no que estava fazendo, mas talvez essa viagem tenha vindo na hora certa!