Red Angel - Lágrimas de um Anjo escrita por Malina Endou


Capítulo 6
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Notas iniciais do capítulo

Oi!

Aqui está mais um capítulo de Red Angel, após BASTANTE tempo xD

Boa leitura!



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Malina

O treinador e o diretor não disseram nada durante o caminho. Nenhum de nós também se atreveu a abrir a boca, continuando a segui-los, parando finalmente junto à porta que dava para a sala de treinos subterrânea.

—A sala de treino? – também achava estranho. Nenhum de nós estava suficientemente apto para treinar a uma altura daquelas.

—Claro! Temos que fazer um treino especial para jogar com a Academia Alius! – claro que nem todos pensávamos da mesma forma que eu e um deles era o Mamoru.

—É. – Tinha as minhas dúvidas que aquilo realmente fosse verdade.

Seguimos os dois adultos para dentro do local. Passamos por toda a zona de treino e mesmo quando o Mamoru queria ir para a baliza, posicionar-se, o treinador acabou por lhe dizer que não seria necessário, que apenas tínhamos de continuar. E mal acabámos de passar todos os aparelhos, o treinador, com um comando, fez com que a parede de metal à nossa frente se abrisse. Foi uma surpresa para todos nós, ainda mais ao vermos um elevador ali dentro. Entramos sem fazer perguntas e começamos a descer. Estavam todos sério, ainda que os do primeiro ano parecessem assustados com toda a situação. O meu irmão estava atrás de mim, segurando-me pelo ombro como forma de proteção. E eu não sabia exatamente o que pensar, tudo aquilo era muito estranho. Foi a primeira vez que vimos um elevador na sala de treinos e que nos levaria sabe-se lá onde. Porém, mal se abriu a porta diante de nós, vimos, ao fundo de uma grande sala, um ecrã gigante e, diante dele, estava o pai da Natsumi.

—Fico feliz que vocês estejam sãos e salvos. – Começamos a entrar naquele espaço enorme, vendo as máquinas à nossa volta, luzes a piscar… Era um cenário novo e estranho e pela cara de todos, a opinião era geral – Escutem, não há tempo a perder. Está claro que essa gente pensa continuar a destruir um instituto atrás do outro, por isso, o nosso dever é reunir a equipa mais forte de todo o planeta antes que seja demasiado tarde.

—Está mesmo a falar a sério?

—A equipa mais forte do planeta? – encarei o Mamoru, antes do Goenji lhe pousar a mão no ombro e sorrir.

—E uma vez formado, terão que derrotar a Academia Alius. – Olhei novamente para o meu primo. Ambos assentimos, sorrindo.

—Senhor Raimon, nós vamos encarregar-nos disso!

—Sim! Nós vamos fazê-lo! – aquilo era maior do que tinha imaginado, mas depois de tudo, não me podia acobardar agora.

—Amigos, vamos a isso! Somos os melhor do país e seremos os melhores do universo! – todos levantamos a mãos – menos o Kidou -, levantando um dedo, simbolizando o número um.

Sem dúvida que seriamos os melhores! Trabalharíamos para isso e iríamos derrotar aqueles extraterrestres e impedi-los de que continuar a espalhar terror por onde passassem, muito menos usando o futebol para isso. Até o meu irmão parecia entusiasmado. Apresentou-se logo aos três adultos diante de nós e todos aprovaram a sua presença na equipa e a contribuição para os jogos com os nossos maiores adversários.

—Terão de partir quando tiverem tudo pronto. Desejo-vos boa sorte. – Foi então que todos paramos de falar com entusiasmo sobre como iríamos jogar da próxima vez que os víssemos.

—Como assim, boa sorte? – o Kazemaru foi o primeiro a questionar – E o senhor?

—Eu não vou. – Claro que todos nós ficamos espantado. Como assim ele não ia? Era o nosso treinador!

—O treinador Hibiki tem que fazer algo que lhe pedi pessoalmente. Trata-se de uma coisa tão importante como enfrentar-se à Academia Alius.

—Mas como assim? Então e nós? Ficaremos novamente sem treinador?

—Senhor Raimon… - o meu primo não era o único a protestar com aquela decisão. Até o Kabeyama e o Kurimatsu se colocaram à frente do treinador com lágrimas no olhos.

—Não… Não quero ficar sem treinador!

—E eu também não!

—Não se preocupem. - Foi nesse instante que ouvimos o elevador chegar novamente e voltamo-nos todos para trás. Quando as portas se abriram, saiu de lá uma jovem mulher de cabelos escuros. Estava bastante séria enquanto olhava para todos nós, mas não deixava de ser lindíssima – Apresento-vos a vossa nova treinadora, Kira Hitomiko. - O espanto foi geral. Nenhum de nós esperava algo assim. Ela era tão nova e nem era uma treinadora conhecida.

—Senhor Raimon… - começou logo por ajeitar o cabelo. Parecia uma mulher confiante – Isto é um pouco dececionante. – Mas já começou mal, principalmente ao passar por nós sem olhar sequer para as nossas caras sem ser pelo canto do olho – Uma coisa é que me diga que a equipa precisa de um treinador e outra é ter de recrutar jogadores por aí. Está-me a dizer que realmente vai confiar o futuro da terra a estas crianças? – aquilo ofendeu – Até porque a Academia Alius já os derrotou uma vez, não?

—Por isso mesmo é que os vos vencer. – Foi aí que se dignou a olhar o mínimo para todos nós, mas ainda de lado, vendo-nos lado a lado e confiantes – Há primeira conseguiram, mas da segunda vez venceremos!

—Vejo que acreditas no que dizes, mas o meu jogo não se parece em nada do que vocês jogaram até agora. – Tornou a balançar o cabelo e voltar-se inteiramente para a equipa, sorrindo – É melhor estarem preparados. – Foi a minha vez de sorrir.

—Estamos mais do que prontos.

Enquanto os adultos começaram uma longa conversa entre eles, todos nós conversávamos uns com os outros sobre toda a situação. Era algo completamente novo e inesperado. Sempre quis jogar futebol com pessoas diferentes, mas não tanto assim! Se era que podia sequer considerá-los pessoas! Foi então que vi o Goenji afastar-se e pedir algo ao treinador, o qual assentiu, antes de o ver caminhar até ao elevador. Não pensei duas vezes e corri até ele.

—Goenji! – voltou-se para mim, surpreso – Vais ver a Yuka?

—Sim. – Vi um doce sorriso aparecer nos lábios – Ela acordou. – Não consegui evitar que um enorme sorriso se estampasse no meu rosto.

—A sério? A Yuka acordou?! – todos os rapazes me ouviram e começaram logo a falar sobre o mesmo - Isso é fantástico!

—Sim, é muito bom! Fico feliz por ti, Goenji! – claro que os nossos companheiros não podiam deixar de ficar felizes por ele.

—Obrigado. Vou vê-la agora. – Encarou-me novamente – Tens alguma ideia do que lhe deva oferecer desta vez? – fiquei surpresa com a pergunta dele, mas também muito feliz. Sentia que valorizava a minha opinião. E antes mesmo de conseguir responder, senti um braço pousar em cima dos meus ombros.

—Por que não a levas contigo? – olhei para o meu irmão, surpresa – Isto é, ela depois vai ter de voltar para casa, porque temos de explicar à nossa mãe o que vai acontecer nos próximos tempos, mas ela pode sempre ir ajudar-te a escolher algo. – Fiquei bastante surpreendida com as palavras dele. Antigamente, se um rapaz se aproximava de mim, quase o expulsava ao pontapé para longe de mim e agora queira deixar-me a sós com o rapaz que eu gostava?

—Claro. É uma boa ideia. – Olhei para o Goenji, sentindo-me corar.

Todos concordaram com a ideia, como se tivéssemos sequer pedido opinião, ainda que nem fosse preciso, já que ambos fomos praticamente empurrados para dentro do elevador. Não trocamos muitas palavras durante todo o trajeto, além de lhe perguntado como é que ela estava a recuperar e me ter dito que está a ir muito bem. Após essa troca de palavras, fomos pela cidade Inazuma à procura de alguma loja onde houvesse algo que o Goenji pudesse oferecer à Yuka. Fui bastante cabisbaixa durante grande parte do trajeto. O Goenji não dizia nada e eu também não sabia que tipo de conversa ter com ele. Eram tão raros os momentos que estávamos sozinhos e eu não sabia aproveitá-los. Sentia-me uma completa idiota.

Foi nesse instante que vi uma loja em particular e corri até à montra, vendo todos os peluches que lá havia, de todas as formas, tamanhos e cores. Havia, sem dúvida, muito por onde escolher.

—O que achas de um peluche para ela?

—Um peluche?

—Sim! Já que vais estar muito tempo fora, será uma maneira dela ter a tua companhia, mesmo que não estas junto a ela!

—Claro. É uma ótima ideia. – Ele foi o primeiro a entrar e eu segui-o logo.

A loja não estava muito cheia, além de que era bastante grande. Passámos por todos os corredores e procuramos por algo, mas nada me agradava. Até que vi um peluche em forma de bola de futebol, com uns olhos bem sérios e uma boca a sorrir, com dentes afiados e não pensei duas vezes em mostrar-lhe aquela coisa linda.

—Não é bonito?!

—É… – percebi logo pela sua cara que era uma péssima ideia. Pousei a bola de futebol de algodão e continuamos.

Seguimos um pouco mais até que vi um urso bem grande, cor de rosa e com uma roupa verde com várias riscas amarelas. Era muito fofo! Mostrei-o ao Goenji e ele pareceu gostar também. Pegou no peluche e foi até caixa enquanto eu continuava a dar uma vista de olhos por toda a loja. Enquanto caminhava e esperava que o Goenji pagasse, reparei na loja havia bastantes casais, ou então namorados a comparar peluches com coração para oferecer à sua cara metade. Só então me apercebi que me sentia num encontro de verdade com ele… Apesar de não o ser. Ainda assim, estávamos só os dois, sozinhos, sem ninguém para nos interromper… E mesmo assim eu não tinha coragem para lhe dizer o que sentia. Cheguei novamente ao local onde deixei a bola de peluche e tornei a pegar nela, tentando sorrir também.

—Será que se lhe disser o que sinto, ele dirá que sente o mesmo? Tenho tanto medo de que isso estrague a nossa amizade…

Percebi que tinha gente a olhar para mim, vendo-me a conversar com um peluche. Deixei-o no seu devido lugar e caminhei rapidamente até ao Goenji, mais vermelha que um tomate, devido à figura que fiz.

Assim que cheguei perto dele, vi que já estava a pagar. Reparei que guardou algo dentro do bolso das calças e depois fez o mesmo com a carteira, carregando o peluche nos braços. Ri-me. Ele mal conseguia ver com aquele enorme urso a tapar-lhe a visão. Saíamos da loja comigo a rir e a tentar ajudá-lo a não esbarrar com nada nem com ninguém.

Mal saímos, sentamo-nos numa banco perto da loja, estando o enorme peluche no meio de nós… Começava a arrepender-me de o ter sugerido.

—Obrigado pela ajuda.

—Bem, na verdade a ideia foi do Hayato, mas fico feliz em ter ajudado. – Encaramo-nos por alguns segundos antes de eu ter que desviar o olhar ao sentir-me corar – Tenho a certeza de que a Yuka ficará muito feliz em receber esse presente.

—Sim, também acho. Só gostava que ela te conhecesse. – Tornei a olhar para ele, vendo-o encarar a ruas e as pessoas que passavam – Falei-lhe muito sobre ti, só não sei se ela me ouviu. – Aquilo foi uma completa novidade para mim, deixando-me inicialmente boquiaberta. Sorri e não consegui evitar que algumas lágrimas saíssem. Ele percebeu e ficou um pouco chocado – Malina? O que se passa?! – limpei algumas lágrimas que teimavam em cair e neguei logo.

—Não é nada, só estou muito feliz. – Encarei-o e sorri – Fiquei muito feliz em ouvir isso porque eu gosto muito de ti. – Apercebi-me do que dissera, mas era tarde para recuar – Gosto mesmo muito de ti, Goenji.

Ele não me disse nada e limitou-se a sorrir. Vi um certo brilho no seu olhar antes de me esticar a mão por trás do peluche, pousando parte do braço em cima do banco. Abriu a mão e pediu-me para lhe dar a minha. Estiquei o braço e agarrei a sua quente mão, sorrindo ainda mais.

Não tinha noção do que o Goenji achava o que significavam exatamente as minhas palavras, se apenas falava dele como amigo e companheiro de equipa ou algo mais, mas pelo menos sabia parte dos meus sentimentos em relação a ele. Sentia-me mais aliviada, já não escondia um peso enorme no peito que parecia querer sair a toda a hora e cada vez que estava com ele. Não sabia que tipo de sentimentos tinha ele por mim, mas de uma coisa eu tinha a certeza; ele estaria a meu lado sempre que eu precisasse.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Kissus!



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