Red Angel - Lágrimas de um Anjo escrita por Malina Endou


Capítulo 5
Capítulo 5 - Amizade


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui vem mais um capítulo de Red Angel!

Boa leitura!



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Malina

Assim que me viram descer as escadas com o uniforme escolar – pois não sabia do meu equipamento -, ouvi a minha mãe gritar para que não saísse, para que esperasse e descansasse um pouco mais. O meu irmão fez o mesmo, tentando insistir comigo, mas não os quis ouvir. Mesmo assim, o Hayato acabou por correr atrás de mim. Inicialmente chamava pelo meu nome, pedia que esperasse, que parasse, mas não demorou muito para que ficasse em silêncio e me acompanhasse na corrida. Olhei para ele, não me encarou, mas vi um semblante de preocupação na sua face. Sorri. Era muito agradecida por tê-lo a meu lado e, principalmente, como irmão.

Enquanto corria, não me importava como eu podia estar, só precisava de ver os meus amigos, precisava de saber como eles estavam… Acreditava que pior que eu. Eu fui levada para casa, para o conforto do meu lar, eles estavam numa cama de hospital. Pelo caminho, acabamos por encontrar o Mamoru e a Aki. Também ele parecia exausto, estava em baixo e o seu animo não tinha comparação àquilo a que nos habituou no dia há dia. O meu irmão foi o único que falou, perguntando se ele estava bem, ao que respondeu com um sim. A Aki fez-me a mesma pergunta, mas limitei-me a sorri, assentindo. Não demorou muito para que continuássemos a nossa ida para o hospital, desta vez, caminhando.

—Tenham calma, isto não é nada. – Por muito que o Handa pedisse uma coisa daquelas, vê-lo ali deitado numa cama de hospital e com um braço ao peito, não me deitava mais tranquila – Os médicos dizem que não são lesões graves.

Custava-me imenso vê-los ali… Ao Handa, o Jin, Shido, Max e o Shourinji. Com uma  perna ou um braço engessado. O futebol não era assim… Não deveria magoar as pessoas.

—É verdade. – Nem mesmo o sorriso que faziam me deixava mais calma ou menos preocupada.

—Se nos lesionamos, foi apenas porque não estávamos suficientemente preparados. – Mal olhei vi o Shourinji retirar o lençol de cima e tentar sair da cama – Temos de voltar aos treinos! – mas não foi muito longe. Mal lhe começou a doer o braço, não se voltou a mover. Eu e o Mamoru corremos até ela para o impedir de voltar a fazer a mesma tentativa idiota.

—Shourinji, não faças loucuras, por favor.

—Se piorares, vai demorar mais até voltares para os treinos, devias saber isso. – O meu irmão tinha razão. Eles precisavam de descansar para ficarem bons rapidamente.

—Mas é que… Sinto-me envergonhado.

—Se tivéssemos sido um pouco mais fortes… Só de pensar que nos derrotaram com tanta facilidade é…

O quarto caiu num completo silêncio. De certa forma, entendia o sentimento deles. Depois de tudo o que havia acontecia, sentia como se o nosso jogo fosse completamente inútil, como se fosses bastante fracos, mesmo após enfrentarmos e vencermos contra uma equipa como a Zeus. Mas sermos derrotados logo assim… Logo após uma vitória que nos custou tanta a ter. Ainda assim, sabia que uma outra parte dos sentimentos deles jamais entenderia. Não poderia compreender o que era querer jogar futebol e não poder, querer voltar ao campo, querer a desforra e tudo o que podia fazer era esperar. Esperar que as feridas passassem, que sarassem… Mas aquela ferida interior poderia levar ainda mais tempo. Esse tipo de sentimentos, eu não podia dizer que os entendia. E ver os seus rostos daquela forma; chateados, em lágrimas… Partia-me o coração.

—Calma rapazes! Compreendo como se sentem, mas agora têm que se pôr bem. – Senti uma cotovelada ao meu lado. Olhei para o meu irmão que, sem me encarar, apontou com o queixo para o nosso primo – E digo-vos mais uma coisa! – ele parecia muito confiante e tentava passar isso mesmo para todos, mas era notório que as suas mãos tremiam imenso. Até à Aki estava com o olhar fixado nelas – Vou-me ter desforra por vocês!

Querias poder ter lá ficado mais tempo, mas uma enfermaria acabou por entrar e dizer que eles precisavam de descansar, por isso teríamos de sair. Concordamos em fazê-lo sem muito relutância, vendo os nossos amigos despedirem-se e deitarem-se com caras tristes, ainda que mostrassem um sorriso nos lábios.

Estamos a sair do hospital quando o Mamoru sugeriu que fossemos até à sede do clube da Raimon. Hesitei um pouco antes de aceitar, até o meu irmão percebeu e me perguntou se não era melhor irmos para casa descansar, mas sabia que não iria conseguir descansar se não lá fosse.

Mesmo antes de conseguirmos passar pelos portões da Raimon, só consegui ver destruição. Deu-me uma enorme vontade de chorar principalmente quando cheguei junto à sede do clube. Estava tudo completamente destruído. Tudo o que sobrou foi uma das nossas bolas de futebol que usávamos para treinar. Até o nosso poster com a imagem do torneio estava completamente desfeito.

Foi nesse momento que ouvimos passos atrás de nós. Voltei-me e vi que era o Goenji. Estava a sorrir para nós. Senti-me tão aliviada por vê-lo ali, por ele estar bem, só queria correr para ele e abraçá-lo com toda a força. Pouco importava se tinha outras pessoas a ver. Nesse instante, ele olhou para outro lado. Fizemos o mesmo vendo que ali estavam o Kidou e a Haruna, também com um sorriso. Felizmente também eles estavam bem.

—Sabia que estariam aqui. – Não esperava ver a Natsumi ali. Pensei que estivesse ocupada depois do que aconteceu – Sei que está destruído, mas não deixa de ser importante por isso. - Era bom saber que ela se importava tanto com o clube. Vi-a agachar-se e pegar na placa de madeira que identificava o clube de futebol, limpando-o. A Aki e a Haruna correram para junto dela.

—A Academia Alius vai pagar por isto. – Olhei para os meus trás companheiros, os quais encaravam a bola. Já o meu irmão, olhava para aquilo que um dia fora o nosso clube – O futebol não é em absoluto destruir coisas e magoar os outros. – O Mamoru estava bem chateado. Aproximei-me e pousei-lhe a mão no ombro.

—Claro que não. – Só me conseguia vir à cabeça o estado em que estavam os rapazes – Vamos ensinar a esses extrarrestres o que é futebol de verdade, certo? – ele encarou-me, sério.

—Sim.

—Vamos. Pensei assim como vocês. – Ficava feliz de ter o apoio do Goenji.

—Eu também. – E claro que se podia sempre contra com o Kidou – Joguemos outra vez contra essa gente. Vamos jogar e ganhar. – Ele parecia bastante convencido nisso. Era até motivador!

—Vamos a isso! – senti um braço ser colocado em cima do meu ombro. Olhei para o meu irmão antes dele e encarar e dar um grande sorriso – Eu também quero ajudar! Caso te tenhas esquecido, maninha e priminho, lá por não estar na Raimon não significa que não possa jogar futebol com vocês. – Fiquei surpresa com a decisão do meu irmão.

—Estás a falar a sério?

—Claro. – Retirou o braço - Isto não é uma competição oficial, por isso posso juntar-me a vocês. Isto se não se importarem, claro. – O Mamoru estendeu-lhe a mão, sorrindo.

—É muito bom poder contar contigo, Hayato. – O meu irmão sorriu de imediato, apertando-lhe a mão.

—Obrigado, Mamoru. – Todos pareceram concordar tanto. E eu estava mais que feliz.

—Nós também vamos.

Mal ouvi a voz do Someoka, não pude deixar de olhar, vendo todos os nossos companheiros da Raimon. Não estavam todos, mas grande parte esta ali e estavam bem.  E sentia-me um pouco deslocada ali… Era a única de uniforme escolar!

—Rapazes…

—Sinceramente… Não se esqueçam de que são extraterrestres. Precisamos mais do que um “vamos a eles” com essa gente. – Não pudemos evitar rir.

—Mas eles são assim mesmo. – Parei para ouvir o Kazemaru – Diante de um rival, eles nunca dão um passo atrás. E também não penso retroceder. – Ficava tocada com a consideração que eles tinham por mim.

—Então a equipa da Raimon já tem um novo desafio.

—Ou seja, vamos jogar a sério contra uns extrarrestres!

—Sim! Vamos dar-lhes com tudo! Eles não têm noção de a quem se enfrentam. – Achei um pouco de graça ao que o Kurimatsu dissera, relembrando o último confronto que tivemos com eles, mas ainda assim ficava feliz por ele continuar a ter aquela esperança.

—O que se passa? – o Domon perguntou logo mal viu o Kabeyama tremer – Queres ir ao wc?

—Não. Estava a tremer de emoção. - O nosso defesa parecia sério – Também sou membro da equipa e acabarei com eles!

—Os primeiros que derrotam uns extrarrestres apareceram em todos os livros de história. – Até o Megane parecia determinado – Sim, podem voltar a contar com a minha ajuda. – Só para entrar para a história? Enfim, era ajuda de qualquer forma.

—Esperem um momento. Falta-nos muita gente. – A Natsumi tinha razão. Estávamos muito reduzidos – Esperamos que todos recuperem perdendo mais tem, é?

—Sim, mas… Temos que jogar. – Nem o Mamoru sabia o que dizer.

—Exato! Vocês têm que jogar!

—Treinador. – Estava surpresa por vê-lo ali.

—Senhor Diretor! – e ao diretor da nossa escola também.

—Venham comigo.

Olhei para o meu primo. Senti o meu irmão pousar-me a mão em cima do ombro. Encarei e simplesmente assentiu. Sorri-lhe. Talvez não tivéssemos outra opção. Teríamos que descobrir o que queriam o treinador e o diretor da Raimon.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Reviews?!
Kissus!



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