Amor, em primeira pessoa escrita por Anaruaa


Capítulo 12
Novo amor




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O pai de Isabel faleceu poucos dias depois. Ela ficou arrasada. Me ofereci para ajudar no que fosse preciso. Compareci ao velório e ao sepultamento.

Isabel estava muito triste, eu nunca a tinha visto daquele jeito, mas ela tentava ser forte para confortar sua mãe. Dona Carmem estava tão mal, que parecia apenas metade dela mesma. Isso me fez pensar se não é exatamente isso o que acontece quando se perde o amor de uma vida. Ela resolveu ir embora com a filha, pois não aguentaria ficar na casa sem o marido.

Nas semanas seguintes, Isa esteve ocupada com as burocracias relacionadas ao inventário do pai. Felizmente, ele tinha me pedido ajuda havia algum tempo e eu o aconselhei a fazer um testamento. Isso facilitou que as duas vendessem a casa e Isabel pudesse viajar com a mãe.

Eu as levei ao aeroporto. O som do carro estava ligado em uma rádio romântica e Isabel riu de mim. Dona Carmem elogiou e disse para deixar, porque estava gostando das músicas.

Um pouco antes do embarque, dona Carmem me deixou sozinho com a filha, para nos despedimos. Isabel me abraçou forte, como se tentasse me segurar para não nos separarmos, senti seu corpo balançar em meus braços e sabia que ela estava chorando. Eu a afastei e deslizei a mão pelo rosto dela, depois beijei seus olhos, as maçãs do rosto e então seus lábios. Foi um beijo tão doce e carinhoso, tão suave e profundo, que eu fiquei na dúvida sobre nosso relacionamento, será que a gente voltou a namorar?

Quando nós separamos, Isa sorriu levemente, então falou:

—Acho que vou demorar a voltar aqui, na cidade, agora que… Minha mãe está comigo. Você vai me visitar?

—Sim. Eu prometo. E vou te escrever sempre!

—Eu vou esperar.

Ela se foi e eu voltei para o carro. Estava triste por me separar dela novamente. Então ouvi a música que tocava no rádio.

Every time you go away you take a piece of me with you 

“É exatamente assim que me sinto, todas as vezes que você vai embora: você leva um pedaço de mim com você. Eu não estou inteiro há muito tempo.”

Uma lágrima desceu pelo meu rosto. Eu desliguei o rádio e fui embora.

O tempo passou e eu fui perdendo o contato com a Isa. Eu andava trabalhando muito, o que era bom, porque eu estava ganhando muito dinheiro. Mas eu acabava não tendo tempo nem pra ler as mensagens no meu telefone durante o dia. Eu via que Isabel tinha mandado mensagem, mas não abria, pensando em responder quando chegasse em casa. Mas quando eu chegava, estava tão cansado que acabava indo direto pra cama sem pensar em nada. No outro dia acontecia tudo de novo.

Eu respondi a mensagem dela mais de uma semana depois dela ter enviado.

“Oi Isa, desculpe a demora. Esses últimos dias foram tão corridas que eu fiquei esperando um momento sossegado para te responder com a atenção que você merece. Que bom que vocês chegaram bem. Já conseguiu uma casa pra sua mãe? Ela está gostando daí? Isa, me desculpe mesmo, sei que estou sendo um amigo ruim. Prometo ser mais atencioso a partir de agora. Beijos.”

Isa não demorou a responder, mas foi bem sucinta.

" Tá tudo bem, compreendo. Espero notícias suas em breve."

Foi assim que a gente começou a se afastar, eu fiquei sem tempo e acabei ficando sem graça, esperando que ela escrevesse qualquer coisa pra eu poder responder cheio de atenção e assunto. Ela não escreveu.

Eu prometi visitá-la, fiz planos de aparecer de surpresa. Mas nunca deu, e com o passar do tempo, isso perdeu o sentido. Nos quase dois anos seguintes, nosso contato se resumiu a mensagens de felicitações em datas comemorativas. Quando parei pra pensar nisso, achei que finalmente a tinha superado.

Então, nesse período, conheci minha ex-esposa, Liliana.

Liliana era uma jovem advogada, recém-formada que contratamos no escritório. Ela começou a trabalhar como assistente nos casos de outros advogados, mas conquistou espaço rápido e em pouco tempo, já tinha seus próprios clientes.

Ela era muito competente e inteligente, e também era linda. Fiquei muito encantado por ela.

Um dia, eu resolvi chamá-la para sair, e ela aceitou. Eu já tinha percebido que ela me olhava com interesse, apesar de eu ser alguns anos mais velho do que ela. Logo no primeiro encontro, a gente ficou. Ela foi para o meu apartamento e dormiu comigo.

Além de ser uma loira lindíssima, com um rosto delicado e angelical, cabelos curtinhos, acima dos ombros, olhos em um tom de cinza, a jovem Liliana tinha um corpo que era puro pecado. Seios fartos e firmes, cintura bem marcada, barriga reta, pernas longas e delineadas, um bumbum pequeno e lindo. Todos os pelos do seu corpo eram loiros. Uma tentação.

Nós nos conectamos bem, sexualmente, como a muito tempo eu não me conectava com alguém. Eu estava apaixonado pela Liliana e a pedi em namoro.

Eu estava feliz com minha namorada e convencido de que ela era a mulher da minha vida. Eu a admirava por sua competência e inteligência, a adorava por sua beleza e idolatrava seu corpo.

Eu não pensava em Isabel desde que conhecera Liliana e estava muito bem com isso. Por isso, aos 6 meses de namoro, resolvi pedir Liliana em casamento


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