Amor, em primeira pessoa escrita por Anaruaa


Capítulo 13
Dilema




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Liliana era uma mulher muito sofisticada, gostava de coisas caras e luxuosas, nisso nós éramos pares.

Nós nos casamos 9 meses depois de ficarmos noivos. Isto porque eu tinha comprado um apartamento novo, na planta e tivemos que esperar ele ficar pronto. Era um apartamento grande em uma área nobre da cidade. Eu deixei a Lili comprar os móveis e decorar, já que tínhamos gostos parecidos.

Antes do casamento, Liliana viajou com a mãe a Nova York para comprar o vestido de noiva na famosa Kleinfeld, a loja do programa de tv. Nossa lua de mel foi em Paris, passamos 10 dias lá.

Eu estava feliz, apaixonado, achava que a amava. Mas sempre parecia que faltava alguma coisa. Eu não pensava em Isabel, apenas me lembrava dela de vez em quando, mas não me lembrava de como era estar com ela, nem as sensações que o corpo dela me causava. Então um dia ela me mandou uma mensagem.

Eu estava em casa com minha esposa. Ela estava seminua, cozinhando apenas de calcinha. Eu tomava um vinho admirando a vista. Estava tudo maravilhoso. Então meu celular apita, avisando que havia chegado uma mensagem. Eu pego o telefone e olho o visor. Era dela.

Meu coração bateu acelerado, apenas por ver o nome dela na tela. Naquele momento, a bela loira seminua a minha frente perdeu totalmente a importância.

"Oi Carlos!!!

Faz tanto tempo que não nos falamos, estou morrendo de saudades e adoraria te ver, e quem sabe matar a saudade…

Estarei na cidade em alguns dias, vou falar em um congresso de ecologia. Vai ser muito legal! Espero que possamos nos encontrar. Beijos."

Meus olhos arderam. Eu quis, com todo o meu coração esse encontro. Mas eu não tinha falado com Isabel por mais de um ano, eu não tinha contado a ela sobre Liliana, sobre meu casamento. Tentei me convencer que era normal, nós não éramos mais melhores amigos, mas ainda éramos amigos. E só amigos. Nós iríamos almoçar e eu contaria a ela sobre a minha esposa. Eu era casado e apaixonado, não ia acontecer nada entre Isa e eu, mesmo se eu quisesse. Ela nunca aceitaria isso.

Então, Isabel estava na cidade e nós iríamos almoçar juntos. Marcamos em um restaurante perto do hotel dela. Eu pedi à minha assistente que desmarcasse todos os meus compromissos naquela tarde.

Eu cheguei primeiro ao restaurante, estava nervoso, tentando fingir naturalidade, mas não sabia o que esperar. Quando Isabel chegou, sorriu e acenou para mim, como se não tivéssemos nos separados por mais que um dia. Ela me abraçou e sentou-se feliz, dizendo o quanto esteve com saudades.

Pedi a ela que me contasse sobre o congresso que estava participando e ela me falou que tinha acabado de dar uma palestra e que teria outra no dia seguinte. O congresso duraria três dias, mas ela iria embora logo após a palestra.

—Eu sei que teremos pouco tempo, mas quero muito passar algum tempo com você. Sei que você é muito ocupado, mas se pudermos ficar juntos por algumas horas, eu já me sentirei feliz.

Meu coração batia nervoso. Eu sabia que tinha que contar a ela sobre o meu casamento. Tentava convencer a mim mesmo que só precisava de uma oportunidade. Mas cada vez que ela surgia, eu fugia do assunto. Na verdade eu sabia que, no momento em que eu contasse, as coisas mudariam entre Isabel e eu, e eu não estava pronto para a separação definitiva.

Nós terminamos de comer e ficamos conversando sem pressa por um tempo. Isabel nunca foi mulher de esconder sentimentos, e ela confiava em mim para dizer sem rodeios o que ela queria.

—Eu quero fazer amor com você Carlos. Vamos para o meu hotel agora?

"Eu quero muito amor, mas você precisa saber que eu estou casado…”

Era isso o que eu devia dizer, mas eu travei. E fui com ela até o hotel.


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