The one she comes back to escrita por Lily


Capítulo 14
14. Crazy little thing called love




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30 de junho de 1994

14h02

Apartamento de Hyde

Hyde observou Jackie e Led dormirem tranquilamente na cama de casal, as duas estavam amontoadas em meio pilha de travesseiros e mantas que a sra. Forman havia feito questão de levar junto com biscoitos e bolos. Tudo para minha garotinha melhorar, ela havia dito antes de ser arrastada por Red para fora do apartamento. Hyde havia se responsabilizado a cuidar de Jackie depois de tudo o que tinha acontecido.

Ele se afastou da porta e voltou pelo corredor até a cozinha. Jackie estava dormindo desde que eles haviam voltado do hospital, há pouco mais de duas horas, já Led havia lhe ajudado com as malas antes de ir descansar com a mãe. Hyde tinha decidido, com o apoio de Kitty, que Led e Jackie ficassem com ele em seu apartamento. Seu argumento era que Jackie ficaria mais descansada longe da agitação que estava sendo a casa dos Forman por causa dos preparativos para a festa de Donna e Eric, mas a verdade era que Hyde não podia mais ficar longe de Jackie e da filha deles.

—Você não pode me manter em cativeiro para sempre. - a voz rouca de Jackie o fez virar, ela estava parada atrás da bancada sentando em um dos bancos.

—E você não pode falar até sua garganta desinflamar. - ele disse empurrando um bloco amarelo e caneta para ela. - Mas eu não estou te mantendo em cativeiro. Apenas quero esteja descansada e segura.

Jackie sorriu minimamente e rapidamente escreveu algo no papel.

Você é meu herói, Steven. Obrigado por esta lá por mim. Mas como você sabia?

—Led me ligo quando vocês saíram de casa, ela disse que você precisaria de ajuda. - ele disse pegando uma garrafa de suco na geladeira e colocando na mesa. - Acho que Led sabia que Martin não era de confiança, isso explicaria o jeito como ela se comportava toda vez que falava ou estava perto dele. Era medo que ela sentia. - Jackie assentiu se servindo do suco. - Mas ela é uma garota esperta, por isso que é minha filha. - Jackie rapidamente rabiscou no papel. - Ok. Ok. Nossa filha. - ele disse e ela riu. Hyde a observou por alguns segundos, seus olhos castanhos e seu sorriso de estrela de cinema, seu cabelo ondulado emoldurando seu rosto de boneca e aquelas sardas quase invisíveis em seu nariz e bochechas. E quase como uma epifania tardia ele percebeu o que já estava em sua cara, Angie estava certa, ele havia perdido a mulher de sua vida por conta de seu egoísmo. - Sinto muito. - ele sussurrou recebendo um olhar confuso dela. - Por tudo o que fiz você passar quando estávamos juntos. Eu me casei com uma stripper e a deixei em nossas vidas só para te irritar. Eu fui um idiota, Jackie.

—Steven…

—Hey, Hey. Isso funciona melhor quando você cala a boca. - ele disse semicerrando os olhos para ela. - Agora seguindo ordens médicas, você fica quieta enquanto eu falo, está bem?

Jackie abriu a boca a boca para retrucar, mas então parou e assentiu.

—Ok. Agora me escuta. Porque esta vai a última vez que você vai ouvir isso de mim sem ter que me tortura. Depois de hoje nunca mais tocaremos nesse assunto e se você dizer algo sobre o que eu vou falar hoje para alguém, eu negou até a morte. - ele falou fazendo-a rir. - Jackie, sinto muito por ter agido como um idiota com você depois de Chicago. Eu não deveria ter feito isso, primeiro porque a culpa foi minha, eu não fui um bom namorado para você, eu agi por impulso e me acabei me casando com uma stripper em Las Vegas. Acho que fiz isso mais pelo fato de que eu poderia te irritar e fazer com que você sentisse a mesma dor que eu estava sentindo. Quando eu te vi com Kelso eu não conseguia imaginar outra explicação, ele havia passado todo o nosso namoro dando em cima de você, tentando voltar e se exibindo como um maldito pavão. - ele resmungou fazendo-a rir novamente, Jackie então rabiscou algo no papel.

Você iria me propor.

—É, eu ia. Indo contra tudo o que eu sou, eu ia te propor. Havia comprado um anel e estava pronto para ir contra meus ideais de que casamento, porque isso é apenas uma relação que o governo usa para contornar a taxa de natalidade e a economia, porque você sabe que todo o dinheiro gasto em casamentos acaba indo para a fabricação de armas e munições, por isso eu…

—Steven! - Jackie grunhiu fazendo com que ele parasse de tagarelar sobre sua teoria.

—Ok. Eu te propor, mas não era para nós casarmos imediatamente, eu percebi que enquanto você estivesse noiva, eu poderia te enrolar até que eu estivesse pronto para isso. - ele revelou, Jackie arregalou os olhos perplexa. - Era apenas adolescentes, Boneca. Tínhamos uma vida pela frente, poderíamos fazer qualquer coisa  e a ideia de casamento pareceu muito intimidadora. Eu me sentia merecedor de você, eu não sentia que seria certo você se amarrar comigo, o cara que morava em um porão sem nenhuma perspectiva. Você merecia mais, Jackie. Você merecia coisas que eu não podia lhe dar, que ninguém mais poderia dar apenas você mesma. Por isso, quando eu tive naquele motel, quando Kelso entrou no quarto, minha ficha caiu. Eu não podia fazer isso com você, eu não podia puxar você para baixo como eu sempre fazia. Eu tinha que deixar você e aquele pareceu o momento certo. Você pode me odiar por isso, mas eu apenas fiz o que achei ser melhor para você. Mas então veio Sam e eu percebi que eu conseguia ser mais idiota do que normalmente era. Porque isso te magoou mais do que eu gostaria e eu me odiei por ter te magoado, por isso te afastei.

—Por que você não me amava mais? - Jackie indagou lentamente, as lágrimas já escorriam pelo seu rosto. Hyde esticou a mão passando o dedão pela bochecha dela para limpar as lágrimas.

—É claro que eu te amava, boneca. Eu te amava tanto que iria te propor, porque percebi que preferia passar uma vida amarrado a você, do que estar longe de você por mais um segundo. E isso ainda vale para hoje. Eu te amo, Jackie. E todos esses anos me mostraram que eu não consigo esquecer você, eu tentei de tudo. Você é como uma maldita doença que não tem cura.

Jackie riu balançando a cabeça. Hyde também riu, mas então segurou o queixo dela e a puxou para si, a beijou intensamente como se sua vida dependesse daquilo. Jackie se inclinou sobre o balcão, se sentando sobre ele, Hyde então a girou para que ele pudesse entre as pernas dela. As mãos de Jackie acariciava a nuca dele, enquanto as dele prendiam a cintura dela, apertando os dedos contra sua pele. Jackie riu baixinho descendo as mãos pelas costas dele, Hyde sentiu as unhas dela o arranharem por cima da camisa que ele usava. Ele então levou uma das mãos até a perna dela dando leves apertos enquanto subia pela sua calça até…

—Argh! A gente come aí! - a voz de Led foi o suficiente para eles se separarem. Hyde respirou fundo desviou o olhar de Jackie para a filha deles que estava parada na entrada a sala. - Eu vou acabar ficando traumatizada se vocês continuarem fazendo isso aqui.

—Teve um bom sono, princesa? - ele indagou ajudando Jackie a pular do balcão.

—Teria sido melhor se eu não tivesse ouvido os gemidos da mamãe. - Led murmurou com desgosto enquanto se jogava no sofá. - Vocês dois são como coelhos, não me surpreenderia se eu ganhasse um irmão no início do ano. Mas eu não quero ganhar um irmão no início do ano, não quero dividir meu aniversário com ninguém.

—Você não vai dividir seu aniversário com ninguém. Apenas pare de ser resmungona. - Hyde pediu soltando a cintura de Jackie para que ela pudesse ir até Led.

—Desculpa, mas por acaso você conhece minha mãe? - ela questionou a sobrancelha arqueada. Hyde riu e Led recebeu um beliscão de Jackie. - Aí, mãe! Isso dói. - Led resmungou antes de se deitar contra Jackie, Hyde observou ela passar gentilmente o braço ao redor de Led e beijar seu cabelo com carinho.

Ele definitivamente não era um cara sentimental como o Forman ou Fez, ele tinha problemas em falar sobre sentimentos e seus derivados. Hyde nunca pensou que um dia realmente pudesse amar alguém e ser amado de volta, não até conhecer Jackie, e pela primeira vez se abrir para o amor, a sua maneira é claro. Ela, com seu jeito mimado e importuno havia amolecido o coração dele, Jackie havia sido a melhor coisa que tinha acontecido na vida dele, mas era óbvio que ele nunca falaria isso em voz alta.

—Papai, vamos assistir a um filme. - Led disse sorrindo para ele. - Eu deixo você deixar eu escolher.

Hyde riu antes de se aproximar do sofá e se sentar ao lado de Jackie.

—Apenas nada de romance água com açúcar. - ele pediu passando o braço ao redor do ombro de Jackie. - Ou você ficará de castigo.

—Sabe, não é assim que as coisas funcionam. - Led resmungou antes de ligar a televisão.


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