Mais forte - MyE escrita por Débora Silva


Capítulo 2
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Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥



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— Eu, não vou discutir com você aqui! - passou as mãos no cabelo.

— Tudo bem! - sorriu cínica e pegou a bolsa. - Te espero pro jantar, amor. - beijou sua boca e saiu da sala parando em frente à mesa de Maria que a olhou. - Você nunca vai deixar de ser uma simples secretária e amante para ele, porque é pra nossa casa que ele volta toda noite! - sorriu e saiu depois de piscar.

Maria sentiu as lágrimas rolarem por seu rosto e olhou para a porta do escritório e ele tentou falar mais ela apenas pegou suas coisas e saiu correndo dali sem dar a chance dele dizer nada e muito menos ir atrás dela. Iria sumir de sua vida e Estevão San Roman nunca mais veria sua secretária. Estevão passou as mãos no cabelo e voltou ao escritório para pegar sua chave e sua carteira para ir atrás dela.

Ele estava atordoado com tudo que tinha se passado naquela ultima hora e saber que teria um filho com Maria o deixava tão desconcertado que ele nem sabia como reagir, ela era sua amante e nunca tinha pensado em fazê-la mãe. Era um pensamento machista, mas ele não pensou em momento algum naquela hipótese, a queria, queria muito, mas tinha tantas coisas em jogo, entrou no elevador e desceu direto para o estacionamento e dali saiu apressado com seu carro.

Maria entrou no primeiro táxi que parou e foi direto para sua casa, estava destroçada e queria apenas sumir daquela cidade e principalmente sumir da vida de Estevão, ele não merecia nem a ela e nem a seu filho, mas sabia também que a culpa era dela também por estar se relacionando com um homem casado. Estevão tinha a envolvido direito e por longos dois anos ela foi dele, foi dele de corpo e alma, ele era o seu amor, mas era um homem comprometido.

Maria tinha cegado por conta do amor que nutria por ele e nem se quer se deu conta que ele nunca poderia largar de sua mulher já que para ele ter duas era favorável e muito interessante. Ele se sentia bem naquela posição e para ela também estava até o momento em que descobriu estar grávida e por acidente, não tinha planejado aquele bebê e nem sabia como tinha acontecido já que tomava remédio sempre e muitas vezes usavam camisinha, mas o bebê estava ali e tinha um pai covarde que não o queria e ela sabia que precisaria ser forte, ser ainda mais forte por aquele bebê que dependeria somente dela para tudo.

Ao chegar a casa, ela pagou e subiu para seu apartamento quase que correndo sem se quer cumprimentar o porteiro que estranhou o comportamento dela, mas nada disse a respeitando. Os olhos já inchados pelo choro quase não a deixaram ver o buraco da fechadura e ela respirou pesado querendo parar de chorar, mas era quase impossível tamanha a frustração que ela tinha naquele momento e as palavras de Ana Rosa a destroçaram ainda mais por saber que ela tinha toda a razão e ele sempre voltava para casa.

Foi direto para seu quarto e puxou duas de suas malas e jogou sobre a cama e começou a colocar tudo dela e de qualquer jeito dentro das malas, não tinha muita coisa e muito do que possuía era Estevão quem tinha dado a ela e ela não queria mais nada que o lembrasse. Em meio às lágrimas ela arrumou tudo que precisava e a campainha tocou, seu corpo estremeceu e ela sabia perfeitamente que era e não o queria ali, mas sabia que ele abria a porta se ela não abrisse, desceu e abriu a porta o encarando deixando que suas lágrimas secassem tamanha a raiva que sentiu ao olhá-lo nos olhos.

— Precisamos conversar!!! - entrou sem ela permitir.

Maria o olhou da porta e respirou pesado limpando as lágrimas.

— Não temos nada que conversar, sua esposa o espera!!!

— Maria, não faz assim!!! - passou a mão no cabelo desesperado. - Você não pode achar que essa situação é fácil para mim!!!

Ela sorriu com cinismo e bateu a porta se aproximando dele.

— Claro que não é!!! - berrou. - Você achou que eu seria sua amante para o resto de sua vida, que meu amor por você me deixaria nessa situação para sempre e é claro que não é fácil pra você essa situação!!! - falou com deboche. - Você é o garanhão que tem duas mulheres e tinha sempre um lugar para fugir, achou que eu seria seu deposito de esperma para o resto da vida!!!

— Para!!! Para com isso!!! - se aproximou e ela o empurrou com ódio. - Eu só preciso achar um jeito de resolver as coisas!!!

Maria não acreditou nas palavras dele e arregalou os olhos, não podia ser verdade que ele estava dizendo semelhante barbaridade... Perguntou-se naquele momento que tipo de covarde ele era e o que pensava quando dizia "resolver as coisas". Maria não podia acreditar que estava diante do homem que amava e que ele dizia as palavras mais duras e sem sentimento algum por ela e por seu filho na barriga, se sentiu tão idiota por se doar tanto por um homem que somente queria seu corpo e o prazer a dois.

Ela sentiu tantas coisas naquele momento, mas a decepção era o que mais gritava dentro de seu coração junto à tristeza de perceber que em momento algum ele tinha a certeza de largar sua mulher, ou melhor, as palavras dele deixavam bem claras qual era a sua intenção e ela avançou nele batendo em seu peito enquanto chorava.

— Que tipo de homem é você? Eu te odeio Estevão San Roman!!!!

Ele a segurou em seus braços e se sentiu um covarde por não saber o que fazer naquele momento, tinha muito em jogo e sabia que Ana Rosa poderia acabar com seu patrimônio se pedisse o divorcio alegando a traição dele, mas por outro lado tinha sua doce Maria e um filho que ele não sabia o que sentir. O silencio dele dizia muito a ela se soltou dele e foi a porta a abrindo novamente para que ele se fosse.

— Suma de minha vida, Estevão!!! - limpou o rosto tentando ser firme mais era quase impossível.

— Precisamos conversar!!! - foi firme respirando pesado.

— Não a nada a ser conversado entre nós dois e não se preocupe que não vou estragar seu castelo de areia e sua esposa nunca saberá da existência de meu filho!!! - apontou a porta para ele. - Saia de minha casa!!!!

Estevão respirou mais uma vez forte e sabia que naquele momento ela não o ouviria, mas também como ouvir tamanha asneira que ele dizia sem se quer saber como reagir àquela situação, caminhou para a porta e parou frente a ela.

— Eu vou voltar e nós dois vamos resolver essa situação juntos!!!!

Maria o empurrou para fora de seu apartamento e bateu a porta em sua cara e ali mesmo encostada deixou que muitas lágrimas rolassem por seu rosto, tinha tanta tristeza por dar seu amor a quem não merecia que a melhor solução era mesmo sumir dali ou ele voltaria e falaria mais coisas que a destroçaria por completo. Ela subiu para o quarto depois de minutos ali presa em seus pensamentos e angustias e pegou suas malas olhando por uma ultima vez aquele lugar que por muitas vezes foi testemunha das tarde e manhãs de amor entre ela e Estevão.

Maria respirou pesado e desceu saindo do apartamento, entrou no elevador e quando chegou a recepção ela entregou a chave para o porteiro e o encarregou de entregar a Estevão, não queria nada mais dele e depois de se despedir do senhor que a abraçou forte desejando sorte, ela se foi com um único destino. Um destino tão incerto quanto o medo que tinha de voltar as suas origens, mas ela precisava fugir e esperava ter o apoio das pessoas mais importante de sua vida. 

(...)

Foram mais de seis horas de viagem quando ela desceu daquele ônibus e olhou aquela cidadezinha que era o seu passado, respirou pesado e caminhou com suas coisas em busca de um carro que a pudesse levar até sua antiga residência, logo encontrou um ponto de táxi e entrou com ele a levando até seu endereço. O homem não tirou os olhos dela em momento algum, mas Maria estava tão presa em seus pensamentos e medos que nem se deu conta.

Quando o carro parou frente a sua antiga casa, ela desceu e ele a ajudou com as malas e logo se foi depois de dedicar seu sorriso safado a ela que nem se quer percebeu a maldade em seu olhar, caminhou uns cinco passos e tocou a campainha, esperou ansiosa e sentindo que seu coração poderia sair da boca. Ouviu a chave ser girada na porta e sua respiração se cortou no momento em que seus olhos foram aos dele que ao vê-la não esboçou reação alguma.

— Pa... Papai... - falou com os lábios tremendo e os olhos já querendo derramar suas muitas lágrimas.

O homem respirou fundo e disse:

— O que quer aqui?

E ela congelou com aquela expressão dele...


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