Mais forte - MyE escrita por Débora Silva


Capítulo 3
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Notas iniciais do capítulo

Boa leitura amores ♥



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Quando o carro parou frente a sua antiga casa, ela desceu e ele a ajudou com as malas e logo se foi depois de dedicar seu sorriso safado a ela que nem se quer percebeu a maldade em seu olhar, caminhou uns cinco passos e tocou a campainha, esperou ansiosa e sentindo que seu coração poderia sair da boca. Ouviu a chave ser girada na porta e sua respiração se cortou no momento em que seus olhos foram aos dele que ao vê-la não esboçou reação alguma.

— Pa... Papai... - falou com os lábios tremendo e os olhos já querendo derramar suas muitas lágrimas.

O homem respirou fundo e disse:

— O que quer aqui?

E ela congelou com aquela expressão dele... Maria tinha tanto medo de seu pai que não conseguiu se quer dizer uma palavra nos trinta segundos em que ficou respirando ali de frente para ele. Ele era um homem rude e nunca tinha perdoado que ela tivesse saído de casa para seguir seus sonhos, ele a queria ali debaixo de sua asa e sendo uma mulher de casa com um bom marido, um emprego e naquele momento se perguntava como ele iria julgar o bebê de seu ventre.

José não era o tipo de homem que queria a filha apenas na frente de um fogão, mas também não queria que ganhasse o mundo sendo chamada de meretriz, ele não podia esquecer que quando ela se foi todos na cidade zombaram de sua educação com sua filha, mas ele não podia impedir que ela quisesse estudar e ali naquela cidade ele sabia que não tinha tanto futuro como na cidade grande, mas também não queria ser julgado pelas pessoas como um idiota. Maria tomou ar e disse num fio de voz.

— Podemos conversar? - O lábio tremeu.

— Não temos nada para conversar!!! - falou magoado.

Maria sentiu as lágrimas rolarem por seu rosto e sabendo que ele era orgulhoso, ela não poderia ser e por isso avançou em seus braços e o abraçou forte deixando que ele ouvisse seu choro. Era seu pai o homem que não via há muito tempo, Maria ali nos braços de seu pai podia sentir como a saudade tinha apertado em todo aquele tempo que não esteve ali nem com ele e nem com sua mãe.

— Me perdoe meu pai!!! - falou sentida.

José queria afastá-la, mas seu amor por ela era muito maior e ele a abraçou forte chorando também e Maria fechou os olhos sentindo o amor dele e sabendo que ali séria mais forte por ela e por seu bebê. O soltou depois de minutos e tocou seu rosto, estava mais envelhecido, mas não deixava de ser bonito.

— Onde está mamãe? - falou com o coração acelerado.

— Foi três anos de ausência, Maria... - falou com pesar e se afastou dela.

Maria sentiu seu mundo ruir com o que pensou naquele momento, negou com a cabeça e de seus lábios saiu um soluço. A mãe não poderia ter morrido e ela nem se quer ficado sabendo, sentiu naquele momento que era uma ingrata e que somente pensou em si naqueles anos todos deixando sua origem e seus pais para trás e naquele momento a vida estava cobrando dela "seu pagamento".

— Quando foi?

José a olhou por fim limpando as lágrimas.

— Ano passado… - não gostava nem de lembrar-se da perda de sua esposa.

Maria chorou mais e foi a ele segurando em sua mão.

— Como foi? - estava desesperada era um tiro atrás do outro.

— Câncer em estágio avançado e sem cura!!! - a voz quase nem saiu. - Quando descobrimos, ela já estava morrendo… - passou a mão no rosto deixando mais lágrimas rolarem e logo a olhou. - Ela só chamava por você!!! - falou ressentido.

A cada nova palavra de seu pai Maria sentia ainda mais as forças de seu corpo se acabar, sua mãe estava morta e ela nem se quer tinha ficado sabendo estava destruída e foi novamente para perto de seu pai. Eles se olharam não tinha o que dizer, ela estava errada em muitas coisas e somente queria o perdão dele.

— Me perdoe por não estar aqui!!! - falou quase sem voz pelo choro. - Eu…

— Você se perdeu no mundo Maria e espero que tenha conseguido o que queria!!! - falou sofrido.

— Eu voltei e quero consertar tudo!!! - respirou fundo e segurou as mãos dele. - Me deixe tentar ao menos? - os olhos verdes iguais aos dele suplicaram para que ele permitisse que ela ficasse ali.

— A casa também é sua!!! - foi orgulhoso e soltou a mão dela. - O seu quarto está do mesmo modo!!! - e sem mais saiu da casa precisava de um pouco de ar depois de revelar a morte de sua esposa.

Maria o deixou ir era o melhor naquele momento e ela pegou suas coisas e olhou aquele espaço que tinha sido por anos seu lar a sua fonte de felicidade e que agora tinha um vazio tão grande, olhou um porta-retrato de sua mãe sorriu e o pegou deixando que mais lágrimas rolassem por seu rosto.

— Eu vou ser mais forte por você, mamãe!!! - sentenciou e agarrou o retrato contra seu corpo deixando que as lágrimas que não pode soltar quando a mãe faleceu viesse agora e com força.

Ficou ali por minutos e logo subiu, as emoções para ela estava apenas começando...

(…)

LONGE DALI…

— Você não vai me deixar por conta de uma empregada!!! - Ana Rosa gritou com Estevão. - Eu acabo com tudo que tem e você sabe disso!!! - ameaçou.

— Eu não suporto mais estar com você!!! - gritou. - Como pode querer estar em um casamento que você não é amada e tão pouco feliz? - passou as mãos no cabelo nervoso já estava ali há horas e não findava aquela discussão.

— Você é meu marido e é só uma fase, você vai voltar pra mim e vamos voltar a ser felizes como antes!!! - se aproximou dele. - Aquela mulher fez bruxaria com você porque você nunca quis me largar por nenhuma dela que veio e se foi!!! - demonstrou que não se importava com as inúmeras traições dele.

— Você só quer o meu dinheiro!!! - falou com raiva se afastando.

Ela sorriu sem que ele percebesse e depois se virou para ele.

— Ele é só um bônus em nosso casamento!!! - falou com ar inocente. - Eu amo mesmo é você, Estevão!!!

— Mas eu não te amo!!! - gritou.

Ana Rosa sentiu seu sangue ferver e as bochechas queimaram demonstrando a ele que estava mais furiosa agora com aquela revelação, mas ela tentou manter o foco e disse para finalizar aquela discussão:

— Pois então, Estevão, eu vou tirar esse filho que está aqui… - tocou o ventre. - Não quero uma criança cujo o pai não ame se quer a mãe!!! - jogou sujo. - Você quer ir? Vá!! Mas saiba que é você quem mata seu filho hoje!!! - e sem mais ela saiu dali o deixando só.

Estevão sentiu o ar faltar, dois filhos num mesmo dia era demais para ele que caiu no sofá sentado sem saber o que fazer naquele momento…


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