Chama negra escrita por J S Dumont


Capítulo 6
Capitulo 6 - primeira noite


Notas iniciais do capítulo

olá gente voltei!!! agora é para valer, já estou de ferias da faculdade e agora prometo att mais rápido, espero que gostem desse novo cap. e as coisas só vão esquentando hehe...
comentem e favoritem!



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SEIS

Quando abri os olhos, me dei conta de que já estava novamente em meu quarto, respirei fundo e olhei lentamente em minha volta, os meus olhos pararam em Draco que infelizmente estava bem próximo de minha cama, de inicio os meus pensamentos estavam meio confusos, demorou alguns segundos para eu me recordar do que aconteceram minutos antes de eu perder a consciência, mas logo que lembrei já fui sentindo uma raiva novamente nascer dentro de mim, principalmente quando pensei no motivo que Draco armou aquele casamento todo. Não conseguia me conformar com aquilo, como ele foi capaz de fazer tudo isso por um motivo tão idiota desses?

— Como você está? – ele já foi perguntando, assim que notou que eu acordei, ele se aproximou mais, parando ao lado da cama.

— Com raiva, com muita raiva... – falei.

— Então, imagino que esteja bem! Mas se quiser ir ao médico, eu te levo... Afinal, foi meio estranho você ter desmaiado assim tão de repente... – ele comentou.

— Deve ter sido o nervosismo, deve ter abaixado minha pressão... – conclui, e logo depois me sentei na cama, e olhei para ele com um olhar sério.

— Então já que o nervosismo te abala tanto, você não vai querer voltar para aquela discussão idiota, não é? – ele foi perguntando, e logo suspirou, parecia que não queria mais discutir aquele assunto, mas claro, eu me esquecer de tudo aquilo era conveniente para ele. 

— Na verdade não, não vou mais discutir, afinal, dane-se a razão da qual você se casou comigo, a única coisa que eu quero é que os dias passem depressa para que daqui um tempo eu possa me divorciar de você! – eu soltei, e logo depois voltei a me deitar na cama, já ia virar para o lado oposto dele para não falar mais com ele, pelo menos naquela noite, mas antes disso ser possível, eu escutei uma risada de Draco, uma risada que me pegou de surpresa. Eu olhei para ele, vi que ele havia cruzado os braços, enquanto ainda ria. Só não entendia a razão daquela risada toda.

— Então é esse é o seu plano? Acha que eu sou um imbecil que você pode se aproveitar? Acha que eu dei dinheiro para sua família para daqui dois, três meses você vir e meter um pé na minha bunda? – ele perguntou ao parar de rir, em seguida discordou com a cabeça, se aproximou e se agachou, ao lado de minha cama, agora com uma expressão séria estampada em seu rosto. Nem parecia que estava rindo segundos atrás. – Se for isso mesmo pode se desiludir Hermione, isso nunca vai acontecer!

— Qual é o problema? – eu perguntei, com raiva. – Você queria a presidência, então não vai conseguir? Já conseguiu o que queria, não precisa mais de mim para nada, cada um se beneficiou da sua maneira, como você mesmo disse...

— Ah ai você acha que daqui uns meses eu vou me divorciar de você, e depois chegar á minha família e dizer, o casamento não deu certo, fazer o que? É logico que não, primeiro não existem casos de divórcios na minha família e não vou querer ser o primeiro para dar falatório, e segundo isso só iria provar o que alguns já desconfiam, de que casei com você apenas pela presidência, e eu não quero ser tão obvio e como disse também não quero dar mais motivos para falatórios, não vou deixar que falem mais do que já falam de mim, não vou deixar o Justin ganhar essa, é isso que ele quer falar, mostrar que está certo e não vou permitir, está escutando? – ele aproximou-se mais, tanto, que nossos rostos quase colaram. – Se conforme, essa é a sua nova vida, então para de drama que isso já está enchendo a minha paciência! – ele acrescentou num tom mais alto, em seguida se levantou e se afastou rapidamente, fiquei o encarando com um olhar raivoso.

— Novamente... Você só tá pensando em você! – eu falei, com ódio, quanto mais eu falava com ele, mais eu percebia o quanto ele era parecido com o meu pai. Ou melhor, ele era uma copia pior que ele. – Agora eu terei que ficar a vida inteira com você, porque você não quer desapontar a sua família? Quer fingir um casamento que não existe? Quer ser uma pessoa que não é? Dane-se eu não vou fazer parte dessa farsa! – eu disse já me levantando da cama, eu já estava num estado de raiva parecido com o anterior, quando desmaiei. Eu já queria novamente tentar fugir, sair dali, era até melhor ficar vagando pela rua do que continuar naquela casa com ele.

Porém, antes de eu pensar em sair do quarto, antes de eu pensar em tomar qualquer atitude, ele se aproximou rapidamente, puxou-me pela cintura e quando dei por mim eu já estava sendo jogada contra a parede, e sendo prensada com muita força.

 Ele segurou as minhas duas mãos contra a parede e me deixou completamente encurralada. Engoli em seco enquanto eu era obrigada a encarar os seus olhos frios, nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguia sentir até mesmo sua respiração. Ela era fria, assim como as mãos dele, assim como a personalidade dele, na verdade ele era totalmente frio, mas aquele rosto, eu não podia negar, era fascinante de tão lindo.

Ele permaneceu alguns segundos em silencio, só dava para ouvir nossas respirações ofegantes, ele como sempre parecia bastante controlado, sequer eu conseguia imaginar o que se passava na mente dele, aquele rosto não demonstrava nada, não indicava nada e aquilo me deixava muito nervosa. Eu só queria fugir, correr dali, como se ele fosse alguém muito perigoso, porém, por mais que o medo me mandasse fazer isso, eu não conseguir nem me mover.

— Por que você não deixa eu te mostrar que não é tão terrível assim estar casada comigo?... – ele perguntou num tom baixo, quase sussurrando. Senti no mesmo instante o meu coração disparar acelerado, ainda continuei encarando aqueles olhos frios.

— Eu acho impossível... – respondi, numa voz tremula, querendo desviar o olhar, mas eu não conseguia, parecia até mesmo que os meus olhos grudaram-se naqueles olhos misteriosos dele.

Ele umedeceu os lábios e desceu o olhar até a minha boca, naquele instante o ar falhou, e senti um revirar esquisito no estomago, ele soltou uma de minhas mãos, e tocou nos meus lábios com seu dedo indicador.

— Seus lábios são muito bonitos... – ele me elogiou. – São tão sexys, dá vontade de beijar... – ele acrescentou e naquele instante senti um forte arrepio.

Assim que ele tirou o dedo dos meus lábios, eles automaticamente se abriram, enquanto eu ainda o olhava fixamente eu senti minha cabeça girar, com certeza ele estava querendo me seduzir com esses elogios baratos, para assim conseguir me controlar, achava que eu podia ser manipulável, pelo menos o suficiente para poder aceitar todo esse absurdo.

— Seu elogio não vai me fazer mudar de ideia... – eu garanti.

— Não me importo, eu até gosto de mulheres difíceis... – ele disse, agora começando a acariciar os meus cabelos. – Sabe, são meio imprevisíveis, na verdade você é imprevisível, e confesso que isso é bem interessante...

— Eu não sou um jogo Draco! A gente está falando da nossa vida... – respondi duramente.

— Para que falarmos de coisas tão chatas Hermione? Por que não deixamos simplesmente as coisas rolarem, o mais difícil nós já fizemos, nós já se casamos, já te assumi, então qual é o problema da gente dar o próximo passo? – ele desceu as mãos, até chegar a minha cintura, coloquei as minhas mãos no peito dele, enquanto o encarava com um olhar assustado.

— Sem chances, eu não vou transar com um homem que eu não gosto! – eu insisti naquilo, tentei o empurrar de leve, para me soltar, mas não consegui, pois a tentativa só fez com que ele me segurasse com mais força, deixando-me completamente assustada.

— Dá para você me... – eu iniciei, mas não consegui nem terminar a frase, Draco logo me calou com um beijo, invadiu a minha boca de uma forma totalmente possessiva, enquanto apertava-me com mais força contra a parede, não me dando tempo nem de raciocinar.

Senti as suas mãos soltarem a minha cintura e começarem a percorrer por minhas costas, ao mesmo tempo em que ele tentava de toda forma adentrar sua língua na minha boca. Senti o meu corpo estremecer de forma estranha, com todo aquele seu gesto repentino, eu não sei o porquê, mas eu acabei entreabrindo os meus lábios e permiti que ele o fizesse e pudesse aprofundar o beijo, prontamente ele assim o fez, e enquanto o aprofundava, ele desceu a sua mão até as minhas pernas, apertando-as com força.

Arrepiei-me e senti raiva de mim mesma por ter cedido, mesmo eu não querendo, eu acabei soltando um baixo gemido.

Eu não podia negar que Draco tinha habilidade, eu conseguia sentir que eu estava ficando mais quente e uma sensação boa começou a subir pelo meu corpo, por mais que eu quisesse empurrá-lo e manda-lo ficar longe de mim eu não conseguia, eu estava me sentindo fraca, eu estava deixando que ele ficasse no controle da situação e o pior eu estava gostando e aquilo estava me desesperando.

Uma de suas mãos começou a subir, levando meu vestido para cima também, enquanto a outra desceu, entrando embaixo do meu vestido, ele parou a mão bem em cima da minha calcinha e tocou minha intimidade por cima do tecido, ao mesmo tempo eu senti uma nova onda de prazer, sensação que era nova para mim e que mesmo eu tentasse evitar, fora impossível não soltar um gemido baixo, enquanto sentia-me ficar um pouco molhada.

Ele parou o beijo por alguns segundos para aproximar a sua boca do meu ouvido.

— Já fez isso antes? – ele perguntou, em sussurros.

— N-Não... – gaguejei.

Eu já tinha tido oportunidade, mas sempre fui muito tímida para ter tanta intimidade assim com um homem, só que eu imaginava que iria fazer sexo antes de me casar. Entretanto, o destino não permitiu que isso acontecesse, e nunca imaginei que minha primeira vez, poderia ser com um homem como Draco.

— Olha só, em pleno século vinte e um tive a sorte de casar com uma virgem... – ele disse num tom zombador, afastando a boca do meu ouvido e olhando-me de forma intensa. - Você sempre está me surpreendendo Hermione... – ele disse ainda me olhando e depois desceu a boca começando a beijar o meu pescoço, sem parar de acariciar-me por cima da calcinha.

Eu arfei, enquanto a língua quente dele deslizava sobre minha pele, subindo, subindo até chegar a minha orelha, ele mordeu levemente a ponta dela, eu tentei me desvencilhar ao sentir um forte arrepio.

— Draco, eu não posso! – eu disse, numa voz fraca. Mesmo o meu corpo querendo, desejando continuar, meu cérebro continuava teimando e dizendo não.

— Por quê? Nós somos marido e mulher... – ele respondeu em sussurros. – Ainda se seu sonho era se casar virgem, olha só, você o realizou, e poderá ter a primeira vez com o marido, quantas têm a chance de viver isso? – ele falou ainda me surpreendia o quanto ele é cínico. – Muitas querem, mas não aguentam esperar! – ele aproximou sua boca do meu ouvido. – Por que resistir Hermione? Não é pecado, não tem nenhum mal marido e mulher fazerem isso... – ele acrescentou agora num tom mais baixo, e então com o seu dedo indicador, ele puxou a minha calcinha para o lado, e acariciou minha intimidade pela primeira vez, eu estremeci por inteira com o toque, fechei os olhos e apertei seus ombros com força. – Você quer, está molhada... – ele acrescentou em sussurros, ainda com a boca praticamente colada no meu ouvido.

Arfei novamente, e com pouco de força que me restava eu o empurrei, meu empurrão não o fez andar para trás, mas consegui fazer com que ele me soltasse.

— Qual é o seu problema? – ele perguntou, notei que ele me olhou meio confuso. – Você está assustada? – então notei que o seu olhar mudou, agora ele me olhou com mais compreensão. – Eu sei que algumas mulheres ficam com medo na primeira vez, mas eu prometo que eu não vou te machucar...

Eu encarei Draco em silencio, pela primeira vez vi um olhar diferente nele, ele não parecia tão frio, pelo menos não naquele instante, aquilo me deixou um pouco mais confortável, mas não o suficiente para continuar.

— A gente estava discutindo minutos atrás... – eu iniciei, sentindo os meus olhos começarem a marejar. – Eu acabei de saber a razão da qual você se casou comigo, me desculpa, mas, eu não consigo ser assim... Eu não posso transar com um homem que eu não conheço direito, mesmo que esse homem seja o meu marido, mesmo eu estando com vontade, mesmo que você... – eu parei por alguns segundos, sentindo meu rosto esquentar. – Seja incrivelmente atraente... – completei, envergonhada.

Para minha surpresa ele sorriu levemente.

— Bom, pelo menos um elogio, é um começo! – ele disse, eu suspirei e o olhei com atenção, sem querer parei os olhos em sua calça, dava para notar o volume.

— Eu sei que você tem toda razão para ficar com raiva de mim, mas se não for pedir muito não me deixe sozinha nesse quarto, não essa noite! – eu pedi, na verdade me desesperava a ideia de que eu poderia ficar a noite toda sozinha naquele quarto assustador, eu havia ficado poucas horas e já havia ficado um tanto aflita, eu não queria ficar sozinha de novo, não mais. Mesmo que ele seja a companhia, mas fazer o que, era o que me restava.

Draco deu alguns passos em minha direção, parou bem na minha frente e me olhou com um olhar estranho, mas ao mesmo tempo um tanto profundo.

— Fique sossegada Hermione, eu não vou a lugar algum...

~~~

Uma forte tempestade caiu intensamente durante toda a madrugada, confesso que o barulho da chuva para mim sempre fora muito agradável, ainda mais na hora de dormir, isso quando não tem os assustadores sons de raios e trovões para atrapalhar. Sim, eu tinha medo desses barulhos. Porém essa chuva era perfeita, era a que tanto eu amava, sem raios e trovões, somente aquele barulho relaxante de água caindo.

Eu estava virada em direção á janela, como a cortina estava aberta eu poderia aproveitar para ficar observando a chuva cair, somente fechei os olhos quando o sono começou a aumentar, porém, não dormi de imediato, ainda permaneci um tempo com os olhos fechados, apenas escutando o relaxante barulho da chuva, eu não queria pensar, mas fora impossível não me lembrar do fato de que Draco está bem próximo de mim, deitado ao meu lado, com o corpo tão próximo ao meu que eu poderia até mesmo sentir o seu calor.

Ao me lembrar desse detalhe imediatamente minha boca secou, eu senti meu corpo arrepiar-se só de me lembrar do que ocorreu há mais ou menos uma hora atrás.

Sempre os beijos de Draco são duros e possessivos, mas eu não podia negar que havia gostado e muito do ultimo, era um tanto perturbador me recordar daquelas mãos frias dele percorrendo o meu corpo, como eu poderia gostar daquilo? Mas o pior que eu gostei e tive que fazer muito esforço para parar. Fechei os olhos com mais força e apertei o lençol com uma de minhas mãos que estava cobrindo meu corpo, assim que me lembrei daquele prazer estranho que eu senti, aquela novidade, já que nunca havia sentido aquilo antes.

Respirei fundo e não tive mais a coragem de abrir os olhos, eu conseguia escutar claramente o barulho da respiração de Draco, mas como ele se mantinha calado eu não sabia se ele estava dormindo ou se ele ainda estava acordado, eu não tinha coragem de olhar para verificar.

Eu não consegui calcular quantos minutos havia se passado, porém antes de eu pegar num sono, senti Draco se mexendo atrás de mim, provavelmente ele havia se virado, e senti que ele havia virado o corpo em minha direção, a minha respiração no mesmo instante falhou, assim que eu senti um dos braços dele sendo colocados em volta do meu corpo, puxando-me para mais perto dele, o ouvi suspirar e seu rosto se encostou em minhas costas. Eu não abri os olhos, mas também não me afastei, eu confesso que naquele momento eu senti um calor gostoso que estranhamente me fazia ter a sensação de me sentir protegida naqueles braços, sensação tão boa que me fez vontade de senti-la a noite inteira.

~~~

Eu não fazia ideia de que horário eu dormi, mas a chuva ainda não havia dado trégua até eu pegar num sono, quando acordei, eu me senti assustada com a impressão de que tinha acabado de ter um pesadelo, embora eu não conseguisse me lembrar do que havia sonhado, olhei para o lado da cama e vi que Draco não estava mais ao meu lado e assim que olhei a minha volta tive a certeza de que ele não estava em nenhum canto do quarto, então eu parei os meus olhos na janela, ainda chovia, e parecia que a chuva não ia parar tão cedo.

Suspirei e então me levantei da cama, aproximei da janela e observei a chuva por mais alguns segundos, mas assim que vi um raio iluminar o céu, eu fechei a cortina e segui em direção ao banheiro, eu estava com uma grande vontade de tomar um longo banho e então assim o fiz, não sei quantos minutos fiquei embaixo do chuveiro, mas só sai dali quando senti meu corpo mais relaxado.

 Ao terminar o banho eu decidi colocar um básico vestido azul claro e prendi os meus cabelos num coque.

Respirei fundo e então abri a porta do quarto, olhei em volta do corredor, o silencio na casa era tanto que até me dava aflição, comecei a caminhar lentamente e devido o silencio até mesmo consegui ouvir o barulho dos meus passos, tentei evitar olhar para as estatuas assustadoras e fui descendo as escadas, seguindo em direção á sala de jantar, deparei com alguns funcionários inclusive Heidi que arrumava a mesa, a me ver ela sorriu amavelmente.

— Senhora Malfoy, como passou a noite? – ela perguntou, aproximando-se de mim.

— É... Bem! – respondi, sorrindo forçadamente para ela. Nem acreditava que os funcionários não ouviram toda a minha discussão com Draco, mas ainda bem, se tivessem ouvido agora eu estaria morrendo de vergonha.

— O café já está servido... – ela disse, puxando-me pelo braço, conduzindo-me até a mesa. – Sente-se! – ela pediu.

Meio hesitante me sentei á mesa, olhei em volta dela e observei a fartura de tantas comidas diferentes que tinha espalhadas por ali. Eram frutas, bolo, suco, café, leite e até mesmo rosquinhas e ovo mexido.

— Cadê o Draco? – eu perguntei, olhando para Heidi.

— Ele acordou bem cedo para ir á empresa, mas disse que voltaria logo! – ela respondeu, seu tom era tão doce e amável que me fazia sentir mais confortável. E sinceramente eu necessitava daquilo.

Eu sorri forçadamente, enquanto pensava no que Heidi me falou, Draco havia ido á empresa, com certeza hoje estaria se tornando presidente dela, ele havia conseguido o que queria com o casamento e eu ainda achava tudo aquilo um tremendo de um absurdo, mas tentei não me torturar mais com esse assunto, ontem já havia sofrido demais pensando nisso, agora, eu só queria esquecer, embora ainda soubesse que eu não fazia ideia do que iria fazer a partir de agora, ou do que poderia pensar referente ao futuro dessa armação toda.

Afinal, Draco já tinha deixado claro que não estaria de acordo com o futuro divorcio, então o meu plano havia ido por agua abaixo, e o pior é que eu também não conseguia pensar tão positivo referente a esse casamento, embora eu tivesse notado que sentia uma forte atração por Draco e ainda parecia que atração era reciproca, eu tinha ciência de que um casamento não sobreviveria à base do desejo, aquilo não era o suficiente para sermos felizes.

Será que um dia eu poderia ser feliz nessa mansão?

Enquanto eu comia em silencio, essa pergunta se repetia em minha cabeça, olhei a minha volta e vi que os funcionários ainda estavam na sala de jantar, me olhando comer, como se fossem até mesmo meus seguranças. Aquilo me deixou incomodada, então tentei comer mais depressa para acabar logo com aquele desconforto, optei em comer algumas frutas, após comer um pedaço de um bolo e ovo mexido. Bebi suco de laranja, e ao terminar, retornei para o quarto, voltei á janela, puxei a cortina para o lado e novamente observei a chuva cair, suspirei meio entediada, eu não tinha muito que fazer, e com a exceção dos empregados eu estava completamente sozinha naquela enorme casa, senti que aquele dia demoraria muito para passar.

~~~

Eu me sentia uma louca, enquanto estava parada no meio de um dos corredores com os olhos pregados em uma daquelas estatuas. Eu virei a cabeça para um lado e depois para o outro, enquanto analisava aquela estatua que estava a minha frente com mais atenção, parecia um lobo, ou um cachorro, não sei. Tentei decifrar, mas depois de alguns segundos me senti uma idiota por estar fazendo aquilo, com certeza era o tédio, ele estava me enlouquecendo, bufei e então me afastei e voltei rapidamente para o quarto.

Assim que bati a porta, suspirei e me sentei na cama, eu queria sair, dar uma volta, afinal, achava aquela mansão fria demais, fechada demais, assustadora demais, porém a chuva não cessava, o que tornava um possível passeio um tanto improvável de acontecer.

Então o meu dia acabou se resumindo apenas em desfazer as malas, guardei minhas roupas na minha parte do guarda-roupa e os meus pertences nas primeiras gavetas da cômoda que estava vazia justamente para eu usar, a chuva só chegou ao fim quando tinha dado uma hora da tarde, e então aproveitei para sair um pouco de dentro da mansão, ainda o chão estava molhado, e eu conseguia sentir o cheiro da chuva, confesso que fora da mansão não tinha muito que fazer e nem o que ver, não havia verde, parecia não ter nada de bonito, sentei num banco de madeira que havia ali no quintal e observei aquele cenário triste e vazio. Logo me perguntei como Draco suporta uma casa tão sem vida?

Não me senti tão bem ali fora, além da visão que não contribuía em nada, o sol não havia surgido, no lugar dele havia apenas vento, um vento que em poucos minutos já começara a incomodar, pelo menos o suficiente para eu voltar para dentro da mansão.

Assim que entrei, segui novamente para o quarto, comecei a andar para um lado e para o outro, até parar o olhar na televisão que havia próximo á cômoda. Procurei o controle no criado mudo, abri a gaveta e então o encontrei, sentei na cama e liguei a televisão, comecei a trocar de canal, mas estava tão agoniada que nenhum canal parecia me agradar.

— Droga! – falei, assim que me deu vontade de trocar novamente de canal, já havia passado pelo jornal, pelo canal de series, de filmes e acabei não parando em lugar algum, bufei, e assim que desliguei a televisão, desistindo dela, vi a porta se abrir.

Como abriu repentinamente, acabei tomando um susto, olhei para a porta com os olhos arregalados, então avistei Draco, vestido formalmente, ele levava uma maleta consigo, a colocou em cima da cômoda e depois começou a retirar a gravata.

— E ai, como passou o dia? – ele perguntou, enquanto aproximava-se do espelho e se olhava nele, o vi coçar o queixo e começou em seguida a reparar algum detalhe em seu rosto.

— Normal... – falei, e suspirei. – Acredito que seu dia tenha sido melhor do que o meu, afinal, você deve ter conseguido o que queria, não é? – falei, ele imediatamente olhou para mim, com aquele semblante sem emoção alguma.

— Não me diga que vamos começar tudo de novo... – ele disse, num tom cansado. – Se for eu passo, já bastou ás discussões que eu tive com o imbecil do meu irmão!

— Como você pode falar assim? É teu irmão! – falei, ainda não conseguia me conformar com a forma que ele tratava Justin.

— Você não tem irmão, não é? – ele perguntou, mas não me deu tempo para que respondesse, também ele já sabia a resposta. – Então você não sabe como é ter um... Tudo bem existem uns mais agradáveis, tipo a Justine, mas tem uns como o Justin que são extremamente inúteis, melhor não ter... – ele falou friamente, discordei com a cabeça inconformada com a forma que ele falava. Aquilo realmente era possível? Será que Draco realmente é assim ou ele age assim como um meio de defesa? Talvez queira esconder os seus verdadeiros sentimentos, eu só não sabia ainda o porquê. Bom, pelo menos era melhor acreditar nisso, do que acreditar que na realidade ele simplesmente é um homem mal.

— Eu queria ter tido um irmão... – falei, enquanto pensava. Talvez se tivesse tido um irmão, meu pai teria sido menos amargo. Teria realizado o seu grande sonho de ter um filho homem, e não teria descontado todas essas frustrações em cima de mim.

Draco me olhou rapidamente, enquanto desabotoava sua camisa, fiquei observando até ele abri-la, e quando vi seu peitoral nu, desviei rapidamente o olhar, confesso que ele era bem definido, e claro, muito bonito, logo senti meu rosto esquentar, incomodada com o fato de ele estar se trocando na minha frente.

— Se fosse possível eu daria meu irmão para você... – ele falou, o ouvi suspirar em seguida. – Mas vamos esquecer esse assunto, ele perdeu, eu ganhei e fim de papo!

Ele parecia satisfeito com isso, só de ouvi-lo e ver a expressão triunfante em seu rosto me fazia concluir que parecia que existia uma competição bem estranha entre os dois, talvez houvesse acontecido algo muito grave no passado deles, algo que os tornou o que são agora, uma espécie de rivais, inimigos, não sei. Porém só de pensar no assunto, eu ficava bem intrigada, mas eu sabia que se tentasse perguntar isso a ele, eu não obteria resposta, Draco não parecia gostar muito de falar sobre sua vida.

— Sabe, eu estou cansada de ficar aqui dentro... – falei decidindo trocar de assunto, eu me aproximei da janela e olhei para o lado de fora, e pensar que esse era só o primeiro dia.

— Então você vai gostar do que vou te dizer... – ele iniciou, então olhei para ele, vi que ele já havia colocado outra camisa. – Pode começar a arrumar as malas que vamos para nossa lua de mel... – ele falou, sorrindo de uma forma esquisita para mim.

Franzi as sobrancelhas. É sério que além de um casamento de aparências também iriamos ter uma lua de mel de aparências? Não sei por que, mas, embora eu tivesse cansada de ficar dentro daquela casa, eu não gostei muito da ideia da lua de mel.

Continua...


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