Chama negra escrita por J S Dumont


Capítulo 5
Capitulo 5 - A noite de nupcias


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!!! Voltei... Desculpa, demorei muito, eu estava em época de provas, mas consegui arrumar um tempinho e vim att, espero que gostem, a história está começando a esquentar e vai ter muito mais babados para vir, não perca, deixem seu comentário e favoritem também, bgs bgs e até a proxima!!!



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CINCO

Não havia mais nada que eu pudesse fazer, enquanto aquele carro seguia em direção a minha nova casa, ou melhor, a minha nova vida eu me sentia como se fosse um pequeno e indefeso rato branco indo em direção á boca de um gato grande e cruel. É, querendo ou não, essa seria minha nova realidade, eu já estava dentro do jogo dele e o que me restava era aceitar, sem sequer imaginar o que seria de mim agora, ou quais eram seus planos para minha pessoa.

Enquanto eu pensava no meu novo destino, nós dois nos mantínhamos em silencio, acredito que seja por falta de intimidade ou de assunto, tudo bem que quase não nos conhecíamos, então podíamos ficar dias conversando e ainda teríamos o que contar um para o outro, mas parecia que Draco não estava muito interessado em saber mais sobre mim, e eu estava com medo de tentar conhecê-lo melhor, e ter a mais absoluta certeza de que eu estava presa a um homem duro e cruel. Então eu fiquei apenas com os olhos pregados na janela do carro, esperando o inevitável, chegar á minha nova casa.

Quando o carro dele parou em frente á mansão, eu senti o meu coração disparar fortemente, desci do carro e os meus olhos logo se pregaram naquele local assustador, sim era assustador, de uma forma que o medo fora pouco a pouco tomando conta de mim e invadindo todo o meu corpo. Eu estava tão assustada e ao mesmo tempo impressionada, nunca na minha vida eu havia visto uma mansão tão... Sombria.

A casa de Draco parecia uma mansão medieval, enorme e clássica. Sobretudo, ela não seria feia se não fosse ás cores escuras e tristes, tudo tão cinza e negro. Parecia que ele havia copiado a arquitetura de um filme de terror, ou a mansão do Conde Drácula. Não havia plantas e pássaros em canto algum, sobrando apenas ali uma enorme casa mal-assombrada.

Definitivamente aquela mansão não combinava comigo, pelo contrário, só de olhá-la me dava era medo.

— Você a comprou ou é da sua família? – eu perguntei, virando-me para olhá-lo.

— Eu que comprei, mas antes de pensar em me casar com você, e então quando ficamos noivos, eu pensei qual melhor lugar do que morar aqui? – ele perguntou, sorrindo para mim.

Eu respirei fundo e então olhei a minha volta. Não havia nada em volta daquela mansão, não havia nenhum vizinho por perto, era apenas um lugar deserto, só havia uma floresta á frente, mas ainda ficava há alguns metros da casa, e... Nada mais do que isso. Simplesmente é assustador.

— Por que um lugar tão isolado? – eu perguntei.

— Às vezes ficar sozinho é bom! – simplesmente ele respondeu e em seguida começou a caminhar para entrada da mansão, puxando-me pelo braço.

Quando ele tocou a campainha, imediatamente uma senhora abriu a porta, parecia ter em torno de cinquenta anos, era uma mulher baixa, um pouco gorda, com traços orientais. Ela estava vestida com uma roupa que me fazia deduzir que devesse ser a governanta da casa.

— Boa noite Draco, e você deve ser a nova senhora Malfoy! – ela olhou para mim, sorrindo amavelmente, sorri de volta para ela, não sei porque, mas eu senti bastante simpatia apenas por olhá-la, ela me passava uma ótima primeira impressão. Entretanto, aquela palavra “senhora” me atingia no fundo da alma, eu ainda me sentia estranha por ser chamada daquela forma.

— Sim, eu sou... – respondi, numa voz meio tremula.

— Hermione, essa é a Molly, a governanta da casa, o que você precisar é só pedir para ela, que tenho a plena certeza que ela irá te atender muito bem... – Draco já fora me interrompendo. Ela sorriu e concordou com a cabeça, ainda olhando fixamente para mim.

E então notei que diversos criados começaram a se aproximar de nós, todos com os braços para trás e me olhando com atenção, senti o meu rosto esquentar, eu não estava acostumada com esse tipo de atenção.

— Essa é a minha esposa, Hermione Malfoy a nova dona dessa casa, então como já imaginam todas as ordens dela devem ser prontamente atendidas, a tratem com todo respeito o possível, se eu ficar sabendo que vocês não estão sendo tão bons e eficientes com ela como são comigo, terão que prestar contas a mim! – ele disse numa voz dura e bastante arrogante. – Agora eu quero que um de vocês tire as malas dela do carro e a levem até a porta do nosso quarto, ah e eu quero também que levem a nossa janta, hoje comeremos no quarto...

Eles não disseram nenhuma palavra, apenas começaram a obedecê-lo. Draco se virou para mim, com um leve sorriso nos lábios.

— Venha, eu vou te mostrar o nosso quarto... – ele disse, e logo começou a me conduzir em direção á escada. Senti meu estomago embrulhar ao ouvir a palavra “nosso quarto”.

Todo o caminho eu fui conduzida por Draco, caminhamos pelo comprido corredor do andar de cima, e logo notei que as paredes eram escuras, e que havia estátuas e pinturas macabras espalhadas por todos os cantos. Aquilo me causava arrepios, definitivamente, aquela mansão não parecia uma casa normal. Melhor, Draco não estava me parecendo uma pessoa normal.

— Você me parece assustada... – ele comentou de repente, talvez tivesse notado a expressão de horror em meu rosto.

—Isso... Essas estátuas... - eu balbuciei.

— Qual o problema? Elas te assustam? – ele perguntou, sorrindo para mim.

— É estranho saber que alguém gosta delas, mesmo que essa pessoa seja você... – respondi. E então parei ao ver uma estátua negra de um lobo, que parecia mais um lobisomem, perto de um dos móveis.

— Daqui um tempo você se acostumará e também as achará um tanto agradável... – ele respondeu, e então senti suas mãos frias sendo colocadas em volta de minha cintura, me sobressaltei e minha vontade era de me soltar dele no mesmo momento, mas me controlei e deixei ele continuar me conduzindo até o quarto. Demorou mais alguns segundos para ele parar em frente a uma porta, abri-la e quase me empurrar para dentro do cômodo.

—Bem vinda ao seu novo quarto... – ele disse próximo ao meu ouvido, fazendo-me sentir um leve arrepio.

Respirei fundo, enquanto olhava ao redor do meu novo quarto, ele era enorme e amplo, com banheiro. E eu não me surpreendi ao ver que o quarto tinha a mesma decoração assustadora do resto da casa. Uma enorme cama de casal estava ao centro do quarto, coberta com um acolchoado marrom escuro, as janelas estavam fechadas, cobertas por cortinas grossas e cinzas. Havia um sofá e algumas poltronas negras, e os móveis eram escuros também, no canto do quarto havia uma mesa de madeira com duas cadeiras. A luz era fraca, e senti-me vazia em saber que eu viveria em um ambiente tão escuro, sem vida e tão assustador.

Afastei-me dele e caminhei até a cama de casal, sentei-me nela enquanto continuava observando o meu redor.

— Por que você usa essas decorações tão estranhas? – questionei-o.

— Simplesmente eu gosto desse tipo de decoração, morei em uma casa parecida em minha infância... - ele respondeu.

— E quem era o seu pai? O conde drácula? – eu brinquei com ele, ele então riu.

— Não foi com o meu pai, mas, foi um tempo agradável, mas não quero falar desse assunto... – ele respondeu, seguindo em direção a janela, fiquei o observando por alguns segundos, enquanto pensava no que ele me disse, a vida de Draco era um tanto misteriosa, eu não sabia quase nada sobre ela, na verdade, eu não sabia quase nada sobre ele.

Até aquele momento a única coisa que eu sabia dele é que ele é rico, herdou uma fortuna, passou um bom tempo no exterior e tem uma irmã e um irmão, que alias, parecia não gostar muito dele.

Eu já ia tentar perguntar algo sobre a vida dele quando fui interrompida por um dos empregados que trazia a bandeja de comida, ele levou-a até a pequena mesa, e colocou os pratos e os talheres nela, depois se retirou do quarto, sem dizer nenhuma palavra.

— Nossa eles foram rápidos... – eu disse impressionada, não havia nem dez minutos que Draco havia pedido a comida.

— Meus empregados são muito eficientes, vamos dizer que eu sou bastante exigente e eles sabem disso... – ele respondeu indo em direção da porta, ele a abriu e então eu constatei que as malas estavam mesmo na porta do quarto, ele as pegou e colocou em cima da cama, depois se virou para mim. – Vamos comer!

— Acabamos de chegar da festa, comemos lá, não estou com tanta fome... – respondi.

Mesmo que eu não tenha me preocupado muito em comer na festa, eu achava completamente desnecessário jantarmos, já que havíamos acabado de chegar de uma festa onde havia muita comida.

— A festa inteira eu só vi você comendo um pedaço de bolo, e acredito que só tenha comido por educação... – ele respondeu, sentando-se na cadeira. – Sente-se! – ele pediu.

Eu suspirei e sentindo-me vencida sentei-me em frente a ele. Peguei os talheres e olhei para a comida, era frango frito, purê de batata e salada de repolho, um prato que eu gostava bastante.

— Espero que eu tenha acertado na comida... – ele comentou.

— Sim, parece boa... – respondi, e depois comecei a comer, a comida realmente era perfeitamente saborosa. Tanto, que até me deixou impressionada. – Nossa! – eu disse, o olhando, enquanto mastigava e engolia. – A comida é... Muito boa!

— Eu já te disse, eu sou muito perfeccionista, então meus funcionários tem que ser muito eficientes, inclusive as cozinheiras... – ele respondeu seriamente, enquanto começava a comer de uma forma extremamente educada, seguindo perfeitamente as normas de etiqueta, tanto que me deixou um tanto incomodada, de ele ser tão... Certinho.

— Você sempre é assim? – eu perguntei, franzindo as sobrancelhas.

— Como? – ele perguntou, parecia realmente não ter entendido minha pergunta.

— Assim desse jeito certinho, exigente demais, perfeitinho demais, ás vezes isso é ahm, irritante... – respondi, atropelando-me um pouco nas palavras.

— O que? Quer a comida um pouco queimada para você se sentir um pouco mais normal? – ele perguntou dando risada, eu parei de comer o olhando meio zangada.

— Não gostei dessa insinuação... – reclamei, discordando com a cabeça. – Só acho que sei lá, não tem como as coisas serem perfeitas, e se fosse, não teria graça... – eu acrescentei, dando de ombros.

— Uau, eu estou impressionado com o seu argumento! – ele disse num tom irônico, fazendo-me olhá-lo com mais raiva ainda.

— Você vai ficar a noite toda zombando da minha cara? – eu perguntei.

— Não, porque temos coisas mais interessantes para fazer... – ele respondeu, fazendo-me olhá-lo meio assustada, pensando o que ele queria dizer com essa “coisa interessante”. – Mas, em minha opinião eu pago e muito bem os meus funcionários, então eu tenho direito de exigir e muito deles, quanto mais perfeito eles forem, melhor será para mim e para eles... – ele respondeu.

Eu suspirei meio contrariada, mas preferi não respondê-lo. Terminamos de comer em silencio, realmente a comida estava tão saborosa que mesmo sem fome comi tudo o que estava no prato. Draco terminou alguns segundos depois de mim, levantando-se primeiro da mesa, automaticamente levantei-me logo atrás.

— Acho que agora vamos para a segunda parte da noite... – ele iniciou aproximando-se lentamente de mim.

— Segunda parte da noite? – eu perguntei meio assustada.

— É, o que você acha que os noivos fazem em sua noite de núpcias? – ele perguntou, parando bem na minha frente.

Eu engoli em seco.

— Eu sei o que os noivos normais fazem, sabe aqueles que se casam porque se amam, agora eu não sei o que fazem aqueles que se casam por aparências... – respondi, começando a recuar para trás.

Para minha surpresa Draco deu uma risada, e então me puxou pelos quadris, deixando nossos corpos grudados um no outro e os rostos perigosamente próximos. Eu arregalei os olhos enquanto observava os olhos famintos de Draco descendo até a minha boca.

— Qual é? Você não vai ficar utilizando esse argumento ridículo logo hoje, não é? Como esse casamento irá funcionar se não fizermos o que todo casal faz? Apesar de que, isso é tão natural que não precisa nem ser um casal para fazer isso... – ele respondeu, enquanto umedecia os seus lábios.

E sem pensar duas vezes eu o empurrei com força, soltando-me rapidamente dele.

— Isso pode ser natural para outras mulheres, mas não para mim, Malfoy! – eu respondi, com raiva.

Draco encarou-me meio impressionado, parecia que pela primeira vez eu consegui surpreende-lo, e ele pela sua expressão mostrava claramente essa total surpresa.

— Não vai me dizer que você... – ele iniciou.

— Isso não te interessa! – eu respondi, o cortando.

— Claro que me interessa, eu sou o seu marido! – ele retrucou, tentando novamente se aproximar de mim, mas rapidamente sai andando para o outro lado do quarto, evitando o máximo uma nova aproximação.

— Você é meu marido por interesse, não porque se interessa por mim, eu não sei nada sobre você e você ainda não faz a mínima questão de mudar isso, o que você quer? Se aproveitar de mim duas vezes? Além de ganhar o que sei lá o que você vai ganhar com esse casamento, ainda quer me usar como se eu fosse uma boneca inflável ou uma escrava sexual? Não, não mesmo! – desabafei, com raiva, enquanto ele continuava me olhando com a boca entreaberta. – Eu não vou transar com você, na verdade eu não tenho nenhuma vontade, você me assusta! – eu finalizei sem nem pensar direito o que estava dizendo, eu estava apenas falando o que estava engasgado há muito tempo em minha garganta, na verdade desde o dia em que descobri que seria obrigada a casar com ele.

Pensei que ele ia retrucar, dizer alguma coisa, até mesmo reverter á discussão e de alguma forma acabar comigo com suas palavras cruéis, como ele costumava fazer desde que o conheci. Porém, ele não fez nada disso, não disse mais nada, nenhuma palavra, apenas me encarou com um olhar pensativo e depois do que calculei cinco ou seis segundos, ele se virou e saiu do quarto, batendo a porta atrás de si com bastante força.

Assustei-me com sua atitude, notei que minha respiração até ofegou com tamanho susto, após me recuperar eu me sentei na cama, com os olhos arregalados, ainda digerindo o que aconteceu. Ele realmente saiu sem dizer nenhuma palavra? Era uma atitude muito estranha e suspeita, fiquei sentada por alguns minutos, apenas pensando e ainda acreditando que ele voltaria, mas após passarem minutos e mais minutos, comecei a constatar que não, Draco não iria voltar mais. Pelo menos não nessa noite.

~~~

Não sei quanto tempo fiquei deitada naquela enorme cama, olhando para a parede, esperando a porta se abrir, ou escutar algum barulho que indicasse que Draco estava voltando. Só sei que com a demora disso acontecer, acabei até mesmo adormecendo naquela espera.

Quando abri os olhos novamente sem saber o certo quanto tempo havia se passado, tudo ainda estava igual, o quarto vazio, a casa assustadoramente silenciosa. Eu suspirei e me sentei na cama, olhei em volta do quarto. Aquilo já estava me deixando agoniada. Será que Draco havia ido dormir em outro quarto? Depois pensei: por que eu estou preocupada com isso? Eu deveria estar feliz, não sei o que faria se Draco tivesse insistido e acabado vindo dormir comigo, apesar de que devo confessar que ficar sozinha naquele quarto também estava me deixando completamente apavorada.

Levantei da cama, decidida a ir ao banheiro, quem sabe tomar um banho quente... Já estava chegando á porta, quando de repente um grito me sobressaltou, tanto, que fez no mesmo instante o meu coração bater acelerado.

— PARA JUSTIN, VAMOS EMBORA!

Eu olhei rapidamente para a porta de entrada do quarto, enquanto meu cérebro raciocinava rapidamente, logo lembrei que Justin é irmão de Draco, ele é casado com Agnes... E logo pensei que deve ter sido Agnes que deve ter gritado.

Sem pensar duas vezes abri a porta e sai do quarto, passei pelo escuro corredor em passos apressados, só parei quando cheguei ao primeiro degrau da escada, dali eu já podia ver a enorme sala de estar de Draco. Perto da porta de entrada consegui visualizar três pessoas: Justin, Agnes e ele, Draco. Parecia que estava havendo uma discussão.

Agnes segurava Justin pelo braço enquanto ele apontava o dedo no rosto de Draco, e o encarava com um olhar enfurecido.

— Você pode enganar a todos Draco, mas não a mim, eu sei muito bem que tudo isso foi armação, uma pessoa igual a você não poderia ter arrumado uma mulher para se casar tão rápido assim... – Justin disse numa voz meio embolada, enquanto ainda era puxado por Agnes.

Vi que Draco riu, parecia realmente ter achado engraçado esse comentário de Justin.

— Por que se impressiona tanto querido irmão? Eu sou bonito, rico, inteligente, qualquer mulher gostaria de se casar comigo... – ele respondeu, num tom arrogante e convencido.

— Ah claro, pagando é lógico, aonde você a arrumou? Em um bordel? Quanto você ofereceu para ela ficar um ano casada com você? – ele perguntou, no mesmo instante entreabri os lábios, enquanto sentia meu coração disparar. Não estava entendendo aquela discussão, não conseguia entender o porquê Justin se irritava com fato de Draco ter se casado, e também não entendia o por quê Draco se interessaria tanto em se casar... Era algum tipo de condição para eles conseguirem alguma coisa?

— Olha como você fala da minha esposa... – Draco respondeu, era um tom calmo, mas ao mesmo tempo bastante ameaçador. – Sorte sua que você está bêbado e então eu não vou levar em conta esses seus desaforos, ah claro, como sempre...

— Justin, por favor, vamos embora! – Agnes pediu, ainda o segurando, parecia envergonhada com a atitude do marido, e desesperada, eu até sentia pena dela, era realmente muito desconfortável presenciar esses tipos de discussões.

Justin então simplesmente riu, mesmo não tendo motivo aparente para isso, o que me fez concluir que realmente Draco deveria estar com a razão, Justin deve estar bêbado, e pelo comentário de Draco, parecia que se embebedar era um habito que ele mantinha frequentemente.

 Foi então que de repente os olhos dele pararam em mim, meu coração disparou ainda mais forte ao notar que ele realmente me viu, no mesmo instante ele me encarou com um olhar estranho, meio irritado e sarcástico, ao mesmo tempo em que um sorriso maldoso surgia em seus lábios.

— Por acaso sua esposa sabe quanto esse casamento foi lucrativo para você? – ele perguntou num tom bastante alto, ainda olhando diretamente para mim. – Afinal a partir de amanhã você se tornará o novo presidente da Malfoy´s Company, engraçado não é? Casaram um dia antes da reunião de escolha... Mais algumas horas você perderia a grande chance de ser o presidente!

— Como você é ridículo... Realmente você não sabe perder Justin, sempre tem que procurar defeitos, desculpas, até mesmo vive essa vida degradante, andando feito um bêbado infeliz por ai, só porque sabe que é um incompetente, você tem é que me agradecer porque eu não vou deixar a Malfoy´s Company na sua mão, o jeito que você é imbecil, iria fali-la no primeiro ano... Por acaso você quer viver a vidinha medíocre dos pobretões Justin? Acredito que não, então em vez de ficar nessa choradeira ridícula por saber que a preferência da presidência é minha por ser primogênito, venha me agradecer por salvar o seu patrimônio...  – ele soltou num tom de desprezo, vi que Justin a essa altura já estava com o rosto todo vermelho, e eu, claro estava incrédula, não acreditava que Draco era tão maldoso assim para falar dessa forma com o próprio irmão, ele havia realmente pegado pesado, só de olhar para Justin dava para ver que ele havia sentido as palavras do outro.

Vi que depois de disparar todas essas palavras os olhos de Draco desviaram-se em minha direção, encontrando-os os meus.

Eu olhei para Draco completamente impressionada, sem acreditar no que havia acabado de escutar, não precisei raciocinar muito para então entender que esse era o mistério todo. Todo esse casamento arranjado havia sido por causa de uma maldita empresa? Ele se casou comigo apenas para se tornar o presidente da Malfoy´s Company? Tudo que ele fez foi por um maldito cargo? A minha vontade era de descer e dar um monte de tapas nele. Mas eu não podia, não poderia fazer aquilo na frente de Justin, assim só daria a certeza a ele do que ele já desconfia.

Então eu apenas discordei com a cabeça e sai correndo em direção ao meu quarto, sem me preocupar em escutar mais nenhuma palavra daquela discussão, afinal, eu sabia que se continuasse ali, eu ia acabar soltando alguma, fechei a porta do quarto com força, e encostei-me nela, enquanto soltava o ar bem devagar.

Eu estava com raiva, nojo e principalmente com ódio.

Draco era um mauricinho, filhinho de papai, fútil, maldoso, egocêntrico, interesseiro e caprichoso, ele apenas se casou comigo por causa de um capricho ridículo. Provavelmente queria irritar o irmão, dava para ver claramente que eles não se davam bem, agora estava muito claro de que ele me obrigou a se casar com ele, por causa de um jogo de poder barato, sim, parecia que existia uma guerra entre os dois irmãos e eu acabei caindo de pára-quedas dentro dessa briga toda. Com certeza o casamento deveria ser uma condição para que ele pudesse ficar com a presidência.

Perdi a chance de ficar com o homem que eu gostava, perdi a chance de ter o casamento dos meus sonhos, de viver um amor de verdade, para ficar presa a um homem que só pensa em um cargo ridículo. Como vou agüentar viver ao lado de um homem assim? Que não tem nenhuma qualidade da qual eu possa admirar... Pelo contrario, até agora, o pouco que já conheço Draco, já não o suporto.

 A minha vontade naquele momento era de gritar para ele que se dependesse de mim ele não conseguiria o maldito cargo. Se dependesse de mim, ele não conseguiria o que ele queria, nem agora, nem nunca.

~~~

Eu sentia o cansaço me dominar, eu estava sendo invadida pelo sono, as minhas pernas estavam latejando, a minha cabeça doía e ao mesmo tempo girava, mas nada disso me fazia deitar na cama. Eu estava irritada, com muito ódio e raiva, eu queria gritar com Draco, bater nele e descontar toda a frustração que eu estava sentindo no momento, eu queria falar na cara dele o quanto ele é caprichoso e desprezível. E por mais que os minutos se passavam e ele não vinha falar comigo, mais raiva dele eu sentia.

Eu sequer sabia quantos minutos havia se passado desde que eu voltei para o meu quarto, eu caminhava para um lado e para o outro feito uma idiota enquanto o xingava em pensamentos, eu tinha impressão de que havia passado muito tempo, mas eu não sabia se isso era decorrente da ansiedade causada pela raiva, ou é porque realmente o tempo havia de fato passado.

De repente a porta se abriu bruscamente, olhei para ela meio assustada, mas rapidamente meu semblante mudou para um de raiva. Draco, a pessoa que eu tanto esperava estava parada em frente á porta, e me olhava com aquele semblante duro de sempre.

Enquanto o olhava eu sentia a raiva subindo pelo meu corpo, como se meu sangue estivesse esquentando, esquentando, até começar realmente a ferver, cheguei ao estado que não consegui mais raciocinar, e fui levada apenas pela emoção, e no estado de impulsividade eu corri em direção a ele, atingindo-o com vários socos no peito.

— MALDITO, DESGRAÇADO, MAURICINHO, CAPRICHOSO, EU ODEIO VOCÊ, ODEIO, ODEIO! – eu gritava enquanto ainda batia nele, mas por mais que eu desse socos ele parecia que não sentia completamente nada, eu o batia com mais força que eu conseguia, era tanta que até minha mão começou a doer, mas Draco sequer se moveu, parecia uma enorme rocha parada na minha frente e ainda seu semblante continuava vazio, não parecia nenhum pouco surpreso ou comovido com minha atitude.

Eu parei completamente frustrada, senti algumas lágrimas caírem de meus olhos, lágrimas que retirei rapidamente com minhas mãos e continuei o olhando com ódio.

— É só isso? – ele perguntou, eu o encarei séria, mas não disse nenhuma palavra. – Não me diga que você ficou assim por causa do que meu irmão te disse? Hermione as pessoas te atingem muito fácil, não acha? – ele respondeu numa voz completamente controlada, parecia um ser sem emoção alguma. Que tipo de pessoa ele é? Eu não conseguia entender... Eu não sabia que existia dentro das veias dele, não parecia ser sangue.

— Você se casou comigo por causa de uma maldita empresa... Apenas para se tornar presidente porque tem uma implicância com o seu irmão? – eu respondi numa voz enojada. – Não existiria uma razão mais fútil e idiota não?

— Eu nunca te disse que iria me casar com você por amor, ou disse? – ele retrucou e arqueou as sobrancelhas, ainda mantendo um semblante duro.

— Mas nunca imaginei que o motivo seria algo tão... tão... –eu discordei com a cabeça, inconformada. – Você estragou minha vida, por sua culpa o homem que eu amo foi embora, você me obrigou a me casar com você por um capricho ridículo, por que você não fez o que seu irmão falou? Porque você não foi até um bordel e pagou a primeira prostituta dali para se casar com você? – falei enquanto lágrimas escorriam de meus olhos.

— Porque eu não queria uma prostituta, se eu quisesse, eu teria o feito, na verdade eu correria riscos, elas não são fieis, e meu irmão não é burro, de alguma forma ele iria armar uma e ia descobrir... – ele deu de ombros. – E também, não vem com esse drama todo para o meu lado, de qualquer forma eu paguei e muito caro por esse casamento, você não está do meu lado de graça não, se eu não tivesse feito isso, você agora estaria arruinada, então não seja uma má agradecida que nem o imbecil do meu irmão, assim como ele você tem é que me agradecer, e além do mais, se aquele paspalho lá te amasse tanto assim como você deve estar achando que ama, ele teria tentado de alguma forma impedir o casamento, não acha? – ele arqueou as sobrancelhas e eu encarei com os lábios entreabertos. Eu não sabia o que dizer, aquela resposta havia me pegado de surpresa. – Conforme-se de uma vez!

Eu levantei a cabeça, e o encarei com um olhar sério.

—Você pode ter ser casado comigo Draco, mas eu juro que nunca vou te amar, pois é impossível amar alguém tão horrível, asqueroso, medonho como você... – eu disse num tom de desprezo, enquanto limpava uma lágrima que caia dos meus olhos, com raiva.

Draco arqueou as sobrancelhas, o semblante endurecido permaneceu em seu rosto, porém ele ficou calado por alguns segundos, antes de me responder:

— Então, eu só lamento! Vou ter que aprender a conviver com isso, assim como você também... –ele disse simplesmente. Senti uma imensa vontade de gritar, mas antes que perdesse o controle mais uma vez, apenas dei as costas para ele, e sai rapidamente do quarto. – Aonde você pensa que vai? – ouvi a voz dele, mas não voltei a olhá-lo.

Passei rapidamente pelo corredor, desci as escadas apressadamente, fui até a porta de entrada, a abri, e sai da mansão, ofeguei, dei alguns passos para frente, senti como se tivesse sufocada e só agora estava conseguindo recuperar o ar.

— Hermione, mas que diabos você...? – ouvi Draco perguntar, eu virei na direção dele, e só deu tempo de vê-lo parado alguns metros de distancia, em frente à porta de entrada, antes de tudo escurecer, senti meu corpo caindo no chão, antes de acabar perdendo a consciência.

Continua...


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