Chama negra escrita por J S Dumont


Capítulo 4
Capitulo 4 - A festa de casamento


Notas iniciais do capítulo

Olá, voltei!!! Está ai mais um cap. para vocês, espero que gostem e não deixem de comentar, os comentários é importante para mim, obg para quem comentou e se possivel favoritem também.
Aqui nesse capitulo, entrarão personagens originais na história, já que Draco nessa fic tem irmãos ;)
bgs bgs e até o próximo!



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QUATRO

Naquele momento a única coisa que eu sentia era vontade de vomitar, eu não estava mais suportando fingir, era terrível sorrir para os convidados quando nos davam parabéns.

Definitivamente, eu odiava ter que sorrir para Draco e fingir que somos um casal apaixonados sendo que não somos, e ainda estava me irritando profundamente ver como ele era um ótimo ator, eu tinha que me segurar para não começar a gritar e dizer para todos que tudo aquilo não passava de uma farsa.

Eu dei graças a Deus quando consegui fugir dos convidados por alguns minutos, pelo menos assim eu não precisaria fingir mais, me isolei em um canto da festa, com uma taça de champanhe nas mãos, e enquanto bebia não pude deixar de observar Draco de longe. Como ele poderia ser tão fingido? A frieza dele me dava nos nervos, ele conseguia sorrir e cumprimentar os convidados numa facilidade absurda, a ponto de que qualquer um que olhasse não desconfiasse de nada, e aquilo sim, conseguia me irritar. Na verdade tudo que fosse ligado a Draco Malfoy me irritava, me irritava vê-lo conversando com seus familiares animadamente, me irritava vê-lo ser puxado pelos outros convidados para cortar a gravata, me irritava vê-lo sorrir.

E eu estava tão irritada, que a cada minuto me dava mais raiva daquela festa, daquele casamento, e principalmente dele.

— E ai, você está se divertindo? – escutei uma voz feminina e conhecida perguntar próximo de mim me fazendo acordar dos meus pensamentos, eu olhei rapidamente para a dona da voz, e então avistei Gina me observando com um sorriso fraco no rosto. Ela estava com um vestido de festa azul escuro e os seus cabelos ruivos estavam presos em um coque elegante, ela havia sido minha madrinha e estava bastante bonita, e até mesmo parecia mais animada do que eu. Quer dizer, qualquer um na festa estava mais animado do que eu.

— Adivinha? – perguntei enquanto dava o ultimo gole de champanhe e colocava a taça em cima da mesa da qual eu estava encostada. Depois os meus olhos voltaram a parar nele, ele estava conversando com pessoas que eu sequer conhecia, deveria ser os seus parentes, enquanto outro homem que também eu não conhecia, cortava mais um pedaço de sua gravata.

— Bem, você sabe que é péssima quando tem que fingir, na verdade você está parecendo mais que está em um velório do que no seu casamento...  – ela respondeu enquanto parava os olhos em Draco também. – Sabe Mione se eu tivesse em seu lugar, eu não ficaria tão mal assim em se casar com esse gato não... Ai, só não conta para Harry que eu disse isso!

Eu a olhei com as sobrancelhas franzidas.

—Se você não fosse casada eu não me importaria em dar ele de presente para você... – respondi meio irritada, então cruzei os braços e dei um longo suspiro. – O que ele tem de bonito, ele tem de arrogante, irritante e grosseiro, alias falando em grosseria, você se lembra do que eu te contei do dia em que eu fui à casa dos seus pais? Quando voltei me encontrei com ele em frente a minha casa, alias falando nisso, além dele ser um grosso ele parece uma assombração, aparecendo sempre nos momentos mais inconvenientes...

— Ah você me comentou rapidamente sobre isso, o que foi uma grande surpresa para mim é a questão do Rony, caramba, por que você não me falou antes que gostava do meu irmão? – Gina discordou com a cabeça, parecia inconformada. – Até mesmo me senti traída, guardar esse segredo todo esse tempo com você! – ela acrescentou num tom de pura repreensão.

No dia em que ela e eu falamos sobre o assunto, fora bem rápido, eu havia feito uma visita a ela e a Harry logo no dia seguinte em que fui á casa de Rony, quando Harry foi até o seu escritório atender um telefonema, eu aproveitei para falar rapidamente com Gina sobre o que aconteceu, eu sabia que aquele era o pior momento para eu confessar para ela o que sinto por Rony, mas aquilo já estava me sufocando, eu precisava conversar com alguém. E claro, ela ficou chateada e com razão. Mas ai Harry voltou e não pudemos prosseguir com o assunto.

E agora estávamos falando sobre outro homem justo no dia do meu casamento, eu confesso que era algo meio estranho se parar para pensar no assunto, porém, todo o meu casamento fora estranho, um verdadeiro circo de horror, então nada mais me surpreendia.

— Eu não conseguia confessar isso para ninguém, alias, eu não tinha nem esperanças de um dia poder ter algo com ele, só que no dia em que ele partiu, a frase que ele me falou, aquela que te contei, me encheu de esperanças... Mas ai você já sabe como terminou tudo! – finalizei a história, totalmente desapontada. Preferia continuar pensando que Rony e eu nunca poderíamos ficar juntos, do que ficar imaginando que isso poderia ter acontecido, isso se o inconveniente do Draco não tivesse entrado em minha vida.

— Olha, talvez você não vá concordar com o que eu vou dizer, mas eu até entendo o Draco, você acha que ele iria reagir como? – ela perguntou, com as sobrancelhas arqueadas. – Afinal, você estava tentando encontrar o meu irmão para se declarar a ele, você queria o que? Que ele pulasse de felicidade em vez de dizer o que disse?

— Ele não falou o que falou porque estava com ciúmes de mim, na verdade ele não ficou bravo, pelo contrario, ele riu, parecia estar se divertindo com o meu sofrimento... – eu me virei para Gina, evitando olhar novamente para Draco. – Ele não gosta de mim Gina, e também não faria nem sentido se ele gostasse, nem nos conhecemos direito...

— É isso que você precisa... Conhecer o Draco! Já que já se casou com ele, dê uma oportunidade a esse casamento pelo menos, o meu irmão foi um covarde e foi embora, não responde suas mensagens, suas ligações, e então não custa nada tentar fazer essa relação dá certo... – ela sugeriu. E isso era verdade desde que Rony foi embora, ele não falava comigo, o telefone sempre dava caixa postal, ele também não falou com Gina, só fez uma ligação de dois minutos para os seus pais para avisar que estava bem, e nada mais do que isso.

— Como vou fazer isso? Se o pouco que eu falo com ele eu já fico assustada, a frieza dele me deixa nervosa, ele é pior que meu pai, como eu poderei me apaixonar por ele? – meus olhos novamente voltaram para Draco, e então notei que os olhos dele estavam fixos em mim, sim, ele me olhava, com um leve sorriso nos lábios, enquanto ainda conversava com os seus convidados, parecia satisfeito e com razão, afinal, conseguiu o que tanto queria. – Como eu poderei viver com ele? – eu perguntei, mas para mim do que para Gina.

Esperei que minha amiga respondesse, mas quem acabou falando foi outra voz, a de Harry, marido dela.

Harry é um homem mediano e magro, branco, de olhos verdes e cabelos escuros, eu sempre achei que ele e Gina fazem um casal perfeito, afinal, são tão apaixonados e tem uma sintonia maravilhosa. Tanto que quando os vi se casando, até mesmo chorei de emoção, imaginando o dia em que chegaria a minha vez, só que o que não imaginei era que esse dia seria tão triste.

— Posso cumprimentar uma das noivas mais lindas que já vi? – disse Harry no seu tom todo simpático, olhei para ele e fora impossível os meus olhos não marejarem, me aproximei e lhe dei um forte abraço, sentia realmente como se estivesse num funeral.

Assim que ele me soltou, sorriu levemente para mim, e segurou meu rosto com suas duas mãos.

— Está tão linda, mas ao mesmo tempo está tão triste! – ele comentou.

— Não tinha como ser diferente... – falei, o sorriso dele fora sumindo devagar, pelo que eu o conhecia eu sabia que naquele momento ele não sabia o que dizer, também, naquele instante não existiria nenhuma palavra que poderia me confortar.

— Bom, que tal a gente se sentar? – Gina sugeriu, parecendo querer acabar com aquele assunto e realmente era o melhor a se fazer.

Então se sentamos em uma mesa e tentamos conversar sobre qualquer outra coisa que não fosse esse casamento idiota, logo então o assunto de nossa conversa acabou sendo a segunda lua de mel dos dois. Ao os ouvir comentarem sobre a viagem, comecei a me perguntar se eu iria ter uma lua de mel, sinceramente me dava calafrios só de imaginar isso. Eu estava tão distraída em meio aos meus pensamentos, que só voltei em mim quando escutei uma nova voz, essa eu desconhecia.

— E então você que é a minha nova cunhada...

Eu me virei rapidamente em direção á dona da voz e foi então que eu avistei duas mulheres, que me olhavam com um sorriso um tanto esquisito no rosto.

Uma delas é bem branca, de cabelos e olhos negros, ela estava com o cabelo todo preso e usava um vestido dourado bastante elegante, sua estatura é baixa e ela é bastante esbelta, porém tinha curvas que era bastante atraente.

A outra é uma belíssima loira de olhos cor de âmbar, estatura alta e o corpo muito bem distribuído, não chegava a ser gorda e nem magra, ela estava com um vestido vermelho bem chamativo e com os cabelos soltos, que brilhavam como nunca.

As duas sorriam para mim, o que me obrigou a sorrir para elas também.

— Vocês são irmãs de Draco Malfoy? – eu perguntei, na realidade eu não me lembrava de nenhuma das duas, o único Malfoy jovem que eu me lembro de ter conhecido em minha vida foi Draco Malfoy.

Elas riram.

— Na verdade só eu que sou irmã de Draco, Agnes é minha cunhada, é esposa de Justin que é irmão dele e eu! – a morena respondeu, aproximando mais de nós duas. – Eu sou Justine Malfoy...

— Eu sou Hermione Granger, e esses são meus amigos, Gina e Harry! – respondi, Gina e Harry sorriram e acenou para elas.

— Quer dizer era Granger não é? Agora você é uma Malfoy! – Justine comentou, e no mesmo instante aquilo me revirou o estomago.

— Ah sim, claro... –falei, não consegui disfarçar o incomodo de ouvir aquilo.

— Bom, mas nós já sabemos quem é você, ou você acha que Draco não falou nada sobre de você para nós? - Agnes perguntou e depois franziu as sobrancelhas, ficando meio confusa. – Estranho é você não saber que Draco tem uma irmã e um irmão e não duas irmãs... Ele nunca falou da família dele para você?

Eu olhei para Gina, que apenas deu de ombros, parecia ter ficado assustada com a pergunta, tão assustada quanto eu fiquei.

— Er... Bem, sim, ele chegou a falar de vocês, só que eu sou tão esquecida, que bem, acabei me esquecendo... – respondi, enrolando-me um pouco nas minhas próprias palavras.

— Ah claro, ele falou um pouco de você para nós, só que ele sempre foi tão discreto... – Justine comentou. – Parecia não gostar de responder nossas perguntas, o que nos deixou bastante curiosas para ver como você é! – ela sorriu de forma simpática, e novamente me senti obrigada a sorrir para ela também.

— É, uma coisa ele estava certo, você é bastante bonita... – Agnes me elogiou e então no mesmo instante eu senti minha bochecha pinicar.

— Obrigada... – agradeci, timidamente.

— E então... Por que vocês não se sentam um pouco com a gente? – Harry pediu, de uma forma educada.

Sorrindo, as duas se sentaram a mesa conosco, no mesmo instante fiquei um pouco nervosa, com medo de elas fazerem novamente perguntas que me fizesse cair em algum tipo de contradição.

— E então... – Justine iniciou, depois de alguns minutos que estávamos sentadas na mesa. – Fale um pouco de você Hermione...

— Eu não tenho muito que falar de mim... – respondi, um pouco nervosa.

— Todo mundo tem algo para falar... – Agnes discordou. – Tipo eu odeio rosa, odeio comida japonesa, ah, mas eu adoro comida chinesa... –ela respondeu, dando de ombros.

— Comida chinesa é ótima mesmo, adoro aquilo lá, como se chama mesmo? – Gina pensou por alguns segundos. – Won Tong!

— Ah também adoro... - Agnes disse, sorrindo.

— Bom, eu já não sou muito chegada á comida chinesa... – eu comentei pensativa.

— Ah então somos duas! – Justine disse, suspirando. – Mas então, Hermione, o que você gosta? – ela perguntou, olhando diretamente para mim.

Eu pensei por alguns segundos, antes de respondê-la:

— Bom, gosto de ler... Hum... É, romances... – gaguejei, na verdade desde que descobri que seria obrigada a casar com quem eu não queria, nunca mais consegui ler um romance, mas confesso que era algo que gostava de fazer, antigamente.

— Ah e a Hermione também pinta muito bem, embora não costuma mais pintar há algum tempo... – Harry falou, olhei para ele com as sobrancelhas franzidas. Ele não precisava contar aquilo a elas.

— Ah é mesmo? – perguntou Agnes, sorridente. – Que legal, você é uma artista!

— Ahm... Mais ou menos! – eu disse meio envergonhada. – Eu não acho que pinto tão bem!

— Ah é claro que pinta! – respondeu Gina. – Ela só está sendo modesta!

— Ah, já eu sou um desastre, não sei desenhar nada! – Justine comentou. – Bom, na verdade, eu não tenho paciência, eu era péssima nas minhas aulas de Artes na época da escola!

— Ah falando em passado, eu soube que Draco e você se conhecem desde crianças, não é? - Agnes perguntou, trocando de assunto. – Que fofo... – ela acrescentou, soltando um longo suspiro, enquanto apoiava o queixo em sua mão.

Eu a encarei com as sobrancelhas franzidas, sem entender o comentário dela, afinal, a ultima coisa que tem em minha relação com Draco é romantismo.

Eu já estava pensando em respondê-la, quando senti a presença de alguém ao meu lado. Olhei rapidamente para a pessoa, e engoli em seco ao ver que se tratava de Draco, ele sorria levemente enquanto olhava diretamente em minha direção.

— Posso roubá-la por alguns minutos? Eu quero dançar com minha esposa! – ele perguntou.

— Claro! – Agnes respondeu, sorrindo para nós.

Eu continuei encarando Draco, meio atônita, olhando ele estender a mão direita para mim, eu não queria, mas fui obrigada a segurar a mão dele, o senti me puxar. E então ele me conduziu até a pista de dança, em silêncio.

Eu não podia negar que o silencio era constrangedor, mas parecia que Draco não estava muito a fim de conversar, o que me fez concluir que a intenção dele era mesmo fingir. Ou seja, íamos dançar juntos apenas para fingir que somos um casal normal, comecei então a me perguntar se a vida dele era resumida a isso mesmo, fingir, fingir e fingir.

 Enquanto dançávamos uma musica lenta, os pensamentos voltavam a me corroer, por mais que eu quisesse e por mais que eu tentasse, eu não conseguia me sentir a vontade, aquele casamento não parecia ser meu, eu não me sentia esposa de Draco, a única coisa que eu parecia naquele momento era que era uma atriz, atuando em um salão elegante para todos os convidados, e atuando muito mal, alias.

Ainda, eu sentia que tudo em minha volta era uma verdadeira mentira, o que me incomodava, algo que parecia não incomodar Draco, ele parecia expert em mentiras, já que depois daqueles poucos minutos de conversa que tive com a irmã e cunhada dele, comecei a desconfiar de que Draco estava atuando e fingindo até mesmo para os mais próximos da sua família.

Meus olhos começaram a percorrer por todo o salão, observei cada mesa, cada convidado, a maioria eram rostos desconhecidos, mas todos sorriam, pareciam felizes, pareciam satisfeitos, ou melhor, pareciam estarem sendo... Enganados. Não graças a mim, que não fiz muita questão de fingir estar feliz, mas sim graças a Draco, que era um ator muito melhor do que eu.

Foi então que entre os rostos desconhecidos, um chamou mais a minha atenção, esse era diferente dos demais, pelo menos notei que ele não sorria, não conversava, não parecia feliz, os meus olhos permaneceram nele por alguns segundos. Notei que ele era um homem branco, alto, forte, de olhos azuis. Ele estava isolado, um pouco longe das mesas, de braços cruzados, com os olhos fixos em nós. Senti o meu estomago embrulhar ao sentir-me fuzilada por aquele olhar frio, parecia que ele não havia gostado de mim, embora nem me conhecesse.

— Você mentiu para a sua família... Não mentiu? – eu perguntei a Draco, enquanto continuávamos dançando e fingindo ser um casal pelo menos um pouco normal.

— O que você está dizendo? – Draco perguntou, parecendo não entender minha pergunta.

— Por acaso sua família sabe que esse casamento é apenas de aparência? – eu perguntei.

— Posso te perguntar a mesma coisa... Tirando os seus pais, a sua família sabe disso? – eu o encarei enquanto ainda dançávamos, mas não o respondi. – Acho que você não entendeu, não é? Me deixa reformular a pergunta, a sua família por acaso sabe que seus pais até algumas horas atrás estavam completamente no buraco e por isso a filha deles teve que se casar comigo?

Engoli em seco e respirei fundo, tentando segurar a vontade de dar um soco no rosto daquele arrogante. Foi difícil, mas milagrosamente consegui me acalmar e me segurar, mas ainda eu estava sentindo bastante raiva dele.

— Você sabe muito bem a resposta, nem precisaria fazer uma pergunta estúpida dessas... – respondi, no tom mais grosseiro o possível, para no mínimo tentá-lo responder altura. Mas pareceu que minha resposta por alguma razão foi engraçada para ele, porque ele começou a rir, enquanto seu rosto foi se aproximando do meu ouvido, bem lentamente.

— Eu já te disse Granger, ou melhor, agora senhora Malfoy, estamos fazendo uma troca... – ele iniciou no pé do meu ouvido, enquanto me abraçava com mais força. – Você se livra da falência, e eu me beneficio da minha forma, beneficio da qual você não necessita saber já que isso são assuntos meus, entretanto, para você não acabar me prejudicando e falando coisas que não deve, eu vou responder a sua pergunta, não, a minha família não sabe que nosso casamento é um negocio, para eles somos um casal apaixonados, então se não for pedir muito tente sorrir mais e tire um pouco essa cara de enterro, para que pessoas que já desconfiam como o meu irmão Justin que está olhando para cá agora mesmo, não tenha a certeza que tudo isso é uma farsa... – ele respondeu, enquanto continuávamos nos movimentando bem lentamente.

Meus olhos novamente pararam naquele homem, que agora sei que é irmão dele, o Justin, marido de Agnes, que estava falando comigo minutos atrás.

 Logo constatei que realmente ele continuava olhando para nós e sua expressão não era uma das melhores.

— Por acaso ele não gosta de você? – eu perguntei. – A esposa dele parece ser bem agradável...

— São coisas de família, vamos dizer que ele me considera a ovelha negra... – e então ele afastou um pouco o rosto, e eu pude olhá-lo nos olhos. – Mas quem sabe ele não tenha razão? – seu sorriso se alargou e eu encarei-o meio confusa. – Bom... Vamos se sentar em uma mesa, só que dessa vez juntos... – ele acrescentou, cortando a conversa, e então me puxou pelo braço sem dizer mais nada, e juntos saímos da pista de dança.

~~~

Depois que sentei a mesa acompanhada por Draco, a minha cabeça girou, não demorou muito para eu me sentir ainda mais deslocada, pois não conhecia metade dos convidados, via um monte de rostos desconhecidos se aproximarem para me cumprimentar, e no final de contas eu só sabia quem era porque eles diziam o nome e o que era de Draco, a mais simpática fora uma tia dele chamada Andromeda Tonks, notei que ela estava muito bem vestida, ela era muito sorridente e conversadora, e só se afastou quando Draco lhe deu uma indireta, parecendo não fazer muita questão em ser simpático com ela, assim que ela saiu, eu olhei para ele, com um olhar indignado.

— Ela é uma senhora tão legal, você deveria ser mais educado... – eu o repreendi. Ele revirou os olhos, e passou as mãos em seus cabelos que estava lotado de gel.

— Olha quem está falando em ser legal, um monte pessoas da minha família já notou que você não sorri muito... – ele falou.

— Mas eu não maltratei ninguém! – respondi.

— Eu já estou cansado, eu não sou muito de festas... –ele disse enquanto arrumava a gola de sua camisa que estava por baixo do elegante terno. – Além do mais, essa minha tia ai é muito chata, se você der atenção, você vai cansar de ouvi-la falar, e sinceramente eu não estou com muita paciência para isso...

— Percebe-se! – eu respondi e depois me levantei.

— Aonde você vai? – ele perguntou.

— No banheiro! – eu inventei.

Então lhe dei as costas e me afastei, fui próximo ao banheiro do salão e olhei para trás, para olhar novamente para os convidados. Vi meu pai todo sorridente, conversando com sua família, minha mãe também estava sentada em uma das mesas, calada, mas ainda sorria. Harry e Gina já estavam em outra mesa, conversavam um com outro, enquanto Agnes já estava sentada ao lado do esposo, que parecia não querer fazer muita questão de conversar.

Meus olhos então pararam na porta de saída, senti vontade de sair correndo e fugir dali, deixar aquilo para trás, fugir desse casamento enquanto ainda dava tempo, antes do pesadelo só piorar.

Até mesmo imaginei a cena, correndo dali, fugindo de vestido e tudo, mas não consegui sequer me mover, eu não ia conseguir fugir isso era um fato, então obviamente eu me senti uma fraca, fechei os meus olhos e soltei o ar que eu segurava alguns segundos dentro de meu pulmão.

Continua...


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