Chama negra escrita por J S Dumont


Capítulo 3
Capitulo 3 - O casamento


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpem a demora, eu ando atolada com as coisas da faculdade e devido a isso acabei atrasando para att essa fic, mas já voltei *-* cap. bem legal para vocês, espero que gostem e peço que não deixem de comentar, se comentarem eu volto mais rapido com o próximo, bgs bgs e até lá!



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TRÊS

Depois do que aconteceu, aquele dia para mim já havia acabado, tanto que eu não estava nada animada em ter que sair para escolher o maldito buquê. Mas eu sabia que não tinha muitas opções, pois querendo ou não, eu teria que mais cedo ou mais tarde ir com minha mãe até a floricultura, então quanto mais rápido terminasse os preparativos, melhor seria. Com tudo pronto, pelo menos eu poderia tentar tirar um pouco esse casamento de minha mente por alguns dias.

Eu não quis falar com minha mãe sobre o por quê eu fiquei tão estranha na hora em que Rony foi embora, ela nunca soube do meu interesse amoroso por ele e também agora nessa altura do campeonato não valeria de nada contar para ela. Rony já deve estar longe e meu casamento cada vez mais próximo.

No trajeto até a floricultura, eu permaneci dentro do carro em silencio, minha cabeça estava encostada no vidro da janela e os meus pensamentos estavam fixos em Rony, eu me sentia tão próxima dele em pensamentos, mas fisicamente eu estava tão longe. Fora quando eu dei um suspiro desanimado e voltei á realidade ao notar que ela parou o carro. Lá estava eu na floricultura.

Desci do carro com minha mãe, e ela já foi me puxando para dentro da loja, ela estava tão animada. Assim que entramos, logo eu me vi imersa em milhões de flores coloridas, de diversos tipos, uma mais bonita do que a outra.

—Diversas opções, não?- Laurie disse alegre para mim. - Vamos, filha, escolha a que achar mais bonita, eu vou dar uma olhada por ali...

Ela se afastou e eu olhei para os lados, meio perdida entre tantas flores, por um momento eu me esqueci de tudo enquanto analisava cada uma delas. Até que então eu me dirigi á flor que eu mais gostava, as rosas brancas, eu toquei em suas pétalas, sorri e aproximei meu nariz para sentir o seu perfume.

—Descobri qual sua flor predileta... – uma voz fria e arrastada falou de repente, fazendo-me voltar à realidade.

Eu me virei rapidamente e arregalei os olhos ao ver que se tratava de Draco, ele me olhava com um sorriso sarcástico nos lábios.

— Você... – eu disse meio surpresa. – O que faz aqui?

—Isso não é maneira de uma noiva receber um noivo... – ele me repreendeu, de forma sarcástica.

— Como você soube que estaríamos aqui? – eu perguntei, ainda tentando recuperar-se da surpresa de encontrá-lo na floricultura.

— Sua mãe que me falou... – ele respondeu com indiferença. – Você não me parece muito feliz em me ver...

— Como eu ficaria? Não te vejo desde aquele dia, como você quer que o nosso casamento dê certo se você nem usa esses últimos dias para nos conhecermos melhor? – eu reclamei.

— Eu tenho muitas coisas para resolver... E, além disso, é como eu já te disse, teremos a vida toda para nos conhecermos... – ele respondeu, e sorrindo agora de uma forma mais natural ele aproximou-se mais, e apertou de leve o meu nariz.

Eu me afastei emburrada, e notei que ele ainda sorria, eu não podia negar que o sorriso dele é muito bonito quando não é dado com ironia.

—Fica tão bonita emburrada... – ele comentou, pegando uma das rosas brancas que eu estava cheirando minutos antes dele aparecer. – Você deveria usar essas flores no casamento, sua pele é branca que nem a pétala dessa rosa, ela combinaria muito com você... – ele sugeriu.

Eu fiquei olhando-o sem saber o que dizer, e ainda sorrindo ele aproximou-se mais, e antes de eu poder desviar ou fazer qualquer coisa, ele abocanhou minha boca, dando um rápido beijo, ao afastar eu fiquei olhando-o com a boca entreaberta.

— Nos vemos em breve, Granger... – ele despediu-se entregando a rosa para mim. Olhou-me de uma forma misteriosa e ao mesmo tempo sedutora, e depois se virou indo embora tão rápido quanto apareceu.

Engoli em seco, enquanto o observava se afastar, somente quando ele saiu da loja eu notei como os pelos do meu braço estavam arrepiados. Sem sombra de duvidas, ele me deixava completamente apavorada.

— Aiii! – eu gemi ao notar que me feri em um dos espinhos da rosa branca. Coloquei-a no lugar e depois observei a gota de sangue que saia do meu dedo, instintivamente eu coloquei o dedo em minha boca.

— Olha, vejo que estão se entendendo melhor... – minha mãe comentou, enquanto aproximava-se de mim.

— Não, nós não estamos, ele me assusta demais! – eu rebati com raiva.

Minha mãe soltou um longo suspiro.

— Já escolheu as flores? – ela perguntou, trocando de repente de assunto.

Olhei em volta, até parar o olhar nas rosas vermelhas.

— Serão essas! - respondi, pegando uma das rosas vermelhas em minha mão. As brancas eram as minhas favoritas, mas eu não iria seguir a sugestão dele. Não mesmo.

~~~

Já havia anoitecido, mas o que havia ocorrido durante o dia continuava se repetindo em meu pensamento. Para mim aquele dia havia sido difícil e ao mesmo tempo decepcionante, principalmente por causa de Rony.

Eu não conseguia me conformar, era incrível como tudo estava acontecendo para dar errado, parecia que por mais que eu tentasse fugir desse casamento, mas eu era jogada para ele, e quando finalmente eu poderia até ter uma oportunidade com Rony o destino impede que eu consiga me entender com ele. Pois Draco praticamente virou a pedra em meu caminho. E isso, definitivamente era decepcionante.

Eu já havia me conformado, após a conversa com a Gina eu tinha aceitado a ideia de ter que me casar com Draco, mas isso até escutar aquela frase de Rony, e só de pensar que tudo poderia ter sido diferente e que eu tinha sim chances com ele, isso me deixava completamente angustiada, eu não conseguia tirar da minha cabeça de como tudo poderia ser diferente, se eu pudesse estar de casamento marcado com Rony e não com Draco.

Foi então que entre esses meus pensamentos de repente surgiu uma seguinte frase: Eu precisava tentar. Sim, eu tinha que tentar fazer alguma coisa, não podia me conformar com aquela situação tão fácil. Talvez ainda exista uma saída, uma chance. E foi então que naquele momento eu recordei-me de um pequeno detalhe: Rony não disse para mim em que horário iria viajar.

Ainda eu tinha chances de impedir, antes dele ir embora eu poderia chegar e dizer para ele que gosto dele, e que eu terminaria toda aquela ideia estúpida de casamento se ele dissesse que também tem interesse por mim, mas nos minutos seguintes já começou surgir as duvidas e os receios. Se ainda desse certo e Rony confessasse que também gosta de mim, meu pai não aceitaria já que Rony não tem tanto dinheiro como o Draco, ele até estava bem economicamente, mas não tinha o suficiente para tirar a minha família do buraco, eles iriam à falência da mesma forma.

 Entretanto no minuto seguinte eu pensei que isso não era o que importava, se eu pudesse pelo menos ter um pouco de segurança financeira o que eu já teria ao lado de Rony, eu não me importaria com a falência. Meu pai que se virasse como pudesse.

Então sem pensar mais, eu peguei a minha bolsa e sai rapidamente do quarto, dessa vez antes de sair de casa peguei a chave do portão no escritório de meu pai para não ter a necessidade de pular o portão, ao sair de casa eu fui andando pela rua agora com mais facilidade e mais calma no que na noite em que tentei fugir de casa, depois de virar duas esquinas consegui encontrar um ponto de táxi, o peguei decidida a ir até a casa de Rony, torcendo mentalmente para que ele ainda não tivesse ido embora.

O táxi me deixou na frente da casa dele, que por sorte não era muito longe da minha, já havia escurecido um pouco mais quando cheguei.

Eu desci do taxi rapidamente, pagando-o com o dinheiro que tinha trazido em minha bolsa e pegando o cartão que havia o numero dele para quando voltasse pudesse ligar para ele de volta, e então segui em direção a porta de entrada, toquei a campainha e senti o coração disparar no mesmo segundo, demorou entre dez a vinte segundos para a porta se abrir e o pai dele, Arthur, aparecer.

Rony era o único dos irmãos Weasley que continuava solteiro e então ele ainda morava com seus pais Arthur e Molly.

— Mione... – Arthur disse sorridente, notei que ele estava meio surpreso com a minha visita, afinal, eu não costumava muito visitá-los, e muito menos durante a noite. – O que faz aqui esse horário? Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou.

— Não, é que eu queria falar com o Rony, ele está? – eu perguntei.

— Ah não, faz umas duas horas que ele saiu, ele viajou para Espanha e... – ele dizia até eu o interromper.

— Eu sei, ele passou na minha casa para falar que ia viajar, mas eu pensei que ele ainda não tinha ido... – respondi, dando um longo suspiro.

— Então ele já foi, há essa hora ele já deve ter entrado no avião... – ele respondeu. - Mas... Aconteceu algo?

— Não, não está bem... Não era nada de importante! Obrigada... – agradeci tentando não demonstrar muito a minha chateação, mas acho que não funcionou muito. Eu já havia me virado para voltar para a calçada e pedir novamente o taxi, quando ele novamente me chamou, eu me virei novamente para olhá-lo. – É eu não tive oportunidade de falar com você na sua festa de noivado, então eu quero aproveitar para te parabenizar pelo casamento!

Sorri forçadamente e concordei com a cabeça.

— Obrigada... – agradeci, sentindo os olhos marejarem.

— Quer entrar para tomar um café? – ele perguntou.

— Não, eu estou com pressa, obrigada, quem sabe outro dia! –falei, ele sorriu para mim e assentiu com a cabeça. Assim que ele se despediu e fechou a porta, eu finalmente desabei-me, comecei a chorar compulsivamente enquanto caminhava em direção a calçada e pegava o meu telefone celular dentro de minha bolsa.

Enxuguei as lágrimas, enquanto segurava meu celular e o cartão do taxista, eu já ia discar o numero, quando, pensei melhor e instintivamente acabei entrando na minha agenda telefônica e procurei o numero do celular de Rony, respirei fundo e com coração disparado, liguei para ele. Porém a ligação simplesmente ficou muda e logo em seguida caiu na caixa postal. Novas lágrimas escorreram de meus olhos, e logo pensei que agora já era, não tinha mais volta, ele estava longe, muito longe de mim.

Simplesmente eu não fazia ideia de quanto tempo ele ficaria na Espanha, talvez quando voltasse ele nem estaria mais solteiro e sim com outra mulher, e se um dia ele sentiu alguma coisa por mim lá ele com certeza poderá me esquecer.

Ainda limpando as novas lágrimas que caiam de meus olhos, fui até a calçada e liguei novamente para o taxista pedindo para que ele retornasse. Como foi muito rápido minha visita, ele não demorou mais do que cinco minutos para chegar novamente até a casa dos Weasley para me buscar.

No caminho de volta para casa eu estava arrasada, comecei a me culpar de não ter ido mais cedo até a casa de Rony. Mas agora, eu sabia que não adiantava ficar me lamentando ou me culpando, a única coisa que me restava fazer, era voltar para casa, seguir com o plano de Gina, salvar minha família da falência e tentar no mínimo daqui alguns meses me livrar de Draco e ai então eu poderei pensar em refazer minha vida, e que quando chegar a essa fase eu possa pensar apenas em mim e nas minhas vontades.

~~~

Novamente paguei o taxista e desci do taxi, assim que o vi indo embora, eu me virei para entrar em casa, porém, antes que eu pensasse em abrir o portão, me dei conta de que havia um carro de luxo, todo escuro parado em frente a minha casa. Assim que a porta do carro escuro se abriu, engoli em seco e meu coração disparou quando vi que quem saiu daquele carro, era ninguém mais e ninguém menos do que Draco Malfoy.

Sim, por alguns segundos achei que estava ficando louca, mas cada passo que ele dava em minha direção e eu via mais claramente o seu rosto, eu tinha mais certeza que não, era ele, Draco, eu não estava delirando e nem tendo nenhuma miragem. Ele aproximou-se lentamente, até chegar a minha frente e permaneceu com os olhos grudados em minha direção e com aquele semblante tão duro e gélido quanto um cubo de gelo.

— Você está me perseguindo é? – eu perguntei, com raiva.

— Não... - ele respondeu, calmamente.

— Ah não? Então como você explica a razão para estar aqui? Bem no momento que desço do taxi eu encontro você, muita coincidência não? Com certeza você me seguiu! – eu o acusei.

— Não, eu não te segui... Simplesmente como você havia reclamado hoje cedo que eu não costumava aparecer em sua casa, eu decidi te visitar, eu acabei de chegar quando vi o taxi parando bem na frente do meu carro, e ai você desceu, alias para onde você foi esse horário? Segundo os seus pais você não costuma sair muito de casa, ainda mais fazer esses tipos de passeios noturnos... – ele disse, parecia intrigado.

Eu então soltei um longo suspiro.

— Não fui fazer nada de importante... – respondi, tentando manter a indiferença, mas estava difícil.

— Sair essa hora da noite, de taxi, ainda está com uma cara de velório, não, você está mentindo, além do mais, mente muito mal! – ele disse num tom acusador.

Eu suspirei e o encarei com raiva, e logo pensei, por que eu iria esconder a verdade dele? Afinal, se ele não gostasse e não quisesse casar comigo mais, já tiraria um peso das minhas costas. Então nervosa eu logo o respondi:

— Está certo, você quer tanto saber? – perguntei, ele cruzou os braços e assentiu com a cabeça. – Eu fui à casa do Rony Weasley, o cara que você me viu conversando na festa de noivado, eu fui até lá me declarar para ele, mas para meu azar ele foi embora para Espanha, cheguei tarde demais! – eu disse, firmemente. Já acreditando que ele ficaria irritado, que faria um escândalo, que diria que isso é como uma traição, mas não, ele não fez nada disso, teve uma reação que me deixou completamente surpresa. Ele apenas sorriu. Sim, sorriu, ele parecia estar feliz com minha resposta.

— Então ele foi embora... Sorte a minha não é? – ele disse simplesmente, dando de ombros e continuou sorrindo, satisfeito. Eu o olhei com a boca entreaberta, não acreditava que ele estava reagindo assim numa boa, após saber que a noiva dele foi á casa de outro se declarar.

— O que você tem nessas suas veias? Duvido que seja sangue! – respondi, com raiva.

E ele riu, realmente parecia ter achado engraçado o meu comentário.

— Você deveria aprender um pouco comigo Granger... – ele disse e eu o encarei com as sobrancelhas arqueadas. – Fica ai se lamentando e chorando feito uma coitada, não está agindo como uma Malfoy tem que agir...

— Eu não sou uma Malfoy! – respondi, com raiva.

— Mas em breve será, e já vou te dando um conselho, já passou da hora de você esquecer esse seu amorzinho ai de infância, essa época já passou, agora você vai ser uma nova pessoa e passado tem que ficar no passado, então enxuga essas lagrimas, levanta essa sua cabeça e entra na sua casa, e se conforme logo de uma vez que em poucos dias você se casará comigo e terá a vida que seus pais sonharam para você, e que na verdade você não deveria estar ai nem discutindo e se lamentando por isso e sim satisfeita, pois se não fosse por mim, em breve você não teria dinheiro nem para pagar um misero taxi!  – ele falou num tom muito autoritário em minha opinião. Em seguida se aproximou, tanto que se não fosse pela diferença de altura os nossos rostos teriam até se colado. – Para de evitar o inevitável Granger, estamos destinados a ficar juntos, para de uma vez com essa frescura e entra logo na sua casa e engula esse choro ridículo! – ele mandou.

Eu poderia ter protestado, poderia ter batido o pé e dito não, mas não o fiz, eu já estava completamente esgotada, cansada disso tudo, eu tinha tido um dia terrível, decepcionante, eu só queria deitar em minha cama, dormir e esquecer tudo isso, por pelo menos algumas horas.

Então eu acabei o obedecendo, mesmo contrariada. E Draco ficou ali sorrindo satisfeito, enquanto me via abrir o portão de minha casa, entrar, fechar com força e trancá-lo. Antes de dar as costas a ele, o encarei mais uma vez, com um olhar raivoso, depois me virei e fui embora, sem voltar a olhar para trás.

~~~

— Por que as noivas têm que se casar de branco? – eu protestei, enquanto olhava-me no espelho, já vestida de noiva, maquiada e pronta para me casar.

— É o símbolo da pureza... – respondeu minha mãe, olhando para mim, com os olhos brilhando, aqueles olhos eu já sabia o que queria dizer: “Finalmente hoje quando você dizer sim no altar nossa família sairá do buraco”.

É o momento estava chegando, aqueles últimos dias haviam se passado rápido demais, não vi mais Draco para o meu alivio, mas também não deixei de pensar no que aconteceu nenhum dia sequer, eu ainda tentei falar com Rony pelo telefone mais algumas vezes, mas sempre dava caixa postal e agora lá estava eu, pronta para subir no altar. Não valeu de nada os meus nãos, os meus protestos, minhas tentativas. Agora só restava fazer o que Gina falou, me casar, tentar aproveitar algo desse casamento, embora ache que não terá nada de proveito e depois pedir o divorcio ou fazê-lo me odiar tanto a ponto dele mesmo pedir.

Eu não havia conseguido dormir a noite toda, eu estava nervosa, principalmente por saber que depois da festa eu teria que dividir a casa com aquele homem... Um homem que eu quase não conhecia. Um homem tão frio que me causava medo e repugnância. Um homem que com certeza iria querer me tocar e cobrar o meu dever de esposa, que claro, eu farei o possível para isso não acontecer. Mas ele é um homem e eu uma mulher, ele era forte, e poderia até me obrigar se quisesse. O que eu faria se isso acontecesse?

Eu tentei não pensar mais nisso, pois só de pensar já me dava ataque de pânico, eu só queria fingir que nada disso me amedrontava, tentei não pensar no que iria acontecer depois do casamento, embora eu já soubesse que logo que eu visse o rosto dele, todo o medo e receio voltariam automaticamente. Sacudi a cabeça e insisti em não pensar.

— Eu deveria me casar de preto, já que é o símbolo do luto... – eu retruquei, com raiva. Mas como sempre minha mãe ignorou o meu comentário.

— Vamos filha, já estamos atrasadas! – ela disse.

Eu suspirei, peguei o meu buquê de rosas vermelhas e me olhei pela ultima vez no espelho. Eu estava bonita, isso eu não podia negar. Pois a cabeleireira e a maquiadora fizeram um bom trabalho.

Eu estava vestida com um vestido tomara que caia bastante comprido, os meus cabelos estavam presos em um penteado bem feito, em cima dele havia um véu não tão comprido de como muitas noivas que gostavam dos vestidos mais tradicionais, mas ainda assim era bastante elegante. Já a maquiagem, eu optei por uma mais discreta, isso nos olhos, já o batom eu fiz o contrario, decidi por um vermelho bem chamativo, que combinava com as rosas vermelhas.

Porém, mesmo assim, eu não estava feliz. Eu só estava bonita...

 Saímos de casa, e uma limusine me levou até a igreja. Durante todo o caminho, fui pensando em toda a minha vida, fui pensando em todos os anos que vivi até chegar esse momento. Pensei em quantas vezes falei sobre casamento com minhas amigas, quantas vezes sonhei imaginando como seria o meu futuro noivo, e como eu ficaria quando vestisse um dos vestidos que eu via nas revistas de noiva, imaginei muitas coisas, mas nunca imaginei que meu casamento seria dessa forma, tão repentina e ainda com um homem que quase não conhecia.

 Quando finalmente cheguei, eu simplesmente travei. Pelo menos o suficiente para uma tarefa simples de sair de dentro do carro se tornasse algo bem mais complicado, meu pai que já esperava na porta da igreja praticamente teve que me puxar, para finalmente sair dali de dentro e ficar de pé. Ao ficar frente a frente á igreja, meu coração disparou, vi as portas se abrir e comecei a andar naquele tapete vermelho junto de meu pai. Um pânico fora começando a nascer dentro de mim, eu acho que meu rosto naquele momento até perdeu a cor, e de repente enquanto caminhava em direção a Draco eu senti meu pai apertando o meu braço com força, talvez ele estivesse com medo de eu desmaiar ali mesmo.

Vi alguns rostos conhecidos, mas também notei muitos rostos desconhecidos na igreja, deveria ser os parentes de Draco, lembrei que nenhum deles esteve presente na festa de noivado, parece que eles não quiseram fazer o mesmo na festa de casamento. Forcei um sorriso para os convidados que me observavam caminhar lentamente pela passarela vermelha e continuei caminhando lentamente.

Meus olhos então pararam em Draco, ele estava perfeitamente vestido com uma roupa social toda preta, seus cabelos loiros platinados estavam bem penteados para trás, e ele me olhava como um lobo na frente de sua presa e sorria satisfeito enquanto me via parar a sua frente. Sim, talvez ele sorria porque havia vencido. Em poucos minutos eu me tornaria esposa dele, já que agora nem que eu quisesse, eu não teria mais coragem de voltar atrás. Draco Malfoy seria meu marido, e ele conseguiria ganhar o que quer que fosse.

Enquanto o padre falava dando inicio a cerimônia, minha mente estava longe, eu ficava imaginando o que aconteceria daqui algumas horas, eu imaginava como seria a casa de Draco, onde iríamos viver e como seria a nossa vida... Comecei a me perguntar se viveríamos cercados por brigas ou um apenas ignoraria a presença do outro? Eu não sabia, mas não conseguia ter pensamentos positivos sobre nossa relação. Só sei que fora minutos de tortura, eu não conseguia ouvir direito as palavras que em outra ocasião eu acharia bonita, que deveria me emocionar, mas agora, ela estava apenas longe. Como se elas não fizessem sentido, fossem simplesmente meras palavras vazias.

E quando finalmente o padre decretou em voz grave: “Eu os declaro marido e mulher”. Olhei repentinamente para Draco, que se virou para mim, encaixando o rosto em meu pescoço, dizendo em meu ouvido:

— Eu não te disse Granger, isso era inevitável, agora somos marido e mulher...

Eu já ia me afastar, mas ele me impediu, segurando-me fortemente pela cintura e colando sua boca na minha de forma faminta, parecia que ele estava selando o nosso destino. Coloquei minhas mãos no peito dele e tentei empurrá-lo levemente, mas não consegui. Draco só se afastou quando quis, eu o olhei com raiva mais ele me ignorou, colocou os braços em volta do meu e começamos a seguir para fora da igreja, lentamente. Notei que muitos olhavam para nós emocionados, como se realmente fossemos um casal apaixonados e aquilo me deixou ainda mais nervosa.

Só consegui pensar que ainda eu tinha uma longa festa pela frente... Eu já não via a hora de chegar ao meu novo quarto, cair na cama, dormir e tentar fingir mesmo que sejam por poucas horas que isso nunca aconteceu.

Continua...


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