OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 40
Capítulo XXXIX - Seja forte!


Notas iniciais do capítulo

Bom diaa! Muito obrigada Thay Paixão por comentar ♥

Eu sei que o último capítulo deve ter sido um pouco triste, mas não desistam da história, por favor.

A história está na reta final. Faltam aproximadamente 5 capítulos. Espero que gostem. Bjs *.*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773481/chapter/40

O sol brilhava em Asgard nesta manhã. Evie estava impaciente e cansada de ficar presa no palácio. Não que ela não gostasse do lugar, mas queria respirar um ar fresco sem ser seguida por uma dúzia de guardas sérios e calados. Ela queria se sentir livre. Não gostava nem um pouco da sensação de estar enjaulada. A menina havia tido uma ideia é precisaria da ajuda de Agathe e Ingrid para sair do palácio sem ser vista. Evie pediu para que as damas fossem chamadas e as jovens não tardaram a aparecer. Após fazerem uma breve reverência, Ingrid finalmente perguntou: 

—O que deseja, senhorita? Mandou nos chamar? 

Evie conteve um sorrisinho. 

— Preciso da ajuda de vocês para sair escondida do palácio. - Cochichou. As damas se entreolharam, receosas. 

—Sem os guardas? - Agathe franziu o cenho. Evie assentiu, sorrindo. - Mas, senhorita, isso é muito perigoso! 

—Detesto concordar com a minha irmã, mas ela está certa. - Ingrid respondeu baixo. - É muito arriscado. E se algum rebelde, inimigo de vosso pai, a reconhecer? - Evie balançou a cabeça. 

— Não se preocupe. - Respondeu calmamente. - Não vai acontecer nada. - Ingrid e Agathe se entreolharam, relutantes. Evie arqueou uma sobrancelha e caminhou até sua penteadeira, onde pegou duas lindas pulseiras de brilhantes. - Sabe, essas pulseiras, eu nunca usei. Não acho que combinem muito comigo. - Deu de ombros, fingindo despretensão. - Mas elas ficariam lindas em vocês. - Sugeriu. Ingrid arregalou e pegou uma das pulseiras imediatamente, com um largo sorriso. 

—Aonde deseja ir? - Perguntou rapidamente. Evie sorriu, enquanto Agathe encarava a irmã com uma carranca. 

— Ingrid! - Ralhou. 

—O que foi? - Ingrid a encarou, colocando a pulseira no pulso. - Somos damas de companhia. Devemos obedecer a princesa. - Deu de ombros e conteve um sorrisinho para Evie. Agathe cruzou os braços. 

— Isso é suborno, Ingrid! - Sussurrou. Evie soltou uma risada. Ingrid deu de ombros. 

— Eu não tenho culpa se ela é manipuladora e eu sou manipulável! 

Agathe deu um longo suspiro. 

—Então? - Evie balançou a outra pulseira para Agathe. A dama fez uma careta, desanimada. 

—Que o pai de todos nos proteja! - Ela pegou a pulseira, fazendo Evie sorrir ainda mais. 

—Vamos!

Rapidamente, as damas ajudaram Evie a sair de seu quarto sem ser vista pelos guardas. Evie vestiu uma capa, para chamar menos atenção e as três deixaram o palácio sorrateiramente. Visto que seu plano havia dado certo, Evie comemorou. Sentia-se livre ao inspirar o ar fresco e limpo do reino. Quando já estavam longe do palácio, Agathe perguntou:

—Aonde deseja ir?

Evie ficou em silêncio por alguns segundos, pensando. 

—Que tal à feira? - Propôs. - Estava mesmo querendo comprar um livro de feitiçaria Asgardiana que não há no palácio. - As damas assentiram. 

As três seguiram pelas ruas de Asgard despreocupadamente. Ninguém havia reconhecido Evie, apesar das belas roupas. Não era nada que um nobre comum não pudesse ter. Não demoraram muito para chegarem à movimentada feira. O comércio funcionava à todo vapor. Barracas de todos os tipos ocupavam o espaço. Haviam algumas de tecidos, jóias, artefatos mágicos e até mesmo especiarias. Elas seguiram diretamente para a barraca de livros, onde Evie comprou dois exemplares de magia Asgardiana avançada.  

O passeio continuou. As três estavam animadas e Evie até mesmo comprou acessórios para Ingrid e Agathe, como forma de agradecimento. Elas continuaram a caminhada, enquanto algumas pessoas encaravam Evie com curiosidade. Algumas a reconheceram, mas não tiveram coragem de falar nada, apenas fizeram uma reverência contida. 

Agathe e  Ingrid estavam distraídas numa barraca de artefatos. Evie estava olhando tecidos em uma barraca quando sentiu algo tocando a barra da sua capa. Ela olhou para baixo e avistou uma menininha Asgardiana segurando o tecido macio da veste. Com os cabelos presos em duas tranças e segurando uma boneca, a criança sorriu para ela. Evie franziu o cenho, mas sorriu de volta. A menina estendeu a boneca para ela. 

— Isso é para mim? - Perguntou sorrindo e abaixou-se para ficar da altura da menina. A criança sorriu. 

— Você é princesa de verdade? - Perguntou baixinho. Seus olhos brilhavam de encanto. Evie assentiu. - Também posso ser princesa? - Evie sorriu, segurando a boneca. 

—Mas é claro que pode! - Respondeu no mesmo tom. - Pode ser quem você quiser. - A menina sorriu. Evie mordeu o lábio inferior, tendo uma ideia. Ela tirou seu colar, com pingente de coração, e colocou no pescoço da menina. - Se você me deu um presente, também merece um. - Sussurrou. Ela sorriu e deu um abraço inesperado em Evie, que retribuiu. A menina a soltou, segurando o colar com as mãos pequenas. - Sua mãe deve estar preocupada, hein? - Franziu o cenho. A criança arregalou os olhos, soltando uma risadinha. 

—Tchau! - Ela acenou com uma mão antes de sair correndo. Evie soltou uma risada, levantando-se. Suas damas aproximaram-se, curiosas, encarando a boneca nas mãos de Evie. 

—Quem era a menina? - Ingrid franziu o cenho. 

—Não faço ideia. - Admitiu. - Mas, vamos! - Sorriu. 

Evie seguiu em frente, sendo seguida pelas duas irmãs. Estava sentindo-se bem como não se sentia há semanas. Ela até mesmo cantarolou, fazendo as damas rirem. Elas estavam perto do fim da feira quando Evie parou. Seu sorriso se fechou e seu peito apertou, fazendo-a sentir uma angústia terrível e repentina. Evie levou a mão ao peito, respirando fundo. Ela sentia como se algo muito ruim fosse acontecer. 

—Algum problema, senhorita? - Agathe perguntou preocupada. Evie respirou fundo e apenas negou com a cabeça. Mas, algo em seu coração tirou a sua paz. 

 

***

Quando Evie e as damas voltaram ao palácio, tudo parecia estar normal. Aparentemente, ninguém havia percebido o sumiço da menina. O palácio era grande demais, e ela poderia ter estado em qualquer lugar. Agathe e Ingrid estavam tagarelas e animadas por causa dos presentes que haviam ganhado. No entanto, a felicidade que Evie sentira por alguns momento antes tinha evaporado, deixando no lugar uma preocupação irracional. Ela seguiu para o seu quarto, sendo acompanhada pelas jovens damas. Ao chegar, na porta de seu quarto, Evie deu de cara com Thor e mais alguns guardas. Ele parecia estar à procura dela há algum tempo. Evie procurou algum sinal de irritação na aparência de seu tio, mas não havia nada além de um vinco de preocupação em sua testa. Será que havia descoberto que ela havia saído sem os guardas? Ela se aproximou cautelosamente. 

— Tio? Algum problema? 

Thor encarou as damas rapidamente antes de voltar seu olhar para a sobrinha. Sua tensão só aumentou. 

— Seu pai deseja falar com você. Ele está esperando lá dentro em uma ilusão. - Disse baixo. Evie franziu o cenho, começando a ficar preocupada. Ela decidiu de uma vez entrar no quarto, o que fez sozinha. Ela logo deu de cara com Loki, que estava em pé, com uma expressão indecifrável no rosto. 

— Pai! - Sorriu. Loki esboçou um sorriso fraco como resposta, mas voltou a ficar sério. A menina percebeu isso no mesmo instante. - Aconteceu alguma coisa? - Seu cenho se franziu. O deus deu um longo suspiro, não sabendo por onde começar. 

— Aconteceu uma coisa. - Respondeu cautelosamente. - Sente-se. - Ele fez sinal para que ela se sentasse na cama. Evie obedeceu, encarando o pai atentamente. - Norman Osborn usou o vírus e atacou a cidade. - Contou. - Peter teve um problema com ele, durante a luta. - Evie levantou-se imediatamente, nervosa. 

— Um problema? Ele se machucou? É algo grave? Ele vai se recuperar, não é? - Eram muitas perguntas de uma vez só. Loki soltou um suspiro fraco, sem encará-la. - O que foi? O que aconteceu, pai? - Insistiu, começando a ficar mais tensa. - Ele está no hospital? É isso? Ou ele…

— Evie… - Loki interrompeu baixo. Ela parou de falar, sua respiração estava afobada. - O Peter está morto! - Contou. Evie ficou em silêncio, sem qualquer reação. Depois de alguns segundos, ela riu. 

— Que brincadeira é essa, pai? - Perguntou ainda rindo. - Não é legal brincar com esse tipo de coisa. - O deus balançou a cabeça, cauteloso. 

— Eu queria estar mentindo desta vez, mas não estou. - Suspirou. O sorriso de Evie se fechou, dando lugar a uma expressão de choque e descrença. Seus olhos se encheram de lágrimas, enquanto sua mente entrava em desespero. - Eu sinto muito, filha. 

— Como assim ele está morto? Ele estava bem! - Rebateu incrédula. Evie mal conseguia conter suas lágrimas, enquanto Loki tinha uma expressão penalizada no rosto. Ela sentou-se na cama, passando a mão no rosto. - Não pode ser verdade. Isso é um pesadelo! Não é real! - Disse para si mesma. - Quando eu eu acordar, isso tudo vai ter acabado. - O deus aproximou-se dela e se abaixou, a encarando. 

— Precisa ser forte, Evie. - Ela apenas assentiu, contendo o choro. Loki se levantou, evitando encarar a filha. Odiava vê-la sofrendo. - Eu preciso ir agora. Voltarei para ver você. - Seu tom de voz diminuiu enquanto ele saia do quarto. Evie nem mesmo reparou. Estava em choque. 

Loki passou por Thor quando saiu do quarto da menina. Ele encarou o irmão, sério. 

— Apenas cuide dela por mim. - Loki pediu baixo. Thor assentiu, dando um sorriso fraco, e Loki desapareceu. 

Agathe e Ingrid encararam Thor, confusas. Estavam prestes a perguntar o que tinha acontecido quando ouviram o barulho de algo se quebrando. Os três adentraram imediatamente, apressados. Evie estava sentada na cama, encolhida como uma bola. Ela abraçava suas pernas, enquanto escondia o rosto entre seus joelhos. Magia saía de seu corpo sem a sua autorização e sem que nem mesmo ela percebesse. Em seu quarto, os móveis tremiam como num terremoto e a janela estourou, fazendo estilhaços de vidro voarem por todos os lados. Thor arregalou os olhos, quase assustado. 

— Vá chamar algum feiticeiro ou curandeiro! - Ordenou à Ingrid. - Rápido! 

A dama saiu correndo do quarto para cumprir a ordem. Ela nem mesmo se lembrou de fazer uma reverência. Thor e Agathe aproximaram-se de Evie com cautela e a dama soltou um gritinho quando o lustre despencou do teto bem ao seu lado. O chão tremia, parecendo estar prestes a se partir, enquanto o resto do quarto tremia. Thor sentou-se na cama com cuidado e Agathe o acompanhou. 

— Sobrinha? - Chamou cautelosamente. 

Evie não respondeu. Estava perdida em suas lágrimas. Seu coração estava despedaçado. Ela não acreditava que isso estava acontecendo de novo. Que alguém que amava tinha partido mais uma vez sem ela ter podido fazer nada para impedir. Quanto mais chorava, mais magia saía de seu corpo, fazendo alguns objetos voarem. 

— Evie? Você consegue me ouvir? - Perguntou cuidadosamente. - Por favor, precisa controlar a magia de seu corpo, ou vai derrubar o palácio. - Pediu baixinho. Evie escutou a voz do tio e só então percebeu que algo estava saindo dela. Ela parou a energia que emanava, fazendo as coisas que estavam voando pelos ares cairem no chão. Agathe respirou aliviada. Evie levantou o rosto, coberto de lágrimas, e encarou o tio. 

— Ele está morto! - Sussurrou. Lágrimas caíam de seus olhos, mas ela não se importava. - Eu avisei tantas vezes para ele tomar cuidado. - Chorou. -  Eu o vi morto! Eu disse à ele, mas ele não acreditou. - Thor deu um suspiro fraco, sem saber o que dizer. 

— Ah, senhorita. - Agathe tocou seu ombro, cheia de compaixão. 

— Eu devia ter tentado fazer algo para impedi-lo. - Sua garganta estava apertada e seu peito doía. 

— Não é culpa sua! - Respondeu baixo. - Peter morreu como um herói. - Evie encarou as próprias mãos. 

— Por que pessoas boas tem que morrer, tio? - Soluçou. Thor encarou Agathe, procurando por alguma resposta mas a dama estava tão perdida quanto ele. - Isso não deveria acontecer. - Sua voz demonstrava uma mistura de tristeza e fúria. - Morrer deveria ser para pessoas más. - Agathe acariciava seus cabelos, tentando acalmá-la. 

— Eu sei. - Thor respondeu cauteloso. - Mas as almas boas também vão embora. A diferença é que os bons como o Peter deixam algo bom quando partem, diferente dos maus. - Acrescentou baixo, perdido em pensamentos. - Os maus só deixam coisas ruins. Mas os outros, deixam as boas lembranças e a alegria de saber que eles fizeram parte de nossas vidas. - Ele deu um sorriso fraco. Evie balançou a cabeça, inconformada. 

— Eu não pude nem dizer adeus. - Chorou. Thor segurou sua mão, dando batidinhas no dorso de forma carinhosa. Ingrid não demorou a voltar com um curandeiro. Ele fez Evie tomar uma poção calmante que a fez dormir, com a cabeça em uma almofada, no colo de Agathe, enquanto Thor apenas a observava, penalizado. 

 

***

Uma nuvem de tristeza parecia ter coberto a Torre Stark. Em uma das grandes salas da torre, Tony estava reunido com Pepper, Happy, Rhodey e Natasha. Stark estava sentado no sofá, com a cabeça apoiada nas mãos, enquanto Pepper segurava o seu ombro carinhosamente. Tony ainda não acreditava na notícia que havia recebido. O homem não acreditava que Peter Parker estava morto. Ninguém acreditava. Natasha tinha os braços cruzados e encarava a janela, enquanto Rhodey estava largado em um outro sofá, sem saber o que dizer. 

— Não devia ter dado aquele maldito uniforme para ele! - Disse Tony por fim. Não podia evitar de se sentir culpado. Pepper acariciou seu ombros. 

— Não foi culpa sua, Tony. - Ela disse baixo. - Sabe que ele faria o próprio uniforme se você não tivesse dado um à ele. - Stark levantou-se bruscamente. 

— Mesmo assim. - Respondeu sério. - O pirralho também era minha responsabilidade. - Bufou. - Mas onde eu estava na hora do ataque? - Perguntou a si mesmo, irritado. - Não estava lá! - Continuou. 

— Nenhum de nós estava, Tony. - Natasha respondeu baixo, sem encará-lo. 

— Maldito seja Norman Osborn! - Rosnou. - Eu vou fazer de tudo para que ele apodreça na cadeia! 

— Um pouco tarde. - Rhodey deu um longo suspiro. - O cara tá morto! - Stark bufou. 

— Happy, ligue para May e providencie a burocracia do enterro. - Pediu. - Faço questão de pagar. - Happy assentiu. 

— Claro, chefe! - Ele pegou o celular e se afastou do grupo. O silêncio tomou conta do lugar novamente por longos minutos, até que Loki invadiu a sala, arrastando um homem consigo. Todos o encararam, pasmos, enquanto o homem se debatia tentando se soltar das mãos do deus. 

— Mas o que é isso agora? - Tony questionou irritado. - Já ouviu falar em bater na porta? É pra isso que elas servem, caso não saiba! - O deus revirou os olhos, impaciente. 

— Eu encontrei esse humano e acho que ele é do interesse de vocês. - Loki empurrou o homem no chão com brutalidade. - Aaron Davis, funcionário de Norman Osborn e testemunha de seus crimes. - Natasha se aproximou, interessada. 

— Eu juro que eu sou inocente. - Aaron falou, nervoso. 

— Cale a boca, seu insolente! - Loki ordenou, irritado. - Este homem pode provar a inocência da Evie. - Disse aos outros. Rhodey levantou-se num pulo. - Este humano sabe de grande parte dos crimes de Norman e consequentemente da H.Y.D.R.A! - Completou. 

— Eu não sei de nada! - Rebateu. 

— Aaron - Natasha o encarou, séria. - Pelo seu próprio bem, é melhor você começar a falar! - Davis tremeu. Não havia outro jeito. Ele começou a contar tudo o que sabia. 

***

 

Algum lugar longe da Terra

 

O lugar era frio e extremamente escuro. Não havia luz, somente sombras e pedras. Também não havia sinal de vida naquele lugar. Conforme caminhava, Nerfi produzia um eco irritante contra as pedras. Ele apenas seguiu em frente, pelo caminho que ele conhecia bem. Já havia estado ali tantas vezes. Mas agora era diferente. Nerfi estava se corroendo pela culpa ao invés de ódio e ressentimento. Ele sabia que tinha que fazer algo para tentar reverter o que fizera. No fundo, entretanto, o garoto sabia que poderia ser tarde. Mas, as palavras escritas na carta que Evie lhe enviara não saíam de sua cabeça. Ele pegou o pedaço de papel do bolso da calça preta e releu. 

“Nerfi, 

 

Não sei muito o que escrever para você, mas queria contar como estão as coisas em Asgard. Eu não sei se você se importa (provavelmente não), mas tudo é muito bonito aqui. Estou morando em um palácio!  Acho que você iria gostar muito do reino e faria amizades (e provavelmente alguns inimigos também). Eu devo dizer que já fiz um. 

 

Espero que as coisas estejam bem por aí, principalmente entre você e o nosso pai. Eu realmente espero que vocês dois estejam se entendendo. Só tenta pegar leve com ele, está bem? Pode não parecer, mas ele também está sofrendo. Também espero que um dia você me perdoe por ter sido uma péssima irmã mais velha. As coisas não deveriam ter sido do jeito que foram. Você não deveria ter sacrificado a sua infância para cuidar de mim. Na verdade, como irmã mais velha, eu deveria ter cuidado de você. Mas, eu juro que eu não sabia. Espero que entenda isso algum dia. 

 

Eu tenho que ir. Você sabe o quanto eu sou preguiçosa para escrever qualquer coisa. Fique bem. 

 

De sua irmã,

 

Evie. “

 

Nerfi embolou a carta e guardou de volta no bolso. Estava perturbado e arrependido. Ele aproximou-se do canto mais escuro de uma caverna e o viu. Sentado como um moribundo, em suas vestes pretas rasgadas. Seu rosto estava coberto de cicatrizes.

— Olá, meu caro Nerfi. - O homem disse com a voz rouca. Nerfi o encarou, sério. 

— Não quero mais fazer isso! - Respondeu decidido. O homem levantou o olhar para ele. - Não quero mais fazer isso! - Repetiu. Ele soltou uma risada gutural, fazendo Nerfi trincar o maxilar. 

— Não é um pouco tarde? 

— Eu fui um idiota! - Disse para si mesmo. - Deixei você me manipular! Deixei você usar a minha raiva para se vingar do Loki! - Sua respiração estava agitada e seus olhos brilhavam de raiva. - Mas, acabou, Victor!

Victor esboçou um sorriso. 

— Eu nunca enganei você. Sempre disse que queria vingança. - Respondeu casualmente. - E você também queria!

— Mas não quero mais! 

— Bom, não é comigo que você tem que falar. - Riu. - E sim com Surtur. Mas duvido muito que ele vá voltar atrás. - Nerfi engoliu seco. - Loki também não vai perdoá-lo pelo que fez. - Sorriu. - Traição! Você é um bastardo traidor! - Nerfi soltou uma risada pelo nariz, apesar de estar furioso por dentro.

— Você é um inútil incapaz de conseguir sua vingança sozinho! - Respondeu com desdém. Victor fechou a cara. 

— E você é um covarde! - Rebateu. - Era para aquela sua irmãzinha estúpida ter morrido naquele maldito hospital quando eu a feri. Mas você teve que fortalecê-la pela ligação mágica, não é? Era para ela ter morrido! Mas você tem sempre que salvá-la. - Nerfi sentiu mais raiva, mas sorriu. - Acha mesmo que vai ter uma família feliz depois de tudo que fez? Se você viver, já vai ser muito. - Nerfi o agarrou pela gola da roupa com brutalidade, ficando cara a cara com Victor. Sua expressão era ameaçadoramente sombria. 

— Eu posso até morrer. - Sorriu, sádico. - Mas eu levo você comigo! - Disse entre dentes. Victor estremeceu. Nerfi ficou em silêncio. Uma ideia surgiu em sua mente, fazendo-o sorrir. - Se bem que eu acho que você finalmente vai ter alguma utilidade, Victor! - Completou. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.