Last Chance escrita por Rayanne Reis


Capítulo 30
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?
Acredito que para ler esse capítulo vão precisar de um lencinho, rsrs.



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—Alec! Alec, onde está? - A mulher procurava pelo filho e arfou quando o encontrou sentado em um balanço que ficava no quintal da casa. O filho amava brincar no quintal e aquele poderia ser só mais um dia comum, não fosse o homem sentado ao lado dele.

—Oi mãe. Seu amigo veio te visitar. - O garoto sorriu para a mãe.

—Querido, vá fazer o seu dever. Agora. - Acrescentou quando o garoto não se moveu.

—Eu faço depois, mãe. - Choramingou e a mulher olhou do filho para o homem em silêncio.

—É melhor obedecer a sua mãe. - Cutucou o garoto e ele riu.

—Tudo bem. - Saiu correndo e a mulher esperou até ele entrar em casa para aproximar do homem.

—Não o deixe ver. - Suplicou e ele a olhou sem entender.

—Não quero que ele veja a mãe morta.

—Ele não verá. - Garantiu e ela o encarou. As mãos dela tremiam. Não, todo o corpo dela tremia.

Jane vivia se mudando e escondendo. Se fosse só ela, já teria ido atrás de Edward e o confrontado, mas ela tinha que proteger o filho e não o deixaria chegar perto deles. Achou que estivesse obtendo sucesso já que não recebeu notícias dele por um bom tempo. Ninguém mais ouviu falar das ações dele e ela acreditava que ele houvesse desistido da vingança. Seria muita inocência dela pensar que ele não viria atrás dela. Já estava cansada de viver fugindo e estava a quase um ano no mesmo lugar. Numa cidadezinha escondida do mundo, no interior da Itália. Viveu por um tempo fora do país, mas decidiu voltar à terra natal.

—Não o mate, eu imploro. - Ajoelhou na frente dele com as mãos unidas. - Ele é só uma criança e é completamente inocente. Aquele homem pode tê-lo gerado, mas o meu filho não tem nada dele além do sangue. Alec é um bom menino e jamais saberá que é um Volturi. Ele não tem nada a ver com isso. Por favor, não faça nada com ele. - Ela implorava e ele apenas a encarava.

O silêncio dele a estava deixando desesperada. Não temia pela vida dela. Deixou instruções com o advogado para que levasse Alec até a única prima, que vivia nos Estados Unidos. Ela deveria cuidar do garoto. Jane não conhecia a prima, mas sabia que ela era uma boa pessoa e cuidaria muito bem de Alec. Ela a estava observando há um bom tempo.

—Se quisesse o seu filho morto, ele já estaria morto no momento em que entrei aqui. - Edward levantou e fez um gesto para que ela levantasse também. - Não deveria deixar seu filho sozinho.

—Ele tem uma babá. - Resmungou se perguntando onde a garota estaria.

—Eu não mato inocentes, Jane. Não sou um monstro e não vou ferir o garoto. Você por outro lado.

—Me mate. - Ergueu o queixo, morreria com dignidade. - Só não deixe Alec ver.

—Não se importa em deixar o garoto sozinho no mundo?

—Ele não estará sozinho. Ele terá alguém bom para cuidar dele. Ele merece mais do que posso oferecer. - Jane não queria chorar na frente dele. Edward apenas a encarou e depois balançou a cabeça em concordância. - Não fui que disse ao Félix como te encontrar.

—Então como ele me encontrou? - Gritou e ela estremeceu.

—Não sei. Não sabia que eles estavam atrás de você. Só fiquei sabendo tarde demais. Ele já havia dado a ordem para te matar. Então o homem que ele contratou disse que havia errado o tiro e atingido uma mulher grávida. Eu lamento tanto e teria impedido se soubesse. Lamento pela morte dela.

—Ela não morreu. - Jane ficou surpresa com a notícia e um pouco aliviada também. - Estava em coma até pouco tempo, mas ela está bem agora.

—E a criança? - Não queria que mais nenhum inocente tivesse se ferido por causa da família dela.

—É uma menina. É a pessoa mais importante e preciosa da minha vida. Eu mataria por ela. - Levou a mão até a arma e a apontou para Jane, com discrição para que o garoto não visse. - É também morreria por ela.

— E eu por Alec. - Declarou estufando o peito. - Ele é tudo para mim.

—O que disse aos seus irmãos? - A voz de Edward era grave e colocaria medo em Jane, se ela já não estivesse conformada com a morte.

—Como estava ao lado de Aro quando você o matou. - Ela não chamaria aquele monstro de pai. - Eles me perguntaram se não vi alguma coisa e eu neguei. Aleguei que estava muito abalada para me lembrar de alguma coisa. Então eles descobriram sobre o bebê e quiseram saber quem era o pai. Eu não poderia dizer que era de Aro, pois eles nunca acreditariam que o pai amado deles seria capaz de abusar da filha desde que ela tinha 12 anos. Eles não acreditariam em mim. Eles adoravam Aro e teriam me matado antes mesmo que pudesse tentar me explicar. - Ela respirou fundo antes de continuar. - Depois que Alec nasceu eles começaram a me pressionar para contar quem era o pai dele e queriam que eu lembrasse de alguma coisa. Então resolvi falar que as pessoas comentavam que havia sido um homem que todos chamavam de Fênix, por causa do seu modo de operação. Disse que talvez algum rival tivesse o contrato para matar Aro e acabar com os nossos negócios. Você era bem famoso naquela época e eles começaram a te procurar, a procurar o Fênix. Como eles te acharam nunca me disseram. Me fingi de frágil para que eles me deixassem em paz e eles não discutiam comigo sobre os negócios. Eu juro que só soube que eles descobriram a sua identidade quando já era tarde demais para te avisar.

—E por que você me avisaria? - Edward manteve a arma apontada para ela e Jane sorriu.

—Eu fiquei livre por sua causa, Edward. Você me livrou daquele verme e eu sou muito grata por isso. Jamais o entregaria aos meus irmãos. Eles nunca me protegeram. Eles deveriam ter notado o que estava acontecendo bem debaixo do nariz deles e nunca fizeram nada. Fiquei feliz quando você os matou. O sobrenome Volruri e toda a sujeira está enterrada. Eu deveria beijar os seus pés por ter matado Aro. Acha mesmo que eu te entregaria?

—Não. - Ela levou um susto com a resposta dele e ficou ainda mais surpresa quando ele guardou a arma. - Não vou deixar o garoto sem a mãe. - Aproximou de Jane e ficou a poucos centímetros dela. - Faço isso em consideração ao garoto. Sei o que é uma criança crescer sem a mãe e não farei isso com ele. - Edward aproximou ainda mais fazendo com que Jane sentisse a respiração acelerada dele. - Esse garoto não vai se tornar um criminoso. - Aquilo não era um pedido, era uma ordem. - Você vai educá-lo muito bem e vai fazer dele um homem de bem. - Ela engoliu em seco assentindo. - E você nunca, jamais, vai vir atrás da minha família. Se algo acontecer a minha família, eu venho atrás de você e não demonstrarei a menor piedade. E se algo me acontecer, garantirei que alguém virá atrás de você. - Deu as costas a ela.

—Obrigada! - Foi tudo o que ela disse e Edward saiu sem olhar para trás. Os dois estavam aliviados e sabiam que os caminhos deles jamais se cruzariam outra vez.

[...]

—Filha, já está na hora de levantar. – Bella entrou no quarto da filha e tocou a testa dela, estava quente. – Amorzinho, o que está sentindo? – Aurora choramingou. – Está com dor?

—Minha garganta. – Falou com dificuldade e Bella correu até o banheiro para pegar o kit médico.

—Vou tirar a sua temperatura e te dar um remédio para tentar baixar a febre.

—Quero o papai. – Choramingou agarrando o travesseiro.

—Seu pai não está, mas não se preocupe que vai ficar tudo bem.

Bella estava desesperada e pensou em ligar para Edward. Ele saberia o que fazer, mas ela também sabia. Era enfermeira e já havia lidado com situações piores. Só precisava se acalmar e colocar a cabeça no lugar. Ela era mãe e não poderia se deixar levar pela emoção. A filha precisava dela e Bella não a decepcionaria.

—Filha, a febre não está cedendo, vou te dar um banho e vamos ao hospital, tudo bem? – Perguntou a ajudando a levantar.

—Eu não quero hospital. – Ela odiava hospitais.

—Eles vão ajudar a cuidar de você, meu anjo. – Depositou um beijo na testa da filha.

[...]

—Me avisaram que vocês estavam aqui. O que aconteceu? – Rosalie entrou no quarto, preocupada com a sobrinha.

—Que bom que você está aqui. Não conheço quase ninguém e não confio neles.

—A equipe mudou muito, mas todos aqui são ótimo e vão cuidar bem da nossa princesinha.

—Ontem ela teve uma reação alérgica.

—Nozes?

—Sim. Eu não sabia. – Declarou se desculpando.

—Acredito que a febre não tenha relação com a crise de ontem. Já aconteceu várias vezes e ela nunca deu febre. – Rosalie segurou a mão da amiga. – Você está parecendo aquelas mães desesperadas. – As duas já haviam acalmados muitas mães e pais.

—Eu sou uma mãe desesperada. – Apontou, mas tranquila, agora que a amiga estava lá.

—E o que dizíamos para as mães desesperadas?

—Seu filho está sendo cuidado pelos nossos melhores médicos e tudo ficará bem. – Lembrou e Rosalie balançou a cabeça.

—Como eu sempre digo ao Edward, crianças são frágeis e adoecem com mais facilidade, mas tudo ficará bem.

—Trouxe os remédios. – Um enfermeiro avisou entrando no quarto carregando uma bandeja.

—Não quero. – Aurora gritou se encolhendo na cama.

—Ei, filha, está tudo bem. – Tentou abraça-la, mas a filha a afastou.

—Eu não quero você, quero o papai

—Eu sei querida, mas ele não está aqui. Olha, é só uma agulha. - Apontou e Aurora fechou os olhos. - Sei que é assustador, mas prometo que vai ser só uma picadinha e logo você estará melhor. O papai não está aqui, mas eu estou e vou cuidar de você. Juro que ninguém vai te machucar e você vai ficar bem logo.

—Quando eu estou com medo, o papai canta uma música. - Bella aproximou devagar da filha e sentou ao lado dela.

—Pode me ensinar? - Segurou a mão dela.

—Meu amorzinho, não chore não. - Começou a cantar baixinho e Bella concentrou para aprender a letra. - Meu anjinho, não tenha medo não. Papai vai cuidar de você. - Finalizou e se agarrou a mãe, chorando.

—Meu amorzinho, não chore não. Meu anjinho, não tenha medo não. Mamãe vai cuidar de você. - Bella repetiu a canção até a filha adormecer. Eles esperariam ela se acalmar para depois a medicarem.

—Como ela está? - Rosalie perguntou baixo para não acordar a sobrinha. - Bella, está tudo bem?

—Sim, Rose. - Bella secou as lágrimas com o ombro, não queria tirar as mãos da filha. - Só estou emocionada. A primeira vez que a vi a achei tão grande e ela pareceu ser tão independente, mas agora eu vejo que ela ainda é um bebê e que ainda tenho tempo para carregá-la. Achei que fosse tarde demais e que tivesse perdido tudo.

—Bella, não importa quantos anos ela tenha, você sempre poderá pegá-la no colo.

—Eu a amo tanto, desde o momento em que descobri que estava grávida. Eu só queria ter estado presente em todos os momentos. Queria saber como cuidar dela, o que dar ou não de comer. O que a faz acalmar. Eu só queria ser uma mãe para a minha filha e não uma completa estranha.

—E o que é que você está fazendo nesse exato momento? Está sendo a mãe dela. Bella, sei que não é fácil para vocês, que ainda tem que se adaptar a muitas coisas, mas lembre-se de uma coisa. Você é a mãe da Aurora e ela sabe que você a ama. Seja paciente e logo tudo se ajeitará.

—E se ela me odiar para sempre? - Bella sentiu as mãos na filha tocarem o rosto dela.

—Meu amorzinho, não chore não. - Bella não queria que a filha a visse chorar, mas a emoção era forte demais para segurar.

—Meu anjinho, não tenha medo não. - Completou beijando a testa da filha. - Eu te amo tanto, filha.

—Chora não, mamãe. - Pediu com os olhos marejados. - Eu vou tomar a injeção.

—Prometo não chorar se você também não chorar.

—Vai doer?

—Só um pouco, mas vai passar rapidinho. Eu juro. - Bella indicou para que Rosalie fosse em frente. - Olha para mim, filha. É só uma picadinha. - Rosalie trabalhou o mais delicadamente quanto foi possível e Aurora se manteve firme, enquanto a mãe voltava a cantar.

—Prontinho.

—Não doeu, mamãe. - Constatou sorrindo.

—Viu só? Você é muito corajosa. - A ajeitou na cama e já estava prestes a levantar, mas Aurora se agarrou a ela.

—Fica. - Pediu tremendo os lábios.

—Sempre, meu amorzinho. A mamãe não vai a lugar algum. - Prometeu deitando ao lado dela e as cobrindo com a manta. - Posso cantar outra música para você? - Perguntou, mas não houve resposta, Aurora já estava ressonando baixinho.

—O médico virá vê-la em breve. - Rosalie avisou e saiu na ponta dos pés para não fazer barulho.

[...]

—Oi filha, está se sentindo melhor? – As duas já estavam em casa e Aurora descansava deitada no sofá e assistindo desenhos.

—Minha garganta não dói mais e não estou mais quente. – Bella sentou ao lado dela e sorriu ao ver que a febre não havia voltado.

—Foi só um susto. Fiquei com muito medo de te perder. – Aurora encolheu as pernas dando espaço para a mãe sentar.

—Eu senti a sua falta, mamãe. – Confidenciou a encarando.

—Eu também senti a sua falta. Quando eu acordei parecia que tinha ficado fora por poucas horas, então a sua tia Rosalie me contou que estive fora por quase 6 anos e isso acabou comigo. Eu sinto tanto, filha. Não queria ter perdido nada da sua vida, mas eu perdi e não tem como voltarmos no tempo.

—Podia ter uma máquina do tempo, igual num filme que eu vi.

—Sim, eu mesma construiria essa máquina se fosse possível. – Aurora virou e deitou com a cabeça no colo da mãe. – Infelizmente, ainda não existe essa máquina. Eu sinto muito por não ter estado ao seu lado, filha.

—Não foi sua culpa, mamãe.

—Sabia que eu te amei desde o momento em que soube que estava te esperando.

—Como ficou sabendo? – Perguntou animada e Bella percebeu que elas ficaram longe desde que Aurora nasceu, mas antes disso as duas compartilharam quase nove meses.

—Foi uma surpresa e tanto. Estava passando mal há alguns dias, então resolvi fazer um teste e ele deu positivo. Fiquei com medo, no princípio, não sabia se daria conta de cuidar de você, mas então senti uma alegria tão grande e tão forte que quase fez o meu coração parar. Eu ia ter um bebê e iria amar e cuidar de todo o meu coração. E foi isso o que eu fiz, meu anjo. Te protegi enquanto estava dentro de mim. Você chutava bastante, principalmente a noite.

—Desculpa, mamãe, não foi por querer. – Bella inclinou e beijou a testa dela.

—Você só estava se espreguiçando. O espaço era pequeno e você era grande. Ficava procurando por espaço.

—Mãe, e como eu fui parar dentro da sua barriga. – Bella riu.

—Já fez essa pergunta ao seu pai?

—Não. Ele não ia saber responder. Só as mamães sabem, porque a gente fica dentro da barriga das mamães. – Explicou com paciência.

—Entendi, meu amorzinho. – Suspirou, pensando em como explicaria a filha sobre a concepção dela. – Bem, seu pai e eu viajamos juntos.

—Para a Grécia. Eu vi um monte de fotos.

—Isso mesmo. Quando estávamos viajando, nós namoramos e quando um homem e uma mulher namoraram, eles podem fazer um bebê. E foi assim que nós tivemos você.

—Entendi. – Aurora levantou e segurou o rosto da mãe entre as mãos. – Eu amo você, mamãe.

—Eu também te amo, filha. Você é tudo para mim e eu te amei desde o início e te amarei até o fim. – Abraçou a filha. – Esse desenho parece ser legal. – Secou o rosto e Aurora sorriu.

—É sim. Vou te explicar. – As duas ajeitaram debaixo da coberta e passaram o resto do dia assistindo desenhos e aproveitando o dia juntas. Agora Bella tinha a certeza de que tudo ficaria bem. Enviou uma mensagem a Edward dizendo que a filha estava bem.

Diga a ela que a amo e que sinto saudades. Também estou com saudades de você, a vejo em breve.

Bella sorriu e abraçou a filha. A felicidade era preciosa e precisava ser apreciada.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Edward considerou a Jane inocente e por isso a poupou. Sobre quem o entregou, será revelado mais para frente.
Edward estará de volta no próximo capítulo.

Bjs e até mais.