Last Chance escrita por Rayanne Reis


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.



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—Pronta para ir embora? – Edward entrou no quarto e Bella sorriu ao vê-lo. Desde que ela acordou, todos os dias ele ia até o hospital para conversar com ela. As conversas giravam em torno de Aurora e nenhum dos dois arriscou a tocar no assunto de como Bella levou um tiro ou de como ficaria a relação deles. Isso eram tópicos para outro momento. 

—Por favor. Não aguento mais ficar nessa cama. – Terminou de juntar as coisas.

—Cadê a Aurora? - Charlie perguntou pegando a bolsa da filha.

—Ela está em casa com a minha mãe. - Edward respondeu ajudando Bella a levantar da cama. - Se quiser posso te carregar.

—Posso muito bem andar. Minha coordenação não está 100%, mas isso eu consigo fazer. - Edward a ignorou e passou um braço ao redor da cintura dela a apoiando.

—Que horas vai deixar a Aurora na nossa casa? - Edward ergueu os olhos e encarou Charlie.

—Por que eu faria isso?

—Porque é lá que ela vai ficar, ora essa. – Retrucou, exasperado.

—Isso é novidade para mim.

—Então você não é tão esperto quanto acha. Se é lá que Bella vai ficar, por que a filha dela ficaria em um local diferente?

—Preciso parar um pouco. - Bella pediu e ele a ajudou a sentar na cadeira da recepção.

—Tchau Bella, tchau Edward. – Uma enfermeira os cumprimentou. – Queria agradecer em nome de todos pelas cestas.

—Que isso. – Edward sorriu para a senhora. – Vocês cuidaram tão bem da Bella e era o mínimo que poderia fazer.

—Só fizemos o nosso trabalho. – Sorriu de volta para ele. – Espero vê-la em breve, Bella, mas não como paciente. – Piscou para ela.

—Obrigada e voltarei para agradecer a todos por tudo o que fizeram por mim.

—Seu homem já cuidou de tudo. – Bella corou e Charlie pigarreou. Não gostava de Edward e fazia questão de deixar aquilo bem claro.

—As duas vão ficar no apartamento. - Edward cruzou os braços, assim que a enfermeira saiu e Charlie bufou.

—Só por cima do meu cadáver. Bella precisa de cuidados. - Argumentou e foi a vez de Bella bufar.

—Pai, estou ótima já. Os médicos não me liberariam se precisasse de cuidados.

—Você mal consegue andar.

—Eu consigo andar. Só não estou acostumada a andar tanto. Em uma semana estarei bem melhor.

—Então em uma semana você volta para o apartamento. Até lá vocês duas ficam conosco.

—E eu vou passar uma semana longe da minha filha? Nem pensar. Aurora vai estar onde eu estiver. - Edward não deixaria que Charlie o afastasse da filha.

—Não vamos fazer um show. - Renée pediu olhando em volta. - Filha, a decisão é sua.

—Eu vou ficar com a minha filha. Então se ela vai estar no apartamento, é lá que ficarei. - Falou decidida e levantou da cadeira e marchou decidida para fora do hospital. A fala dela ainda estava um pouco arrastada, mas as sessões com o fonoaudiólogo estavam ajudando bastante e ele acreditava que logo ela estaria completamente recuperada.

—E quem vai te ajudar a tomar banho? - Charlie questionou quando os três ficaram sozinhos esperando Edward voltar com o carro.

—Não estou mais em coma, pai. - Revirou os olhos irritada com a forma que estava sendo tratada. - Posso muito bem tomar banho sozinha.

—Não gosto de ver vocês dois sozinhos naquele apartamento, ele pode se aproveitar da sua condição. - Charlie corou e olhou para os próprios pés.

—Ele não é assim e você sabe muito bem disso.

—Mas ele pode induzi-la a fazer coisas. - Se possível, ele ficou ainda mais vermelho.

—Ah, não estou bem para tomar banho sozinha, mas estou bem para fazer isso? - Ergueu uma sobrancelha o encarando.

—Vamos? - Edward parou o carro em frente a eles e ajudou Bella a entrar, Charlie o puxou pelo braço, ele e Renée iriam no próprio carro.

—Encoste um dedo nela e eu te mato.

—Não faça ameaças que não pode cumprir. - O alertou e se livrou do aperto dele. - Sei que você não me suporta, mas eu sou pai da sua neta e você vai ter que me aturar querendo ou não. Não é porque a Bella acordou que vou sair da vida da Aurora. Ela é minha filha e estarei ao lado dela em todos os momentos. Então não me venha com ameaças, pois não sou um moleque. Bella é minha responsabilidade também e eu vou cuidar dela. - Ele saiu antes que Charlie tivesse a oportunidade de retrucar.

[...]

—Bella, está tudo bem? - Edward perguntou a ajudando a sair do carro. Eles foram o caminho todo em silêncio.

—As pessoas acham que somos um casal? - Várias pessoas no hospital comentaram sobre o quanto o namorado dela era incrível. Eles não conheciam James, mas Edward deveria ter dito que eles não tinham nenhum tipo de relacionamento.

—Temos uma filha juntos, então as pessoas acham que somos um casal. Estava difícil explicar a situação, então… - Deu de ombros. – Você ficou chateada? – Pegou a bolsa dela.

—Não. – Bella parou e olhou aflita para ele.

—Tem algo mais te incomodando? – Ele queria tocá-la, mas se manteve distante.

—Por que não levava a Aurora com você? – Ela só recebeu duas visitas da filha, desde que acordou. Ele já esperava por aquela pergunta.

—Ela tinha aula na escola e no balé. – Edward tentou levar a filha ao hospital, mas ela não queria ir, dizia que a mãe viria em breve para casa, então não precisava ir até o hospital.

—Entendi. – Deu um sorriso fraco e foi em direção ao elevador.

—Aurora ama você. – Tocou o braço dela. – Ela só não gosta de hospitais e quis ficar em casa para preparar uma surpresa para você. – Explicou rapidamente e Bella assentiu, sem muita convicção.  – Talvez no começo seja um pouco complicado, mas vamos nos adaptar.

—Vai ficar aqui?

—Sim. Liberei o quarto para você e vou ficar na sala, se não se importar. – Bella ainda estava confusa e não sabia o que pensar. Por ora, seria melhor ele ficar com elas. Edward estava cuidando da filha desde que ela nasceu e não seria certo afastá-la dele. Ele era pai dela, não seria certo afastá-lo de forma alguma.

—Tudo bem.

—Excelente. Será que pode fingir surpresa? Aurora pediu para não contar e eu falei demais. – Sorriu segurando a mão dela.

—Obrigada. – Edward a olhou sem entender. – Por ter cuidado da nossa filha. Sei que você não queria...

—Não diga isso, por favor. – Pediu acariciando o rosto dela. – Eu queria ficar, sempre quis, mas eu não podia. Não queria que vocês se ferissem.

—Agora é seguro? – Ela estava evitando tocar no assunto, mas sabia bem o que tinha acontecido a ela.

—Ninguém vai machucar vocês. Eles sabem o que acontece com quem mexe com a minha família. – Antes que ela pudesse falar algo, as portas do elevador abriram. – Finja surpresa. – Sussurrou e abriu a porta.

—Surpresa! – Aurora e Esme gritaram juntas. Bella nem precisou fingir, ela estava pensando nas palavras de Edward e foi pega desprevenida com o grito das duas.

—Seja bem vinda, Bella. – Esme foi até ela e a abraçou.

—Essa é a minha mãe, Esme. – Edward explicou.

—É um prazer conhece-la. E obrigada por ter cuidado da minha filha. – Esme abanou a mão como se aquilo não fosse nada demais.

—Eu que devo agradecê-la. Você trouxe de volta o meu filho e me deu uma neta maravilhosa. Sinto muito pelo que te aconteceu e estou muito feliz que esteja de volta. – A abraçou de novo. – Esses dois bagunceiros precisam de alguém para ficar de olho neles.

—Não fazemos bagunça, vovó. – Aurora reclamou cruzando os braços.

—Vocês até que são organizados. – Apertou o nariz da neta.

—Filha. – Edward a chamou e indicou Bella com a cabeça.

—Oi mãe. – Bella agachou para poder receber o abraço da filha.

—Oi meu amor. – Era difícil controlar a emoção. Bella estava em casa e com a filha e isso era tudo com o que sonhava desde que descobriu que estava grávida. – Obrigada pela surpresa.

—Eu que fiz a faixa. – Bella olhou para cima e viu a faixa “Bem vinda de volta” – A vovó ajudou com as letras.

—Está tudo muito lindo, obrigada! – Deu um beijo estalado na bochecha dela. – Sua testa está melhor?

—Já tirei os pontos. – Afastou o cabelo para que ela pudesse ver a pequena cicatriz. – Não dói mais.

—Você é muito corajosa. – Aurora encarou os próprios pés.  

—Charlie, Renée. – Esme foi abraçar a amiga. – Estou tão feliz por vocês.

—Nem consigo descrever a alegria que estou sentindo por ter o meu bebê de volta. – Renée secou as lágrimas.

—Aurora e eu fizemos um lanche. – Esme avisou.

—Então você também sabe cozinhar? – Bella perguntou tentando puxar assunto com a filha. Aurora parecia um pouco distante.

—Eu só ajudei a vovó. – Deu de ombros.

—Ah, ela é uma excelente crítica gastronômica. – Edward a provocou.

—Seu macarrão é ruim. – Aurora devolveu a provocação.

—Sei fazer um delicioso.

—Que ótimo. O do papai é horrível. – Ela fez uma careta e Bella riu.

—Posso preparar um para você. – Sugeriu e a filha assentiu.

—O que acham de irmos comer? Precisamos comemorar. É um dia de muita alegria.

—Faremos um pequeno almoço em nossa casa amanhã. – Charlie avisou, olhando para Esme e ignorando Edward. – Sua família é bem vinda.

—Iremos com prazer. Eles queriam vir conhecer a Bella, mas achamos melhor fazerem uma visita em outro dia e deixar Bella descansar.

—Rosalie e Emmett também vão ir amanhã. E teremos a família toda reunida. – Renée comentou emocionada.

—Podemos comer? – Aurora perguntou juntando as mãos.

—É claro. – Apontou para cozinha e Aurora correu até lá sendo seguida pelos avós e pela mãe.

—Obrigado, mãe. – Edward a abraçou. – Foi tudo tranquilo aqui?

—Ah, sim, tudo ótimo. Organizamos tudo direitinho e terminei de arrumar o quarto para Bella.

—Você é incrível, mãe. – Os dois falavam baixo para que não ouvissem da cozinha. – Notou que a Aurora não parece muito animada?

—Tivemos uma conversa séria e ela só está com medo. Logo as coisas entrarão nos eixos. Vocês serão uma família e me darão mais netos. – Entrelaçou o braço com o dele.

—Vamos com calma. – Pediu não querendo dar muitas esperanças. – Sobre o que conversaram?

[...]

—Vovó? – Aurora ergueu os olhos do desenho que estava fazendo para colocar ao lado da faixa. – Meus pais vão ficar juntos agora?

—Não sei querida, mas torço para que sim. – Sorriu para neta e ela voltou a colorir. – Você gostaria que eles ficassem juntos?

—Eu não sei. Eles teriam outro bebê.

—Isso é ruim? – Perguntou ao ver a expressão de decepção dela.

—A mamãe veria ele crescer e amararia ele mais.

—Meu amor, isso não é verdade. Seus pais te amam e te amarão independente de quantos filhos tenham. Sua mãe não te viu crescer porque foi ferida, mas tenho certeza que ela desejava ter acompanhado cada detalhe da sua vida. Ela te amou desde o primeiro momento. As mães são assim. Descobrimos que estamos grávida e já começamos a fazer planos e amar o bebê. – Segurou o queixo dela. – Ela está de volta e agora você terá uma mãe ao seu lado. No começo as coisas serão diferentes, mas tudo ficará melhor.

—Eu amo a mamãe. – Declarou secando uma lágrima. – Só que é estranho.

—É diferente, querida. Não se preocupe com nada, as coisas ficarão bem. - Deu um beijo na testa dela. – Agora vamos terminar essa faixa, antes que a torta asse.

[...]

—Dorme, dorme, meu amorzinho. Dorme, dorme, meu anjinho. – Bella cantarolava baixinho enquanto via a filha dormir. Ela parecia tão em paz.

Bella sonhou com aquele momento durante toda a gravidez. Ela colocaria a filha para dormir e ficaria horas ao lado dela, apenas garantindo que estava tudo bem. As coisas não saíram conforme o esperado, mas agora ela estava ali e faria de tudo pela filha. Foi Edward quem a colocou para dormir e ela tentou não ficar chateada com aquilo. Ele estava acostumado a fazer aquilo e eles encontrariam uma forma de adaptar. Tudo ficaria bem.

—Bella? – Edward tocou no ombro dela e ela sobressaltou um pouco. – Desculpa, não quis te assustar. – Sussurrava para não acordar a filha.

—Tudo bem. Só estava olhando para ela. É tão linda. Parece que meu coração vai explodir de tanto amor.

—Sei bem como é. Posso ficar horas aqui. – Sentou ao lado dela. – Obrigado, Bella. Nossa filha é o meu tesouro mais precioso. Não sei o que seria da minha vida sem ela. Eu a amo mais do que tudo.

—Obrigada por ter cuidado dela. Você foi um pai maravilhoso.

—Tentei fazer o meu melhor. – Segurou a mão dela. – Quero te mostrar uma coisa. Podemos ir até o seu quarto? – Bella queria continuar a ver a filha dormir, mas também queria ver o que ele tinha a mostrar.

Os dois foram até o quarto e Edward puxou o baú e o colocou em cima da cama.

—O que é isso? – Sentou na cama com as pernas cruzadas.

—Sei que não é a mesma coisa e não vou me cansar de implorar o seu perdão. – Pegou o primeiro álbum e entregou a ela. Bella o abriu e as lágrimas começaram a rolar.

—Tão pequena. – Acariciou a primeira foto. Era dela ainda na maternidade. – Ela parece com você nessa foto.

—Só um pouco. Depois ela ficou a sua cópia. – Bella olhava atentamente cada foto e Edward ficou ao lado dela, fazendo comentários em algumas fotos.

—Ela e o papai. – Ela estava olhando o álbum do Natal.

—Ela adorou o bigode dele. Alice gravou os primeiros passos dela e tenho vários vídeos nesse HD. – Apontou para o aparelho que estava no meio dos álbuns. – Sei que não é a mesma coisa, mas tentei fazer com que você pudesse ver de alguma forma.

—Obrigada. Não é mesmo a mesma coisa. Perdi quase seis anos da vida dela e não tem como voltar no tempo.

—Não. Não tem. Mas podemos viver o presente e o futuro.

—Pode me deixar sozinha? – Pediu tentando controlar as lágrimas.

—Estarei lá na sala se precisar de alguma coisa. – Deu um beijo na testa dela e a deixou sozinha com as fotos.

Bella precisava de tempo para se adaptar e Edward tinha certeza de que tudo ficaria bem. Bella estava acordada e eles ficariam juntos, mesmo que não fossem um casal. Tinham uma filha juntos e eles cuidariam juntos dela. Eram uma família e isso era tudo o que importava.


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Notas finais do capítulo

A adaptação vai ser difícil no começo, mas eles vão ajeitar tudo.
Estive ausente por um tempo, mas deixei os capítulos agendado e já respondi aos comentários.

Bjs e até mais.