Last Chance escrita por Rayanne Reis


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal.
Para os que chegaram aqui, muito obrigada pela paciência e por terem dado uma chance a fic.



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—Quero o meu bebê.

—Acho melhor dar um sedativo a ela.

—Ainda não. - Rosalie pediu e foi até a cama, onde Bella debatia tentando se livrar dos enfermeiros. - Bella. - Ela mal podia acreditar que a amiga estava acordada. - Está tudo bem, fique calma.

—Rose. - A voz dela saiu arrastada, estava com dificuldades para falar.

—Minha amiga, querida. - Rosalie a abraçou. - Não sabe o quanto estou feliz por ter acordado.

—O que aconteceu? - Perguntou pausadamente.

—Você levou um tiro na cabeça. - Tocou o local com uma mão e a outra manteve apertando firme a de Bella, não queria soltá-la.

—Co...como?

—Isso não importa, agora. Você está de volta. - A abraçou com mais força. - Alguém pode avisar ao Jason que a Bella acordou? - Pediu e um dos enfermeiros assentiu.

—Ele já foi avisado, mas não está de plantão.  É bom ter você de volta, Bella. - Eles murmuraram, saindo e deixando as duas a sós.

—Como está? - Rosalie só conseguiu detectar o problema na fala, mas nada que algumas sessões com um fonoaudiólogo não resolvesse. Seria preciso uma avaliação médica para determinar as sequelas. Rosalie torcia para que a amiga não ficasse com nenhuma.

—Con… Confusa. Cadê a minha filha? - Falar a estava deixando cansada.

—Ela deve estar na escola, mas vou avisar ao Edward e ele vai trazê-la.

—Escola? Ela é só um bebê. - Não queria assustar a amiga, mas precisava contar a verdade.

—Aurora não é mais um bebê. - Bella piscou várias vezes e olhou para Rosalie sem entende. - O Edward mudou o nome. - Explicou rapidamente. - Ele não gostou de Felícia. Achei bem fofo Aurora. - Bella gostou do nome, só não gostou dele ter mudado sem a autorização dela. - Ela é muito linda e inteligente. Todos nós a amamos muito. - Acrescentou para que ela ficasse mais tranquila.

—Quan… quan ...quanto tempo? - Bella a encarou esperando pela resposta. Se a filha já estava na escola, significava que ela passou muito tempo em coma.

—5 anos, 7 meses e 3 dias. - Ela sabia exatamente quanto tempo a amiga ficou em coma, todos da família sabiam.

—5 anos, 7 meses e 3 dias. - Bella repetiu. Foi esse o tempo que ela perdeu da vida da filha dela. Não sabia nada sobre ela, nem mesmo o nome.

—Calma, Bella. Vai ficar tudo bem. - Rosalie a abraçou e deixou que ela chorasse. - Tudo vai voltar ao normal.

—Quero a minha filha. - Pediu a segurando com todas as forças.

—Logo você a verá. - Depositou um beijo na bochecha dela. - Estaremos todos aqui para te ajudar.

—O que é isso? - Perguntou tocando na aliança.

—Sinto muito, Bella, mas Emmett e eu nos amamos e não sabíamos quando você acordaria. - As duas fizeram um pacto aos 13 anos, uma seria a madrinha de casamento da outra. - Me desculpe. - Bella sabia que não poderia ficar com raiva de Rosalie por seguir em frente, mas saber que a melhor amiga estava casada e que ela não esteve presente, a deixou chateada.

—Bella! É tão bom tê-la de volta. - O médico sorriu ao entrar no quarto. - Como está se sentindo? - Bella sabia que conhecia o homem de algum lugar, mas ainda estava muito confusa. - Sou eu, o Jason. - Ela assentiu finalmente o reconhecendo.

—Vou avisar os seus pais e o Edward. - Rosalie avisou apontando para o celular. - Eu amo você e sinto muito por tudo o que aconteceu. - Bella deu um sorriso fraco. Não queria ficar chateada com a amiga, no fundo estava feliz por ela ter encontrado o amor, mas ainda era tudo muito recente e ela não conseguia assimilar tudo. Esperava que com o tempo tudo realmente voltasse ao normal.

[...]

Edward respirou fundo antes de dar o último passo. Sabia que Rosalie não estava brincando, ela jamais faria aquilo com ele, mas também não estava acreditando que era verdade. Ele sonhou com aquele momento por 5 anos, 7 meses e 3 dias. E agora que havia finalmente acontecido, ele não sabia como agir. Queria entrar no quarto e abraçar Bella e nunca mais a soltar. Queria dizer que a amava e que eles formariam uma família feliz. E acima de tudo, queria vê-la sorrir novamente e que ela não o expulsasse de lá.

Forçou os pés a darem mais um passo e entrou no quarto. Charlie, Renée e Rosalie estavam em volta da cama e ele não conseguiu vê-la. Deu mais um passo e percebeu que era real. Bella estava acordada e segurava um porta-retratos, o admirando como só uma mãe poderia fazer.

Bella estava tão focada na foto que mal ouvia o que os pais e a amiga falavam. Sentiu mais uma presença no quarto e ergueu os olhos. Rosalie havia contado que Edward ficou e que era ele quem cuidava da filha, mas Bella não acreditava totalmente naquilo. Ele fora bem claro quanto a fazer parte da vida da filha. O que o fez ficar?

—Graças a Deus! – Edward sorriu e Bella se viu sorrindo de volta. Certas coisas estavam além da compreensão. Ela queria que ele se aproximasse, queria abraça-lo mais uma vez. Rosalie deu um passo para trás e Edward aproximou. Ele parecia não saber o que fazer, como se estivesse com medo. Bella sentiu que deveria se lembrar de algo importante, mas a mente dela ainda estava confusa. – Não sabe o quanto estou feliz por estar de volta. – Ignorando a presença ameaçadora de Charlie, Edward curvou e abraçou Bella. – Não sabe o quanto senti a sua falta, Bella. – Ela agarrou a camisa dele o fazendo aproximar mais e sentar na cama. – Senti tanto a sua falta, obrigado por estar de volta. – Ele murmurava e ela se deixou ser envolvida pelo calor dele. Era como estar em casa, protegida e segura. – Estou feliz que tenha voltado para nós. – Depositou um beijo na testa dela.

—Você ficou. – Ela falou devagar, assim era mais fácil das palavras saírem corretamente.

—Você me pediu para ficar. Não poderia deixar a nossa filha sozinha. – Bella o encarou e o coração dela começou a bater mais forte. Aurora. – Ela está lá fora, quer conhecê-la? – Bella apenas assentiu e passou a mão no rosto secando as lágrimas.

—Como estou? – Renée passou as mãos no cabelo dela.

—Linda. – Declarou, dando um beijo na bochecha dela. Antes mesmo que Rosalie terminasse de falar, Renée e Charlie já estavam a caminho do hospital.

—Não quero assustar a minha filha. – Olhou mais uma vez para a foto, que foi tirada na Disney. Aurora exibia um sorriso enorme.

—Não vai assustá-la. Ela já a viu antes. – Edward explicou. Ele estava esperando o sinal para ir buscar a filha.

—A...a... aqui? – Bella estava surpresa. Não queria que a filha tivesse a visto em uma cama de hospital, inconsciente.

—Vou busca-la. – Edward avisou e foi até a porta. – Querida? – Aurora ergueu a cabeça e respirou fundo. Estava ansiosa e com medo de que a mãe não gostasse dela, embora o pai a tivesse garantido que não havia a menor possibilidade de isso acontecer. Bella amava a filha, mesmo sem nunca a ter segurado em seus braços, ou a visto pessoalmente.

Bella mantinha o olhar fixo na porta e ofegou ao ver a filha. Ela estava enorme e era perfeita. Queria controlar as lágrimas, mas sabia que isso não era possível. Era para ser o bebê dela ali. Bella queria segurar a filha nos braços, queria amamentá-la e queria ter tudo o que perdeu. Mas isso não seria possível. Ninguém podia voltar no tempo...

—Bella, conheça a nossa filha, Aurora. – Edward segurava a mão da filha, sabia que ela estava insegura e queria dar apoio a ela. – Aurora, diga oi a sua mãe.

—Oi, mãe. – Bella deixou um soluço escapar e esticou os braços. Ela necessitava abraçar a filha. Precisava ter a certeza de que tudo aquilo era real.

Edward ajudou a filha a subir na cama e Bella a abraçou.

—Meu bebê... meu bebê. – Bella sentiu o coração apertar e a respiração saia aos arquejos. Ela estava segurando a filha, e isso era tudo o que importava. Ela lidaria depois com o fato de a filha ter cinco anos e sofreria depois por tudo o que perdeu. No momento, ela só se importava em tê-la em seus braços. – Eu te amo. Te amo. – Sussurrava e Aurora também começou a chorar. Ela não sabia o que era ter uma mãe e estava assustada, mas se sentia reconfortada e feliz. Agora ela tinha uma mãe e um pai. – Você é perfeita e eu amo você. – As palavras saíram um pouco emboladas.

—Não disse que ela se parece com você? – Charlie sorriu, admirando a filha e a neta juntas.

Bella olhou a filha com atenção. Queria gravar cada detalhe dela. O cheiro e a maciez da pele dela. Contornou o rosto dela com os dedos e Aurora apenas encava a mãe, a deixando aproveitar o momento.

—É exatamente como eu imaginava. – Beijou os cabelos dela. – Eu amo você. Sabe disso, não sabe? – Aurora balançou a cabeça e Bella a abraçou mais uma vez. – Ninguém vai nos separar de novo. – Se orgulhava por ser uma pessoa pacífica, nunca se envolveu em uma briga ou infringiu as leis, mas ela fez, naquele momento, uma promessa silenciosa de que mataria quem ousasse a separar da filha de novo. – O que aconteceu? – Perguntou ao afastar uma mecha do cabelo dela e ver o curativo.

—Eu caí de bicicleta ontem. – Aurora explicou se desvencilhando do abraço da mãe. – Papai falou para usar o capacete, mas eu tirei. – Ela olhou para o pai e ele balançou a cabeça dizendo que estava tudo bem.

—Foi um corte superficial e ela está bem. – Apressou em explicar, ao ver a preocupação estampada no rosto de Bella. – Tiveram que dar alguns pontos, mas não passou de um susto.

—Todos ficamos preocupados. – Renée colocou a mão no ombro da neta. – Nunca mais vai andar sem capacete, está ouvindo? – Apertou o nariz dela e Aurora riu.

—Eu juro juradinho, vovó.

—Deve ter doído. – Bella tocou com delicadeza o local.

—Um pouco. Eles me deram uma injeção, mas eu não chorei. Já sou grande e garotas grandes não choram. – Bella sorriu orgulhosa. Edward havia feito um belo trabalho. – O pai chorou. – Revelou e Charlie riu. Ainda o odiava, mas estava feliz por ver a filha acordada e bem.

—Ei, vai me entregar, é? – Edward cutucou a filha e ela gargalhou.

—O melhor som do mundo. – Bella sussurrou segurando a mão da filha e se segurando para não chorar de novo. Não queria que Aurora a visse chorando e em desespero.

—É o que sempre falo. Esse som é capaz de trazer a paz mundial. – Declarou sorrindo para as duas. – E foi por isso que eu chorei. Não poderia perder a minha vida.

—Edward, ontem você disse que estava vindo contar a Bella o que aconteceu com a Aurora. – Rosalie olhou para ele esperando uma confirmação.

—Sim, eu vim enquanto eles estavam fazendo a tomografia. – Bella olhava de um para o outro, notando a cumplicidade entre eles. Ela se perguntou se eles seriam amigos. – Acha que foi isso?

—É possível.

—O que estamos perdendo? – Charlie perguntou, curioso.

—É tudo suposição, mas acho que foi por isso que a Bella acordou. Edward disse que Aurora havia se machucado e Bella ficou preocupada.

—Se lembra de alguma coisa? – Edward aproximou tocando o braço dela.

—Não sei. – Confidenciou com um suspiro. – A última lembrança clara que tenho é de encontrar você no estacionamento. O resto está um pouco nublado e não sei se é real ou fruto da minha imaginação.

—Se lembra do que conversamos? – Perguntou com cautela, ela poderia acusa-lo de ser um assassino. E se isso acontecesse, Charlie garantiria que a polícia o pegasse antes mesmo que ele pudesse se despedir da filha.

—Sei que conversamos, mas não consigo me lembrar das palavras. Sei que estávamos discutindo. Ou pelo menos eu estava. – Aurora olhou para os pais e Bella achou melhor não falar mais nada na presença dela. Conversaria com Edward depois, tinha uma vaga lembrança sobre a conversa e se fosse verdade, eles precisariam ter uma séria conversa. – Vocês vieram me visitar. – Apontou para os adultos. – Mas não consigo me recordar de nada.

—Jason disse que não sofreu lesões e que a sua memória voltaria por completo com o tempo. Pode ser um pouco confuso no começo e você terá que fazer sessões com um fonoaudiólogo, mas não há nenhum dano permanente.

—Poderei ir logo para casa? – Ela amava o hospital, enquanto que enfermeira. Teve que ficar internada uma vez para tirar o apêndice e não gostou nenhum pouco da experiência. Estava há cinco anos naquela cama e já estava mais do que na hora de sair de lá.

—Tenha um pouco de calma. Saíra logo daqui, mas será hoje. – Deu um tapinha na perna da amiga, sabia que ela estava louca para levantar.

—Aurora, porque não mostra a nova dança a sua mãe? – Edward quis deixar o clima mais tranquilo.

—Eu não sou boa. – Ela olhou para baixo e Bella ergueu o queixo da filha.

—Nunca diga isso, meu amor. Aposto que é ótima.

—Ela é a melhor da turma dela. – Edward esclareceu e Aurora sorriu envergonhada.

—Não sou boa igual você. – Bella segurou o rosto dela entre as mãos.

—Trenei dos quatro aos dezoito anos. Você só está começando. Aposto que será bem melhor do que eu.

—Pode me ensinar alguns passos?

—Não lembro de todos.

—Eu vi em um vídeo seu. O papai me mostrou vários. – Bella sorriu agradecia. Ela não era uma completa estranha para a filha. Aurora a conhecia, mesmo que fosse apenas através de vídeos.

—Você pode me mostrar qual é eu te ensino. – Bella fez uma careta ao tentar mudar de posição na cama.

—Você precisa descansar. – Rosalie declarou e Bella apressou em negar, não queria que a filha fosse embora.

—Estou ótima.

—Eu sei que está, mas precisa descansar mesmo assim.

—Voltamos mais tarde, querida. – Renée deu um beijo na testa da filha.

—Não vamos ficar longe de você. – Charlie declarou imitando o gesto da esposa.

—Filha, nós também temos que ir. – Aurora deu um rápido abraço na mãe e desceu da cama com a ajuda do pai. Bella queria abraça-la por mais tempo. – Podem nos dar um minuto? – Ele precisava conversar rapidamente com ela, sem Charlie os observando.

—Seja rápido. – Rosalie sabia ser mandona quando queria.

—Ela sempre foi assim? – Perguntou puxando a cadeira assim que eles ficaram a sós.

—Ela sabe dar ordens como ninguém. – Edward a ajudou a encontrar uma posição mais confortável.

—Está sentindo alguma dor? – Ele a cobriu como fazia com Aurora.

—Só um pouco. Eles vão me dar alguma coisa para dormir, mas eu não quero.

—Fiquei muito preocupado, mas nunca perdi as esperanças. Sabia que você acordaria. Só não achei que fosse levar tanto tempo.

—Perdi tudo. – Bella declarou olhando para uma das fotos da filha. – Obrigada. – Indicou as fotos e os desenhos. – Me acalmou. – Explicou remexendo as mãos e ele as segurou.

—Não sei o que você lembra, e não gostaria de falar sobre isso agora. Só quero que saiba que eu sinto muito, Bella. Espero que um dia você me perdoe. Eu juro que teria trocado de lugar com você, se isso fosse possível. Você não merecia isso. Desculpa por ter mudado o nome da nossa filha.

—Eu gostei do nome. Ela trouxe luz a sua vida?

—Sim. Ela é tudo para mim. Obrigado por esse maravilhoso presente. Ela é muito especial e maravilhosa. – Bella tocou o relógio que ele usava. – Achei que fosse a única coisa que teria de você.

—Obrigada por ter ficado e por cuidar dela. Ela parece saudável e feliz.

—Ela é. E é também muito inteligente. Se prepare para as perguntas. Algumas me deixam sem saber o que dizer. Ela se parece tanto com você, Bella. Não só na aparência, mas na forma de ser e agir.

—Me fale mais sobre ela. – Pediu fechando os olhos.

—O que quer saber?

—Tudo. Me conte desde o começo. – Pediu abrindo os olhos e Edward ajeitou na cadeira. Enviou uma mensagem para Rosalie pedindo que ficasse mais um pouco com Aurora.

 – Ela nasceu com três quilos e oitocentos gramas...


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Notas finais do capítulo

Bella acordou e agora as coisas vão mudar. Ela ficou com uma leve sequela na fala, mas que vai ser corrigido com o tempo. Ainda está tudo muito confuso para Bella, ela não sabe o que é real e o que é imaginação, mas as coisas se resolveram com o tempo.

A partir daqui as postagens voltaram a ser duas por semana.

Bjs e até mais.