Bella estava ansiosa para o almoço na casa dos pais. Conheceria a família de Edward e veria a interação entre eles e a família dela. Esperava que todos se dessem bem. A mãe e Esme pareciam amigas. Já o pai claramente não gostava de Edward. Os dois quase não se falavam e havia uma certa hostilidade quando o pai falava com Edward.

Aquilo não era estranho para Bella, ele nunca gostou de nenhum dos namorados dela e não aceitou bem o fato dela ter ido viajar com um desconhecido. Ouviu um longo sermão sobre como foi irresponsável. Quando os pais descobriram que ela estava grávida, Charlie surtou e exigiu saber o endereço do pai da criança para ir atrás dele e obrigá-lo a casar com a filha. Não aceitaria que a neta crescesse fora de um verdadeiro lar. Bella queria saber como ele reagiu a realidade.

—Pai, o Greg vai ir também? – Edward aproveitou o sinal vermelho para olhar para a filha.

—Vai sim. Sua avó convidou a família toda.

—Greg? – Bella perguntou tentando se lembrar do nome.

—Meu sobrinho, filho da Alice.

—Ah sim. – Gregory. Repetiu gravando o nome. Jasper era o cunhado de Edward e Carlisle o pai. Ela conseguiria se lembrar de todos os nomes.

—Tio Emmett também vai? – Ela sorriu esperançosa que ele estivesse presente. Ela amava o tio e o achava muito engraçado.

—É um almoço. É claro que seu tio vai. Se tem comida, lá está ele. – Os dois riram e Bella os olhou tentando entender a piada.

—Emmett é um bobo e na maioria das vezes age feito uma criança. Na verdade, ele é pior que uma criança. Mas ele ama a nossa filha.

—Ele me chama de Joaninha.

—Você não parece uma joaninha. – Bella virou para olhar para a filha.

—Eu sei. Ele é doido. – Bella não se lembrava muito de Emmett. Sabia que ele e Rosalie estavam saindo, mas não era nada sério, pelo menos não naquela época.

—Ele é mesmo doido. Não sei como a Rosalie o atura.

—Eles se amam? 

—Muito. São um casal adorável, meio melosos, mas são incríveis juntos. Rosalie quis esperar para você estar no casamento deles.

—Eu sei. – As duas falavam sobre casamentos desde novas e juraram que uma seria a madrinha da outra.

—Eu fui a daminha. – Aurora odiou o vestido e caminhar devagar pela igreja, mas cumprimentou com perfeição a missão.

—Eu vi as fotos. Você estava linda.

—Não gosto mais de rosa. – Fez uma careta lembrando do vestido rosa choque.

—Aposto que foi a sua tia quem a obrigou a usar o vestido, ela é assim.  

—Ela é legal. A nossa família é muito legal, vai gostar deles. – Sorriu para a mãe e Bella estendeu a mão para tocar a dela.

—Eles cuidaram de você, é claro que vou gostar deles.

—Aqui estamos. – Edward estacionou em frente a casa dos Swan. – Acho que somos os últimos. – Apontou para os carros estacionados.

—Vocês sempre se atrasam. – Emmett levantou e foi até Bella a abraçando e a tirando do chão. – Estávamos com saudades de você. Estou feliz por ter acordado. Esse cabeçudo precisa aprender a chegar no horário. Rose disse que você é super pontual.

—Emmett, pode largar a Bella, você a está assustando. – Edward pediu revirando os olhos.

—Você só está com medo de que ela goste mais de mim do que de você. – A colocou no chão e Bella sorriu para ele.

—É bom revê-lo, Emmett. Espero que esteja fazendo a minha amiga feliz.

—Ah, ele está sim. – Rosalie abraçou a amiga. – É tão bom ter você de volta.

—Quem é ela? – Gregory perguntou apontando para Bella.

—É a minha mãe, Greg. O nome dela é Bella. Isabella, mas todo mundo chama ela de Bella.

—Oi, Greg, tudo bem?  - Bella inclinou e deu um beijo na testa dele, o fazendo corar, envergonhado.

—Alice e Jasper. – Edward os apresentou. – E o meu pai, Carlisle.

—É bom finalmente te conhecer. – Alice a abraçou apertado. – A visitamos algumas vezes no hospital, mas não é a mesma coisa.

—Foi muito gentil terem me visitado. Acho que devo agradecer a todos por terem ajudado a cuidar da Aurora.

—Nós amamos a Joaninha. Essa garota é incrível. – Emmett a ergueu e com o outro braço pegou Gregory no colo. – Você também é Besourinho.

—Que apelidos ridículos. – Aurora protestou.

—Querido, é melhor parar com esses apelidos, não quero que eles descontem no nosso filho. – Todos olharam para Rosalie. -Não era assim que queria contar, mas... – Olhou para o marido.

—Vamos ter um bebê. – Emmett completou.

—Eu sabia. – Alice deu um grito e abraçou Rosalie. – Tudo em você dizia que está grávida. Meus parabéns.

—Até que fim, hein? – Edward abraçou o amigo. – Não vejo a hora de descontar algumas coisas.

—Você não vai ensinar palavrão ao meu filho. – Emmett o ameaçou. – E a primeira palavra dele não vai ser foda.

—Do que estão falando? – Bella olhou de um para o outro. – No álbum estava escrito que foi uco.

—Talvez essa tenha sido a segunda palavra. – Edward sorriu sem graça e foi a vez de ele ameaçar o amigo.

—Juro que não sabia disso. – Rosalie ergueu as mãos em sinal de inocência. – Tentei ficar de olho nesses dois, mas sabe como são os homens.

—É claro. – Bella foi até a amiga e abraçou. – Estou feliz por você.

—Família reunida. – Renée puxou a filha para um abraço. – Meu bebê está de volta e precisamos comemorar. Foram tantos dias de tristeza e sofrimento, mas de agora para frente seremos felizes. Nada vai nos separar de novo. – Murmurou ainda abraçada a filha. – Estou tão feliz por você estar aqui.

—Ei, mãe, está tudo bem. – Bella tentou consolar a mãe. Sabia que para ela não foi fácil. Como mãe, entendia perfeitamente a dor que ela sentiu. Se algo acontecesse a filha, ela morreria. – Está tudo bem. – Repetiu e deixou que a mãe chorasse no ombro dela. Levaria um tempo até superarem o que aconteceu, isso se um dia superassem complemente, mas eles estariam juntos e dariam apoio um ao outro.

—Vamos deixar o choro de lado e comer. – Charlie passou um braço em volta da filha e o outro em volta da esposa. – Minhas três garotas estão bem e eu preciso comemorar isso.

—Estou com você, Charlie. Vamos comer. – Emmett agitou as crianças e elas riram.

[...]

—Está tudo bem? – Rosalie aproximou da amiga.

—Estou feliz por você, Rose. – Apertou a mão dela. – Só queria ter estado presente no seu casamento.

—Eu também queria. Queria ter te esperado, mas não sabíamos quando acordaria.

—Estarei aqui para ver o seu filho crescer. – Declarou e as duas sorriram.

—Como estão as coisas em casa?

—Confusas. – Suspirou olhando em volta para ver se ninguém estava ouvindo. – Acho que a Aurora não gosta de mim.

—Bobagem. Aurora te ama. Ela não parava de falar em como queria ser como você. Das coisas que fariam quando acordasse.

—Então porque ela age como se eu fosse uma completa estranha?

—Bella, ela é só uma criança, está confusa, mas logo vocês estarão se dando bem e vai ver que ela não desgrudará de você.

—Não sei, Rose. Ela é tão apegada ao Edward e eu não sei nada sobre ela. – Rosalie apertou a mão dela a confortando.  

—Só dê um pouco mais de tempo. As coisas ainda são bem recentes e vocês vão levar um tempo para se adaptarem a nova realidade. Mas vão. – Declarou com convicção. – Vocês são uma família e ficarão juntos. – Rosalie virou para ficar de frente para ela. – Por falar nisso, vai dar uma chance ao Edward?

—Chance? – Perguntou confusa.

—Para vocês ficarem juntos, ora essa.

—Está maluca? – Elevou a voz. – Edward e eu, sem chances.

—E por que não? Ele é um cara incrível. Ele tem alguns segredos, mas é um pai maravilhoso. As coisas que ele faz pela Aurora, nossa! – Assobiou e Bella riu.

—Parece que vocês são grandes amigos. – Ela estava um pouco enciumada.

—Sim, nós somos. Eu gosto muito dele. Eu o admiro por tudo o que ele tem feito nesses últimos anos. Sei que ele falou que não queria fazer parte da vida da Aurora, mas isso foi antes. Ele morreria pela nossa garota e isso faz com que eu goste muito dele.

—Ele fez mesmo um bom trabalho. Aurora é maravilhosa. Tão inteligente. – Falou orgulhosa. – Eu não teria feito melhor.

—Já tive essa conversa tantas vezes com o Edward. Ele sempre dizia: a Bella faria melhor, sou um péssimo pai. – Tentou imitar a voz dele. – Vocês dois são excelentes pais. Você amou a Aurora desde o primeiro instante. Fez de tudo para que ela tivesse o pai ao lado dela. E agora vocês dois, juntos, vão cuidar dela. Vai ser a criança mais amada e feliz desse mundo. Assim como o meu filho. – Colocou a mão no ventre.

—Já está começando a aparecer. – Colocou a mão em cima da dela.

—Está sim, mas não mude de assunto. – Apontou o dedo para ela. Era bom ver que a amizade delas não tinha sido afetada.

—Estávamos falando sobre filhos. – A lembrou e Rosalie negou.

—Estávamos falando sobre você dar uma chance ao Edward. Vocês formariam um lindo casal.

—Não quero saber de relacionamento. – Declarou abanando a mão. – Meu primeiro namorado era gay.

—Argh! Esqueci que você namorou com aquele idiota do Jacob. Estava na cara que ele era gay.

—Não para mim. E isso só prova que me envolvo apenas com o cara errado. Depois do Jacob veio o Clarence, e não há nem o que falar sobre ele.

—De acordo. – Rosalie sempre o odiou, mas se forçava a ser gentil com ele, pois a amiga era apaixonada por ele.

—Depois o Edward, e nós nem tivemos um relacionamento de verdade.

—Isso é passado. As coisas serão diferentes agora. – Ela tinha certeza de que seria.

—E depois, o James. Um me enganou, o outro me traiu, o outro me abandonou e o outro me deu um tiro. Tenho o corpo todo podre para homens.

—Quer mudar de lado? – Perguntou a cutucando.

—Também não é para tanto. Eu só vou ter mais cuidado da próxima vez. Agora só quero conquistar a minha filha e dedicar todo o meu tempo a ela.

—Sabia que ela estuda e dorme? Você vai ter um tempo livre que pode dedicar a um relacionamento com o Edward.

—Por que insiste tanto nisso? – Agora ela estava irritada. Não queria conversar sobre aquilo.

—Quero que vocês sejam felizes. Eu vi você sofrer quando voltou da Grécia. Vi você chorar pelos cantos querendo que ele estivesse ao seu lado. E vi também o Edward sofrer por você. Ele não se envolveu com ninguém e está na cara que é porquê te ama. Nem aquela loira da sorveteira foi capaz de fisgá-lo. Ele te ama e você o ama. – Ergueu o dedo impedindo Bella de interromper. – Entendo que queira focar apenas na sua filha, vocês precisam recuperar o tempo perdido. Só não deixe a oportunidade passar. Tem espaço para as duas coisas. E não seria bom para ela ter os pais juntos?

—Seria. – Suspirou. – Temos muita coisa para conversar e ajeitar e eu não sei como fazer isso. Não sei nem como me aproximar da minha filha.

—Vocês amam balé, está aí um bom começo.

—Ótima ideia. – Ela olhou para a filha que corria atrás do pai, dos tios e do primo. Ela estava feliz e aquilo era tudo o que importava. Elas eram mãe e filha e as coisas ficariam bem entre elas. Só precisavam de tempo. – Obrigada por continuar sendo minha amiga.

—Amiga? Sou sua melhor amiga. – Fingiu estar indignada. – Melhor amiga do mundo todo.

—Sim você é. – A abraçou bem apertado. – Posso te perguntar uma coisa e você promete ser sincera?

—Sempre. – Segurou as duas mãos dela.

—Foi mesmo o James que atirou em mim?

—Não sei. A polícia acredita que sim. O cara sumiu do mapa e nem o Emmett conseguiu acha-lo. Não sei de detalhes, você teria que perguntar ao Edward, só sei que ele fez algo.

—Algo como justiça com as próprias mãos? – Bella sabia que ele era capaz disso.

—Não sei. – Deu de ombros. – Mas acho possível. Ele não deixaria que ninguém a machucasse e saísse impune. Eu não ligo, desde que vocês estejam seguras.

—Chega de falar de coisas ruins. Me conte como foi o seu casamento. – Pediu animada e foi como se as duas tivessem voltado no tempo. Era as melhores amigas novamente.