With all the love escrita por SouumPanda


Capítulo 22
Pleasure, Aidam Version




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773325/chapter/22

 

 

 

A Austrália era fantástica, mulheres lindas, povo hospitaleiro, mas meu coração não estava ali, muito menos meus pensamentos, eu precisava me afastar da Camille, precisava processar tudo que eu sentia e como me sentia e aliviar a culpa, precisava entender que meus erros jamais me definiriam e que fazer essa viagem, ocupar a mente com mais estudos seria essencial para minha carreira. As noites pareciam longas demais, a saudade dos meus filhos era imensurável, ter eles todos os dias e agora não ver era terrível, não estar com minha família, a solidão era absurda e gritante dentro de mim, mas logo consegui a companhia de algumas mulheres, mas a visão de magoar Camille me perseguia e não conseguir ver ela, saber como estava e com quem estava me atormentava, cada chamada de vídeo não via ela, escutar a voz dela por telefone me torturava, falar do básico com ela me torturava. Porque eu queria mais dela, queria ela, queria minha família de volta, mas logo me acostumei com a sensação de perda, de culpa e fui me perdoando. Era visível como tinha crescido, amadurecido, percebido meu erro e reparado, por mais que eu tentava conversar com Camille sobre minha evolução ela não me escutava e tudo se limitava ali, nas crianças e então percebi que do mesmo jeito que eu amadureci, evolui. Ela fez o mesmo e pelo visto e comentários, além de tudo ela seguiu. A cada seis meses eu estava de volta, a cada seis meses eu abraçava meus filhos, brincava por uma semana e ia embora, a cada seis meses eu sentia falta da minha vida, da minha antiga vida pelo menos e ver como Zoe e Maddison crescia longe, ver como Matteo era outro menino me deprimia de uma forma imensurável, eu precisava voltar logo para casa, precisava reestabelecer o vínculo com meus filhos, por eles e para eles. E quem sabe reconhecer Camille com novos olhos, se apresentar e mostrar um outro homem para amar. Otto sempre me mantinha informado das coisas, acho que sem ela saber, Otto sempre comentando que sabia que a filha sentia minha falta, mas sempre era orgulhosa demais para admitir, Otto sempre me falando do relacionamento não assumido dela com um médico qualquer. Otto foi meu amigo, vendo assim, meu espião.

Quando o avião pousou, chegou a mensagem de Otto que Camille se arrumava para o Karaokê, eu tinha que a ver depois de tantos anos, eu queria vê-la e conversar pessoalmente, mas o medo de ser rejeitado como a anos atrás me manteve discreto, deixei as malas no hotel que resolvi ficar por uma noite antes de ir para fazenda e sem demoras fui para o karaokê, tinha muita gente, mas não a vi, resolvi cantar uma música quem sabe ela não me via. Cantei Incomplete do Backstreetoys e acho que era bem explicativo em tudo que eu sentia. Terminado e o bar lotando não a vi, pedi uma bebida e fiquei sentado no balcão quando pude sentir um perfume familiar passando, me virei e só vi o cabelo escuro, ondulado mais a frente e procurei um lugar que pudesse ter a visão dela. A vi ali, conversar, ser abraçada e tinha me esquecido como é lindo a ver sorrir, com os olhos azuis penetrantes, a vi cantar animada com as amigas, não acho que ela tenha me esquecido, a música era subjetiva demais, acho que queria extravasar o que sentiu quando descobriu sobre minha traição, mas a ver rindo, cantando animada me fez rir, por ela. De ver ela rindo, vi que tinha mais gente encantado por ela, alguém próximo o suficiente, mas que eu, que a abraçou e a encarou de perto e pode sentir seu cheiro. Acho que ele a amava também, Camille e seu encantamento. Escutei o cara cantar, para ela e a vi passar com lagrimas nos olhos e se esconder no banheiro. As doses de whisky me deixavam zonzo e quando a vi, quis segurar ela, mas ela foi cega para o palco, cantando com todo o coração e chorei, sabia que era minha culpa ela não conseguir se envolver e como acabei com a gente, sabia que o cara estava perdendo a oportunidade de amar uma pessoa incrível e ela de ser feliz com alguém de novo, era minha vez de ir ao banheiro, chorei sem vergonha nenhuma e quando voltei pensei em ir embora e pude ouvir o número da minha comanda ser chamada e o dela. Era conhecidencia demais, ou apenas uma brincada do destino com a gente, não acho que ela irá cantar, mas ela começou a cantar, a assistente deixou o meu microfone comigo e eu queria deixar o microfone ali e sair, eu não merecia Camille, não merecia essa música com ela, mas quando me vi, ela estava paralisada me escutando e me olhando, como se eu fosse uma miragem para ela. Sorri e continuamos a cantar, como se só existisse a gente ali, como na adolescência com meu violão. Ela abriu um sorriso no final da música e saiu correndo para o bar, fui atrás dela. Sabia o quanto ia escutar nesse momento, acho que se ela me desse um tapa, eu merecia. Mas ela se virou sorrindo para mim e meus olhos brilharam para ela.

— Prazer meu nome é Camille. – A mão esticada dela, quanto tempo não tocava sua pele macia, meu peito parecia que ia explodir estar próximo dela novamente, estar ali a um passo do amor da minha vida, mãe dos meus filhos.

— E meu nome é Aidam, já disseram que seu sorriso é lindo? -  Não hesitei puxei ela para mim, automaticamente selando nossos lábios que tinha o encaixe mais perfeito que pudesse existir, sentir o sabor dela era indescritível, um segundo que parecia uma eternidade. – O prazer será todo meu. – Sussurrei sem desgrudar nossos lábios, perdidos ali naquele momento, com a minha Camille, sempre será minha doce Camille.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "With all the love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.