Era mais um caso para a Five 0. Steve estava de mau humor hoje e esperava que o dia fosse gentil com ele.

— Temos um corpo ali em frente. – Danno olhou para o amigo, parecendo com ressaca. – Noite difícil?

— Nem me fale. – Steve apenas falou. – Acordei com alguém querendo me vender chocolate as quatro da manhã.

— E você comprou? – Danno viu seu amigo chateado. – Não?

— Danno, eram quatro da manhã, eu estava coberto apenas com uma cueca e eu estava em sonho maravilhoso com Jane Fonda. – Steve deu uma risadinha ao relembrar o sonho. – O que?

— Nada. – Danno olhou para a equipe analisando a cena do crime, além deles. – Temos os federais aqui.

— Comandante McGarrett eu presumo. – Lisbon apertou a mão do agente. – Teresa Lisbon. Esses são meus colegas Cho, Rigsby e Patrick Jane.

— Oi. – Jane deu aquele sorriso de cafajeste para Steve. – Uau, você é forte.

— A vítima está ligada a uma série de mortes que estamos investigando no continente. – Lisbon entregou uma foto. – Essa é Carly Spinozza. Também daqui.

— Posso fazer uma pergunta? – Jane olhou para o comandante forte. – Você já foi da marinha, certo? Talvez um Seal. Sua mãe ainda está viva, mas por algum motivo não está próxima. Talvez a relação mais perto de você seja o detetive Willians. Nada romântico, mas vocês criaram um laço grande juntos.

— Como ele faz isso? – Lou chegou perto. – Capitão Grover.

— Você é de Chicago? – Jane estava sendo exibido agora.

— Jane, Lisbon. Precisam ver isso. – Rigsby gritou. – Vocês da Five 0 também.

— Oh merda. – Steve declarou. – Ele está de volta.

Danno olhou calmamente para o grupo de agentes e suspirou.

— Ele precisa de um tempo. – Vendo uma banca de sucos naturais ele teve uma idéia. – Alguém quer suco?

Steve havia voltado para casa. Ele abriu uma caixa e literalmente a jogou no ar. Eram recortes velhos e cartas já vencidas. Entre as muitas, havia a que ele queria.

“Steve McGarrett. Você pode ter quase me pego dessa vez, mas eu vou me vingar de você onde mais dói. Aguarde noticiais minhas”.

Eles haviam encontrado o corpo de uma jovem logo depois que a carta chegou. Ele se sentiu incrivelmente embravecido.

— Quer me dizer por que abandonou a cena do crime? – Danno entrou sem precisar bater. – Logo depois que saiu aquele homem Jane ficou fazendo perfis psicológicos.

— Ele está de volta. – Steve entregou a carta. – Vitor Sarras é uma vítima inocente.

— Ou não. – Danno leu e releu a carta. – Quando recebeu isso?

— Logo antes da morte de Jacque. – Steve se sentou na mesa. – Se é quem eu imagino, ele vai atacar todos que eu gosto.

— Eu não vou deixar você sozinho. – Danno apenas disse. – Esse é o momento em que eu fico com você. Mandei Grace para Las Vegas com Rachel e Charlie. Lou, Tani e Junior vão dizer o mesmo.

— Agora eu sei porque eu te escolhi como meu amigo. – Steve sorriu para Danny. – Café?

— Sem manteiga. – Ele sorriu e foi com o amigo até a cozinha.

Eles se sentaram e tomaram café, lembrando de algumas das brigas mais fortes e que eles haviam superado.

Ao longe, um homem assistia a cena toda, raiva pulsando em cada poro de seu ser. Ele deixou a vista e foi em busca de uma vítima nova.

No dia seguinte, toda a Five 0 e o grupo seleto de agentes do FBI estavam reunidos na sala de reunião da Five 0.  Jane secretamente queria saber mais sobre Steve. Claramente esse homem era assombrado com alguns demônios próprios.

— O nome do assassino é Harry Styles. – Steve apertou um botão na tela. – Ele matou cinco vítimas, incluindo a mais recente Jennifer Quinn. Todas as vítimas eram morenas, e o homem é a única quebra no padrão.

— Esse assassino está focado em você. – Jane se manifestou. – O homem simboliza você. Claramente você e ele eram próximos ou tiveram encontros aleatórios. Ele sabe que você buscaria por ele até o inferno.

— Nem o inferno pararia Steve. – Danno sorriu. – Aposto que o diabo sairia correndo.

— Não, ele está certo. – Steve sorriu para Danno. – Ambos estão certos. Ele tem uma rixa desde que eu atirei no rosto dele e milagrosamente ele sobreviveu. Então ele me manda cartas desejando me matar.

— E o que faremos? – Tani perguntou. – Digo, precisamos parar ele.

— Eu tenho uma ideia. – Jerry sabia que Steve ficaria bem. – Vamos precisar de uma isca.

— Nós. – Danno suspirou pensando na última vez em que serviu de isca. – O que é preciso para manter Steve em segurança.

Então lá foram eles. Danno e Steve estavam em um café aberto e pouco movimentado. Ao invés de garçons normais, todos eram policiais disfarçados e Tani fez o papel de dona do lugar.

Lou seria um dos poucos clientes do lugar com Junior. Jerry ficou na sede, monitorando cada um que fosse suspeito. Jane, Lisbon, Cho e Rigsby se tornaram pessoas ao redor. Todos estavam decididos a pegar esse cara.

— Acha mesmo que ele virá? – Danno estava preocupado com o amigo. – Eu só não quero que você se machuque.

— Eu agradeço a preocupação. – Steve sorriu. – Mas ele vira sim. Achei que ficaria chateado por servir de isca.

— Eu ficaria mais chateado se você se machucasse. – Danno sabia o que estava em jogo. – E também porque o fígado que você tem era meu e eu quero que ele fique intacto.

Harry se aproximou. Uma arma em meio ao jornal. Jerry estava pesquisando o rosto quando percebeu que era ele.

— Pessoal, ele chegou. Boné de beisebol, camisa vermelha ao lado da fonte. – Jerry ampliou a imagem. – Ele tem uma arma no jornal.

Steve se levantou, decidido a dar um fim naquilo tudo. Danno e todos se levantaram em direção a Harry. Ele tirou a arma e a apontou diretamente para Steve.

— Finalmente cara a cara comandante. – Harry zombou. – Achei que seria melhor finalmente nos encontrarmos.

— Eu não entendo, Harry. O que eu fiz para você? – Steve mantinha as duas mãos na arma. – Eu mal te conheço.

— Você matou Wo Fat. – Harry confessou. – Ele foi o único amigo que eu já tive.

Steve mal teve tempo de reagir quando Harry pressionou o gatilho. A bala atravessou o ombro de Steve e mesmo ferido, ele conseguiu um tiro através do coração do homem.

A arma de Steve bateu no chão quando a dor se tornou forte e Steve caiu junto.

— Steve! – Danno correu para o amigo. – Você está bem?

— Foi só um tiro. – Steve sorriu, mesmo com dor. – Mas o fígado está intacto.

— Eu não acho engraçado. – Danno parecia prestes a ter um aneurisma. – Vamos, eu vou levar para o hospital.

— E quanto a Harry? – Steve apenas queria uma confirmação.

— Ele foi para o inferno. – Danno ajudou o amigo a se levantar. – Uau, mais um furo no cartão de sócio do trippler.

Lou girou os olhos, Tani deu uma risada e Junior não entendeu a referência.

Alguns dias se passaram. Steve precisou ficar com o braço imobilizado apesar de ser um tiro no ombro.

Danno estava com ele, o forçando a ficar parado enquanto ele cozinhava.

— Eu nunca agradeci o quanto é bom ter você como amigo. – Steve sorriu. – Obrigado.

  - Imagina. – Danno colocou um prato na frente dele. – Coma.

Mais tarde naquele dia, eles estavam em frente a sua vista, com cerveja e suco, afinal, Steve ainda estava com remédios.

— O que aconteceu com a equipe do FBI? – Steve perguntou. – Não vi o senhor Jane de novo.

— Eles voltaram ao continente. – Danno sorriu. – Grover garantiu que eles fossem em segurança mesmo ofendido quando Jane fez o perfil dele e revelou que ele mastiga unha.

Steve parecia querer rir, mas se lembrou que ele era seu amigo antes de tudo.

Afinal, é para isso que servem os amigos.