Steve era um grande adepto de corridas matinais. Ele vestia sua camiseta, seus shorts e tênis e pegava o celular com os fones de ouvido. E ele ia correndo. Na lista de reprodução, Beyonce e George Michael o faziam correr.

Naquele dia, porém, seus fones coçaram a dar defeito e ele resolver correr sem. Ele levou o celular caso houvesse algum chamado policial. Passando por uma rua pouco movimentada, ele ouviu alguns miados. Era finos e pequenos, como se houvessem dois gatinhos pequenos perdidos.

— Onde vocês estão? – Steve nem sentiu medo por entrar na floresta. – Venham aqui.

Foi então que ele viu. Havia uma pequena gatinha toda listrada, de pelo preto, cinza e caramelo e outra gatinha branca e cinza entre os arbustos. Elas pareciam assustadas, famintas.

Uma das gatinhas deu um pequeno passo de confiança e se aproximou de Steve. Ele a pegou na mão e percebeu que ela não devia mais que dois meses. A segunda gatinha se aproximou e subiu em sua mão também.

Ele não poderia deixar as duas por lá. Era maldade demais alguém as abandonar.

Então, ele voltou com elas e as levou para casa. Se ele colocasse as mãos em quem as abandonou, ele faria o mesmo.

As duas pequenas gatinhas filhotes dormiram todo o caminho até a casa de Steve, confirmando algo que ele faria depois que finalmente as levasse para o veterinário. Ele precisava ver se havia algum microchip nelas e se não houvesse, ele ficaria com elas.

Ele as colocou em um dos cômodos, deu comida, água e uma caminha confortável que era de Eddie. Elas comeram e dormindo calmamente.

— Infelizmente há relatos sobre abandono de animais cada vez maiores. – Tani informou quando foi a casa do chefe para visitar as novas moradoras. – Em todo mundo, pessoas abandonam seus animais quando não os querem como lixo.

— Eu sei sobre as estatísticas. – Steve acariciava Eddie. – Gatos e cães pretos são os que mais sofrem abandono e adoção difíceis por causa de crenças bobas.

Steve suspirou. Ele conseguiu que Tani procurasse algum tipo de chip na pelagem das pequenas e não havia nenhum mesmo.

— Eu acho que vou ficar com as pequenas. – Steve anunciou para a surpresa de Eddie. – Será bom ter alguns gatinhos por aqui.

— E qual o nome de suas princesas? – Junior perguntou, um pouco debochado.

— A que parece uma onça ou zebra, com as listras por todas as patinhas se chamara Penelope. E a branca com cinza será Abigail. – Steve sorriu. Era a combinação perfeita para ele.

Se passaram seis meses. Abigail e Penelope cresciam cada dia mais lindas. Steve as castrou e as educou como se fosse duas princesas e Eddie era o príncipe.

— Bom dia, pequenas. – Steve foi acordado com tapas no rosto. – Vejo que acordaram cedo.

Ele desceu, colocou a ração das gatinhas e de Eddie, preparou um café para ele, limpou a caixa de areia e o sanitário de Eddie e saiu para correr com a pequena Penelope em seu colo.

— Eu achava que esse dia nunca chegaria. – Danno provocou o amigo. – Steve McGarrett cuidando de gatinhas.

— Que bom que acha interessante. – Steve sorriu para o amigo. – Porque vou precisar levar a “família” para o veterinário.

Danno habilmente segurou Eddie enquanto Steve equilibrava duas caixas de transporte cor de rosa.

— Acho que precisa de ajuda, senhor dos gatos. – Lou pegou uma das caixas de transporte e a levou. – Duas gatinhas E um cão.

— Obrigado. – Steve fechou a porta e sorriu quando partiu para o veterinário.

Se passaram mais alguns meses e Steve havia ficado noivo de sua namorada Ana. Ela era brasileira e adora séries policiais e adorava o Havaí.

Eles iriam se casar em frente à praia na casa de Steve. Penelope e Abigail se tornaram pequenas presenças, assim como Eddie que levou as alianças.

Penelope ficou o tempo todo nos braços de Steve enquanto Abigail ficou na mão de Ana. Eddie no meio dos dois.

— Amor? – Ana sorriu para o marido. – Eu estou tão feliz que conseguimos uma folga em Los Angeles. Eu quero fazer algo com você.

Quando as luzes foram apagadas, Steve sorriu para o que estava prestes a presenciar.

Na manhã seguinte, ele recebeu uma mensagem de Danno pedindo para que ele voltasse com urgência para casa. Algo havia acontecido e uma garota fora baleada por engano tentando salvar as gatinhas de um criminoso desconhecido.

Steve pegou tudo e eles voltaram, preocupados com aquilo. Penelope e Abby, como era carinhosamente chamada estavam com Junior e Tani, que também cuidavam de Eddie.

— O nome dela é Any. – Danno empurrou a porta da UTI. – Ela havia ficado responsável pelos cuidados de suas gatinhas.

— Qual é o estado dela? – Steve se preocupava. – Ela vai ficar bem?

— Ainda é difícil saber. – Danny respondeu francamente. – O tiro pegou no peito, quase perto do coração.

— Quem era o ladrão? – Steve olhava para a garota pelo vidro.

— Marcos Ramirez. – Danno respondeu. – Ah, e Ana me ligou apavorada com alguma coisa.

Entrando em casa, ele encontrou a esposa no quarto de cima, dormindo calmamente.

— Hey. – Ela deu um bocejo. – Eu tenho que contar algo.

— Eu também. – Ele a olhou nos olhos. – Você primeiro.

— Estou grávida. – Ana disse diretamente e sem pedágio. – E é com certeza seu.

— Nunca duvidei. – Steve pegou a mão da esposa. – Alguém tentou roubar nossas gatinhas. Ele baleou a moça que eu contratei para cuidar delas.

— Ela vai sobreviver? – Ana perguntou apavorada.

— Sim. – Steve respondeu. – O ladrão é um importante funcionário do cartel de Alvez. Eles estão em guerra conosco desde que fechamos o sindicato deles na semana retrasada.

— Temos que fugir? – Ana estava pronta para qualquer coisa com o marido. – Então?

— Não precisamos fugir. – Steve respondeu. – Eles receberam meu recado.

Steve segurou a mão da esposa e aproveitou que precisaria ir ao hospital para o exame de Ana e visitaria Any na UTI. Danno estava ainda lá, na cama da garota, quase como se fosse atraído.

— Achei que tinha ido embora. – Steve disse quando entrou. – Mas ainda está aqui. E provavelmente nem comeu.

— Não dá para comer quando há uma garota em uma unidade intensiva. – Danno sorriu. – Sua esposa está grávida?

— Como sabia? – Steve se sentou ao lado dele. – Ah, está, Rachel teve os sintomas quando teve Grace e Charlie.

— Eu nunca vou perdoar aquela mulher. – Danno cruzou os braços. – Eu tenho alguém novo em vista.

— Sabe que com Melissa foi exatamente assim. – Steve apenas o alertou. – E sabe como terminou.

— Sim, ela me largou porque eu não era mais suficiente. – Danno lamentou. – Eu volto aqui quando ela estiver acordada.

Steve riu e seguiu o amigo. Sua esposa estava tendo uma filha a quem eles chamariam de Aurora.

Penelope, Abigail e Eddie formavam a família com Steve, Ana e Aurora. Eles eram feliz, assim como Danno com a nova namorada.