Recomeçar escrita por bia


Capítulo 6
Open your eyes...




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Narrado por – Renata

   Bom dia luz!

   Tirei o grosso edredom de cima de mim e fui tomar um banho. Fiquei lembrando de ontem, foi o melhor verdade ou desafio da minha vida. Nem acredito no que eu fiz. Bem, não importa.

   Coloquei o uniforme e antes que eu pudesse esperar ele já estava me esperando.

   - Oi loirinha – ele disse, eu o vi corar?

   - Oi Cheetos.

   Saímos andando, o silencio é cômodo, agora eu sei quais foram as conseqüências. Eu queria dizer a ele que aquilo não havia interferido em nada da nossa amizade, mas não quero ser a primeira a tocar no assunto.

   O que eu sei que vai acontecer é ele se explicar porque saiu correndo e eu sei por que foi, não quero que ele fique constrangido.

   - Então... Ontem foi... – disse ele, colocando as mãos nos bolsos.

   - É... Tipo... Foi esquisito – eu disse, louca para pedir desculpas.

   - Foi?

   - Um pouco, olhe, por favor, não quero que a nossa amizade acabe por causa daquilo, eu te adoro e não queria que tudo acabasse por causa do Tiago – eu disse, sem fôlego para respirar.

   Ele me olhou assustado e feliz, não dava para entender muito bem.

   - Não, a nossa amizade não acabou e eu também não quero que acabe, é que, entenda. Vou ser honesto, eu estou com vergonha do que você pensa. Responda sinceramente, porque acha que eu sai correndo?

   - Tudo bem, eu vou dizer, mas não fique constrangido. Você saiu correndo porque precisava usar o banheiro. Sabe, o numero dois.

   Ele sorriu e assentiu.

   - Foi por causa disso? – perguntei.

   - Sim – ele disse corando.

   O que eu não faço pela nossa amizade de um final de semana?

   - Hum... Re, depois da escola vamos ir para a praia secreta? Está calor e é muito boa.

   - Só se você pular do penhasco – eu disse, rindo. Ele ajeitou os óculos e sorriu para baixo.

   - Tudo bem – respondeu.

***

   A escola parece calma, pelo menos, ao meu ponto de vista. A cantoria tinha cessado, os alunos pareciam assustados ou com medo. Não da para entender o que acontece, os olhares curiosos em cima de um senhor estavam se tornando comum a medida que me aproximo da sala.

  Sentei-me e o professor já entrou na sala e fechou a porta. Todos começamos conversar.

   - Pessoalzinho! – gritou, não acredito que ele voltou a falar isso.

   A porta se abriu vagarosamente, o rangido fez todos se calarem e olharem quem estaria do outro lado da madeira. Estava tão devagar que eu podia ver uma menina ajudando a porta a se abrir.

   - Pessoal, esse é o nosso novo diretor, Sr. Antonio Marconi.

   - Bom dia alunos – ele esperou uma resposta, essa que não veio. – Eu disse: Bom dia alunos, então vocês devem responder – sua face enrugou, seu pequeno sorriso virou de cabeça para baixo e suas narinas inflaram.

   Tiago deu uma risada de deboche, era para ter saído baixa, mas Antonio Marconi ouviu.

   - Seu nome?

   - Tiago Ramires.

   - Sr. Ramires, se não está de acordo com o meu protocolo então peço para que me acompanhe até minha sala.

   - Não precisa – ele respondeu, ficando pálido. Sr. Marconi dava medo.

   - É uma ordem, e que isso sirva de lição para todos – ele abriu a porta – Vamos? – apontou para fora, Tiago saiu andando de cabeça baixa.

   Se bater em alunos não fosse proibido teria certeza de que alguém iria ter problemas para sentar depois da visitinha até a sala do diretor.

***

   - O que está acontecendo? – perguntei para Igor, nós seguíamos juntos para o anfiteatro.

   - Não sei, parece que é uma palestra.

   Quando abrimos a porta vimos o lugar lotado de alunos curiosos. Todas as cadeiras estão ocupadas, sobraram algumas no fundo para que nossa sala sentasse. O palco estava iluminado com um microfone e um balcão.

   - Bom dia alunos! – Disse o diretor Marconi, que foi respondido logo em seguida – Como sabem eu sou o novo diretor do Colégio Luvent e com esse poder irei mudar algumas coisas. Ainda hoje ira um comunicado de reunião para pais, somente os pais, explicando as novas normas.

   “O prédio do lado do Colégio foi comprado, e será aproveitado do jeito que está, utilizando assim um prédio para os meninos e outros para as meninas, não sendo permitido a comunicação entre eles...”

   Olhei para Igor, ele já estava olhando para mim, virou o rosto rapidamente. Como ele pode ser tão bonito? O cabelo, o piercing no canto do lábio, os óculos, o perfume, as roupas, o estilo, o rosto e tudo que está ao alcance dos meus olhos.

   - Esse cara me parece louco – ele sussurrou, virando para mim e me encarando.

   Sua face irônica se tornou séria. Olhei tudo que eu podia e sorri. Ele não respondeu, só olhou para frente e ficou quieto. É, talvez ele não estava a fim de mim, talvez seja só mais uma ilusão.

   - Ei, se esse cara continuar falando a gente vai perder aula de geometria – sussurrei, torcendo para não ver aquela professora louca geometricamente ridícula.

   - Alguém tem mais uma pergunta? – perguntou o novo diretor.

   - Pergunta alguma coisa, eu não quero ter aula – disse, levantando seu braço.

   - Sim? Pode falar.

   - É... Tipo assim... – Igor começou a gaguejar, sem saber o que dizer.

   - O que acontece se pegar um aluno menino na parte das meninas?

   - Seu nome...

   - Renata – eu disse, olhando para Igor e fazendo uma face reprovada.

   - Bom Renata, levará as punições necessárias – meu coração bateu forte e eu gelei, ótimo, agora estamos vivendo uma ditadura.

***

   - PULE COVARDE! – eu gritei, boiando na água. Podia ver o pavor em seu rosto, nem é tão auto assim.

   - Não tem outro caminho?

   - Pule e ganha um beijo – eu disse, arriscando a sorte.

   Ele nem se moveu, acho que eu preciso parar de falar, daqui a pouco eu vou ganhar um fora de matar. Mas eu juro que não entendo, porque ele estava todo interessado no começo e agora está fingindo que eu não existo?

   Comecei a nadar em direção a praia. Eu pude ouvir o barulho da água atrás de mim e o vi nadando. Parou do meu lado, mas não tocou no assunto do beijo.

   - Adoro a praia – ele disse, deitando na areia.

   - Eu também.

   Ficamos deitados por um tempo, sem nada para conversar ou pensar, para falar a verdade, estava gostoso assim.

   - Porque você está esquisito comigo? – perguntei, como se fosse um impulso.

   - Como assim?

   - Esquece.

   - Eu só estou meio preocupado... Sabe... É que a Marina... – eu o interrompi.

   - Tudo bem, não precisa falar – não estava muito a fim de ouvir sobre essa Marina.

   - Eu quero sua opinião, é que a Marina ligou. Eu não sabia como ela tinha meu numero até que falou que quem deu foi o Tiago e eu arranquei dela a verdade de que ele era um dos ‘’amantes’’ dela e eu não sei como eles se conheceram – ele disse, olhando para baixo.

   - Sinceramente Igor? Não sei por que você sofre tanto por essa garota, foi muita mancada dela, eu sei, mas tipo... Já passou. Você tem que seguir com a sua vida, não se prenda a uma pessoa que te faz tão infeliz, às vezes até parece que você não quer se entregar a vida com medo do que essa Marina poderia pensar – ele me encarou, um pouco assustado.

   - Olha quem fala. Você que chora e fica dando em cima do Tiago, tentando fazer-lo parar de olhar para Pandinha, enquanto está ai, sofrendo por uma pessoa que não está nem ai pra você.

   Estávamos ambos raivosos e com ânsia de vingança. Queríamos despejar a verdade encima do outro, para fazê-lo afogar nas próprias magoas. Eu sei que o que ele falou é verdade, mas porque falar?

   - Pelo menos eu não corro atrás de alguém que me traiu.

   - Pelo menos eu não me passo por ridículo tentando ser outra pessoa que Tiago goste.

   Estamos encarando um ao outro. Levantei e fui até o mar. Dei um mergulho e fiquei boiando. Eu senti meus olhos marejarem, e não fiz questão de segurar aquelas lágrimas ansiosas. Ouvia meus soluços. O pior de tudo é que eu ainda ligo para o que esse idiota pensa de mim, ele nem sabe de nada. Chegou e pensa que pode ficar mandando.

   Fiquei de costas para a praia, olhando o sol. Foi quando eu senti braços envolvendo meu quadril. Eu queria tira-los dali, porque sabia que era dele, mas não queria que ele me visse chorando.

   - Não chore loirinha, eu sou um idiota – ele sussurrou no pé do meu ouvido, arrepiei-me.

   - Não estou chorando – sussurrei também.

   Se não fosse ele tão perto de mim eu não poderia ouvi-lo, as ondas eram mais altas.

   - Quer saber por que estou esquisito? Porque uma garota brinca com meus sentimentos...

   De novo essa Marina, o saco!

   - Porque você a deixa brincar?

   - Porque eu estou amando ela e faço tudo que pedir.

   - Diz isso a ela – não acredito que estou ajudando o Igor a voltar com a Marina.

   - Certo, por favor, pare de brincar com os meus sentimentos – ele pediu, eu não entendi, sou eu? Então porque ele evitava os olhares e as cantadas?

   Virei-me de frente a ele e aproximei mais ainda nossos corpos. As roupas molhadas não gelavam mais, o calor dos corpos é o suficiente.

   - O que quer dizer com isso? – perguntei.

   - Que é você.

   - Eu?

   - Sim.

   Ele me abraçou, ainda sem tirar suas mãos de minha cintura.

   - “Eu só queria suas mãos nas minhas, revelar as fotos que tiramos e ninguém sabia... Da sua partida...” – Cantou ele, sussurrando no pé do meu ouvido.

   - “Estou igual, vivendo o irreal. Perguntei no final, pras flores. As flores são parte do total, já se tornou banal... Me sentir mal...” – Continuei a musica.

   Ele segurou minha mão, mas não fez menção para me beijar, e eu também não me movi. Olhou em meus olhos e deu um sorriso torto, eu queria saber o que se pensava naquela cabeça, estava tão distante explorando as orbitas de meus olhos.

   - Está pensando em que? – ele quebrou o silencio, as ondas estavam fracas, mas poderosas.

   - Estou me perguntando em que você está pensando – eu respondi, rindo. Ele sorriu tímido.

   - Você gosta de mim? – questionou, olhando sério em meus olhos. Eu fiquei séria.

   - Bem, não sei – respondi, sem ter palavras na minha boca.

   Igor afundou sua cabeça no meu pescoço, e deu um beijo, mas não de sedução ou malicioso, foi um beijo gostoso, tem algo ali que eu nunca senti antes. É inocente e carregado de carinho, algo que eu não consigo descrever.

   - E você? Gosta de mim?

   - É isso que eu estou tentando descobrir – sussurrou ele, ainda com os lábios em meu pescoço.

  - Foi tudo tão rápido, você chegou não faz nem uma semana e já quer se apaixonar? Acho que é mais complexo que isso – eu disse, me afastando e olhando para ele, para ser mais exata olhando seu piercing, é algo tão sexy...

   - Tem razão – ele finalizou, se separando mais ainda.

   - Não está bravo comigo né? – perguntei.

   - Não, claro que não. Vamos deixar o tempo falar, não é?

   - Sim.     

   Eu não sei o que estou fazendo, recusando o amor? Sim, o amor de Igor sim. Pra começar eu gosto do Tiago, e eu tenho certeza que o Cheetos só quer esquecer a Marina. Eu não quero nem vou ser usada.

   Acabei saindo do mar e deixando Igor sozinho. Sai andando pela praia, não é tão grande, na verdade é bem menor do que imaginava, mas teria que ser assim mesmo para ninguém saber da sua existência. Na areia tem algumas pedras grandes. Subi em uma delas e fiquei olhando o horizonte.

   - Sabia que sua blusa branca está tão transparente que eu posso ver tudo? – perguntou ele, sentando do meu lado, debochando.

   - Sabia que você é um idiota?

   Ele sorriu.

   - Isso eu sabia – respondeu.

   Ficamos um tempo calados, eu desejando sentir sua boca de novo e ele, bem, ele devia estar pensando na Marina. Áh faça-me o favor Renata, ele acabou de se declarar e ainda acha que ele pensa nela? Bom, ele não quis me beijar...

   - Porque você pensa tanto? – ele me interrompeu.

   - E você não pensa por acaso?

   - Penso, mas você pensa muito. Porque não pode simplesmente curtir?

   Eu sabia que isso tinha sido uma indireta, talvez ele quisesse poupar saliva para dizer: Quer sair comigo?

   Ou eu que quero que ele diga isso e fico me iludindo quando ele simplesmente quer que eu vire uma burra. Credo Renata, você realmente pensa demais.

   - Curtir como? Assim?

   Como num ato nada involuntário eu me aproximei de sua boca e ataquei seus lábios macios e vermelhinhos. É eu queria aquilo. Sabe, talvez eu sempre quisesse isso.

   Nossas bocas se separaram, meus olhos se abriram devagar, os dele ainda estavam fechados. Ele sorriu e nada disse.

   A duvida me consumia. Ele está pensando nela? Ele gostou do beijo? O que ele está pensando? Eu fui muito rápido? Muito devagar? Foi bom? Ele queria? E a pior das duvidas: ele se arrependeu?

   - Você está tão longe – ele disse.

   - Estou bem do seu lado Igor.

   - Seu corpo sim, mas sua mente não.

   A verdade é que eu me sinto sozinha.

   - Eu tento esconder na ironia o fato de eu não me importar, enquanto ele beija ela e eu não tenho a quem beijar.

   - Está falando de Tiago? – ele perguntou, tocando na minha calça jeans pingando.

   - Não – respondi num sussurro.

   - Está falando de quem então?

   - De ninguém ao certo, do modo geral.

   - Você é tão poeta – eu dei uma breve risada.

   - E você é minha inspiração – ele sorriu envergonhado, olhando para baixo.

   O que Tiago estaria fazendo agora? Será que ele sabe que eu estou com o Igor? Bem, ele deve estar com Marcela, ou talvez pensando o quanto ela é gostosa, ou bolando um plano para ficar com ela. Não sei por que eu ainda me importo. Ele não gosta de mim, e deixou bem claro ao não querer me beijar no verdade e desafio, e ainda acha que aquilo é sussurrar. Enfim, eu tenho um namorado agora não tenho? Igor seria meu namorado... Até parece, ele não quer uma namorada, ele quer uma distração, para tirar Marina da cabeça.

   - Está ficando frio – ele comentou e só então percebi que o vento estava fazendo meus pelos se arrepiar - Re, vamos pra cabana? Lá tem cobertor, dá pra tirar essa roupa molhada – meu corpo ficou rígido, meu estomago começou a chacoalhar, senti que iria vomitar.

   - Tirar a roupa? – ele riu.

   - Não vou abusar de você, nem nada. Só para tirar essa roupa molhada e gelada. Tem chuveiro lá? – meu corpo relaxou em alivio, pelo menos ele não queria me ver pelada, espero...

   - Tem banheiro sim, mas como eu já disse, não tem eletricidade. A água é gelada.

   - Mas se tiver toalha fica mais fácil de aquecer – olhei desconfiada – que foi?

   - Nada...

   - Você é tão boba – ele disse, rindo e me empurrando.

   - Vamos, eu to mesmo com frio.

   Entramos na mata que fica atrás da praia, foi o caminho de volta que descobrimos, é como uma subida, mas é rápido. As arvores grandes chacoalhavam seus galhos assustadores.

   - Pronto, chegamos, eu vou primeiro no chuveiro! – gritei abrindo a porta e saindo correndo para chegar ao chuveiro primeiro.

   - Nada disso, eu vou! – ele gritou, me segurando pela cintura.

   - Nunca ouviu falar de primeiro as damas? – perguntei, rindo e tentando sair daquele aperto.

   - Fala sério, é o século XXI, o cavalheirismo morreu.

   - Nossa, que gentil.

   - Tudo bem, mas só porque você é minha namorada – ele disse, me soltando e dando um beijo em cima da minha cabeça.

   - Namorada? – perguntei, um pouco confusa.

   Bem, é isso que eu quero certo? Um namorado...

   - Á, me desculpe, quer um pedido oficial? – ele perguntou, brincando.

   - Mas você ainda não sabe minha resposta – eu disse, desafiando a verdade.

   - Á, eu já sei que você me ama, precisa de uma resposta mais clara que seu ciúme pela Marina?

   Certo, ele me pegou de surpresa, eu fiquei corada, muito mesmo.

   - Vou tomar banho – disse, meio brava, mas brincando... Eu acho...

   Os banhos eram para ser relaxantes e quentinhos. Mas a água que caia no meu corpo era fria e um tanto dolorida. As gotas desciam com tanta raiva que machucavam minhas costas, tão gelada que dava arrepios. Tentei me lavar com a maior rapidez possível, afastando meu corpo de perto da água, só molhando meu cabelo. É, acho que dá pra conviver. Sem shampoo ou sabonete, meu banho foi muito útil. Enfim, nem preciso dizer que adorei sair do chuveiro.

    Só me dei conta que tínhamos somente uma toalha quando eu já estava enrolada nela. Merda... Que roupa vou por?

   - Hum... Igor, temos um probleminha – disse, com a porta fechada.

   - Qual? – gritou ele.

    - Só tem uma toalha e estamos sem roupa.

   - Relaxa, eu me seco sem nada mesmo e você pode ficar debaixo da coberta até suas roupas secarem – respondeu, e pela voz clara devia estar bem perto da porta.

   - Ta bom. To saindo – eu abri a porta e sim, ele estava bem perto.

   - Toalha curtinha hein – ele disse, me dando um selinho breve, mas bem satisfatório.

   - Haha, sua vez de tomar banho – abri um sorriso, é eu estava feliz mesmo.

   Igor não era o Tiago, tenha um ar meio nerd, mas eu gostava de estar com ele.

   Peguei minhas roupas e coloquei no lado de fora, com vento que está vai secar rapidinho. Eu gosto da sensação de “morar” numa casa, no meio do mato, eu e meu esposo nerd super fofo. Via-me naqueles sonhos em que a mulher ficava em casa fazendo tortas para o marido que era xerife da cidadezinha mais caipira do estado do Texas. Mas estamos no Brasil.

   Fui para o lado de fora da pequena cabana, e fiquei andando em volta, Volta e meia eu tirava um galho do quintal da minha desejada casa. Se já é difícil fazer isso de toalha não quero nem imaginar como as pessoas trabalham numa praia de nudez.

   Fiquei parada do lado de fora, fazendo hora para a roupa secar, e deu certo. Não demorou muito e minhas roupas já estavam usáveis novamente. Vesti-as e voltei para dentro da cabana.

   Igor estava de calça, só de calça.

   - Já secou sua roupa? – perguntei, a minha demorou pra secar.

   - Não, é que eu sempre vou de shorts pra escola e levo uma calça na mochila, caso esfrie – ele disse, abrindo um sorriso.

   Faz sentido, afinal eu estou de uniforme e nossas mochilas estão jogadas no canto da cabana, e eu estou morrendo de fome.

   - Estou com fome, vamos para a lanchonete do clube? – perguntei, sentando na cama e fazendo biquinho.

   - Nossa, verdade, a gente ta no clube.

   - Pois é, as vezes eu me esqueço também.

   - Vamos lá então, eu tenho dinheiro – ele foi até mochila e pegou algumas notas.

   - Você vai assim? Sem camisa? – perguntei, corando um pouco, afinal, ele é lindo.

   Foi então que reparei em seu sorriso, nos seus cabelos caídos na testa – estavam molhados – e em seu sorriso extremamente encantador.

   - Renata, você está babando – ele disse, me abraçando.

   Eu sou uma idiota mesmo, estou dando mil e um motivos para ele se achar gostoso demais a ponto de conseguir me conquistar toda vês que tira a camisa e mostra seu corpo muito atraente.

   - Vai dizer que também não fica olhando pra mim – contestei.

   - Eu fico reparando o quando você fica linda quando está bravinha, me delicio nos seus lábios, e suas covinhas quando sorri. Adoro seus olhos, porque eles simplesmente não mostram nada que eu queria ver, e ao mesmo tempo me mostra seu mundo. O mundo da loirinha.

   Eu devia ter ficado surpresa ou começado a chorar? Alegre ou emocionada? Ele foi muito lindo e fofo, certo, eu o amo.

   Abri um sorriso e cheguei mais perto, deu um selinho em seus lábios e percebi que a gente só se aventurou em um beijo profundo no verdade e desafio.

   Comecei a beijá-lo com mais intensidade, passando a língua por tudo sua boca, enquanto a dele me fazia ter pequenos arrepios. As vezes eu sentia meu piercing gelado raspando na minha pele interna, mas é algo que faz o beijo ficar mais gostoso.

   Igor me jogou na cama e ficou por cima de mim. Sua boca começou a descer pelo meu pescoço, enquanto sua mão estava segurando meu rosto. As minhas mãos estavam em suas costas, acariciando bem ao sul.

   Eu não me lembro muito bem o que veio depois daquilo, Eu fui me entregando a satisfação.

    Claro que quando cheguei em casa eu fiquei de castigo por passar a tarde fora e nem avisar onde fui.

    Mas aquele momento foi nosso. Eu só pensava quando iria beijá-lo de novo. Minha cabeça dava voltas.

And anything is possible when you're Sowing the Seeds of Love
Anything is possible -- Sowing the Seeds of Love
Time to eat all your words
Swallow your pride
Open your eyes”

Tears For Fears são o maximo, Igor é o maximo, como eu queria poder escolher o sonho que vou ter.   


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Notas finais do capítulo

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Aqui está mais um capitulo de Recomeçar.
No final é um trecho de uma musica do Fears For Tears - Sowing the seeds of love
Espero que gosteem :D



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