Night Changes escrita por Sophia Burlak


Capítulo 5
Um problema de cada vez


Notas iniciais do capítulo

Oie, espero que não me matem por esse capítulo, mas acreditem ele tem motivo. Não fiquem com medo de expressar suas opiniões eu não mordo, se não quiser comentar me mandem MPs.
Boa leitura.



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19/04/2015

Sophie fechou a porta de seu consultório e observou enquanto Tom corria até sua mãe para lhe mostrar a sacola azul, ela sorriu brevemente antes de voltar seu olhar para os meninos sentados perto de Marie, e deu um leve aceno com a cabeça quando viu que o menino também a olhava, ele não era estranho a ela, mas ela não tinha ideia de onde o tinha visto e muito menos de seu nome, ele estava acompanhado de quatro meninos. Sophi olhou para Niall por mais um tempo, mesmo que ela não se lembrasse aonde tinha o visto antes o olhar dele sobre ela tinha lhe causado uma sensação estranha, e isso a assustou por um segundo, até ela chegar à conclusão de que aquilo não era nada. Ele nem nunca acreditou nesses tipos de coisa, e muito menos por uma pessoa que seria o seu paciente, ela chegou a rir mentalmente só de pensar nessa hipótese. Ele não era feio, nenhum dos cinco eram, mas ela não era assim, fora que depois do último relacionamento complicado que ela teve ela não queria nem mesmo cogitar a hipótese de outra complicação.

— Vamos então? – Ela desviou seu olhar novamente para Marie e Tom. A única coisa que ela tinha que fazer era explicar sobre a lista de coisas que ele não poderia comer no um ano de recuperação.

— Claro, vamos meu amor? – Tom assentiu e ambos esperaram que Sophie abrisse a porta para entrarem novamente na tão conhecida sala. Sophie deu um abraço em Marie antes dela entrar depois do filho sem deixar de perceber o quanto ela estava feliz dessa vez.

— Isso aqui é uma lista das coisas que ele não pode comer – Ela disse após ambas se sentarem, Tom foi em direção aos brinquedos. Ela mostrou as folhas azuis a Marie e as colocou sobre a mesa. – Essa lista são coisas que ele deve evitar comer em grandes quantidades e ela vem com um limite de quantidade do lado de cada coisa. – Sophie disse a entregando a lista amarela, aquelas listas não eram iguais, tinham pacientes que não precisavam de tantas restrições, mas devido ao rim dele estar um pouco danificado e ele só possuir um a lista amarela foi um pouco maior.

— Nossa é muita coisa! – Marie disse olhando as listas que davam cerca de cinco páginas cada uma.

— É sim, mas eu vou circular as coisas mais perigosas de vermelho para ficar um pouco mais fácil. – Sophi disse pegando as listas. – Bem, deu para você perceber que ser vegetariano por um ano vai restringir bem a vida dele, e como ele disse que vocês vão parar para sempre, vai demorar um pouquinho para se acostumarem, mas no fim sempre dá tudo certo – Ela disse e Marie e assentiu — o princípio básico é não comer carne mas além disso, alimentos que contenham glicerina, na maioria das vezes são feitos de animais, isso inclui algumas balas, mas você pode ligar para o serviço de atendimento e perguntar, eu tenho uma lista de algumas marcas se você quiser posso te mandar por e—mail.

— Acho que eu vou querer sim. – Marie disse ainda espantada com a quantidade de coisas. – Hum você pode me explicar o Porquê do queijo? – Sophie assentiu já esperando a pergunta.

— Queijo tem coalho, e o coalho é feito de ossos de animais, algumas marcas usam o vegetal, eu já até coloquei os nomes delas do lado. O queijo é um dos que ninguém sabe – Ela disse — e as gelatinas também são feitas de animais – Ela completou enquanto circulava os alimentos que mais continham hormônios e conservantes pesados. – Eu quero que você evite ao máximo por sal na comida, eu vou te dar um cartão de um médico que eu conheço para ele fazer um acompanhamento com o rim, se você quiser marcar alguma consulta para eu ver os exames também não me importo, mas prefiro que você vá em um especialista. – Marie assentiu pegando o cartão do médico, da mão de Sophie. – O mais difícil para ele, eu acho, é o refrigerante ele não pode consumir de forma alguma nos próximos cinco meses e evite ao máximo biscoitos recheados, mesmo que não tenham glicerina, sorvete eu sugiro que ele só volte a tomar daqui a oito meses. Mas eu vou avaliar essas coisas quando você vir daqui a seis meses. – Marie assentiu, Sophi acabou de destacar as coisas mais importantes e entregou as listas a ela.

— Obrigada, e se o médico receitar qualquer medicamento eu posso dar?

— Hum, alguns medicamentos são fortes de mais, mas eu não acredito que o Dan vá passa—los ele é bem atento a essas coisas, de qualquer forma pode ligar para cá antes de comprar, e compre de preferência em gotas, se for em capsulas eu não quero que você de a capsula, dê só o pozinho de dentro. – Marie assentiu fazendo algumas anotações. – Eu acho que é só isso, eu já vi os exames e não tenho mais nada para fazer, ele está 90% bem, só falta o rim se recuperar totalmente.

— Sim, eu pesquisei algumas coisas sobre isso, e encontrei que dependendo das sequelas ele poderia ficar estéreo, eu não entendo nada então... – Sophi assentiu começando a explicar.

— Eu pedi vários exames e um deles era justamente para conferir isso, e tanto o exame que você me trouxe como o que você trouxe dessa vez deram negativos, não comprometeu o sistema reprodutor dele. – Marie se sentiu mais aliviada aquilo a estava preocupando desde quando ela leu a matéria na noite anterior.

— Então acho que vamos finalmente dizer tchau. – Marie disse e Sophi sorriu juntamente com ela. – Mas antes, eu tenho uma coisa para você. – Ela abriu a bolsa e tirou um envelope. – E nem pense em recusar, era o mínimo que eu poderia fazer. — Sophi arregalou os olhos ao ver o que tinha o envelope.

— Que isso, você não precisa me dar isso, eu não posso aceitar, é muita coisa. – Ela disse olhando para o cheque de um milhão de libras.

— Eu faço questão dar a você o dobro do que eu gastei com aqueles médicos imbecis, e fora que até hoje eu me sinto um pouco culpada pelas coisas que eu disse a você. – Ela negou estendendo o envelope de volta.

— Não eu realmente... Eu só fiz minha obrigação como médica, e muitas pessoas não são gentis comigo, eu já perdoei você, todo mundo erra.

— Eu não aceito um não como resposta, pegue, você pode investir mais nisso e curar mais crianças, pegue por elas. – Sophi hesitou de novo, ela realmente não esperava por isso. – Por favor, aceite. – Sophie repensou milhares de vezes antes de aceitar o envelope.

— Tudo bem, mas eu faço questão que você não pague mais nenhuma consulta dele. – Marie riu, mas assentiu.

— Se eu soubesse que ia demorar tanto tinha pegado a Pezz no aeroporto, ela chega hoje. – Zayn suspirou cansado de esperar.

— Podem ir se quiser, eu já aceitei fazer não vou fugir dela. – Niall disse com uma voz baixa de mais.

— Eu quero ter certeza disso, aliás acho que todos nós queremos isso. – Liam disse e os outros assentiram.

— Eu estou falando, eu não pretendo desistir. – Harry o olhou um pouco desconfiado.

— O que aquela moça falou que te fez mudar de ideia? – Niall sorriu, ele não contaria tudo aquilo de novo, era uma história muito grande e triste.

— Disse para eu não desistir e dar algum crédito para a Sophie. – Harry franziu o cenho ainda confuso.

— E você se convenceu só com isso? Ou foi com o fato dela ser gostosa? – Harry disse sem ser nenhum pouco discreto e fez Niall se engasgar com a própria saliva e tossir um pouco. – Sabia!

— Você enlouqueceu? Tudo bem ela é bonita, mas isso não tem absolutamente nada, e... e eu já tinha decidido antes de ver como ela é caso você não tenha notado. – Niall disse um pouco nervoso, e tentando entender porque estava desse jeito, a final era tudo que ele havia dito era verdade.

— Não ele não está louco, você gostou mesmo dela. – Louis disse e riu da cara que Niall fez. – Cara para quem estava pensando em desistir de tudo você está me saindo bem assanhado em Niall.

— Oque?! Eu não fiz... – Ele interrompeu sua fala quando a porta da sala se abriu novamente, ele olhou para Sophie que estava saindo, mas logo desviou o olhar pela risada forte de Louis, ele percebeu que Liam estava tentando não rir também, e que Harry o estava encarando como se quisesse dizer que estava muito lúcido, Zayn desligou o celular e pareceu observar alguma coisa também. – Argh, dá para vocês pararem de rir? – Louis tentou segurar o riso, mas não teve muito sucesso.

— Niall, você realmente não perde uma hein. – Zayn disse zoando com o amigo, Niall teria respondido se Sophie não estivesse indo até eles. Ela estava quase chegando quando Char, lhe parou, a menina disse alguma coisa no ouvido da outra e ela deu uma pequena risada e pegou um papel das mãos dela, Niall não conseguiu identificar do que se tratava, mas foram questão de dois minutos e ela já estava os cumprimentando.

— Olá garotos! – Ela os cumprimentou, e Liam se levantou.

— Oi, eu sou o Liam Payne, que te ligou. – Ele disse estendendo a mão e ela apertou.

— Eu Sou a Sophie, e vocês são? – Ela disse se virando para os outros.

— Zayn Malik, prazer. – Zayn disse se levantando apertando a mão dela e se colocando ao lado de Liam.

— Harry Styles, mas você pode me chamar de como você quiser. – Sophie tentou segurar o riso, mas foi em vão, Harry ficou vermelho e ela riu um pouco mais.

— Desculpa, Harry, mas convenhamos, você nem me conhece então... – Ela disse um pouco sem graça e ele também a olhou assim.

— Eu só estava tentando descontrair, e descul...

— A, saí daí cara, já fez coisa de mais por hoje. – Louis disse dando uma leve empurrada em Harry que quase caiu na poltrona ao lado dele. – Prazer eu sou o Louis e não escute esse idiota que está me traindo bem na minha frente, e nem sendo discreto enquanto faz isso. – Sophi olhou para os dois e eles começaram a rir.

— Não liga pra eles, e não eles não tem nada, é uma brincadeira entre eles. Eu sou o Niall, seu paciente. – Sophi assentiu apertando a mão dele. Niall parou de sorrir imediatamente quando sentiu um choque estranho assim que as mãos se encontraram, ele olhou para Sophi e ela estava olhando para as mãos ainda unidas também confusa com que estava acontecendo. Eles ficaram em transe por alguns segundos até ela soltar calmamente a mão dela da dele.

— Então...Vamos? Temos muito a fazer. – Ela disse quase gaguejando e repetindo para si mesma que estava ficando louca.

Todos caminharam juntos até a sala de Sophie.

— Espero que não se sintam desconfortáveis, as crianças gostam bastante. – Ela disse assim que eles entraram, eles se assustaram um pouco porque, nunca tinham ido em um consultório assim, nem quando eram crianças.

— Uau, bem que eu dizia para mamãe que os médicos que eu ia eram chatos de mais. – Sophie riu do comentário de Louis e se sentou atrás da mesa. Ela apontou um sofá e as cadeiras de ursos, Niall se sentou na cadeira e Liam foi com ele, os outros três ficaram no sofá que também era de bichinhos de pelúcia, mas não eram ursos e sim cachorrinhos, ele ficava atrás das cadeiras.

— Vocês podem chegar um pouca pra cá para eles participarem da conversa também. – Ela disse e abriu o primeiro exame que Liam havia lhe dado, os meninos arras taram um pouco as cadeiras de modo que o sofá ficou sendo visualizado entre elas.

— Então, alguma coisa diferente dos meus dois cânceres? Eu não me surpreenderia se tivesse um terceiro. – Sophie negou, e continuou olhando os exames. Niall percebeu que ela demorou tempo demais no último, e pelo que ele se recordava o último não era nenhuma ressonância.

— Bem, continua tudo aqui, eu vou colher algumas amostras do seu sangue para ver as reações das células com o medicamento, mas é provável que seja um pouquinho complicado. – Ela disse e depois olhou para eles, terminando de ver os exames e os deixando sobre a mesa. – Niall eu nunca matei nenhum dos meus pacientes, mas alguns casos são mais delicados que outros, e seus exames mostram isso. O que eu quero dizer é que o tempo de resposta de suas células será maior além disso eu precisarei introduzir os medicamentos mais devagar porque seu corpo não tem a capacidade de regeneração do corpo de uma criança de cinco anos. – Ele assentiu. – E você pode vir a ter algumas paradas cardíacas. – Ela completou.

— Acho que eu já tive tantas que já me acostumei. – Ele disse e ela o olhou preocupada.

— Quantas exatamente você já teve?

— Três – Sophie assentiu e anotou isso no computador.

— Mas alguma coisa que eu precise saber? – Ela perguntou.

— Não acho que é só.

— Okay, meninos eu vou examinar ele e tirar o sangue e vocês vão ter que esperar lá fora. – Ela disse educada, eles estranharam o fato dela não ter de fato conversado com eles, mas resolveram não contestar.

— Tudo bem. – Liam disse e eles se levantaram e saíram

— Vamos, é claro que você não precisava que eles saíssem, o que tem de errado nesses exames? – Niall disse assim que ouviu o barulho da porta se fechando, Sophi olhou para ele por alguns segundos decidindo como ia contar aquilo.

— Niall o que eu vou te dizer, bem... Eu vou ter que aceitar se você quiser desistir afinal a escolha é sua, e é algo fora do meu alcance no momento. – Ele a olhou estranhamente, Niall não tinha entendido absolutamente nada. – Niall, as dozes de medicamento do tratamento da leucemia, deviam variar de acordo com os níveis de leucócitos no sangue, mas isso é muito instável, o médico pode te dar um medicamento agora e uma hora depois precisar te dar uma dose diferente, eles estabelecem uma espécie de padrão que funciona na maioria das pessoas, mas tem algumas que as oscilações são muito bruscas.

— O que você quer dizer? Que também não vai poder fazer nada por mim. – Ela negou prontamente.

— Não, não, claro que não é isso eu quero dizer, acho que eu nunca seria capaz de fazer isso com ninguém. Eu só quero que você entenda como você está agora, porque qualquer problema que você estiver a partir do momento que eu for sua médica será responsabilidade minha, eu queria que fosse algo simples, mas isso, é muito complicado – Ela respirou fundo. – Niall o tratamento deixou algumas sequelas em você, os seus órgãos não estão comprometidos totalmente, mas em compensação... – Ela parou de novo — Niall você perdeu 80% da capacidade de produzir espermatozoides férteis. – Ele a olhou surpreso, ele não esperava por aquilo, ele esperava por um tumor no cérebro, nos rins, mas não por aquilo.

— O que você quer dizer? – ele perguntou olhando para parede.

— Que você vai ter muitas complicações para ter filhos e pode... pode ser que nunca os tenha. – Ela disse calmamente, ela esperou que ele gritasse com ela ou algo do tipo, mas ele não fez nada disso, ele ficou parado como se estivesse em estado de choque. Sophie se levantou e se abaixou perto dele. – Niall? Você está bem? – Ele assentiu — Quer que eu saia? – Ele negou e se levantou, ela se levantou também e se surpreendeu quando ao em vez de sair correndo ele a abraçou e começou a chorar.

A princípio ela ficou um pouco sem reação, mas logo o abraçou de volta e esperou que ele chorasse por um tempo sentido de alguma maneira que ele precisava daquilo.

— Ei, está tudo bem. – Ela disse calmamente.

— Desculpe, eu não deveria... – Ele disse se afastando um pouco dela e se sentando mantendo a mão dela junto da sua.

— Tudo bem, eu entendo. – Ela disse voltando a cadeira de ursos para o lugar e se sentando ao lado dele ainda segurando sua mão.

— Nunca está tudo bem, e cada dia fica pior. – Ele disse apertando levemente a mão dela, e começando a parar de chorar.

— Você quer, desistir? – Ela perguntou olhando nos olhos dele.

— Ninguém entende quando eu digo que quero. – Ela sorriu e levemente afastou a mão dela da dele.

— Eles amam você, e não querem entender o fato de que você vai... – Ela não completou a frase. – Mas a escolha é sua, se você não quiser eu posso dizer a eles que não posso fazer nada por você. – Sophie disse, ela mentia excelentemente mal, mas faria isso por ele. – Sei que é uma escolha difícil... Mas... – Niall a interrompeu.

— Qual é a sua opinião? Porque isso é algo que eu sempre... sempre quis e agora eu não posso. – Ele disse se referindo a ter filhos.

— Na minha opinião você deveria tentar se curar – Ela disse e ele continuou esperando que ela dissesse mais alguma coisa — Vinte por cento não é zero Niall, a medicina é muito avançada nessa área, talvez você não consiga ter um filho normalmente, mas com um tratamento ou uma fertilização. – Ela disse e deu uma pausa. – Também sempre tem a hipótese de adotar uma criança, eu acho mesmo que você pode resolver isso, mas só vai poder tentar se estiver vivo e bem. – Ela finalizou, Niall pegou a mão dela de novo e ficou observando as duas juntas por um tempo, pensando no que ela tinha dito e ao mesmo tempo vendo a sensação de paz que a simples mão e a voz calma dela estavam causando nele.

— Você acha mesmo? – Ele perguntou deixando ela puxar a mão de novo.

— Eu tenho certeza... Mas depende de você é claro. – Ele assentiu de novo olhando para baixo.

— Acho que você tem razão, eu acho que posso resolver um problema de cada vez. – Ele olhou para ela que por sua vez sorriu assentindo.


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Notas finais do capítulo

E ai? Comentários? MPs? Me deem um oi.
HoranHugs, S.B.



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