Get Mad, Ear. escrita por TMfa


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Como já deu para perceber. A história voltou para os trilhos originais. Então, é, não tem muito romance ou coisas amorzinho nesse arco. Talvez um pouco, mas a maioria é treta, sangue e “Shineeeeeee”.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772937/chapter/27

Era o grande dia. O estádio estava lotado, o barulho era ensurdecedor, todas aquelas pessoas e câmeras esperando para ver os estudantes da UA no festival esportivo. Mesmo que a turma A já estivesse acostumada com a atenção que eles recebiam desde o primeiro ano, os 20 estudantes pareciam prontos a quebrar com tanta tensão.

Quando eles entraram no campo aberto, Jirou tinha certeza que o número de espectadores era maior esse ano. Ela ficou surpresa ao ver tantas placas com o nome de herói de Midoriya. Kyouka sabia que o garoto estava fazendo seu nome durante os estágios, todos eles estavam, embora Jirou tenha mudado de ideia depois de algumas semanas. Agora ela entendia perfeitamente porque Aizawa-sensei evitava a mídia até a morte, eles eram extremamente invasivos e irritantes. Foi por isso que ela incluiu uma máscara que cobre a metade inferior de seu rosto no seu uniforme de herói. Melhor evitar ser reconhecida quando ainda é uma estagiária, ela agradeceu seu mentor pela ideia.

Depois de Present Mic anunciar todas as turmas do segundo ano, acompanhado dos comentários de Vlad-sensei, eles viram o chão se abrir e um grande palco surgir do subsolo com uma tela gigante e o Aizawa-sensei, com seu uniforme de heróis, os cabelos presos e o diretor Nezu sentado no topo da sua cabeça.

— Sejam todos bem-vindos ao festival do segundo ano! – O pequeno roedor ofereceu à plateia, os quais comemoraram com muita algazarra. – Eu serei o juiz e apresentador no evento desse ano. Como todos sabem, nosso festival consiste em três etapas eliminatórias distintas. E antes de dar início ao festival, vamos ouvir algumas palavras inspiradoras de nossos estudantes.

Felizmente, Bakugou não foi escolhido esse ano. O garoto continuava sendo incrivelmente confiante e, mesmo que ele tenha desenvolvido um mínimo de tato social no último ano, o curso de heróis não se esqueceu do seu discurso de uma única frase do ano passado. Em alguns poucos minutos, a tela mostrou a primeira etapa.

— Escalada! – Anunciou Nezu com animação enquanto a tela mostrava o local do primeiro evento do festival – No topo de cada uma dessas quatro montanhas que aparecem na tela existem 150 bandeiras, de cores diferentes para identificar cada montanha. Os primeiros alunos que trouxer as quatro bandeiras até o ponto de chegada passa para a próxima fase.  Reparem que eu disse que os primeiros que trouxerem as bandeiras, não que as recolherem. Isso significa, meus queridos, que é válido tirar a bandeira daqueles que as recolheram! Encaminhem-se para o pé da primeira montanha! Ao sinal do nosso amado narrador, vocês podem iniciar a escalada.

Com pressa, todos se direcionaram até a primeira montanha. Ela era mais estreita do que os adolescentes esperavam, ou talvez houvesse gente demais, porque os três cursos da UA ficaram ligeiramente amontoados na frente da muralha de pedra.

Katsuki estava estalando os dedos e o pescoço, preparando-se para explodir em direção ao topo no primeiro sinal de largada.

— Cara, estamos na primeira etapa e eu já vou me divertir! – Kirishima exclamou batendo os punhos enrijecidos. – Nos vemos lá em cima, bro?

— Tch. Eu não vou ficar te esperando, Cabelo de Merda – Bakugou debochou, porém com um sorriso. Foi quando ele viu Jirou a alguns passos de distância, ao lado de Yaoyorozu, respirando fundo e com os olhos fechados. – Espere aqui, só saia se derem o sinal – Ele ordenou para Kirishima enquanto caminhava até Kyouka.

— Oi, Bakugou-san, boa sorte para você – Momo cumprimentou-o ao vê-lo se aproximando, a barriga da garota estava brilhando, então Katsuki sabia que ela já tinha um plano para a montanha.

— Eu não vou precisar dela. – Ele respondeu calmamente – Ei, orelha.

— Ei – Jirou acenou com um sorriso tímido. Ela estava nervosa.

— Não exagere na primeira etapa, ouviu? – Ele aconselhou com as mãos no bolso da calça – Guarde um pouco das suas explosões para as próximas fases.

— Momo, você viu isso, certo? – Jirou tocou o ombro da amiga delicadamente, a expressão séria – Eu fiquei maluca ou Bakugou está se importando? – Ela ironizou com uma falsa preocupação.

— Oi! Calada, orelha! – Katsuki berrou irritado, o rosto levemente corado – Faz o que quiser então, porra. Eu não me importo – Ele reclamou dando a volta.

— Ok, ok, desculpa – Kyouka gargalhou puxando-o pelo braço – Eu não podia perder essa. Mas obrigado, eu vou poupar energia. Vai me esperar na chegada? – Ela sorriu expectante. Bakugou bufou uma risada e relaxou os ombros.

— Só não demore muito – Ele disse antes de virar as costas e se esgueirar pela multidão de volta ao lado de Kirishima.

Jirou acompanhou-o com os olhos antes de um barulho metálico chamar sua atenção.

— Desculpe não prestar atenção em você antes, Kyo-chan – Momo desculpou-se recolhendo um arpão acoplado a um cilindro de metal bem robusto – Fazer mecanismo exige muita concentração de mim.

— Tudo bem, o que é isso? – Jirou perguntou.

Antes que ela pudesse obter a resposta, a voz de Present Mic deu início à corrida e Yaoyorozu disparou o arpão para o topo.

— Eu explico depois! – Momo prometeu quando o cilindro a puxou por uma corda rumo às bandeiras das montanhas.

Jirou ficou atordoada por um segundo antes de se preparar para correr. Ela tentou ativar sua explosão, mas haviam muitos alunos a empurrando e se ela ativasse agora, todos eles iriam se machucar. Isso podia ser uma competição, mas eles não fizeram nada para ela, então ela não tinha interesse em machucá-los. Ainda.

— Sem hesitar o garoto prodígio mais uma vez sai na frente, seguido de seus companheiros da turma A! – Present Mic narrou - A turma B também não espera sentada e, com um belo trabalho em equipe, Bondo cria uma faixa de cola, Monoma Neito a deixa forte como aço (de quem ele copiou essa individualidade?!) e Shihai Kuroiro se transporta na sombra da cola e puxa seus companheiros para cima! Quais seus primeiros comentários, VladKing?

— O segundo ano A está na frente, mas só porque alguns poucos saíram sozinhos, no final da escalada a turma B vai se sair melhor porque meus alunos não são egoístas e sabem como trabalhar em equipe.

— Você é muito parcial – Present Mic atestou desanimado – Bem, mas vamos de volta à escalada! O número de alunos no chão diminui a cada segundo!

Kyouka sentiu um pouco de pânico quando viu o gelo que Todoroki criara se desfazer. Ele já tinha chegado ao topo?! Só haviam se passado cinco segundos! Ela pôde ver as explosões de Bakugou no meio do caminho e o cabelo ruivo de Kirishima um pouco mais abaixo. O borrão verde ziguezagueando pela parede de pedra com certeza era Midoriya. Uraraka estava flutuando em direção ao topo em uma velocidade incrível. Sero e Asui também ganhavam terreno rapidamente.

Algumas pessoas ficaram grudadas ao tentar usar a escada improvisada que Minetta criou com suas bolas. O mesmo aconteceu com quem tentou seguir a escada que Honenuki criou, já que ela derretia depois que ele passava (Fato do qual Vlad-sensei se gabou por tê-lo em sua turma).

Kyouka sabia que precisava de uma medida drástica. Ela viu um dos alunos subir rapidamente com alguns impulsos, quebrando a montanha e derrubando alguns escombros nos demais que estavam atrás dele.

Droga. A explosão de Jirou não funcionada como a de Bakugou, ela precisava de uma explosão bem forte para conseguir o mesmo impulso que a uma explosão simples de Katsuki. Kyouka destruiria parte da montanha toda vez que fosse pegar um impulso, as pedras que ela desprenderia poderia matar alguém. E pior, havia poucas pessoas ainda sem começar a escalada, não teria onde ela pousar para dar o próximo impulso.

Sacundido a cabeça com força, Jirou correu no sentido contrário dos alunos, ela empurrou três estudantes para ficar atrás de onde todos estavam. Dali, ela pôde ver Asui, Sero e a ruiva, representante de classe da turma B, Kendo, partindo para a segunda montanha, Yaoyorozu, e Midoriya como pontinhos no segundo cume. Ela também pôde ouvir todo o drama que Present Mic estava fazendo por ela ter sido a única correndo para “o lado errado da prova”.

— Quanto drama – Jirou sorriu sarcástica quando afastou os pés, dobrou os joelhos e respirou fundo.

Definindo a resistência do solo, como aprendeu com Katsuki, e calculando a rota e a força de propulsão necessária, como Yaoyorozu lhe ensinou. Jirou ativou sua explosão de uma única vez, focando em suas mãos e pés, deixando um rombo de quase um metro e meio de profundidade e dois metros de largura no solo onde antes estava.

— OOOOOOOWWWAAA. Com um impulso impressionante a última colocada acaba de chegar ao topo da primeira montanha, roubando o 50º lugar da prova!

50º? Mas não havia tantas pessoas assim na segunda montanha. Foi quando Kyouka percebeu que havia uma enorme distância entre a primeira e a segunda montanha. Era preciso descê-la para conseguir chegar à segunda. Era por isso que a garota punk não conseguia ver Todoroki, ele estava descendo a segunda montanha, assim como Bakugou.

Claro, o IceHot poderia ter criado uma monte entre as montanhas para si, contudo, ainda haviam 2 provas, não é muito conveniente se exceder tanto na primeira etapa sem saber o que vem a seguir.

Bem, Jirou não preocupou com isso. Sim, ela tinha sua peculiaridade a pouco mais de 7 meses, entretanto, todo o treinamento que ela dispendeu durante esse tempo deram à ela um bom condicionamento físico. No momento, o corpo de Jirou aguenta uma explosão contínua por cerca de 15 minutos, o que, claro, a leva à exaustão física e exige dela horas e horas de alongamento. Contudo, seu corpo consegue manter algumas explosões espaçadas com curtos intervalos de tempo por cerca de 30 minutos. E se ela lançar várias delas em partes diferentes do corpo por uma hora, o resultado é o mesmo. O alongamento diário que sua individualidade exigia lhe deu também muita flexibilidade.

 Confiando em sua resistência e nos cálculos de Katsuki que estipularam o tempo da prova em 15 minutos, ela decidiu ir pelo caminho mais curto.

— Ei, vocês! – Ela gritou para os demais que estavam no topo ou perto dele – É melhor se afastar.

— Sem chance, garota, ainda tem quinze bandeiras, uma delas é minha – Uma garota que Jirou julgou ser do curso de suporte, pelo equipamento que tinha, decidiu que Kyouka só a estava atrasando. O que irritou um pouco a garota.

— Kyou-chan, espere eu descer, por favor, sim? – a voz doce e familiar de Hakagure soou. Ainda tinham tantos alunos na primeira montanha!

— Hakagure? – Jirou chamou-a

— Tchau, tchau – Ela viu a roupa flutuante da amiga balançando, Kyouka sabia que ela estava acenando.

Bufando um sorriso, Jirou preparou-se novamente para saltar. Mas, visto que ninguém realmente deu atenção para o que ela disse e todos continuavam perto demais, ela decidiu ativar sua explosão antes de realmente pular.

Isso surtiu algum efeito, algumas pessoas se afastaram e Kyouka concentrou-se em seus cálculos. Será que algum dia ela conseguiria dar saltos tão grandes sem precisar pensar tanto antes disso? Era sua esperança.

A distância entre as montanhas era grande, e Como Jirou já estava vibrando quando se impulsionou, a força da explosão precisou aumentar consideravelmente, para compensar a diminuição da resistência do solo pelas suas vibrações. Os batimentos cardíacos de Jirou reverberaram por uma grande distância, ela errou os cálculos e sua explosão desestabilizou o topo da primeira montanha, causando um deslizamento de baixas proporções e rachaduras por toda a formação rochosa. Ao mesmo tempo, ela subiu mais alto do que o planejado e precisou retardar sua queda para chegar ao topo da segunda montanha ou acabaria se machucando feio.

— Porcaria de decimais! – Ela xingou a matemática enquanto esfregava a parte dolorida da bunda. Kyouka ainda estava se acostumando com todas as constantes que envolviam suas explosões.

Olhando para trás, ela pôde ver o estrago que seu erro de cálculo causou na montanha. Ela agradeceu mentalmente por ter saltado no centro do cume, ou poderia ter causando um terrível deslizamento. A segunda montanha estava mais vazia e ainda cheia de bandeiras, dessa vez, laranjas, ao invés de vermelhas, ela pegou a primeira que alcançou e preparou-se para o próximo salto.

Kyouka ficou feliz ao ver que seus cálculos foram mais precisos dessa vez e que seu pouso foi praticamente perfeito.

— Momo, você está na terceira também! – Ela constatou ligeiramente ofegante, mais por culpa da adrenalina do pelo exercício.

— Sim, Tsui-san, Sero-san e Kendo-san também – Yaoyorozu informou com um sorriso enquanto firmava seu arpão em uma rocha pronta para descer.

— Ei, Jirou, eu e Asui estamos apostando quem desce primeiro – Sero chamou-a na borda do cume, lançando sua fita entorno de uma rocha grande e firme – Vem com a gente?

— Valeu, Sero – Kyouka respondeu alto para que ele pudesse ouvir enquanto pegava sua terceira bandeira – Mas eu vou pegar um atalho.

Com isso, Kyouka preparou-se rapidamente e explodiu em direção à última montanha. A quarta parecia estar mais distante que as outras, pois Jirou pousou cerca de dois metros distante do topo e precisou escalar o restante.

— Tá atrasada, orelha! – Kyouka ouviu Bakugou dizer assim que chegou ao cume.

O garoto sorriu arrogante ao se jogar como um louco para o vão entre a última montanha e o campo de chegada.

— Não se eu correr, Pipoca! – Ela gritou arrancando a última bandeira que faltava e correndo para a borda.

Ela viu Bakugou caindo de costas para o chão em grande velocidade. Kyouka não pensou direito quando ela usou seu som para impulsioná-la ainda mais que a gravidade. Rapidamente ela alcançou Katsuki e o provocou com uma careta enquanto passava por ele. O loiro usou suas mãos para aumentar ainda mais sua velocidade no ar, rapidamente a passando.

Eles poderiam continuar nisso o dia inteiro se o chão não estivesse tão próximo. Quando Jirou percebeu que estava caindo de mais de 400 metros de altura, ela se assustou e teve um pouso pífio, se comparado com o de Katsuki. O garoto não esperou nem um segundo, seus pés mal tocaram o chão e ele já corria para a linha de chegada, onde Todoroki já estava com um suco na mão. Midoriya passou incrivelmente rápido ao seu lado e disputou com Bakugou a segunda posição até o último segundo.

Enquanto isso, Jirou levantou-se de seu pouso deprimente e começou a correr em direção à linha de chegada. No percurso entre o sopé da montanha e a o fim da linha, Kyouka foi ultrapassada por Uraraka, Kendo e Fumikage.

Jirou ficou impressionada consigo mesma por terminar entre os dez primeiros. Ela poderia ter ficado ainda mais alto se ela conseguisse controlar melhor seu pouso, e a garota se repreendeu por isso. Demorou um pouco até que a prova estivesse totalmente terminada. Os últimos 50 colocados sofreram muito para conseguir passar. A maioria daqueles que não tinham peculiaridades que os ajudassem na escalada decidiu pela segunda opção: roubar as bandeiras dos demais. Parece que 18 deles conseguiram dessa forma. De todo caso, a lista de classificados saiu logo em seguida.

A lista do primeiro ao último colocado ficou: Todoroki, Bakugou, Midoriya, Uraraka, Kendo, Fumikage, Jirou, Sero, Asui, Shiozaki Ibara, Honenuki Juzo, Yaoyorozu, Kuroiro, Minetta, Awaze, Iida, Tokage, Yanagi Reiko, Fukidashi, TetsuTetsu, Kirishima...

Eram 150 alunos. Jirou não olhou para todos eles. O que importava era que seus amigos estavam aqui, incluindo Shinsou. O garoto contou que foi um dos que roubou as bandeiras. Ele não se orgulhou muito disso, mas ele sabia que seria inútil, além de um desperdício enorme de energia, tentar escalar quatro montanhas. Por isso ele caminhou calmamente até o final da prova e “pediu educadamente” para um dos que conseguiram as quatro bandeiras.

Seja qual for a próxima prova. A Turma A estaria esperando por ela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que 150 pessoas é gente para caralho, mas tem um bom motivo, a próxima prova é mais zoada.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Get Mad, Ear." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.