Get Mad, Ear. escrita por TMfa


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu voltei a escrever essa bagaça exatamente um mês depois de ter dito que estava me afastando (parece que eu não tenho muita força de vontade, certo?). Mas enfim, eu recebi ótimas notícias, percebi que não tinha perdido tanto vocabulário quanto eu pensava e tive um artigo publicado ( :DDDDD ). Então decidi que eu podia voltar a ler umas fanfics e escrever um pouquinho.



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— De novo! – Pediu Jirou ajudando Shinsou a se erguer do chão.

A garota mal deu tempo para ele recuperar a guarda e atacou-o. Aizawa-sensei não deixou que Kyouka prosseguisse com a luta e a enfaixou estando sentado a alguns passos de distância dos dois.

— Por hoje basta – Shota decretou monotonamente.

Hitoshi bufou um suspiro aliviado e irritado ao mesmo tempo. Irritado porque estava perdendo cada vez mais para Jirou; e aliviado porque estava exausto. Eles estavam treinando à quase duas horas sem intervalos, e Jirou está mais competitiva que o normal, o que já é muito. Desde que ela começou a namorar o porco-espinho explosivo, sua amiga vem adquirindo alguns traços violentos e competitivos do garoto.

— Sensei, ainda não – Contrariou Jirou quase ofendida – Com os estágios nós quase não temos tempo para treinar no fim de semana, nós precisamos continuar.

— Não acho que Shinsou concorde – Aizawa suspirou levantando-se preguiçosamente.

Jirou olhou para seu companheiro de treino, já sentado no chão e tirando suas faixas.

— Vamos, soneca, ainda não está na hora de dormir – Ela brincou tentando animá-lo.

— Ainda é segunda, Jack, eu preciso ficar inteiro pelo resto da semana – Hitoshi suspirou esticando as pernas no chão e tocando a ponta dos dedos. – Eu gosto de chamar de gestão de energia.

— Você não precisaria gerirr energia se você a recuperasse durante a noite – Ela bufou derrotada e caminhou até um banco próximo onde eles deixaram água e seus pertences – Eu gosto de chamar de dormir mais de uma vez por semana – Ela destilou, ácida.

— Peguem suas coisas e deem o fora daqui – Aizawa ordenou cansado antes de recolher sua bolsa de dormir e caminhar para a saída – Eu já disse que o treino acabou, eu estou cansado demais para ficar repetindo.

Os dois adolescentes seguiram as ordens à risca. Mesmo depois de tanto tempo treinando com Aizawa, os dois ainda tinham uma certa tensão quando o professor comandava, eles sabiam que mesmo com todo esse treinamento os dois ainda levariam uma surra do homem.

No caminho para o dormitório, Kyouka percebeu que Hitoshi estava taciturno e julgou ser culpa sua, por ter falado sobre sua privação de sono.

— Ei, desculpa por aquilo lá dentro – Ela começou um pouco desconfortável – Você estava certo, sabe, em gerir energia.

— Tudo bem – Ele encolheu os ombros sem olhar para ela.

— E desculpa por querer continuar, mesmo quando você já estava cansado – Ela continuou, juntando a ponta de seus fones – O festival esportivo é em três semanas, então eu não quero perder nenhuma chance.

— Eu entendo – Hitoshi assentiu tranquilamente.

— Você ainda está bravo?

— Hm? Eu não estou bravo. – Shinsou olhou para ela com a sobrancelha erguida.

— Shinsou, seu rosto nem sequer se move quando você fala, mas hoje suas sobrancelhas estão tão juntas que parecem uma só – Kyouka encarou-o entediada – Eu tenho um namorado raivoso, eu sei quando alguém está bravo.

— Eu não... – Ele suspirou e seus ombros relaxaram, quando eles ficaram tão tensos? – Eu estou frustrado, é isso.

— Com o quê?

— Nós tivemos 16 partidas hoje, Jirou. 16. Em menos de duas horas e eu perdi 12. – Ele resmungou enterrando a cabeça entre os ombros e enfiando as mãos no bolso da jaqueta da escola – Eu estou ficando cada vez pior. Nós costumávamos estar no mesmo nível, e agora parece que eu virei seu saco de pancadas.

— Oh... é isso – Jirou suspirou em realização.

Ela sabe desse sentimento muito bem, ela costuma ser o saco de pancadas de Bakugou, é realmente frustrante, desanimador e deprimente. Mas Shinsou não deveria se sentir assim, Kyouka demorou muito parar perceber que, mesmo que ela estivesse apanhando diariamente de Katsuki, ela estava mais forte que antes. Hitoshi também melhorou e muito, mesmo que isso não fosse visível para ele.

— Eu sei como é isso, acredite. E é uma droga, mas você não ficou pior. É só que... – Ela soltou um ruído buscando a melhor explicação – Bem, ficou um pouco injusto. Eu estou treinando com Bakugou há meses, ele é extremamente exigente.

— Eu sei, por isso pedi ajuda do Midoriya, ele vem me ajudado a treinar faz duas semanas – Shinsou suspirou – Só fez aumentar minha frustração perceber o quão para trás eu estou.

— Midoriya não é humano, soneca – Jirou revirou os olhos – Você não está para trás, só está vendo pelo lado errado da coisa. Quando eu treino com Katsuki, EU sou o saco de pancadas. Você está triste porque perdeu 12? Cara, eu nunca ganhei nenhuma contra o Katsuki. É além de frustrante. Mas eu sei que eu melhorei, mesmo estando sempre perdendo, então... não fique tão irritado com isso, ok?

— Ok – Ele concordou com a sombra de um sorriso cansado – Mas, sério, nenhuma?

— Não.

— Nem mesmo por piedade? – Shinsou insistiu incrédulo.

— Você sabe de quem eu tô falando, certo? Só para saber, Katsuki é Bakugou – Ela lembrou-o sarcasticamente – Aquele cara que grita “Morre” toda vez que luta? Ele não sabe o significado de piedade.

— Sério, o que você viu nessa dinamite mentalmente instável?

— Ei, é a minha dinamite mentalmente instável, você não pode falar mal dele – Jirou alertou com um sorriso e cutucou-o com seus fones.

Não demorou aos dois chegarem aos dormitórios do curso de heróis. Jirou novamente estava atrasada para o jantar e comeu sozinha na cozinha depois de tomar banho no vestiário do primeiro andar. Ela conseguiu ouvir as explosões de Katsuki na academia, o que significava que Kirishima era o alvo, os dois estavam treinando com mais afinco nos últimos dias por causa do festival esportivo, assim como todos.

A turma A estava um misto de exaustão e ânimo estranhamente balanceado. Ninguém parava de treinar antes do toque de recolher, todos acordavam cedo e todos seguiam horários rigorosos. O mais importante, a turma inteira se apoiava e não deixavam ninguém desistir.

Os mais exagerados eram Bakugou, Midoriya, Iida e Uraraka. Katsuki impôs uma dieta especial para todo o Bakusquad (o qual Jirou teve a infelicidade de ser incluída) e uma sequência de treinos diários para cada um. Kyouka quis matá-lo nos dois primeiros dias que Katsuki a arrastou para a corrida matinal junto com Kirishima, Kaminari, Sero e Ashido. No terceiro dia ela estava cansada demais para qualquer protesto e no quarto ela até que gostou. Depois de duas semanas Bakugou aprendeu que Jirou estaria disposta para qualquer coisa com a dose certa de café; que Kaminari funcionava com o sistema de recompensas (em comida) e Sero na base de apostas; Ashido recusou-se terminantemente a correr cinco da manhã e disse que a única forma de a obrigarem a isso era carregando-a o percurso inteiro. No demais, a rosinha cumpria todos os treinos estipulados pelo líder explosivo.

Midoriya e Iida saiam para correr também, a diferença era a velocidade. Ambos corriam usando suas individualidades, então os garotos viravam um borrão por onde passavam. A corrida era o único treino que Uraraka não os acompanhava. O trio gastava horas depois das aulas treinando, ora na área atrás do dormitório, ora na piscina da escola ou em algum campus específico que a mente fértil de Midoriya escolhia para executar um treino mirabolante.

Yaoyorozu precisava de um treino diferenciado. Ela estava trabalhando seus movimentos, treinando para ser mais eficiente e decisiva. Como sua individualidade exigia seus lipídios, ela não podia despendê-los para o uso de energia. Com um bom estudo de anatomia e fisiologia, e sabendo que o corpo humano consome primariamente glicose, ela estabeleceu que seu próprio corpo aumenta o consumo de lipídios após 17 minutos de atividade física, seja correr, andar, lutar ou qualquer outro esforço. Dessa forma, ela pediu ajuda a Todoroki para construir completos palácios de gelo e alterá-los durante horas para que ela encontrasse o melhor meio de transpor as barreiras geladas em um tempo menor e encontrar pontos de descanso. Desta forma, tanto Todoroki desenvolveu a coordenação motora fina de seu gelo como Yaoyorozu condicionou seu corpo para consumir a glicose e proteínas de seu corpo ao invés de seus lipídios.

Depois de 6 semanas de treinos intensos, a turma A estava confiante e pronta para o festival esportivo. Foi unânime a decisão de tirar o dia de folga antes do evento, eles precisam estar completamente descansados para o dia de amanhã. Por isso eles estavam todos reunidos no salão comum depois do jantar. Alguns, como Kaminari, estavam muito inquietos e ansiosos para ficarem sentados no sofá. Contudo, a maioria estava apenas relaxando e acalmando os nervos.

Jirou estava ao lado de Yaoyorozu, Tsui e Hakagure. Momo havia preparado um chá para a turma inteira ter uma noite tranquila e agora as três estavam especulando o que poderia ser as provas do dia seguinte. Kyouka preferia não fazer isso, ela estava muito ansiosa e só precisava ignorar o festival por algumas horas antes de realmente entrar nos nervos com isso. Porém Yaomomo e Asui eram muito pragmáticas e gostavam de ter um plano para tudo antes de acontecer, por isso ela apenas seguiu o curso.

Bakugou estava sentado ao lado de Kirishima. O namorado do ruivo, Saito, estava lá para dar suporte a Eijirou então Katsuki grudou no amigo como que para lembrá-lo de sua existência. Apesar de Kirishima assegurar que Bakugou continua sendo seu melhor amigo, o loiro ainda mantinha algumas reservas ao aceitar o boneco de porcelana sendo tão amável e... tátil com o garoto. Por isso Katsuki fazia questão de atrapalhar toda vez que Saito beijava o namorado ou o abraçava pela cintura. Era uma cena cômica de se ver.

Quase uma hora antes do toque de recolher, Iida sugeriu a todos que fossem para a cama e tentassem dormir. Ele mesmo deu o exemplo ao seguir para o seu quarto, lembrando-os de escovar os dentes enquanto entrava no elevador.

Para a surpresa de Bakugou e Jirou, Kirishima convidou os dois e a Saito para jogar cartas no quarto dele, uma partida de casal contra casal. Era uma desculpa medíocre para que os quatro pudessem ter alguma privacidade no dormitório. Geralmente Jirou e Bakugou usavam Kirishima como cobertura, convidando o ruivo para jogar vídeo game ou algo do gênero para que Jirou subisse para o quarto de Bakugou sem ninguém incomodá-los, chegando ao quarto andar, Kirishima ia para o próprio quarto e deixava os dois a sós. Claro que, sendo isso feito quase todo dia, todos já sabiam o que de fato acontecia.

Por isso a surpresa do casal quando o próprio Kirishima sugeriu a desculpa esfarrapada. Mas ninguém pode culpá-lo. Bakugou não o deixou aproveitar a visita do namorado em paz, então ele decidiu cobrar o favor que os dois deviam a ele.

— É melhor você dormir cedo, Cabelo de Merda – ameaçou Bakugou quando eles saíram do elevador – E você, porcelana, não fique muito tempo, e nada de atrapalhar o sono desse idiota.

— O que ele quis dizer foi “Boa noite e divirtam-se” – Jirou corrigiu puxando o braço de Bakugou para baixo em reprimenda. – Mas não muito alto – Ela acrescentou quando abriu a porta do quarto do loiro.

— O mesmo aqui – Saito cantou ironicamente.

Jirou perseguiu-o com seus fones até que o moreno bateu a porta do quarto de Kirishima rapidamente para fugir da sua punição. Quando Bakugou entrou no quarto, ele rapidamente se jogou na cama. O loiro estava exausto, mesmo sem os treinos extras para o festival, eles ainda tiveram aula normal e treino de individualidade.

Kyouka se esgueirou lentamente para dentro da cama e se aconchegou no garoto.

— Eu estou tão ansiosa – Ela suspirou com um gemido irritado – Momo e Tsui estavam falando sobre o que poderia ser esse ano no festival esportivo e todas as hipóteses que elas criavam só me fazia ter certeza que eu não passaria da primeira fase.

Era incrível o quão sincera Jirou conseguia ser quando estava com Bakugou. As palavras simplesmente fluíam sem vergonha ou tensão.

— Tch, isso é estúpido, é claro que vai. É melhor você se contentar com o segundo lugar, porque o primeiro é meu – Katsuki respondeu apertando-a contra o peito.

— É, você fala isso, mas eu poderia tocar Stairway to Heaven com os seus músculos, de tão tensos que eles estão – Ela debochou batendo o indicador e o dedo médio nos ombros dele.

— Só porque eu estou ansioso não quer dizer que não esteja confiante. Eu...

Katsuki foi interrompido por um baque surdo no quarto ao lado. Jirou arregalou os olhos e prendeu o riso. Katsuki ficou calado, ponderando o que fazer, porém, antes que o loiro pudesse decidir, outro baque surdo foi ouvido.

— Minha nossa, eles vão destruir o quarto – Jirou sussurrou cobrindo a boca com a mão para esconder o riso – O que nós fazemos?

— Eu vou quebrar esse boneco de porcelana na porrada – Katsuki rosnou irritado levantando-se.

— Não. – Jirou segurou-o – Não. Melhor eu ir – Ela se ofereceu levantando, então Kyouka corou ao perceber o que ela iria interromper – Melhor ir nós dois? – Ela recuou timidamente.

— Oi! Fiquem quietos! Tem gente tentando dormir, porra! – Katsuki berrou batendo na parede com força – Tsk, esse isolamento acústico não serve para nada. – ele resmungou antes de deitar-se novamente.

Bakugou conseguiu esconder de Jirou por duas semanas o fato de que Kirishima era perfeitamente capaz de ouvir tudo o que eles diziam – e faziam – em seu quarto. Durou até que Saito e Eijiro ficaram bem... vocálicos enquanto Kyouka e Katsuki jogavam vídeo game no quarto do loiro. Foi então que os dois, com muitas respostas evasivas, conseguiram arrancar dinheiro de seus pais e comprar feltro de lã de vidro.

Jirou tinha uma curta experiência em montar isolamentos, graças à rotina de seus pais músicos. Mas os dois só conseguiram dinheiro suficiente para cobrir duas paredes (Eles não podiam dizer “Oi, mãe, pai. Então, eu preciso de dinheiro para isolar um quarto e poder dar uns amassos em paz”). Ou seja, o quarto tinha isolamento acústico limitado. Servia bem aos seus propósitos, contudo, sons altos demais ainda eram ouvidos.

— Urgh, ainda está cedo. Eu posso ir para o meu quarto e te espero lá – Jirou ofereceu cobrindo o rosto corado entre as mãos. Era sempre vergonhoso lembrar que Kirishima os podia ouvir todos aqueles meses.

— Porra nenhuma – Ele recusou puxando-a para si – Eu estou com sono e o Pikachu vai ficar acordado a noite inteira com a ansiedade, eu não vou esperar ele sair. Você fica, vamos dormir – Ele decretou enterrando o rosto no cabelo dela.

— Boa noite, pipoca – Ela riu antes de se aninhar na cama.


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Notas finais do capítulo

Então, queridos, eu estabeleci um sistema de recompensas. E como a nerd que eu sou, minhas recompensas são fanfics. Para cada tarefa que eu termino (como uma página da minha pesquisa, um relatório, um assunto de estudo), eu me autorizo à escrever uma página. Ou seja, cada capítulo que eu estou postando exigiu pelo menos cinco tarefas concluídas. Então minha consciência está limpa e eu me sinto produtiva novamente!



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