Marílians - Interativa escrita por Lervitrín8


Capítulo 2
capítulo um.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal, tudo bem?
Antes de mais nada, quero agradecer a todos que enviaram ficha. Recebi tantas histórias lindas que agregarão muito à trama.
No final do capítulo temos alguns avisos que são MUITO importantes, gostaria que todos lessem, de verdade.
Por enquanto, aproveitem a leitura! ♥



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POV - Jessica Jung.

O melhor feriado do ano havia chegado. Era um feriado inventado pelas famílias mais antigas de Marílians, que nos dava folga sempre na última quinta-feira do mês de novembro, tornando a sexta inútil também. Dizem que foi a data da descoberta da pequena cidade, na zona interior da Austrália. Não consigo compreender como não conseguem precisar o dia exato do acontecimento, tendo que definir um dia avulso para a comemoração. Não que isso seja ruim, afinal, anualmente temos um feriadão garantido. E para nós, jovens de Marílians, aquele seria um feriado diferente. Há alguns dias reunimos uma galera para propor um acampamento nas montanhas, próximo às cachoeiras que delimitavam a divisa com o município vizinho, que ficava a cerca de 15 quilômetros ao sul da cidade. Os primeiros a toparem foram Cália, Emelie e Thomas, meus melhores amigos, o meu “bonde”. Eu tinha certeza que nenhum deles rejeitaria minha ideia e, para ser sincera, fiquei surpresa quando se demonstraram animados para fazer o passeio. Também foi a primeira vez que vi um grupo de whatsapp funcionar organizadamente. Marílians não é uma cidade muito grande, quer dizer, grande em expansão, apenas. Em uma cidade com pouco menos de nove mil habitantes, todo mundo se conhece – e isso, sim, é horrível! – então, foi bastante prático convidar aqueles que queríamos e expor a ideia, se aceitasse ao convite, entrava no grupo. Simples, rápido e sistematizado.

O grupo era composto, basicamente, por maiores de idade, com exceção de uma ou duas pessoas que pediram autorização dos pais. Nem todos eram amigos, mas todos se conheciam. Eu sempre fui uma garota bastante amigável e, com orgulho, posso dizer que sou o elo entre aquele grupo gigante. Muitos deles conheci por trabalhar na principal loja de roupas da cidade, aliás, aquele era o local ideal para fazer novos amigos – pelo menos para mim tem sido – e, por isso, não me arrependia por ter escolhido permanecer em Marílians e não ir para a faculdade, ainda que não pudesse precisar por quanto tempo manteria aquela decisão.

Chegara o esperado dia! Resolvemos sair na manhã de quinta-feira, com o intuito de aproveitarmos o máximo possível. Ninguém se opôs, contudo, eu sabia que acordar cedo não era o forte de muitos dos membros. Passamos a noite interior na casa de Thomas, que morava apenas com a mãe, exatamente na pracinha no centro da cidade, ponto de encontro da partida. O quarto do garoto era gigantesco, dormi com ele na cama de casal, enquanto Cália e Emelie em um colchão no chão. Nossas bolsas estavam espalhadas pelo quarto e toda vez que as enxergava meu coração acelerava, não tinha ideia de como levaríamos tudo aquilo por quilômetros em subida.

— Alguém desliga! — falei ao acordar com o barulho do despertador, sinalizando 6h em ponto. Cália estava ao lado do smartphone e, com um simples toque, arrastou a animação do relógio para a direita, desativando-o. — Emelie? Thommy? — chamei pelos outros, só para confirmar se todo mundo havia acordado.

— Presente! — respondeu Emelie, enquanto esfregava os olhos com as mãos.

— Quanto a mim, queria estar morta! Por que mesmo formos dormir tão tarde? — Thomas resmungou, implorando por mais cinco minutos.

Não era nenhuma novidade, sempre que nós quatro estávamos juntos, a conversa tendia a desenrolar por altas horas. Thomas e eu tínhamos a mesma idade, 21 anos. Já Emelie e Calista – que chamávamos de Cália – possuíam 23. A gente se conhece desde que se entende por gente, as famílias eram amigas e, praticamente, fomos criados juntos. Cália foi a única que saiu da cidade para cursar Design, contudo, sua faculdade ficava a dez quilômetros, então foi muito fácil de manter contato. Eu nunca precisei enfrentar o dilema da faculdade, sempre estive bastante decidida em permanecer por aqui. Já Thomas está passando por isso. O garoto vive apenas com a mãe e seu conflito está relacionado a abandoná-la, visto que precisaria se mudar para o outro lado do país. Enquanto Emelie tem uma vida bastante estável, devido à situação da sua família. Tocamos pouco no assunto, mas acredito que ela não tenha o interesse em fazer algo. O fato era que, desde muito cedo fizemos daquele, o nosso universo paralelo, onde podíamos confiar uns nos outros e dividir tudo o que fosse preciso ou necessário. Eu amava os três tanto quanto amava minha família e não imaginava meu mundo sem eles.

— Crianças? — a mãe de Thomas berrou na porta do quarto. A senhora Lenna era a mãe mais querida do mundo. Sempre que programávamos algo, era nos ajuda no que fosse possível. — Eu preparei um café bem reforçado para vocês! — completou.

— Mãe, você pode abrir a porta pra falar com a gente. — disse Thomas, se ajeitando na cama. — Não é como se eu quisesse fazer algo com as meninas que você não pudesse ver. — ele comentou rindo, enquanto unia suas mãos para se espreguiçar. — Nada contra, meninas.

Lenna abriu a porta com um sorriso no rosto. Ela sabia da sexualidade do seu filho e não se incomodava com aquilo, sempre foi uma mãe companheira. Ela deu um oizinho rápido e com um aceno de mão, pediu que fôssemos tomar café.

— Se tem uma coisa que não faço, é enrolar pra comer — disse Cália, levantando-se rapidamente. — E andem logo ou não vou deixar uma migalha pra vocês. — finalizou ao sair do quarto, sem olhar para traz.

— A desvantagem de ter amigos desde sempre é que eles são tão filhos da sua mãe quanto você. — Emelie pulou da cama, depositando um beijinho no rosto de Thomas, que concordava com a afirmação da garota. — Estou indo, falou!

— Parece que ficamos a sós, gatinho. — Brinquei, esperando Thomas fazer sua habitual expressão de nojinho. — Não podemos nos atrasar, não nós, donos e proprietários do rolê.

— Verdade! Vamos logo! — respondeu o garoto.

[...]

Precisamente às 7h, colocamos nossas caras na janela da casa de Thomas, que dava para a pracinha. Ninguém havia chegado ainda e, por tal motivo, não havia razões para sair.

— Talvez tenhamos que ser os primeiros, o universo pode emanar boas vibrações sobre a chegada dos outros se a gente já estiver ali. — Falou Thomas, indicando com a cabeça o local combinado.

— A questão, Thommy, é que o “ali” fica a dez passos de onde estamos. — Riu Cália. — É cruzar um portão e chegamos!

Thomas revirou os olhos, mas concordava com a amiga.

— Ai meu Deus, olha quem está se aproximando! — Emelie comentou de um jeito dramático.

Os gêmeos Donovan seriam os primeiros a chegar à praça. Maxime, Max, era o mais velho deles, apenas com 8 minutos de diferença entre Brysen, que todos chamam de Bry. Eles não eram gêmeos univitelinos, bem pelo contrário. Poucas eram as semelhanças entre os irmãos, Maxime havia herdado os traços de sua mãe, Simone, enquanto Bry era a cara de Arthur, seu pai. Atualmente os gêmeos não residiam em Marílias, devido à faculdade, contudo, era bastante comum vê-los pela cidade em épocas festivas ou feriados. Os dois haviam feito o colegial na mesma turma que eu e Thomas e, para o nosso “bonde”, não era segredo que Thommy tinha uma quedinha por Max, que por sorte, era bissexual. E era exatamente aquele o motivo da reação de Emelie. Os gêmeos chegavam na Hilux do pai e era Bry quem estava ao volante. Aquela picape seria tão útil! Grande parte, ou possivelmente todas as mochilas do pessoal caberiam ali. Os carros nos levariam até o ponte de partida da trilha, se é que podemos chama-la assim, e depois disso, tínhamos que confiar em nossas pernas e resistência para iniciar a caminhada de quase 4 horas. Pelas nossas contas, 3 carros seriam o suficiente para levar todos, desse modo, tínhamos a Hilux dos gêmeos, o HB20 de Emelie e o SUV de Lucian.

— Vamos lá pra fora? — Thomas sugeriu, enquanto os meninos estacionavam a picape em frente a sua casa.

— Hmmmmmmm. — Fez Cália, tirando onda com o garoto.

— A gente não vai deixá-los lá fora sozinhos, enquanto nós ficamos aqui dentro, né?! Anda! Todo mundo se mexendo! — protestei, sendo a primeira a sair da janela e pegar minha mochila. Dei uma rápida olhada para trás e vi que Thomas me seguiu instantaneamente e, as meninas, na sequência, sem demonstrar muita preocupação.

— Achei que aquela foto que enviei no grupo do whatsapp deixaria todo mundo animado, mas vejo que fez o efeito contrário. Tem ninguém aqui, cara! — Max brincou quando nos viu saindo da casa. — Eu te disse, Bry! Deveríamos ter comprado um relógio de presente para cada um deles.

— Sua foto sorrindo está linda, Max! — disparei. — Inclusive, coloquei de plano de fundo do meu celular. — Acendo a tela do aparelho e mostro para o garoto, que desata a rir, implorando que eu tire aquilo. — Jamais! Esses seus olhos miúdes e essa sua cara de sono me motivarão durante a caminhada.

— Abestada! — praguejou ele, enquanto me dava um abraçado apertado. — Bom te ver, Jess! — No abraço, reparei que Thomas nos encarava, não por ciúmes, até porque eu não tinha interesse nenhum em Max, mas talvez por desejar estar no meu lugar. Aquilo, de algum modo, cortava meu coração.

Os meninos cumprimentaram a todos e nos ajudaram a organizar as bolsas e mochilas na parte traseira da picape, como em um processo de produção fabril, Bry entregava para Thomas que estava no chão, próximo ao carro, que por sua vez, entregava a Max que as acomodava no espaço. Torci para que as mãos de Thommy e Max se tocassem em algum momento, contudo, se aquilo aconteceu, não percebi – e olha que eu não tirei os olhos daquilo.

— Então, só nos resta esperar. — Bry deu de ombros, sentando em um dos banquinhos sob a sombra, na praça arborizada.

— Basicamente! — Cália se juntou ao rapaz, eram grandes amigos.

— Talvez não tenhamos que esperar muito. — Comentou Thomas e, logo na sequência, pude ouvir o barulho de conversas animadas se aproximando. A hora da partida estava chegando!


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Notas finais do capítulo

Curtiram? Espero que sim.
Esse capítulo foi bastante introdutório, para apresentar a ideia e a organização do evento. Sem aquela ação, contudo, necessário.
Bom, alguns avisos paroquiais:
• Fiz um site para a nossa história, para que visualmente, consigam diferenciar os personagens e evitar que eu descreva sobre as características físicas de todo mundo - acreditem, seria muita coisa! - Ele está aqui: https://nyahfanfic.wixsite.com/marilians
• Não consegui colocar todo mundo nesse capítulo, mas, como perceberão, cada um deles será narrado por um personagem diferente. Então, todos, em algum momento, serão destaques.
• Os capítulos geralmente terão essa média de palavras, que é o tanto que eu consigo dedicar de tempo na semana para fazer - não quero me comprometer com capítulos maiores, pois sei que meu dia a dia não permitirá. Não briguem.

Acho que é isso. Estou aberto para críticas, sugestões, dicas, etc. No site estão minhas redes sociais, fiquem à vontade para me chamar por lá, pelas mensagens aqui no Nyah ou nos comentários da história, viu?! Essa história é nossa e toda intervenção de vocês serão bem-vinda!

Thanks, beijos! ♥