Marílians - Interativa escrita por Lervitrín8


Capítulo 3
capítulo dois.


Notas iniciais do capítulo

Voltei, pessoas.
Adorei os comentários de vocês referente ao primeiro capítulo, espero que curtam o dois também. Não deixem de ler as notas finais, tem coisa importante por lá! :)
Boa leitura! :♥



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POV - Kang Min-su.

Aquele era, sem dúvida, o carro mais eclético dos três. Tínhamos Elowen, ou Lola, representando as loiras; Georgina, as negras; Acácia, as ruivas; Lucian, ou Luka, os homens fortes e grandes; e eu, o oriental. Se o mundo acabasse, tínhamos ali conteúdo suficiente para povoar a terra sem esquecer quase nenhum tipo de raça. Quase. A divisão dos carros foi feita rapidamente, assim que todos os todos os quinze aventureiros chegaram. Caramba, são quinze pessoas prestes a passar um feriadão no meio da mata, quilômetros de distância da civilização. Quais as chances de algo dar errado? Eu não era o melhor amigo de ninguém do grupo e, nos três anos que eu e meus pais nos mudamos para Marílians, posso dizer que me aproximei um pouco mais de algumas pessoas, contudo, não o suficiente para chamar alguém para dormir na minha casa, por exemplo. De todo modo, eu sou uma pessoa que se relaciona bem com as demais e, talvez, seja por isso que Jessica tenha me convidado para aquela aventura. Mas, preciso ser sincero: botânica e jardinagem é um dos meus principais hobbies e, indo para um lugar repleto de tipos diferentes de plantas, provavelmente não me arrependerei.

Luka estava na direção e, ao seu lado, Lola – alguns comentários me fazem crer que os dois já tiveram algum tipo de envolvimento, embora não deem sinal algum quando estão próximos –, desse modo, eu, Georgina e Acácia ocupávamos os bancos traseiros e, para o meu azar, sobrou o banco do meio para mim, porém, o carro de Luka era grande o suficiente para não me sentir esmagado. Éramos o último carro da excursão. Emelie e seu bonde estavam no primeiro, já que Jessica ficou responsável por nos guiar até o início da trilha, onde deixaríamos os carros. A picape dos gêmeos estava no meio, sendo que Bry e Andrew optaram para ir junto às malas, se certificando que nada caísse. Nosso carro estava conectado ao spotify de Georgina, segundo ela, uma playlist com músicas relaxantes para viagens, não era o meu estilo de música preferido, mas não era ruim. Lola e Luka conversavam sobre alguma coisa que eu não fazia questão de saber, preferindo ficar em meus devaneios, refletindo se tomara a decisão certa em deixar meus pais sozinhos no restaurante. Antes que a culpa me atingisse, Acácia chamou minha atenção.

— Perdão, Acácia. Eu estava viajando. — senti meu rosto corar rapidamente. — O que você disse?

— É que a sua expressão parecia tristinha, fiquei um pouco preocupada. — Ela revelou baixinho, fazendo um enorme favor.

— De fato, estava pensando nos meus pais, se era justo acampar enquanto eles estavam lá, trabalhando. — admiti.

— Bom, eles sabem que o filho tem que ter suas próprias histórias. — respondeu ela, logo virando o rosto para a janela, sinalizando que a conversa terminara. Talvez o assunto fosse pesado demais ou, quem sabe, ela tinha seus próprios problemas de família e não conseguiria lidar com mais um.

— Será que falta muito? — Georgina questionou e, pela primeira vez, acho que todos estavam prestando atenção em uma única voz.

— Ao que tudo indica, acabamos de chegar. — Luka acenou com a cabeça, ao ver Emelie manobrar o carro embaixo de algumas árvores, ao pé de uma montanha, sem qualquer sinal de vida na redondeza.

— Esse lugar me parece bem escondido. — Lola disse com um sorriso nos lábios. Suspeitei que fosse um sorriso de nervoso.

— Bora? — Luka abriu a porta do carro e prontamente já estava do lado de fora, parecia animado.

Esperei as meninas saírem, sendo o último a sair do SUV. Minha mochila estava no bagageiro que, por sinal, Luka já havia aberto. Quando todos os carros já estavam estacionados um ao lado do outro e as mochilas sobre os ombros, Jessica nos reuniu para os avisos mais importantes.

— Então, pessoal, como devem saber, a caminhada dura cerca de 4 horas e enfrentaremos, talvez, mata fechada, já que geralmente ninguém faz esse percurso. Eu estudei tudo o que o google me deu sobre o local, então, estou quase cerca que encontrarei o caminho sem erros. Ainda assim, peço que sejam pacientes. — Ela soltou um sorriso constrangido, contudo, a garota era tão fofa que não havia como não retribuir de outra forma, senão carinho. Aliás, particularmente, me identificava demais com ela, já que formávamos o único par de orientais. — Sugiro que todos fiquem com as garrafinhas de água ao alcance das mãos, passem repelente e tentem não se afastar muito do grupo. Pelo que vi, passaremos por lugares encantadores durante o caminho, podemos fazer pausas para o descanso e para fotos também. Hmm, acho que por ora é isso. Vamos?

De algum jeito, aquelas me motivaram. Quiçá foram as árvores e toda a expectativa que elas me traziam. Tanto faz, a verdade era que eu estava ansioso para começarmos a caminhar.

[...]

— Eu não aguento mais! — reclamei, depois de um longo tempo entre as árvores. — Por que mesmo aceitei participar dessa experiência dolorosa? — Georgina, que estava à minha frente, só fazia rir. — É sério, Georgina! Minhas pernas estão tremendo, minha mochila é muito pesada e minha água acabou. Jessica, você me prometeu cachoeiras a todo o instante. — brinquei com a garota que estava algumas pessoas de distância.

— O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte. — recitou Georgina. — Nietzsche.

— Você parece ter uma frase para cada momento, Georgie. — fora a primeira vez que a chamei pelo apelido. Deu vontade.

— Sabe, Min-su, ainda que estejamos passando por um momento difícil, que exige muito de nós, eu acredito que a recompensa será grandiosa. Já está sendo. Aprecie todas as formas de vida que temos por aqui, eu sinto que você também gosta disso. — e ela estava certa, eu gostava, de verdade. A natureza me encantava e tirava o fôlego, contudo, eu estaria muito melhor sem aquele peso que me fazia caminhar curvado.

— Eu prometo tentar não reclamar mais, prometo. Só preciso de um pouco mais de água. — confessei.

— Mais uma cachoeira à vista! — gritou Gustavo, o garoto que se ofereceu para ser o primeiro da fila. Aquelas foram as melhores palavras que eu podia ouvir.

— Viu, Min-su?! A natureza atendendo ao seu pedido. — lembrou Georgina. — Nunca duvide dela.

Passamos por mais umas três nascentes depois daquela. Também cruzamos uma montanha que nos escancarava um precipício magnífico de encontro ao mar. E, por fim, contornamos uma pequena colina com a mata, dessa vez, baixa, que permitia ver o céu, diferentemente de praticamente todo o caminho que havíamos feito até o momento.

— Gente, estamos quase! — berrou Jessica, garantindo que do primeiro ao último, todos escutassem.

E estávamos, de fato. O lugar era de tirar o fôlego. Uma área aberta, com uma vasta cachoeira à disposição. A água corria intensamente por um paredão, formando um significativo reservatório de água, que corria montanha abaixo. Duas eram as faixas de areia, uma de cada lado da corredeira. A do lado esquerdo parecia ter uma areia mais escura e grossa, como areão e, separando a areia da água, uma série de pedras. Já do outro lado, a areia era clara. Ambos os espaços eram grandes o suficiente para armarmos todas as barracas e ainda dispor de espaço para qualquer outra coisa que resolvêssemos fazer. O nosso cantinho era envolto por árvores de todos os lados, proporcionando sombra em diversos locais, bem como privacidade.

As horas seguintes foram destinadas à montagem das barracas, totalizando cinco. Eu ficaria na mesma barraca que Gustavo, por ser uma das menores, possuía capacidade apenas para duas pessoas. Colocamos as barracas o mais longe possível da água, afinal, não sabíamos se existia elevação da água em algum momento do dia, ainda que acreditássemos que não. Organizamos tudo o que era de comida em uma grande caixa de isopor que Luka carregou durante todo o caminho – obrigado músculos. Quanto às bebidas, Andrew arrumou um jeito de deixá-las em contato com a água corrente da natureza, afirmando que ficariam geladas. Gostamos da solução.

O anoitecer logo chegou e, pela primeira vez, foi inevitável sentir um arrepio correr pelo meu corpo. Não havia nada de assustador, era somente o clima: um lugar em meio às montanhas, iluminados pela fogueira no centro das barracas, o barulho dos galhos e folhas balançando com o vento, a água corrente da cachoeira passando ali por perto e um mundo de possibilidades passando pela cabeça – não que isso seja bom.

— Li em um livro, certa vez, que quanto mais afastado da cidade, ou melhor, das luzes da cidade, mais nítido fica o céu de noite. — comentou Gustavo ao sentar ao meu lado, em uma espécie de canga próxima à margem da cachoeira. Olhei para o céu e, de fato, era verdade. Não haviam nuvens, por isso, era fácil enxergar as estrelas cintilantes que aparentemente haviam se multiplicado.

— Será que é por isso que parece ter o dobro delas? — exprimi, dando continuidade ao assunto, enquanto encarava o céu.

— É sim! Também é mais fácil ver estrelas cadentes. — completou Gustavo, de um jeito tímido e simples, fitando o mesmo céu que eu.

— Quem sabe a gente tem a sorte de ver alguma nesses dias, Gustavo. — senti um leve desconforto no pescoço, abaixando a cabeça no mesmo instante.

— Pode me chamar de Guto. — falou depois de um tempo. — Sempre tive vontade de deitar no meio do nada para encarar a noite no céu. Aqui seria um bom lugar para isso.

— Seria sim, inclusive, quando for fazer isso me chame! Preciso que alguns desejos sejam atendidos, essa é a minha melhor chance. — brinquei, tirando um sorriso contido de seus lábios, ele parecia não sorrir muito. Na realidade, Gustavo era conhecido por ser bastante tímido e quieto. Eu desconfiava que ele falara comigo apenas porque ficaremos na mesma barraca e, de certa forma, seria estranho dormir ao lado de alguém que você não trocou uma palavra sequer. — Mas pode ficar para outro dia? Acho que vou deitar agora, estou exausto. — Levantei, esfregando as mãos para limpar resquícios de areia. — Você vem agora?

Ele fixou seus olhos nos meus, enrubesci.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham chegado felizes até aqui! haha!

Vamos por partes:
• Para que vocês possam ter uma ideia de como imagino o local onde eles estão, tá aqui o link: https://bit.ly/2sS1eT3
• Algumas pessoas comentaram sobre fazer um grupo no whatsapp/facebook para interação dos leitores. Se houver interessados, posso fazer, sim. Me chamem por MP e mandem seus números, pode ser?
• Ainda não consegui fazer as alterações no site, inserindo as informações extras sobre os personagens, mas isso logo sai. Eu prometo!

Divulgações:
Para vocês que curtem interativas, tenho duas indicações a fazer.
• Mill é escrita pela dona da nossa querida Jessica, está com as últimas vagas abertas, e envolve mistérios e crimes. Se você curte, dá uma olhadinha lá: https://fanfiction.com.br/historia/772985/Mill_INTERATIVA
• Calabasas' Almost Fairytale retrata a vida de estudantes da Calabasas Hills School, gente rica, eventos glamurosos, muita intriga e tretas: https://fanfiction.com.br/historia/772761/Calabasas_Almost_Fairytale_Interativa/

Por enquanto é isto, pessoal. Espero vocês por aqui no próximo capítulo! Kiss.